tag:blogger.com,1999:blog-52532733147947544272024-02-06T20:33:44.820-08:00☦Vida Ortodoxa☦Noticias e artigos sobre Igreja OrtodoxaFabiohttp://www.blogger.com/profile/17721671471664791478noreply@blogger.comBlogger210125tag:blogger.com,1999:blog-5253273314794754427.post-62148555538766548492021-11-08T19:23:00.001-08:002021-11-08T19:23:33.788-08:00Padre João Romanides: sua vida e legado<div style="text-align: center;"><b>Padre João Romanides: sua vida e legado</b></div><div style="text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRcLPHbBWrt8W_JLCk-xlSwGVec4XxihsraOQrD4lzQAVHUunhOW-F4clY5q4EugzeVZ1p5ZvXT_hkCEk7bml7B7YOEPNiYiIWepXcg3wF4qrGACgZGV3Kypl3NGombQXmBFGt_qsrMF0/" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="Pe. João Romanides" data-original-height="234" data-original-width="206" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRcLPHbBWrt8W_JLCk-xlSwGVec4XxihsraOQrD4lzQAVHUunhOW-F4clY5q4EugzeVZ1p5ZvXT_hkCEk7bml7B7YOEPNiYiIWepXcg3wF4qrGACgZGV3Kypl3NGombQXmBFGt_qsrMF0/w352-h400/image.png" title="Pe. João Romanides" width="352" /></a></div><br /><br /></div><div style="text-align: center;">Por Metropolita Hierotheos de Nafpaktos e Agiou Vlasiou</div><div style="text-align: justify;"><br /><div style="text-align: right;">Traduzido do grego para o inglês por John Sanidopoulos. Original: https://www.johnsanidopoulos.com/2021/11/father-john-romanides-his-life-and.html<br />do Inglês para o Português: Google, revisão Fabio L. Leite</div></div><div style="text-align: justify;"><br /><br /></div><div style="text-align: justify;">Hoje, 1 ° de novembro de 2021, marca o vigésimo aniversário do repouso do ilustre professor e acadêmico Pe. João Romanides, realizado em 1º de novembro de 2001 em Atenas.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Meu relacionamento com ele no início foi através de seus ensinamentos orais e seus textos da década de 1970, e depois de 1987 até seu repouso, tive um contato próximo com ele. Depois de se aposentar na Universidade de Thessaloniki, ele permaneceu em Atenas, quase sozinho, e tivemos freqüentes comunicações pessoais e telefônicas, porque naquela época eu servia como Pregador e Diretor da Pastoral Juvenil da Sagrada Arquidiocese de Atenas.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">De fato, em 1995, por sugestão dele, ensinamos juntos em um seminário no Canadá, apresentando o ensino terapêutico da Igreja Ortodoxa ao clero vindo de todas as jurisdições canônicas da América. Por três dias, nós dois ministramos aulas de teologia ortodoxa. O mesmo aconteceu em 1997, perto de Atlanta, com a presença adicional do Pe. George Metallinos.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Conheci o padre João Romanides depois de ter lido as obras de muitos Padres da Igreja, particularmente os Padres da Capadócia, São João de Damasco, São Simeão, o Novo Teólogo, São Gregório Palamas e os Padres hesicastas da Filocália , e percebi que Pe. João Romanides expressou seu ensino. Ou seja, seu ensino era o ensino da Igreja que foi identificado por meio da experiência entre os Profetas, os Apóstolos e os Padres. Sempre achei que foi a boa vontade de Deus tê-lo conhecido e ter estado intimamente ligado a ele até que seu repouso.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O Pe. João Romanides, no final da vida, e precisamente no ano de 1997, a seu pedido, foi inscrito na lista do clero da nossa Metrópole, sem receber ordenado. Até então era considerado um clérigo registrado na Arquidiocese da América. Solicitei sua dispensa ao Arcebispo da América e inscrevi-o em minha Metrópole.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Desde então, publiquei muitos textos e até agora quatro volumes apresentando os ensinamentos de Pe. João Romanides, e na Sagrada Metrópole de Nafpaktos em 2011 organizamos uma conferência teológica em sua homenagem com a participação de muitos professores de teologia, cujas atas foram publicadas por nossa Metrópole.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Por ocasião do 20º aniversário de seu repouso, estou publicando um pequeno texto sobre este importante teólogo dogmático de nosso tempo, que foi incluído no 12º volume da "Grande Enciclopédia Cristã Ortodoxa".</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O Pe. João Romanides foi aluno e colega do Pe. George Florovsky, um Protopresbítero do Trono Ecumênico, um Clérigo da Sagrada Arquidiocese da América e mais tarde da Metrópole Sagrada de Nafpaktos e Agiou Vlasiou, um importante teólogo dogmático do século 20, um professor da Escola Teológica de Thessaloniki e outras Escolas Teológicas, autor de textos originais que tiveram grande influência no conhecimento teológico, bem como na vida eclesiástica e monástica, na história da identidade romaica, e se tornaram mundialmente conhecidos.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O Pe. George Florovsky o descreveu como o "mais astuto" de seus alunos e em sua carta, após julgar seus teólogos contemporâneos, ele escreve sobre Romanides:</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">“De modo geral, existem poucas forças teológicas na Igreja Ortodoxa hoje. Eu coloco minhas esperanças no meu aluno, Pe. João Romanides, que escreveu há três ou quatro anos uma tese superior de doutorado sobre o pecado ancestral, estudando os dois primeiros séculos ( em grego em Atenas) e agora está trabalhando perto de mim em seu doutorado em filosofia em Harvard.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Nele, por outro lado [em oposição aos teólogos ortodoxos franceses e ingleses], há uma tendência para o lado do "isolacionismo" - um afastamento do Ocidente em todas as coisas e se isolar dentro da Tradição Bizantina, ou na verdade, permanecendo no nível de cultura teológica genuína e eclesiástica profunda. "</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">1. Curriculum Vitae</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O Pe. João Romanides nasceu em Pireus em 02/03/1927, filho de pais refugiados da Capadócia, Savvas e Eulampia. Ele foi batizado como ortodoxo na Igreja Sagrada de São João, o Russo, em Nova Prokopi de Evia. Ele imigrou para a América com seus pais em 15 de maio do mesmo ano, com apenas 72 dias de idade. Ele cresceu em Nova York, em Manhattan, na 46th Street, entre a 2ª e a 3ª Avenida.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Ele recebeu sua educação primária na escola primária na área onde morava, e concluiu sua educação secundária primeiro na Seward Park High School e depois na Cardinal Hayes High School, que é uma escola particular católica para meninos. Então, em 1944-1949, ele estudou no Hellenic College / Holy Cross School of Theology em Boston e em 1949-1953 ele estudou na Yale School of Theology. Nesse ínterim, frequentou aulas de teologia na Universidade de Columbia, em Nova York, onde conheceu o Pe. George Florovsky. Em 1953, ele estudou por um semestre no St. Vladimir's Orthodox Theological Seminary em Nova York.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">No início de 1954 esteve no Instituto Teológico Ortodoxo Russo St. Sergius em Paris, onde preparou seus primeiros quatro estudos com os títulos: "Pecado Original segundo São Paulo", "A Eclesiologia de Santo Inácio de Antioquia", "O homem e sua verdadeira vida de acordo com os livros do ofício ortodoxo grego" e "Eclesiologia ortodoxa de acordo com Alexis Khomiakov". De outubro de 1954 à primavera de 1955, ele esteve em Munique, Alemanha.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">De abril de 1955 a 1957 permaneceu em Atenas, onde preparou sua tese de doutorado intitulada: "O Pecado Ancestral", e a submeteu à Escola Teológica da Universidade de Kapodistria em 1957. O tema de sua dissertação de doutorado e a posição do Pe. João provocou intensa discussão, oralmente e por escrito, mas também grande tensão entre os professores da Escola Teológica, e contribuiu muito para a mudança da teologia grega da escolástica para a teologia patrística. Por fim, foi aprovada pelos professores da Escola Teológica em junho de 1957 e defendida em outubro do mesmo ano.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Em 1957, após concluir sua dissertação, ele retornou aos Estados Unidos e matriculou-se primeiro no Departamento de Estudos de Pós-Graduação do Seminário Teológico de Harvard e depois na Escola de Pós-Graduação em Artes e Ciências de Harvard. Durante esse tempo, ele lidou muito seriamente com a pesquisa teológica e histórica e publicou textos importantes, sob a orientação de Pe. George Florovsky.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Já ordenado diácono e presbítero em 1951 enquanto estudava em Yale, pelo bispo assistente Ezekiel de Nazianzus (que residia em Boston, e posteriormente arcebispo da Austrália), atuou como pároco em várias paróquias da Arquidiocese, a saber: a Igreja Sagrada da Santíssima Trindade em Waterbury, Connecticut (1951-1954), a Catedral da Santíssima Trindade de Nova York (1954), a Igreja Sagrada de Saint Athanasios em Arlington, Massachusetts (1959-1965) e na Igreja Sagrada dos Santos Apóstolos em Haverhill, Massachusetts (1965-1968).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Entre 1958-1965, ele ensinou na Escola de Teologia Holy Cross em Boston e foi o diretor da revista científica da escola The Greek Orthodox Theological Review .</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Na época em que estava na América, ele era representante da Arquidiocese Ortodoxa Grega da América em Congressos Internacionais e Pan-Americanos de natureza ecumênica e acadêmica, era membro da delegação Ortodoxa na Quarta Conferência Mundial de Fé e Ordem em Montreal, Canadá e membro da delegação de observadores do Patriarcado Ecumênico no Concílio Vaticano II (1959-1965). Ele também representou a Igreja Ortodoxa em diálogos informais com os teólogos anticalcedônicos em Aarhus, Dinamarca, em agosto de 1964. Foi membro do Comitê Especial da Sagrada Arquidiocese da América para os diálogos com os católicos romanos e anglicanos na América. Ele representou a Arquidiocese da América no Conselho Mundial de Igrejas, no Conselho Nacional de Igrejas na América, etc.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Em 12 de junho de 1968, foi eleito professor titular da Cátedra de Dogmática da Escola Teológica da Universidade Aristóteles em Salónica. Finalmente, sua nomeação foi feita em 1970, quando iniciou suas aulas na Universidade até 1984, quando se aposentou. A partir de 1970, mesmo após sua aposentadoria, ele lecionou como professor visitante na Escola Teológica Balamand "São João de Damasco" do Patriarcado de Antioquia no Norte do Líbano. Ele liderou uma geração de teólogos e clérigos de língua árabe, entre os quais estava o novo Patriarca de Antioquia, João.