Arquidiocese Ortodoxa da América
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Stavros Papegermanos
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Encíclica Arquiepiscopal
Protocolo 04/10
13 de janeiro de 2010
Ao Reverendíssimos Hierarcas, aos Reverendos Padres e Diáconos, aos Monges e Monjas, aos Presidentes e Membros dos Conselhos Paroquiais das Comunidades Ortodoxas Gregas, aos distintos Arcontes do Patriarcado Ecumênico, Instituições de Ensino Regular e Eclesiástico, Irmandades Filoptochos, à Juventude, às Organizações Helênicas e a toda a família Ortodoxa grega na América
Amados Irmãos e Irmãs em Cristo,
Foi com grande tristeza e compaixão que recebemos as trágicas notícias sobre o devastador terremoto que ontem atingiu o país do Haiti, causando destruição generalizada e a perda de incontáveis vidas. Milhares presumilvemente mortos e muitos mais perderam familiares, lares e empregos. A infraestrutura e as instituições da capital, Port-au-Prince, estão em ruínas.
Em resposta a esta tragédia, peço primeiro e antes de tudo, que os fiéis da Igreja Ortodoxa grega na América ofereçam suas orações pelo povo do Haiti. Que possamos auxiliá-los com nossas orações a encontrarem consolo nesta hora de amargura e dor, e que possam encontrar força e esperança nEle através da fé e através do ministério de amor e cura oferecido por todo o mundo. Além disso, que também possamos oferecer nossas orações pelos fiéis ortodoxos gregos e duas paróquias no Haiti que estão sob a liderança arquipastoral de Sua Eminênica Metropolita Atenágoras do México. Oramos pela sua segurança e bem estar, e por seu testemunho e serviço durante este tempo difícil.
Também peço que as paróquias de nossa Santa Arquidiocese conduzam uma coleta especial neste domingo, 17 de janeiro, como resposta de compaixão pelas necessidades do povo do Haiti. Este país e seu povo experimentaram numerosas tragédias e lutas, e este desastre natural aprofundou os desafios com a destruição de hospitais, escolas, igrejas e centros de assistência. Peço que as ofertas sejam enviadas para Arquidiocese marcadas para o "Fundo de Assistência Haiti".
Através das orações, doações e serviços, que possamos responde a esta tremenda crise, sabendo que nosso Senhor será fiel em trazer conforto e cura através de nosso testemunho de Seu amor.
Com amor paternal em Cristo,
+DEMÉTRIOS
Arcebispo da América
sábado, 16 de janeiro de 2010
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
Encíclica Patriarcal de Natal 2009
A Igreja Ortodoxa Sérvia
para seus filhos espirituais no Natal, 2009
+AMPHILOHIJE
Pela Graça de Deus,
o Metropolita Ortodoxo de Montenegro e da Costa, Locum Tenens do trono dos Patriarcas da Sérvia, com todos os Hierarcas da Igreja Ortodoxa Sérvia, para todo o clero, monásticos, e todos os filhos e filhas de nossa Santa Igreja: graça, misericórdia e paz de Deus, Pais e Nosso Senhor Jesus Cristo, e o Espírito Santo, com uma jubilosa saudação de Natal:
Paz de Deus! Cristo Nasceu!
Mais uma vez, este ano, queridos filhos espirituais, estamos perante o berço do Menino Deus, Jesus Cristo. O enorme mistério, além de qualquer compreensão, do nascimento de Deus, o Logos, deu-se em uma humilde caverna em Belém, a qual, daquele momento em diante por todos os tempos, tornou-se o centro do mundo – o centro da Glória de Deus e a fonte de conforto para todos os que buscaram a Deus ao longo da história humana. O grande pai da Igreja, S. João Crisóstomo, quando falando da Festa da Natividade, diz: “Honrem, irmãos, os dias de festas, mas acima de todos, o dia da Natividade de Cristo, pois quem chamar o nascimento de Cristo a mãe de todas as festas, não cometerá erro...”. Da festa da Natividade de Nosso Senhor, todos os demais dias de festa emergem, como rios de suas nascentes. De acordo com o santo Crisóstomo, o nascimento de Cristo é uma nova criação do mundo, e a Encarnação de Deus, o Logos, é a pedra fundamental de tudo. Outro grande pai da Igreja, S. Gregório, o Teólogo, inicia a homilia da Natividade com esta doxologia (glorificação de Deus):
Cristo nasceu – vamos glorificá-lO!
Cristo veio dos céus – vamos dar-Lhe boas vindas!
Cristo está na terra – sejamos erguidos!
Cantai ao Senhor toda a terra!
E ele continua:
Que o povo que está na trevas da ignorância veja a grande luz do conhecimento de Deus. O velho passou – veja, tudo se tornou novo! A letra do Velho Testamento recua – o Espírito toma conta; as sombras desaparecem – a Verdade chega.
De acordo com a narrativa dos Santos Evangelistas, o Senhor Jesus Cristo nasceu no tempo do imperador romano Augusto, em Belém da Judéia, a cidade dos profetas e do Rei Davi, de cuja descendência, de acordo com as profecias dos profetas do Velho Testamento, nasceria o Messias prometido por Deus – o Salvador do mundo.
São Gregório Palamás, o teólogo da luz de Belém e do Tabor, em sua homilia da Natividade revela o profundo significado da vinda do Messias: “Com a encarnação e nascimento do Cristo-Messias no mundo, júbilo universal e paz foram concedidos ao mundo. Escutem o final da canção do anjo, o portador das boas novas e você perceberá – ele diz: “Glória a Deus nas alturas, e na terra paz e boa vontade entre os homens” (S. Lc. 2:14); pois Deus veio em carne para nos trazer Sua paz ao mundo e para reconciliá-lo com o Pai Altíssimo”. A paz de Cristo não é a mesma paz deste mundo. S. Gregório Palamás chama a paz do Natal de “espírito de adoção, porque aqueles que portam esta paz com fé tornam-se herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo” (Rom. 8:17). É por isso que, de acordo com este mesmo santo, apenas aqueles que vivem em amor uns com os outros, e que, de acordo com as palavras do Santo Apóstolo Paulo “toleram uns aos outros, e perdoam uns aos outro...assim como Cristo os perdôou”, vivem no mesmo Salvador e no espírito do Natal (cf. Col. 3:13).
O Deus distante e exaltado, Que no Velho Testamento conversou om Moisés no Monte Sinai (ver Ex. 3:5), com o nascimento de Cristo curvou-se dos céus e se tornou “Emmanuel”, o que significa, “Deu conosco” (S. Mat. 1:23), sem perder nada de divino. S. João de Damasco nos confirma isso quando ele fala da natividade de Cristo dizendo: “É por isto que não dizemos que Ele é um homem feito Deus, mas que Ele é Deus que Se fez homem: porque sendo Ele perfeito Deus por sua natureza, ele se tornou perfeito homem sem mudança de sua própria natureza e divina economia.”
O recém-revelado Pai Justino de Celije disse que “no Natal Deus, por seu amor imensurável, entrou na história, pela graça do Espírito Santo, encarnou-se da Sempre-Virgem Maria, a Teotokos, e tornou-se um homem real.” Deste modo, na Criança recém-nascida – o Menino Deus Jesus Cristo – recebemos todo abundante dom do Reino Celestial. Ele trouxe Consigo Verdade Eterna, Justiça Eterna e Vida Eterna, a qual, de acordo com S. Máximo o Confessor, nós experimentamos adiantadamente na vida e Liturgia da Igreja de Cristo. A festa do Natal dividiu toda a história da humanidade em duas partes – no tempo da espera e no tempo da salvação. A espera bíblica pelo Messias e Salvador já havia se iniciado com a promessa feita aos primeiros criados Adão e Eva(ver Gen. 3:15), e mais concretamente a nosso ancestral Abraão, a quem Deus prometera que em seus descendentes todos os povos seriam abençoados (ver Gen 22:18), a qual foi concretizada precisamente pelo Nascimento do Homem-Deus, Jesus Cristo.