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Quando ele veio para a Grécia e lecionou na Escola Teológica de Thessaloniki, ele fazia parte do Comitê Sinódico para Temas Interortodoxos e Intercristãos, um representante da Igreja da Grécia no Comitê Geral do Conselho Mundial de Igrejas, para a Comissão de "Fé e Ordem" da mesma organização, e representante da Igreja da Grécia no Diálogo Teológico com os Anglicanos, os Anticalcedonianos, os Católicos Romanos (na Comissão Técnica Preparatória) e os Luteranos. Falava com excelência três línguas, nomeadamente grego, inglês e francês, embora também tivesse conhecimentos de alemão. Ele tinha muitos talentos e, entre outras coisas, foi piloto de vários tipos de aeronaves.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Ele repousou em Atenas em 1 de novembro de 2001, fora da Igreja Sagrada dos Santos Anárgiros na Rua Stadiou, e seu funeral aconteceu na Igreja Metropolitana de Atenas em 6 de novembro. O funeral contou com a presença de bispos, professores, teólogos, parentes e amigos. Os quatro departamentos das duas Escolas Teológicas, Atenas e Salónica, estiveram representados, e professores representativos (Protopresbítero Pe. George Metallinos, Panagiotis Christinakis, Despo Lialiou e Lambros Siasos) dirigiram-se ao público, falando sobre a importância da sua teologia para a Igreja e Ciência.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">2. Resposta Ortodoxa à Teologia Escolástica e Protestante</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Pe. João Romanides, enquanto na América, estudou a escolástica de Tomás de Aquino e então aprendeu o método crítico bíblico dos protestantes. Ele inteligentemente reconheceu que os ortodoxos da América usaram os argumentos dos protestantes para responder aos papistas, e para responder aos protestantes eles usaram os argumentos dos papistas. Isso o levou a rejeitar a escolástica dos católicos romanos e o método crítico bíblico dos protestantes e a proceder ao estudo dos Padres Apostólicos e mais tarde ao estudo dos Padres do século IV e dos posteriores Grandes Padres da Igreja, como São João Damasceno, Fócio, o Grande, São Simeão, o Novo Teólogo, São Gregório Palamas e os Padres Filokálicos do século XVIII.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Para entender seu ensino, é preciso ter em mente que com o que disse e escreveu, ele respondeu de forma ortodoxa à teologia escolástica e a protestante, que conhecia muito bem.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Alguns pontos característicos serão enfatizados a esse respeito.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">À analogia entis (a revelação de Deus por meio da filosofia e da metafísica) e à analogia fidei (a revelação de Deus pela fé e as palavras das Sagradas Escrituras) dos papistas e protestantes, ele rebateu que a revelação de Deus é para os deificados, aqueles que alcançaram deificação e glorificação.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">À vita activa (modo de vida ativista, ação social) dos papistas e protestantes e à vita contemplativa(êxtase neoplatônico, contemplação) dos papistas ele rebateu com o hesicasmo ortodoxo, como experimentado pelos Profetas, Apóstolos e Padres da Igreja, mas ele também rebateu com a vida eclesiástica, na qual os Mistérios e o ascetismo estão unidos, e o homem é conduzido à experiência da revelação. O hesicasmo ortodoxo é a metodologia ortodoxa para a aquisição do conhecimento de Deus, em conjunto com toda a vida eclesiástica.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Para o sola Scriptura (somente as Escrituras) dos protestantes e as duas fontes da fé (Escritura e tradição) dos papistas, ele sublinhou o sola Pentecoste(somente Pentecostes), o que significa que a fonte da fé é o Pentecostes, que é o grau mais alto da revelação de Deus. Então, os santos deificados e glorificados que alcançaram as frases indizíveis / não criadas registraram essa experiência com frases criadas, significados e imagens nas Sagradas Escrituras, em suas obras, nas decisões dos Sínodos Locais e Ecumênicos e no culto da Igreja . Assim, o sola Scriptura deve ser conectado com o sola Pentecoste .</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">À dicotomia entre a lex credendi (lei da fé) e a lex orandi(lei da oração), que ocorreu em tempos históricos críticos na Igreja Ortodoxa, sob a influência da teologia ocidental, ele rebateu unindo as duas, uma vez que a revelação de Deus, que é dada ao deificado, foi registrada no culto da Igreja e nas decisões dos Sínodos Locais e Ecumênicos, bem como no ensino dos santos deificados.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">À cisão entre theologia Crusis (teologia da Cruz) e theologia Gloriae(teologia da Glória), que é observada no Ocidente, no papismo e no protestantismo, mas também sob a influência de teólogos ortodoxos, ele rebateu unindo o mistério da Cruz e o mistério da Glória. Ele não questiona o caráter pascal do Batismo e da Divina Comunhão, mas o relaciona intimamente com o mistério da Cruz, que consiste na purificação, na iluminação e na glorificação, como vemos no ensinamento de São Gregório Palamas. Por isso, tantas vezes sublinhou as condições de participação nos Mistérios da Igreja, sem as ignorar. E ele fez isso porque percebeu que muitos participam dos Mistérios de maneira mecânica e pietista.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Daniel Payne escreve o seguinte sobre o padre João Romanides:</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">“É importante notar as influências sobre a teologia de Romanides. Em primeiro lugar, Georges Florovsky influenciou a teologia de Romanides. Como já observei, Romanides considerava Florovsky como aquele que“ o ensinou a pensar como um ortodoxo ”. Foi Florovsky quem o apresentou à teologia patrística com sua "síntese neo-patrística". Além disso, Florovsky introduziu Romanides no conceito de helenismo cristão. Romanides desenvolve esse conceito em sua tese romana, no entanto, ele faz uma mudança no pensamento de Florovsky. "</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">"Florovsky também provavelmente foi o primeiro a apresentar Romanides à tradição teológica néptica, especialmente a obra de Gregório Palamas."</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">"No que diz respeito à tradição ascética, levanta-se a questão de saber onde Romanides aprendeu o hesicasmo. Conforme observado anteriormente, ele sabia o uso do komboschini e da Oração de Jesus antes de sua chegada à Grécia. Ele os aprendeu com Florovsky? Possivelmente, mas Florovsky não é conhecido por ser um hesicasta. Meyendorff? Novamente, essa é uma possibilidade, mas improvável. Parece que ele aprendeu com sua mãe, Eulampia. Ela era uma mulher muito piedosa, que se tornou freira após a morte de seu marido no Santo Mosteiro da Transfiguração em Boston. Eulampia acabou se tornando uma gerontissa no mosteiro de São João Evangelista em Tessalônica. Aparentemente, ela teve uma grande influência na espiritualidade de Romanides [Ver Lambros Fotopoulos, "Gerontissa Eulampia Romanides", Ephemerios, junho de 2003, 11-14.].Enquanto aprendia a espiritualidade do hesicasmo com sua mãe, ele aprendeu teologia com seus professores. "</div><div style="text-align: justify;">3</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Uma apresentação completa e concisa da obra teológica de Pe. João Romanides foi feita por Andrew Sopko em seu livro intitulado: "Profeta da Ortodoxia Romana, A Teologia de João Romanides". Acho que ninguém pode criticar o ensino de Pe. João Romanides se não leram atentamente o livro de Andrew Sopko. Os sete capítulos deste livro registram de forma indutiva e científica maravilhosa todo o pensamento teológico e histórico deste grande teólogo do século XX, com seu próprio consentimento e supervisão, o que mostra sua concordância com o conteúdo do livro.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O primeiro capítulo, intitulado "Tradição Ortodoxa e seu Cativeiro", refere-se à tradição Ortodoxa e à pseudomorfose que de vez em quando chegava à Igreja e às Escolas Teológicas, e esse clima foi en3a disertação e, posteriormente, com seu ensino hesicasta. Ele distinguiu desde o início esta alteração e começou com seus textos e palavras para corrigi-la, primeiro na lex credendi e depois na lex orandi.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O segundo capítulo, intitulado "Um debate sobre Deus", apresenta o debate que Pe. João Romanides teve com o professor Panagiotis Trembelas quando sua dissertação foi apresentada à Escola Teológica de Atenas sobre o Pecado Ancestral.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Os pontos abordados neste debate são: "Deus como actus purus", "energia vs essência", "Deus como nous" e o princípio escolar de "analogia entis" e "analogia fidei". A sua correspondência com Panagiotis Trembelas, com comentários e observações, foi publicada num livro do Pe. George Metallinos.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O terceiro capítulo, intitulado "Antropologia Teocêntrica" apresenta a Antropologia Ortodoxa de acordo com os ensinamentos de Pe. João Romanides, registrando a relação entre corpo, alma e espírito, descrevendo Adão antes e depois da queda, analisando o significado da justiça e da justificação, o grande valor do Novo Adão, Cristo, que encarnou para a salvação do homem, e a teologia do Corpo de Cristo, que se tornou a fonte de toda a purificação,</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O quarto capítulo, intitulado "A Unidade do Antigo e Novo Testamento", investiga o ensino de Pe. João Romanides sobre os profetas, os apóstolos e os santos que participam da glória de Deus, com a diferença de que a morte no Novo Testamento foi abolida. Este capítulo analisa seções individuais, como: Revelação, Escritura e Crítica, O Senhor da Glória, Glorificação no Antigo Testamento, Glorificação no Novo Testamento e Sucessão na Igreja Pós-Apostólica.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O quinto capítulo, intitulado "Teologia Romana", descreve como o Estado Romano preservou o coração da Igreja antiga e a vida espiritual da revelação, que é purificação, iluminação e deificação. Nessa perspectiva são estudados os Sínodos Locais e Ecumênicos, a diferença entre Ambrósio e Agostinho, a Tradição franco-latina, as controvérsias palamitas e as questões relacionadas à Terceira Roma, teoria que busca derrubar o Patriarcado Ecumênico e a Ortodoxia de os Padres Romanos.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O sexto capítulo, intitulado "Rumo ao futuro", apresenta os desafios que a Igreja Ortodoxa enfrentará no terceiro milênio desde o ecumenismo, os direitos humanos e as descobertas da ciência.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Finalmente, o sétimo capítulo intitulado "Romanides e a Teologia Ortodoxa Contemporânea" destaca os três principais perigos da Ortodoxia moderna, de acordo com Pe. João Romanides, e essas são a teologia da pessoa, a eclesiologia eucarística, a cisão entre a teologia da Cruz e a teologia da Glória nos mistérios, a vida eclesiástica e a teologia.