Todos os profetas do Velho Testamento apontam para o grande mistério do nascimento do Messias. Portanto, olhando o Velho Testamento com os olhos do Santo Apóstolo Paulo, podemos repetir com ele que o Velho Testamento é, todo ele, “nosso tutor para nos trazer a Cristo”, (Gal. 3:24), um instrutor que antes de Cristo apontou todas as almas que amam a Deus para a caverna de Belém. Por outro lado, os Três Magos do Oriente, que a Estrela cheia de graça de Belém levou ao local onde Cristo nascera, significa, de acordo com a interpretação dos Santos Padres, todo o mundo politeísta, o qual, através de sua filosofia dos homens (cf. Col. 2:8), não conseguia penetrar nas profundezas dos mistérios da Encarnação de Deus. Tanto para as almas que amam a Deus quanto para o mundo politeísta, o anjo celestial revelou durante o Nascimento de Cristo, o grande mistério da salvação do mundo, dando as Boas Novas para os pastores de Belém e através deles para todos nós: “Não temam, mas contemplem, eu lhes trago novas de júbilo que são para todos os povos. Pois vos nasceu neste dia, na cidade de Davi, um Salvador, que é Cristo, o Senhor” (S. Lc. 2:10-11). Desde aquela proclamação de boas novas aos pastores de Belém até hoje em dia, o Nascimento de Cristo é o dia de festa da alegria terrena e celestial, na qual os anjos e os santos participam juntos, mas também toda alma que ama a Deus, iluminada pela luz de Belém. Como os Três Reis Magos do Oriente que vieram adorar o Menino-Deus Jesus Cristo, todos nós fomos chamados para adorá-lO também, e oferecer nossos dons ao Rei dos Céus (cf. S. Mt. 2:2). Não é todo bem de Deus que fizemos este ano nosso maior presente ao Menino-Deus? Se alimentamos os famintos, se saciamos os sedentos, e visitamos os doentes, ao fazê-lo não ofertamos nossos dons a Deus? Se glorificamos Deus com nossa vida, vivendo de forma santa e agradável a Deus, ao fazê-lo não oferecemos o ouro de nossas virtudes ao Menino Deus? Se amamos a Igreja de Deus e com diligência adornamos a Casa do Senhor, ao fazê-lo não oferecemos um sacrifício agradável a Deus? Se reconhecemos o sofrimento de nossos irmãos, e se os confortamos com nossos trabalhos, ao fazê-lo não foi ao próprio Cristo que o fizemos? (cf. S. Mt. 10:42).
Vejam, em retribuição ao Seu amor ilimitado, Cristo, o Menino-Deus, espera tais dons de nossa parte. É por isto que o Natal é também a festa antes da qual re-examinamos nossa fé e tudo que nós, enquanto criaturas de Deus e filhos e filhas de Deus, somos chamados a fazer, como dizia tão frequentemente nosso Patriarca Pavle de abençoada memória.
Nesta época da Natividade estamos particularmente cheios de jubilosa tristeza, eis que nosso Patriarca Pavle nos deixou e foi da terra para o céu. Cremos profundamente que ele, de acordo com a liberdade que lhe foi dada por Deus, “com todos os santos de nossa nação” continua a oferecer suas orações por nossa Igreja e nosso povo crucificado, junto com São Savas, São Simeão, Vertedor de Mirra, e todos os nossos santos ancestrais que reconheceram e receberam o Patriarca Pavle “como um dos seus e seu igual”. Neste Natal, também lembramos todos aqueles que estão aflitos, os sofredores, os exilados, todos os injustiçados; queremos confortá-los com estas palavras: Cristo Nasceu! Alegrai-vos, pois contemplem, o Senhor vem para limpar todas as lágrimas humanas (ver Apocalipse 21:4).
Com Seu Nascimento na terra, Cristo santificou cada aspecto da vida humana – da concepção à morte e ressurreição. É por isto que a Natividade nos lembra de não levantarmos a mão contra o fruto de nossos ventres, mas, ao invés, vivermos de acordo com o mandamento de Deus: “Frutificai e multiplicai-vos; preencham toda a terra” (Gên. 1:28). Respeitando esta benção de Deus, as lágrimas de Raquel por nosso povo e por nossas crianças que não vivem mais (ver S. Mat. 2:18) iriam cessar, e a vida inextinguível que emerge na caverna de Belém iria florescer.
Nesta época do Natal, também estamos com nossos irmãos e irmãs do Kosovo e da Metohija – o berço de nosso povo. No amor de Cristo, pedimos a eles que retornem a seus lares no Kosovo e para permanecerem lá para viverem com seus santos templos, salvaguardando nosso Kosovo, aquele “desafortunado lugar de julgamento”. Jamais percamos a esperança de que Deus irá iluminar as mentes daqueles a quem Ele deu o poder terreno e controle sobre os países e povos; que eles, no espírito da justiça divina e humana, reexaminem suas decisões injustas sobre o Kosovo e a Metohija. Apenas desta forma haverá paz e comunidade nos Bálcãs e a Europa se renovará, e a dignidade ferida do povo ortodoxo sérvio será restaurada. Também oramos para que o Recém-nascido Rei da Paz que erradique as guerras, a violência e a injustiça em toda parte do mundo, para que finalmente a paz e a justiça possam reinar entre os povos e nações.