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O livro de Andrew Sopko apresenta o "panorama" de toda a teologia expressa pelo Pe. João Romanides, as alterações e pseudomorfose da vida eclesiástica na regra de fé (lex credendi) e na regra da oração (lex orandi) e, claro, apresenta todo o incrível e grande trabalho teológico e histórico deste grande pesquisador e teólogo.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Em geral, Pe. João Romanides exprimiu a teologia dos santos deificados, nomeadamente os Profetas, os Apóstolos e os Padres, que na sua base é simples.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Partiu da posição de que os deificados participam da energia purificadora, iluminadora e, sobretudo, da energia deificadora de Deus, vêem na Luz divina o Verbo pré-encarnado do Antigo Testamento e o Verbo encarnado do Novo Testamento, É por isso que eles ensinam que o Deus Triúno são três Luzes, que têm uma essência e energia comuns, e com essa experiência eles enfrentam hereges, que teologizam filosoficamente; que o homem foi criado por Deus para participar da Sua Luz e assim viveu no Paraíso; que a queda do primeiro-formado é a privação da Luz divina, quando sua mente foi escurecida; que Cristo por Sua encarnação fez o corpo, que Ele recebeu do Panagia, fonte das energias incriadas de Deus e revelou esta Luz ao homem, que através da vida eclesiástica (Batismo, Crisma, Comunhão Divina) participam da Luz, quando têm as condições prévias adequadas; que durante a Segunda Vinda de Cristo as pessoas verão a Deus como luz ou como fogo, dependendo de sua condição espiritual; que o Paraíso e o Inferno existem da perspectiva do homem e não da perspectiva de Deus.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Ele enfatizou especialmente este último ponto, como a teologia pastoral preeminente da Igreja, que visa a cura das pessoas, para que quando se encontrarem com Deus na sua segunda vinda, possam vê-lo como luz e não como fogo, que Deus será para eles o paraíso e não o inferno.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Portanto, este importante teólogo da Igreja Ortodoxa atribuiu grande importância aos requisitos da teologia ortodoxa na metodologia ortodoxa para o conhecimento de Deus, que é a tradição néptica e hesicástica da Igreja, expressa pelos Padres Capadócios, os escritos Areopagitas, São Simeão, o Novo Teólogo, São Gregório Palamas e os Padres da Filocália. Trata-se de purificação, iluminação e deificação.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">No entanto, os passos da ascensão espiritual a Deus, que é a participação na energia purificadora, iluminadora e deificante de Deus, como é ensinada por todos os Padres da Igreja, os separou claramente do Neoplatonismo. Assim, não é possível atribuir essa distinção ao origenismo e ao neoplatonismo. Afinal, os Padres da Igreja, embora adotassem esses termos, assim como outros da Triadologia e da Cristologia, como natureza, essência, pessoa, hipóstase, etc., deram-lhes conteúdo ortodoxo. Portanto, embora a mesma terminologia seja usada pelos neoplatonistas, há uma diferença abissal entre o neoplatonismo e o hesicasmo dos padres ortodoxos.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Deve-se notar que a purificação, iluminação e deificação, que ele recebeu do ensinamento comum dos Padres da Igreja, ele não as considerou como etapas independentes umas das outras, mas como resultados da energia de Deus. Ou seja, a Graça de Deus, quando purifica o homem, é chamada purificadora, quando o ilumina, é chamada iluminadora, e quando deifica é chamada teótica. Em outras palavras, essas não são situações morais de pessoas.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Além disso, Pe. João Romanides conectou purificação, iluminação e deificação com os Mistérios da Igreja, de acordo com suas pré-condições necessárias. Afinal, vemos isso muito claramente nas orações de todos os Mistérios e da divina Eucaristia, pois a comunhão do Corpo e do Sangue de Cristo ilumina alguns, deifica outros e condena outros. O aumento, às vezes, da graça purificadora e iluminadora de Deus foi feito, porque esta tradição eclesiástica havia sido esquecida ou esquecida.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">4. Impressões de alunos e leitores</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Pe. João Romanides era um professor fascinante e atraente e atraiu muitos alunos de todas as escolas universitárias para suas aulas. Os anfiteatros da Escola Teológica de Thessaloniki estavam lotados de alunos que queriam ouvir seu discurso romano e ortodoxo, expresso com autenticidade e persuasão. Ele conectou a teologia com a história, o dogmático com o hesicasta, o dogma com a experiência espiritual, Romiosini com a universalidade.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Pe. George Metallinos, apresentando o trabalho do Pe. João Romanides, refere-se à sua importância e apresenta seis pontos básicos.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">a) Ele deu prioridade à teologia empírica, como fizeram os Profetas, Apóstolos e Padres deificados, deixando de lado a escolástica (metafísica).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">b) Ligou a teologia universitária ao culto, à tradição filocálica, ao hesicasmo, ao ascetismo, mas também ao caráter pastoral da teologia, que se encontra na purificação, na iluminação e na divinização.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">c) Estabeleceu no seu método teológico a ligação entre dogma e história, e com isso completou o esforço de Pe. George Florovsky.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">d) Ele averiguou a diferença entre as civilizações franca e romana estudando Romiosini e o franquismo. Com um excelente conhecimento das fontes, ele usou as chaves romanas para entender nossa história, deixando de lado as chaves da Europa Ocidental para interpretar a história.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">e) Ele estudou exaustivamente o uso histórico de nossos nomes nacionais (Heleno, Romano, Grego, "Bizantino") e identificou seu contexto, sua importância histórica e seu envolvimento nas comparações político-diplomáticas e culturais do mundo franco-germânico com o nosso Um oriental.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">f) Ele viu, através deste conhecimento, também o Helenismo fora de qualquer nacionalismo, e de fato nas fronteiras da universalidade e unidade entre Romaniosini e Ortodoxia.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Seus alunos se lembram do professor zeloso, o autêntico pregador dos Profetas, dos Apóstolos e dos Padres, o "Profeta de Romiosini".</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Quem o conheceu desde as tradições universitárias, as Conferências Internacionais e os diálogos, mas também os seus livros expressam-se com entusiasmo pela sua pessoa e pela sua obra. Aqui estão alguns julgamentos importantes sobre ele: </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O Patriarca Ecumênico Bartolomeu escreve: "O ensinamento dogmático do sempre memorável Padre João Romanides ... abriu novos, assim como patrísticos tradicionais, caminhos para a teologia ortodoxa contemporânea ... Ele foi um filho do Patriarcado Ecumênico, produzindo seiva espiritual a partir das raízes saudáveis da Capadócia reverente e sagrada de onde ele era, e que foi dado a discernir e proclamar a verdade de que a verdadeira Teologia não é moralismo ou escolasticismo acadêmico, mas a experiência de purificação, iluminação e theosis. "</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O Patriarca de Teófilo de Jerusalém escreve: A teologia de Pe. João é "um fruto da inspiração do Espírito Santo por um padre piedoso, um ministro fiel do altar, um professor sábio e um estudioso de peso da tradição patrística romaio-ortodoxa".</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O arcebispo Hieronymos de Atenas e toda a Grécia escreve que Pe. João Romanides "contribuiu decisivamente ao trazer para o seu lado, desde o surgimento do cativeiro da teologia ortodoxa, o resgate e a promoção das verdades teológicas básicas, pelas quais sua obra se torna o alento da Igreja".</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Muitos clérigos, monges, professores e leitores falaram muito dele e o chamaram de: "Novo Moisés da teologia"; "o professor romano de fé e vida ortodoxa da América"; "o gigante contemporâneo da Ortodoxia"; “o magnífico intérprete de teologia”; "um verdadeiro teólogo"; "único e irrepetível"; "sua fala era estimulante e intensamente cintilante", e assim por diante.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">É claro que seu discurso, que foi despertador e provocador, provocou reações de pessoas que expressavam outra teologia alheia à teologia dos Profetas, dos Apóstolos e dos Padres. E o caráter da Capadócia de Pe. João contribuiu para essa reação. E alguns erros, que ele também cometeu, mostraram que ninguém pode ser perfeito.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">5. Escritos</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A vida de Pe. João Romanides está dividido em dois períodos, nomeadamente os primeiros 42 anos na América - incluindo os períodos em que esteve na Europa para os seus estudos - e os últimos 32 anos na Grécia até à sua morte. Entretanto, viajou por todo o mundo para participar em Conferências Científicas Internacionais, em diálogos da Igreja Ortodoxa com outras denominações, para palestras e para ministrar cursos em Universidades, Seminários Teológicos e Conferências Eclesiásticas.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Assim, seus textos são escritos em inglês e grego, para que quem não tem acesso a essas línguas não possa ver seu pensamento teológico e histórico como um todo, por isso o conhecem em fragmentos. Conclui-se que sua obra é amplamente desconhecida e dispersa por muitos.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Abaixo, listarei suas obras básicas que o estabeleceram como o principal teólogo dogmático do século 20, mas suas obras completas estão listadas no livro do Metropolita de Nafpaktos Hierotheos, intitulado π. Ἰωάννης Ρωμανίδης, ἕνας κορυφαῖος δογματικός θεολόγος τῆς Ὀρθοδόξου Καθολικῆς Ἐκκλησίας, pp. 403-427.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">“Pecado Original segundo São Paulo”.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">"O homem e sua verdadeira vida de acordo com os livros de serviço ortodoxo grego".</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">"Eclesiologia ortodoxa de acordo com Alexis Khomiakov". «</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">" A Eclesiologia de Santo Inácio de Antioquia ".</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">"Justin Mártir e o Quarto Evangelho".</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">"Filosofia dos Padres da Igreja de HA Wolfson".</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">"Notas sobre a controvérsia do Palamite e tópicos relacionados".</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">"Notas sobre a controvérsia de palamita e tópicos relacionados II".</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">"A única Physis de São Cirilo ou Hipóstase de Deus, o Logos Encarnado e Calcedônia".</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">“O Pecado Ancestral”.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">"Notas do aluno sobre a dogmática, de acordo com as tradições do professor Pe. João Romanides," editado por IB Congolese.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">"Teologia Dogmática e Simbólica da Igreja Ortodoxa".</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">"Romanismo, Romênia, Roumeli".</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">"Revisão crítica das aplicações da teologia".</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">"Francos, Romanos, Feudalismo e Doutrina. Interação da Teologia e da Sociedade".</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">"Jesus Cristo - a vida do mundo".</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">“Introdução à Teologia e Espiritualidade dos Romaniosini versus Frankismo”, na obra “Os Romaioi ou os Romeoi Padres da Igreja”, Gregory Palamas. Vol. 1.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">“Sínodos da Igreja e Civilização”.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">"A religião é uma doença neurobiológica e a ortodoxia é a sua cura", etc.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O Pe. João Romanides esclareceu a teologia ortodoxa das misturas ocidentais e a apresentou em sua expressão autêntica, vivida e expressa pelos profetas, apóstolos e padres. Ele mostrou que a teologia ortodoxa se expressa em termos médicos, ou seja, com a cura do nous e do coração do homem, para que o homem possa vir a ver Deus como a Luz e não como fogo, e ele o fez com uma terminologia polêmica, porque na medida em que se luta contra o diabo, participa-se da glória do Reino de Deus, que é a glória incriada da divindade na natureza humana do Verbo.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Ele é realmente um "Profeta dos Romaniosini" com a dimensão universal do termo, ele é um Padre da Igreja moderno ou pelo menos um discípulo dos Padres da Igreja, e por isso é absolutamente correto que Pe. George Metallinos, um professor premiado e querido pelo Pe. João Romanides, escreveu: "Sem descurar a contribuição de nossos outros grandes teólogos, ousei falar de uma era 'antes' e uma era 'depois' do Padre Romanides."</div><div style="text-align: justify;"><br /></div>Fabiohttp://www.blogger.com/profile/17721671471664791478noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5253273314794754427.post-40638940065274159202019-09-14T00:02:00.002-07:002019-09-14T01:01:55.004-07:00For a Century of Pan-Orthodox Unit<br />
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<img alt="Orthodox icon of Saints Peter and Paul the Apostles (1 ..." height="200" src="https://proxy.duckduckgo.com/iu/?u=https%3A%2F%2Fcdn.shopify.com%2Fs%2Ffiles%2F1%2F1136%2F4188%2Fproducts%2FPeter_and_Paul_A__06498.1377818928.1000.1200_large.jpeg%3Fv%3D1455409298&f=1&nofb=1" width="147" /></div>
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The problems that we currently witness in Ukraine have been in the making for almost one century. Many have spoken from all sides on theological and canonical aspects and far better than I can even aspire to. The problem is complex and I pray to God it is solved with repentance and no schism, for these two things, repentance and schisms, cannot coexist. I want to bring another perspective to the table, more prosaic but in my estimation central not only to the problem of Ukraine but to a whole set of issues whose accumulation have brought us here.</div>
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What one leaves unattended tends to deteriorate. This law is so universal that it applies from human relationships to physical laws. Any system, of itself, will eventually deteriorate. Entropy is the mark of death in the cosmos. The Church is no exception. Even though Christ promised the gates of hell would not prevail over His Body, it does not prevent entropy from acting in some way or another; it does not destroy the Church, but it disconnects individuals, communities and even entire regions from the Church. And Pan-Orthodox unit was unattended.</div>
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Yes, I know of all the pre-synodal conferences, the patriarchal synaxises. My contention here is precisely that these events not only are not sufficient, they are not even the bare minimum. The Church is the theoanthropic Body of the Christ and because of this formal cause, everything that pertains to being human also applies to the Church. The aspect of humanity that is important here is how the human being cultivates not merely a sense of community, but an actual community. Because even though in a sense a Russian Orthodox in a small village in Siberia is spiritually united to the hipster millennial Texan Orthodox, in a very human way they do not form one community. And that is not true of Americans and Russians only. It is true of Greeks and Slovaks, Romanians and Syrians and sometimes even inside the same country, a reality sadly palpable in the diaspora. The Brazilian philosopher Olavo de Carvalho says regarding nations that identity is the memory of great deeds accomplished together as one people: "What is love for motherland, when authentic and not just a convention, if not the memory of an epopee (an epic poem) lived in common?" asked the philosopher. </div>
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Phyletism has risen - as did its rich cousin, cosmopolitanism - for the fact that countries offer this epopee lived in common - and cosmopolitanism offers an epopee of rising above the narrowness of nations and cultures, thus just creating another kind of identity, not so much over common history, but analogous experiences. But it does not mean that the "memory of great deeds accomplished together" is itself a bad thing. Quite the contrary, I contend that no community of human beings, from the friendship of two people to entire civilizations, can exist if in that relationship there is no such memory of great deeds accomplished together. If the two friends do not have their own little saga, they will not truly be friends yet. And if they forget they had it, or if it loses its meaning to one of them, they will cease to be friends.</div>
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The Orthodox Church has denied herself, and her faithful, this powerful community building reality. In so many forms and ways. First it is not enough that great deeds were accomplished together to form a community. There must be the <b>memory</b> of the great deeds and of the facts that they were accomplished together. Whilst for individuals memory requires only reflection and maybe annotations, for communities, specially large ones like the Church today, it requires broader tools: it requires a common language, common literature, common institutions. And here lies the temptation to build these common institutions putting them above the properly sacramental ones like other churches. That was the solution found by Rome, putting the Church of Rome as the unifying institution of all the local churches. Papal developments are more of a particular instance of this error than the core of the error. Protestantism on the other hand formed its identity on the second of the pillars just mentioned: common literature, Sola Scriptura, while allowing institutions to multiply to the point where not only "church" has become synonym with "institution" but it is scorned for this very reason. </div>
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I believe we can learn with the mistakes of the past. First by admitting that, although the Orthodox Church remains the One undivided Body of Christ, it has been attacked by phyletism and cosmopolitanism (the equally unreasonable opposite reaction to phyletism) because, by loosing a common language, common literature and common institutions, it relied either on national or international institutions to organize itself in the world. The several local churches literally depend either on international organizations or on national state and non-state institutions to be able to organize themselves in worldly affairs. There is a World Council of Churches that several churches participate, or the American National Council of Churches, but where is a global Pan-Orthodox Forum where lay people, men and women, priests, deacons, bishops and even patriarchs can discuss the affairs of the Church? How can the key persons of the Church *not* be influenced by external forces if there is no internal stronger equivalent? And this is not a matter of being sold out or not. It is a matter of concrete circumstance: he who owns the means of actions decides what actions shall be taken. The institutional church has consistently relied on the means of actions of non-Church persons and institutions. At most, they have their own means for internal affairs, but we are talking about the global arena here. We simply do not have our own inter-orthodox means of action. I am not talking about any need for something like a standing council or synod, but the need for *several* different Pan-Orthodox institutions. One for example, could be a standing forum of Pan-Orthodox dialogue. Not a committee, not a pre-conciliar anything. Something like the WCC, but internal to the Orthodox Church to discuss, identify and propose solutions to misunderstandings and problems. Also Our theologians, priests and bishops teach in secular, Catholic, Protestant even Muslim universities with reasonable harmony, or teach in the several national seminaries and universities, but is there one Pan-Orthodox University in the world? A place of research and studies with academics and scholars formed in their respective countries and who come together bringing their view to form a common mind on things Orthodox and where all the issues would be openly and academically debated? And why have only one? Why not several Pan-Orthodox universities and seminaries each one with their own vocation and charisma? Can we really blame anyone if they get passionate when problems like Ukraine arise, if venues like these, which are the proper sources and educators of civilized productive debates do not even exist? </div>