Saudamos todo o nosso povo que ama a Deus, com a saudação de Belém, pedindo que preservemos a nossa fé ortodoxa, nossa língua e nosso alfabeto, qualquer que seja o continente onde vivamos. Nós, sérvios, somos uma nação cristã antiga, porque através do batismo por Cirilo e Metódio, e da iluminação por S. Sava, nós tornamos parte da cultura de todo o mundo cristão. Desta forma, deixamos uma marca indelével na história e civilização da Europa moderna e do mundo, associando-nos, de uma vez para sempre, ao seu futuro. A Natividade de Cristo sempre nos convoca a todos a viver o amor fraterno, no Amor de Deus e em humildade evangélica, vivendo do trabalho de nossas mãos e apegando-nos aos ensinamentos do Novo Testamento: que não façamos aos outros nada que não gostaríamos que fizessem a nós (cf. At. 15:29).
Resumindo este grande e inconcebível mistério da Natividade, São Gregório, o Teólogo, disse: “Este é nosso dia santo. É isto que celebramos hoje: a vinda de Deus à humanidade, para que pudéssemos ir a Deus; ou para dizer de forma mais adequada: para que pudéssemos retornar a Deus; para que pudéssemos despir-nos do velho homem e vestir o novo, e para que, assim como todos morremos em Adão, possamos vir à vida nova em Cristo, que possamos nascer novamente em Cristo, e ser crucificados com Ele, e sermos enterrados com Ele, e sermos ressuscitados com Ele.”
Concluindo nossa encíclica da Natividade com as palavras deste divinamente sábio pai da Igreja, saudamos a todos vós, nossos queridos filhos espirituais, e saudamos todos os povos de todas as nações com a toda-jubilosa saudação de Belém e da paz:
A PAZ DE DEUS – CRISTO NASCEU!
Escrita no Patriarcado Sérvio em Belgrado, no Natal de 2009.
Vossos intercessores perante o berço do Divino Infante Cristo:
O locum tenens do trono dos Patriarcas sérvios,
Metropolita de Montenegro e da Costa AMPHILOHIJE
Metropolita de Zagreb e Liubliana JOVAN
Metropolita de Libertyville-Chicago CHRISTOPHER
Metropolita de Dabro-Bosna NIKOLAJ
Bispo de Savas-Valievo LAVRENTIJE
Bispo de Nis IRINEJ
Bispo de Zvornik-Tuzla VASILIJE
Bispo da Sírmia VASILIJE
Bispo de Bania Luka JEFREM
Bispo de Budim LUKIJAN
Bispo do Canadá GEORGIJE
Bispo de Banat NIKANOR
Bispo de New Gracanica-Centro-Oeste dos EUA LONGIN
Bispo do Leste dos EUA MITROPHAN
Bispo de Zica CHRYSOSTOM
Bispo de Backa IRINEJ
Bispo da Grã-Bretanha e Escandinávia DOSITEJ
Bispo de Ras e Prizren ARTEMIJE
Bispo de Bihac e Petrovac CHRYSOSTOM
Bispo d Osijek e Baranja LUKIJAN
Bispo da Europa Central CONSTANTINE
Bispo da Europa Ocidental LUKA
Bispo de Timok JUSTIN
Bispo de Vranje PAHOMIJE
Bispo de Sumadija JOVAN
Bispo da Eslavônia SAVA
Bispo de Branicevo IGNATIJE
Bispo de Milesevo FILARET
Bispo da Dalmácia FOTIJE
Bispo de Budimlie e Niksic JOANIKIJE
Bispo de Zahúmlia e Herzegovina GRIGORIJE
Bispo d Valievo MILUTIN
Bispo do Oeste dos EUA MAXIM
Bispo de Gornii Karlovci GERASIM
Bispo da Austrália e Nova Zelândia IRINEJ
Bispo aposentado de Zahúmlia e Herzegovina ATANASIJE
Bispo Auxiliar de Hvosno ATANASIJE
Bispo Auxiliar de Jegar PORFIRIJE
Bispo Auxiliar de Liplian TEODOSIJE
Bispo Auxiliar de Dioclea JOVAN
Bispo Auxiliar de Moravica ANTONIJE
A ARQUIDIOCESE DE OCHRID
Arcebispo de Ochrid e Metropolita de Skoplje JOVAN
Bispo de Polos e Kumanovo JOAKIM
Bispo de Bregal e locum tenens of the Diocese of Bitolj MARKO
Bispo Auxiliar de Stobija DAVID
Tradução: Fabio L. Leite