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And what to say of the fact that the Orthodox literature of one Orthodox country is as foreign to another Orthodox country as any heterodox or even non-Christian literature? Have you noticed how the great Orthodox writers of each country are classified as "Greek writers", "Russian writers", despite the fact that in them their faith is the driving aesthetic force and they would better be classified as "Orthodox writers" and their nationalities is just a local spin on that? With the transformation of English from a local language to become the global second language, we have a unique opportunity of, for the first time since Greek stopped being the sole second language of the Mediterranean, to build common literature and the memory of great deeds accomplished together. </div>
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The greatest intellectual sin of the movers and shakers of the Orthodox world is that there is not a massive effort through different institutions to translate into English the colossal amount of documents from the late first millennium and the whole of the second millennium. And I am not talking only about "great works". I am talking about *everything*: canons, homilies, writings of saints, even the ones who are not "popular", letters, treaties, debates, everything. There should be also efforts from several historians to write histories of the Orthodox Church precisely from this perspective of "great deeds accomplished together". Even under the Ottoman, the churches under the Turkocracy communicated among themselves and with the Slavic churches. Unfortunately, for most people, that is the history of the Greeks under the Ottomans, the history of the Serbs under the Ottomans, the Russians, the Ukrainians under Constantinople and then under the Russians. What is the surprise that none of these people, even when recognizing spiritual union, cannot come to an agreement if those are their histories, with no memory of many other great deeds they accomplished together as the One Orthodox Church?</div>
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The Austrian author Hugo von Hofmannsthal stated two ideas that are very relevant. The first is that "nothing becomes reality in the political life of a nation that was not present in its literature as spirit". It is the political life of the Orthodox polis that is hurt and threatening sorrowful consequences. The very real and concrete theoanthropic unity of the Church, which does not rely on any single person, community or text, cannot be commonly imagined because there is no common literature, no common language and no common institutions. It means that even when lay people or even hierarchs meet, they are coming from very different memories, concerns and understandings, which lead to situations such as the one we currently witness, not to mention the different opinions on ecumenism and many other "hot topics". The second idea from Von Hofmannsthal is that "depth must be hidden on the surface". We have profound depths, but they must come to the surface. The absolute omission with the Fathers of the Church of the second millennium (from every Orthodox nation), the sepulchral silence about the Pan-Orthodox (ecumenical) councils after the Seventh, the non-existence of Pan-Orthodox Universities and seminaries, nay, of Pan-Orthodox departments of History, the lack of motivation to translate everything to English and make English the diplomatic and academic language of the Orthodox Church, these are in my opinion the root causes not of the problems of the Orthodox Church, but for the considerable delay in solving many of them, in a time when communications are almost instantaneous, when convening a council with less than 1,000 bishops from all over the world seems an impossible task although there are events and congresses with many times that amount of participants happening every day somewhere in the world. We do not have councils not because of this or that church, we do not have a common voice in the world because of any lack of a central authority be it second or third Rome, but simply because we did not bother to construct the pillars of a community: common institutions, common literature, common language, the memory of great deeds achieved together. </div>
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In other words, we have loved more dialogue with national powers, with international organizations, with the heterodox than dialogue among ourselves. And this has cost us dearly. Despite negations from all sides, everybody knows that secular powers *do* influence hierarchy. This is not even a point of contention. There are professionals in governments trained to do specifically this kind of action. And *every country* does that, some more efficiently than others, but it is a constant. The real question is why the Orthodox Churches, despite centuries of being betrayed by their secular "allies", and being used by them to attack even other Orthodox in other countries, why we still look more for non-Orthodox cooperation and alliances than to our brethren. It is true that many of these organizations provide benefits that even the most rabidly "anti-worldly actions" gain from without suspecting. Moscow had to cooperate with Communism which is possibly the most evil regime of Human history, cornered into the difficult decision of producing martyrs or collaborators. Antioch, Alexandria and Constantinople remained under Muslims and still have to deal with Muslim intolerance and lack of sovereignty for Christian nations in that region of the world. They have to go through a cycle much like that of domestic violence where there are periods of "peace" and "beatings" with the Muslim states and cultures around them, oscilating between just being left alone for some time and periods of outright marginalization and even persecution while all the time having to talk about coexistence, tolerance as if Islam could ever consider a status of equality to non-Muslims, that leading to a proximity with the Non-Chalcedonians that although laudable from a humanitarian perspective is disastrous in ecclesiological and dogmatic perspective. Constantinople in particular, seeks alleviation from that situation through its foreign connections; first with the European powers before the War and the US after, spent most of the 20th century trying to show the West it was open-minded, open to dialogue, eager to union one way or another with the heterodox in the name of love, that it could update itself and maybe the whole Church and finally sit at the table of the cool kids, sometimes at the cost of pushing entire groups into schism. Jerusalem happens to be on the very unpleasant situation of not being in a Christian country, with a Jewish government over it and a Palestine radicalized constituency under it that would love to be able to use the Patriarchate against the state of Israel. At the same time the Jewish state is less than impartial oftentimes, having much preference for the judaizing protestants over the Orthodox. Only God knows what complex political pressures the other newer jurisdictions have been through, but I am sure they have had their lot. I believe though that in face of all these problems and temptations we would do well to seek a much higher level of autonomy through the strengthening of Inter-orthodox institutions and relationships, that the Orthodox Church must become a global player that stands on her own legs and can dispense with with elites local and global threatening or giving favors. In short, that we must "love each other" as that sign that Christ promised through which His disciples would be recognized. These many forces can only prey on each of the churches because they insist on looking outside for help instead of uniting for mutual support.</div>
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When we have venues for internal dialogue that parallel and even surpass the venues for external dialogues that we participate on our own, we will learn that we *can* love our Orthodox brethren wherever they come from because we will remember how our predecessors achieved and sacrificed great things for us to be together. When each Orthodox can gain more support and leverage from a Pan-Orthodox Forum than from the WCC, when the help of the Orthodox Church as a whole brings more benefits than the help of the Roman Church, or the Anglicans, or of the UN, or the EU, or the US or Moscow, or Environmentalists, or Islam, or whatever local forces each jurisdiction must deal with, when we have an 18 volumes in English "History of the Church" written by Orthodox historians from different Orthodox countries, when we have an 83 volumes series of Orthodox Fathers from the 9th to the 19th century, in English, when we have the homilies, studies and treaties of these same Fathers and Mothers on the New and Old Testaments put together, only then we will be able to start studies that will be able to suggest what Orthodox exegesis proper is. And of course, Pan-Orthodox seminaries, studying the Liturgical traditions of all jurisdictions, Pan-Orthodox Colleges, Pan-Orthodox institutes of translations, Pan-Orthodox monasteries, books and movies showing the common history of the Orthodox with beauty, truth and intensity, then, *and only then* problems like petty political maneuvers during meetings, or issues like Ukraine will become unthinkable again. That is why the 21st century should be the century of Intra-Orthodox Dialogue, like the 20th was the century of Ecumenical Dialogue.</div>
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Fabiohttp://www.blogger.com/profile/17721671471664791478noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5253273314794754427.post-25370619234768432662019-09-02T09:01:00.002-07:002019-09-02T09:01:36.665-07:00"Toda igreja adora o mesmo Cristo, toda religião adora o mesmo Deus"<div style="text-align: center;">
<img height="171" src="https://proxy.duckduckgo.com/iu/?u=https%3A%2F%2Fwww.gospelprime.com.br%2Fwp-content%2Fuploads%2F2019%2F09%2Fedir-macedo.jpg&f=1" width="320" /></div>
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Quem fica falando que toda igreja adora o mesmo Cristo não tem como reclamar do Bolsonaro recebendo "unção" do Edir Macedo.</div>
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Como presidente ele tem que receber e prestigiar todos os brasileiros, de todas as fé e falta de fé. Porém, *participar do ritual* de uma igreja que não é a sua *é errado sim*. Nada impede que ele assista o culto como mera audiência.</div>
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Como dito, ele tem o *dever* de atender todos os brasileiros de qualquer religião que seja, então poderia até subir ali e dar uma palavra aos fiéis da Igreja Universal, como poderia fazer isso numa loja maçônica, num centro espírita, numa igreja romana ou ortodoxa, ou em um templo budista. Mas, se ele se diz fiel da Igreja Romana, só deve participar de ritos religiosos da Igreja Romana. Rito religioso não é cafezinho para oferecer para visita. É a forma mais íntima de amor. Mais do que amor carnal até (já reparou que o mesmo casal que não tem vergonha de fazer sexo, às vezes tem de rezar juntos? Pois é. Ritual não é só "ritual". É intimidade sim.)</div>
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Esse incidente é um retrato claro do principal problema religioso, especialmente entre cristãos no Brasil: a aparente incapacidade de discernir entre a *boa* e *desejável* convivência entre as religiões e as concessões e sincretismos que as desfiguram.</div>
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Uma coisa são duas famílias serem boas vizinhas e se darem bem. Isso podemos e devemos apoiar. Outra coisa é o marido de uma ficar de meros carinhos que sejam com a esposa do outro. O brasileiro, em questão de fé, escorrega pra isso com uma facilidade impressionante.</div>
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Não é à toa que já no Antigo Testamento os profetas usavam para essa promiscuidade religiosa o termo *adultério*. O adultério da fé e da carne sempre andam juntos numa sociedade. As pegações da balada, a filosofia do "vou beijar muito",a coabitação sem casamento e o pula-pula de igreja para igreja, o pertencer a uma igreja e ficar participando dos ritos de outras, ou ficar frequentando sem oficializar a pertença através do crisma ou batismo, são ambos frutos do mesmo entendimento frívolo e imaturo do amor.</div>
Fabiohttp://www.blogger.com/profile/17721671471664791478noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5253273314794754427.post-9524833619766601692019-08-26T12:03:00.000-07:002019-08-26T13:23:45.827-07:00Brazil and Orthodoxy<div style="text-align: justify;">
Written in the hope of redemption, this is a study of the spirituality of a country, the child of a fallen Europe, and of the vestiges of Orthodoxy in its culture. </div>
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According to official history, Europeans discovered what is now called Brazil in 1500. However, some historians maintain that both Portugal and Spain had previously fought over the secret of ‘lands to the West’ and that a ‘Cold War’ and espionage had taken place in the race to claim these lands first. In fact, there is hardly any evidence that Portugal had reached South America before 1492 and Columbus’ arrival in America caught the Portuguese by surprise. Although Columbus’ had sought the sponsorship of the Portuguese crown before approaching Spain, he was turned down. This made the Portuguese crown, with the help of the Order of Christ [1], the Knights Templar, who had found refuge in Portugal, hurry to produce their own claim to the newly-discovered lands. </div>
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Thus, in 1500, with ships bearing the cross of the Order of Christ on its sails (the Greek cross inserted into the Templar cross), the Portuguese landed on the future Brazilian lands. At first they called the land ‘The Island of the True Cross’. Between 1500 and 1517, the new country had several different names, most of them related to the Cross: ‘Island of the True Cross’ (1500), ‘New Land’ (1501), ‘Land of Parrots’ (1501), ‘Land of the True Cross’ (1503), ‘Land of the Holy Cross’ (1503), ‘Land of the Holy Cross of Brazil’ (1505), ‘Land of Brazil’ (1507) and finally, from 1517 on, ‘Brazil’. </div>
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<br /></div>
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The origin of the name Brazil is controversial. Mainstream Brazilian historians ascribe it to the local Brazilwood trees, named after a certain shade of red that is found in them. This ‘Brazil-red’ is the colour of red-hot coal, which in Portuguese is ‘Brasa’ (connected with the English word ‘braise’), which gives us the word ‘Brasil’. This is contested by those [2] who think the name was inspired by an Irish legend, well-known among sailors, about the island of ‘Hy-Brazil’ (meaning ‘the great island’ in Gaelic), a mystical island that was even recorded on some maps. </div>
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The first official act of the Portuguese on the ‘Island of the True Cross’ was a Roman Catholic Mass. It was held by the Franciscan Friar Henrique de Coimbra at Easter, 26 April 1500, and performed with a cross cut from local wood. Thus, Brazil was claimed by the spiritual heirs of the Knights Templar and ‘baptized’ by a Franciscan in a Mass. Young Brazil would come to receive a mainly Jesuit education through schools and religious plays. </div>
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Given all this, it would be easy to conclude that, spiritually, Brazil is entirely the product of the Vatican. This is not the case. Indian religions and soon African religions came into play. These religions still exist and are influential, although today it can be said that most Brazilians actually practice some sort of syncretism rather than a single religion [3]. </div>
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There was also the presence of ‘Cristãos Novos’, ‘new Christians’. These were Jews forced to convert. There were also some Muslim slaves from Africa, who in 1835 rose in rebellion against the newly-independent Brazilian government [4]. Dutch Protestant rule in Pernambuco, in the Northeast, lasted between 1630 and 1654 [5]. Curiously, Dutch rule in Brazil made the Jews emigrate to the United States, more specifically to New Amsterdam, later known as New York, where they began the history of Jewish immigration to the U.S. [6]. </div>
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Brazil would long be influenced by what was happening in Europe through the Portuguese Universities. In the 19th century, when Brazil became an independent monarchy, Freemasonry played a very strong role. Later, in 1889, when the republic was proclaimed Positivism was at the center of the intellectual arena. It is no coincidence that the Positivist motto, ‘Love as a principle and Order as a basis, Progress as an aim’ figures on the present flag of the Republic of Brazil. Brazil is perhaps the only country in the world where a Positivist Church was set up [7]. The influence of Positivism can also be seen in certain religious notions and it opened the doors for the arrival of Allan Kardec’s French Spiritism [8]. This developed particular strongly among the middle-classes in the 20th century, especially through the activities of the medium Chico Xavier [9]. From the syncretism of Kardecism, Roman Catholicism, African and Indian religions, the religion of Umbanda [10] was born, as well as many other minor religions. </div>
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Today, moreover, Brazil has been witnessing the rapid growth of Protestant churches [11], mainly Pentecostal and Neo-Pentecostals, but also other denominations. Interestingly, Pentecostals are the "blackest" religion in Brazil, having far more Blacks in its numbers than Afro-based religions[12]. The Assembly of God is the most widespread among the poor and the local-born mega-church Universal Church of God has already been imported, even to Europe [13], while its secular power in Brazil grows. Other denominations that have significant numbers are the Baptists, the Christian Congregation of Brazil, the Adventists, Foursquare Gospel Church, Methodists, Lutherans and Calvinists. As regards other religions, Brazil basically followed the syncretistic trend. </div>
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Orthodoxy arrived in Brazil with waves of immigrants in the 19th and early 20th century [14]. Greeks, Syrians, Lebanese and Slavs have all come to Brazil, where they have cultivated their faith; in fact, there are more Lebanese-descended people in Brazil (6 million) than in the Lebanon itself (3 million). But not even they were immune to Brazil's push for syncretism and what some anthropologists call ‘cultural cannibalism’ [15] and it is not uncommon to find Roman Catholic devotions even among the Orthodox clergy [16]. By the early 20th century there were around 26,000 Orthodox in Brazil. According to the last census there are now 136,000, taking into account all ethnic origins as well as converts. Given that the Brazilian population was around 30 million in the early twentieth century and that it is over 210 million today, the proportion of Orthodox has decreased (from 0.87% to 0.65% of the whole population). </div>
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The greatest spiritual difficulty for Orthodoxy in Brazil is that this country is the perfect product of fallen Western Christianity. What produced Brazil was an already spiritually fallen Portugal. While Europe may look back to its Orthodox roots, Brazil can only find some Orthodoxy in the veneration of a few Orthodox saints, which has remained in Roman Catholicism. Culturally, it is also very difficult to present the concept of hesychasm to the country of Carnival. </div>
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On the other hand, Brazilians are honest and have a real interest in God. They are thirsty for something more substantial than the ‘anything goes’ attitude that forms the shallow ‘spirituality’ of so many. Many Brazilians want to convert. How sad it is that they find no support! Brazil's openness to religion, which takes it along so many perilous paths, is also a source of hope, because militant atheism has never found strong support here, apart from a small number of ‘intellectual’ cliques. In terms of religion, in many ways Brazil resembles more the pagans of ancient times than present-day atheist Europe. As C.S. Lewis put it, it is easier to convert a pagan than an atheist, for with the former there is at least some common ground in the belief in the metaphysical, while with the atheist the very basics of spirituality are lacking. </div>
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Brazilians tend to love Christ, even though they are surrounded by misconceptions and demonic snares. How relieved they feel when they see the true light! Brazil was born from the European hopes of finding Paradise. Even the local Indians wandered around in search of ‘Yv Maran'ey’, ‘the Land Without Evil’ [17]. The only thing they knew was that this ‘Land Without Evil’ was to the East, on the other side of the ocean. When they saw the first Europeans, great expectations were raised, for they hoped that the white men would bring them the light. This could have been true, but only if the Portuguese had remained Orthodox. Brazilians like to talk about Brazil as ‘the land of the future’, but they have grown more and more impatient of ever seeing this future arrive. Certainly, many have material prosperity in mind when they look forward to this future. That is where they are wrong. Brazil will only have a future worth living, if it has a spiritual future in Jesus Christ, in the Orthodox Church. Though it is unlikely that we shall see Orthodoxy grow in Brazil today, it is no less unlikely than twelve men spreading the Good News to the whole world. </div>
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In many ways, Brazilian culture is involved in sin. This is clearly reflected in many aspects of its culture, from the corruption of its politics to the sexualization of its greatest celebration, Carnival. It seems that Brazil's heart cannot be hard, because it can accept so many different “perspectives”. But in fact it is, because in so many cases it has been hardened by its attachment to frivolity, its lack of seriousness and lack of focus through multiplicity taken as higher value. The cure for this is in repentance, but we also need real confessor missionaries who must suffer and fight against the local tendency to ‘soften’ everything, until everything merges with its surroundings. </div>
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Brazil’s best-known monument is the statue of Christ the Redeemer in Rio de Janeiro. This is a symbol of hope for the redemption of Brazilian culture. A good way of bringing Brazilians to the Church is to use as seed the Orthodox veneration of saints, something that already exists. This is why I have compiled a list of Orthodox saints who are already known to Brazilians via the vestiges of Orthodoxy in Roman Catholicism. We must pray asking God for true missionaries, for a hierarchy that will heed this call of God, without letting traditional communities down by letting them be just Roman Catholics with icons. </div>
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Notes: <br />
[1] See: <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Order_of_Christ_%28Portugal%29">http://en.wikipedia.org/wiki/Order_of_Christ_%28Portugal%29</a></div>
<div style="text-align: justify;">
[2] See: <a href="https://www.irlandeses.org/0607.pdf">https://www.irlandeses.org/0607.pdf</a> (p.157) </div>
[3] See: <a href="https://en.wikipedia.org/wiki/Religion_in_Brazil">https://en.wikipedia.org/wiki/Religion_in_Brazil</a> and<a href="http://www.seer-adventista.com.br/ojs/index.php/hermeneutica/article/download/205/198" target="_blank"> http://www.seer-adventista.com.br/ojs/index.php/hermeneutica/article/download/205/198 </a><br />
<div style="text-align: justify;">
[4] See: <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Male_Revolt" target="_blank">http://en.wikipedia.org/wiki/Male_Revolt </a></div>
<div style="text-align: justify;">
[5] See: <a href="https://www.colonialvoyage.com/dutch-in-brazil/">https://www.colonialvoyage.com/dutch-in-brazil/</a><br />
[6]See: <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/History_of_the_Jews_in_the_United_States" target="_blank">http://en.wikipedia.org/wiki/History_of_the_Jews_in_the_United_States</a> <br />
[7] See: <a href="http://templodahumanidade.org.br/">http://templodahumanidade.org.br/</a><br />
[8] See: <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Spiritism">http://en.wikipedia.org/wiki/Spiritism</a><br />
[9] See: <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Chico_Xavier">http://en.wikipedia.org/wiki/Chico_Xavier</a> <br />
[10] See: <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Umbanda">http://en.wikipedia.org/wiki/Umbanda</a><br />
[11] See: <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Protestantism_in_Brazil">http://en.wikipedia.org/wiki/Protestantism_in_Brazil</a> <br />
[12] See: <a href="https://www.amazon.com.br/Religiao-Mais-Negra-Do-Brasil/dp/8577791408/">https://www.amazon.com.br/Religiao-Mais-Negra-Do-Brasil/dp/8577791408/</a><br />
[13] See: <a href="http://www.uckg.org/">http://www.uckg.org/</a> <br />
[14]See:<a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Immigration_to_Brazil">http://en.wikipedia.org/wiki/Immigration_to_Brazil</a> and <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Category:Ethnic_groups_in_Brazil">http://en.wikipedia.org/wiki/Category:Ethnic_groups_in_Brazil</a> <br />
[15]See: <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Manifesto_Antrop%C3%B3fago">http://en.wikipedia.org/wiki/Manifesto_Antrop%C3%B3fago</a><br />
[16]See: <a href="http://www.paroquiasantoexpedito.com.br/">http://www.paroquiasantoexpedito.com.br/</a><br />
[17] See: <a href="https://www.amazon.com/Land-without-Evil-Tupi-Guarani-Prophetism-Helene-Clastres/dp/0252063511">https://www.amazon.com/Land-without-Evil-Tupi-Guarani-Prophetism-Helene-Clastres/dp/0252063511</a><br />
<br />
<br />
<b>Orthodox Saints Venerated in Brazil </b><br />
This is a list of Orthodox saints who are already venerated and loved in Brazil. This list was compiled from the book ‘O Livro de Ouro dos Santos’ by Nilza Botelho Megale, which lists the most venerated saints in Brazil, those who already have the love and reverence of the Brazilian people. The aim of this list is to serve as a reference for Orthodoxy in Brazil and for future missions, which may wish to establish links between what is already known and Orthodoxy. <br />
<br />
Santo Amaro (St Maurus) (+ 15 January 548) A spiritual child of St Benedict. Santa Ana (St Ann) The Mother of the Ever-Virgin Mary. Santo André (St.Andrew the Apostle) Santa Apolônia of Alexandria (St Apollonia) (+ 249) São Baltazar (St Balthazar) One of the three wise men. In Brazil, some black congregations say that he was a King of the Congo. Santa Bárbara (St Barbara of Nicomedia) (+ 235) Santo Bartolomeu (St Bartholomew) Mentioned in the New Testament, the Lord said he was ‘a true and honest Israelite’. São Bento (St. Benedict) (+ 543) Father of Western monasticism. 9 São Bras (St Blaise) (+ 316) Santa Catarina de Alexandria (St Catherine of Alexandria) Santa Cecília (+ c. 223) São Clemente (St Clement I, Pope) São Cosme e São Damião (St Cosmas and St Damian) (+ 295) São Cristóvão (St Christopher) (+ c. 250) São Dimas (St Dimas) The Good Thief Santa Escolástica (St Scholastica, twin sister of St. Benedict) (+ 543) Santo Estevão (St Stephen) Santa Helena (St Helen, mother of St Constantine) Santa Ifigênia (St Iphigenia of Ethiopia) Baptized by St Matthew Santa Inês (St Agnes) (c. 304) São Jerônimo (St Jerome) 10 São João Batista (St John the Baptist) São João Evangelista (St John the Evangelist) São Joaquim (St Joachim) Father of the Mother of God. São Jorge (St George) São José (St Joseph) Protector of the Son of God. São Judas Tadeu (St Jude Thaddeus, the Apostle) São Lázaro (St Lazarus) São Longuinho (St Longinus) The Roman soldier who pierced Christ’s side while he was on the Cross and was later converted). São Lourenço (St Lawrence) One of the first seven deacons São Lucas (St Luke) Santa Luzia (St Lucy of Syracuse) São Marcos (St Mark) Santa Maria do Egito (St Mary of Egypt) Santa Maria Madalena (St Mary Magdalene) 11 São Mateus (St Matthew) São Miguel (St Michael the Archangel) Santo Onofre (St Onuphrius) São Paulo (St Paul) São Pedro (St Peter) Santa Quitéria ( St Quitéria, http://en.wikipedia.org/wiki/Quiteria ) São Sebastião (St Sebastian) São Silvestre (St Sylvester, Pope Sylvester I) São Tomé (St Thomas the Apostle)</div>
Fabiohttp://www.blogger.com/profile/17721671471664791478noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5253273314794754427.post-75603573128028964742019-06-24T07:34:00.001-07:002019-06-24T07:34:33.260-07:00Aristóteles na Teologia Bizantina<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOgT_a50WBGoe6glBIsYbCJqFIbrKbolxajHrgh7QaWG2BNSyaE6hn3AQtf0D_Ts_xdToiHvK66oNjQt1o-YznVj80t_frGkd6tstg1c98ZPtDAGmwFLXKGXoRE46oBC2059dEEqNLkQQ/s1600/fil%25C3%25B3sofos.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img alt="Filósofos Gregos" border="0" data-original-height="381" data-original-width="1134" height="132" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOgT_a50WBGoe6glBIsYbCJqFIbrKbolxajHrgh7QaWG2BNSyaE6hn3AQtf0D_Ts_xdToiHvK66oNjQt1o-YznVj80t_frGkd6tstg1c98ZPtDAGmwFLXKGXoRE46oBC2059dEEqNLkQQ/s400/fil%25C3%25B3sofos.jpg" title="Filósofos Gregos" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Filósofos Gregos representados como precursores do Messias no ícone "A Árvore de Jessé", Bucovina, Romênia</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Qualquer tentativa de pesquisar o lugar de Aristóteles na teologia bizantina deve começar com o reconhecimento de que a categoria "teologia bizantina" é ela mesma um construto moderno. Os bizantinos não se pensavam como bizantinos, mas como romanos. Esse fato não é uma questão de mera nomeclatura, mas um lembrete do forte senso de continuidade com o passado clássico e o cristianismo primitivo. Quanto à teologia, em particular, os bizantinos não viam nenhuma divisão entre seu próprio tempo e a era de fundação do Cristianismo. Embora reconhecessem a autoridade dos Pais da Igreja, eles não pensavam em termos de uma "era dos Pais da Igreja" fechada e completa(1). Os santos e teóforos(NT) Pais, como os "bizantinos" os chamavam, não estavam limitados a um tempo ou lugar, mas incluíam todos que tinham fielmente recebido e explicado a Verdadeira Fé, particularmente como resposta à heresia. Do ponto de vista "bizantino", que ainda é o da Igreja Católica Ortodoxa hoje em dia, tais pessoas nunca deixaram de existir dentro da Igreja, pois eles constituem o selo vivo de seu guiamento pelo Espírito Santo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Para compreender o papel de Aristóteles na teologia bizantina, portanto, temos que começar com uma visão de seu papel no pensamento dos primeiros séculos do cristianismo. Esse papel era bem mínimo. Aristóteles nunca fora considerado, por cristãos ou pagãos, como um guia da vida espiritual da ordem de Pitágoras ou Platão. Vários dos Pais da Igreja achavam os escritos destes dois últimos tão impressionantes que chegavam a supor que eles deviam ter lido os livros de Moisés durante suas viagens ao Egito.(2) Nunca ninguém sugeriu algo sequer semelhante sobre Aristóteles. Quando ele é mencionado pelos Pais, frequentemente é com o propósito de denunciar certos ensinamentos seus que consideravam ímpios, tais como a mortalidade da alma, a restrição da providência divina aos céus, e a visão da felicidade humana como dependente de objetos externos.(3) Ocasionalmente ele era criticado por defender que o universo seria eterno e incriado, embora como esse entendimento era difundido na antiguidade, nem sempre associavam-no especificamente a Aristóteles. Além de seus ensinos errôneos, Aristóteles era também visto com suspeita por ter fundado a lógica, uma disciplina ordinariamente usada e abusada pelos hereges, tais como o "neo-ariano" Aécio no século IV. Quando Gregório de Nazianzo ressalta que escreve "como um pescador e não como Aristóteles", quer dizer duas coisas: indica tanto que falou de modo direto e sem tecnicalidades desnecessárias, e que falou com honestidade, sem engodos sofisticados.(4)</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Porém essa não é a história toda. A despeito de sua antipatia quanto a Aristóteles, os autores cristãos antigos eram participantes de uma cultura na qual as idéias de Aristóteles já de muito haviam tornado-se lugares comuns. E eles estavam perfeitamente confortáveis em utilizar essas idéias, tipicamente sem reconhecimento, e talvez sem consciência, de sua origem aristotélica. Sem que tentemos algo como um catálogo completo, vale destacar alguns poucos exemplos de empréstimos indiretos antes de entrarmos na era bizantina. Isso ajudará tanto como forma de explorar as variedades da influência aristotélica quanto porque as idéias em questão continuaram vitalmente importante para os bizantinos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Um exemplo relativamente simples é a análise dos seres criados como matéria e forma. Ao tempo dos Pais da Igreja, esse tipo de análise tornara-se parte do conjunto de idéias compartilhadas nas classes educadas. Já no segundo século, encontramos Tatiano asseverando que Deus é o criador tanto da matéria quanto da forma, uma fórmula que se tornou padrão da afirmação da criação <i>ex nihilo</i>.(5) Os pais geralmente pressupunham, em boa forma aristotélica, que a matéria é necessária para que haja mudança e diversidade numérica. Aplicar essa premissa em sua crença decididamente não-aristotélica na imortalidade da alma, assim como em sua crença em anjos, levou a uma teoria conhecida como "hilomorfismo pneumático", o qual é o entendimento que todas as criaturas, incluindo anjos e almas, são compostos de forma e matéria, embora obviamente a matéria dos anjos e almas seja altamente refinada em comparação com a dos corpos sensíveis. Essa visão parece ter sido mais ou menos universalmente aceita na Igreja primitiva, especialmente porque aplicava-se bem a passagens bíblicas como a parábola de Lázaro e as diversas aparições de anjos.(6) Continuou a ser o entendimento comum dos bizantinos, que geralmente entendiam daí que devem existir gradações de materialidade. João Damasceno, por exemplo, afirma que os anjos são "incorpóreos e imateriais" em relação aos seres humanos, mas "densos e materiais" em relação a Deus.(7)</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>
Prof. David Bradshaw, trecho de seu ensaio “The Presence of Aristotle in Byzantine Theology” in <i>The Cambridge Intellectual History of Byzantium</i>, KALDELLIS, Anthony e SINIOSSOGLOU, Niketas (Cambridge: Cambridge University Press, 2017).<br /><br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">[1] Veja o Capítulo 17.</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">[2] Justino Mártir, Apologia I 59–60; pseudo-Justino, Exortação aos Gregos 22, 25–27, 29, 31–33;</span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Clemente de Alexandria, Stromata 1.15, 1.25, 5.14; Eusébio de Cesaréa, Preparação para o Evangelho 10.4, e livros 11–12; Cirilo de Alexandria, Contra Juliano 1.18.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">[3] Festugière 1932: 221–263; Runia 1989.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">[4] Gregório de Nazianzo, Oração 23 12.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">[5] Taciano, Aos Gregos 4–5. Veja também Ireneu, Contra Heresias 2.10, 2.16.3, 4.20.1; Orígenes, Dos Primeiros Princípios 2.1.4; Basílio de Cesaréa, Hexameron 2.2.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">[6] P.ex. Justino Mártir, Diálogo com Trifo 5; Taciano, Aos Gregos 4, 12–13; Ireneu, Contra Heresias 2.34; Atanásio, Vida de Antão 31; Basílio de Cesaréa, Carta 8 (provavelmente por Evágrio); Gregório de Nazianzo, Orações 28.31, 38.9; veja a discussão em Jacobs 2012.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">[7] João Damasceno, Exposição da Fé Ortodoxa 17 (p. 45); cf. seus Três Tratados sobre as Imagens Divinas 3.24–25.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">(NT) Teóforo - portador de Deus, aquele que carrega Deus dentro de si.<br /><br />Traduzido de </span><a href="https://byzantinephilosophy.blogspot.com/2019/06/the-presence-of-aristotle-in-byzantine.html">https://byzantinephilosophy.blogspot.com/2019/06/the-presence-of-aristotle-in-byzantine.html</a></div>
Fabiohttp://www.blogger.com/profile/17721671471664791478noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5253273314794754427.post-45010203667333559122016-04-25T14:54:00.000-07:002016-04-25T15:00:04.429-07:00Monte Athos e o Concílio Pan-Ortodoxo 2016<div class="" data-block="true" data-editor="bkck7" data-offset-key="4ur1f-0-0" style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 18px; white-space: pre-wrap;">
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="4ur1f-0-0" style="background-color: white; color: #141823; direction: ltr; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 18px; position: relative; text-align: center; white-space: pre-wrap;">
<span data-offset-key="4ur1f-0-0"><img height="271" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjx1MAQwgFxtaGUMfYvFkR9ROnNWJQWwAHIIRTYoiaf0iNaKw_wnp7GFFkCvQrYptCa0BEvIf_qYI0hYHlb23FWEVgUKygpmHObqIKiKPqflA42hg3picZTGOyVjKXfrPBMpq7_4g5tV4EF/s400/MountAthos.jpg" width="400" /></span></div>
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="4ur1f-0-0" style="background-color: white; color: #141823; direction: ltr; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 18px; position: relative; text-align: justify; white-space: pre-wrap;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Entre as muitas reações, entre elas da Igreja da Geórgia, da Bulgária, de padres, bispos e teólogos da Grécia, do clero da Moldávia e tantos outros, contra os excessos ecumenistas dos documentos pré-conciliares, temos agora acesso às cartas do Monte Athos para os patriarcas repudiando inúmeras crenças não ortodoxas contidas nos documentos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Os Santos Mosteiros do Monte Atos responderam aos documentos e metodologias pré-conciliares do Concílio Pan-Ortodoxo com reações pontuais e agudas. As Cartas dos Mosteiros Atonitas, enviadas à Santa Comunidade do Monte Athos, foram liberadas para o público. Foram escritas como uma resposta aos documentos Pan-Ortodoxos enviados aos mosteiros pelo Patriarca de Constantinopla. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Por conta da seriedade da matéria, foi unanimemente decidido que os textos preparados para aprovação no Concílio sejam examinados em uma reunião extraordinária chamada Reunião dos Representantes e Abades dos Santos Mosteiros, que deve ocorrer na Semana Luminosa após a Páscoa. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Os Pais Atonitas chamam atenção para o perigo representado pelo Concílio Pan-Ortodoxo, na forma em que este vem sendo tratado. Especificamente, entre outros problemas, eles notam:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
1) a conciliaridade da Igreja é solapada e uma teologia que apoia a primazia está sendo promovida (devido à participação limitada dos bispos e uma autoridade excessiva sendo dada aos primazes de cada igreja local);</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="" data-block="true" data-editor="bkck7" data-offset-key="4ur1f-0-0" style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 18px; white-space: pre-wrap;">
<div style="text-align: justify;">
2) uma ambiguidade inaceitável nos textos pré-conciliares, permitindo interpretações que divergem do dogma ortodoxo;</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
3) a fundamentação como base dos diálogos de "uma fé e tradição da antiga Igreja e dos Sete Concílios Ecumênicos", como se a história subsequente da Igreja Ortodoxa parecesse de alguma forma deficiente ou debilitada;</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
4) uma tentativa por parte de alguns de obter uma confirmação pan-ortodoxa de textos completamente escandalosos e inaceitáveis aprovados no Concílio Mundial de Igrejas;</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
5) e o inaceitável uso do termo "igreja" para cismas e heresias.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
As carta em grego no link:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<a href="http://aktines.blogspot.com.cy/2016/04/blog-post_899.html">http://aktines.blogspot.com.cy/2016/04/blog-post_899.html</a></div>
Fabiohttp://www.blogger.com/profile/17721671471664791478noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-5253273314794754427.post-37049878879309068422016-04-06T14:22:00.000-07:002016-04-06T19:21:34.548-07:00Igreja da Geórgia Sobre o Concílio Pan-Ortodoxo<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtaxYhO2Ig4gBaWKKn_NzVlouAYyoZMr3XXBRXpcLOfGBmQzh7x5NbYwi3wPGw8IA6WUxIWOxPPWrxVzzhJYvRGeun_KZnMM0DIQIPLSZOQlv9jM8aWKunL1Kf643l_WivGLFRMl8DfTs/s1600/6298862128_d225d1468a.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="263" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtaxYhO2Ig4gBaWKKn_NzVlouAYyoZMr3XXBRXpcLOfGBmQzh7x5NbYwi3wPGw8IA6WUxIWOxPPWrxVzzhJYvRGeun_KZnMM0DIQIPLSZOQlv9jM8aWKunL1Kf643l_WivGLFRMl8DfTs/s400/6298862128_d225d1468a.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Patriarca-Católicos Ilia II da Geórgia, em conversa com o Patriarca Ecumênico Bartolomeu</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<br />
<span style="font-size: x-small;">Abaixo está a carta-resposta do representante da Igreja Ortodoxa da Geórgia, Sua Eminência Metropolita Andrew de Gkori e Ateni, para um artigo escrito pelo Arcipreste do Patriarcado Ecumênico (George Tsetsi) entitulado "Um Verdadeiro Evento ou Provocação, a decisão da Igreja da Geórgia?" (Fonte das duas cartas: amen.gr)<br /><br />A resposta de Sua Eminência é detalhada, direta e muito revaladora tanto de como a Igreja da Geórgia tem sido consistente e direta todo o tempo, enquanto ao mesmo tempo mostrava grande auto-controle e paciência em nome da unidade da Ortodoxia, e, por outro lado, como o Patriarcado Ecumênico tem agido com autoritarismo, pressão e desconsideração não apenas quanto a Igreja da Geórgia, mas também com o Patriarcado de Antioquia.<br /><br />A carta também confirma que a Igreja da Geórgia e o Patriarcado de Antioquia tem se recusado a assinar o texto "O Mistério do Casamento e seus Impedimentos". Também declara que o texto "Relações da Igreja Ortodoxa com o Resto do Mundo Cristão" foi severamente analizado e criticado pelo Santo Sínodo da Igreja da Geórgia em sua última reunião, depois do encontro dos Primazes em Genebra.<br /><br />Igualmente, o bispo contradiz o posicionamento do arcipreste quanto o princípio de unanimidade e pergunta ao arcipreste se a decisão tomada pelos primazes de guiar o Grande e Santo Sínodo por tal princípio está agora sendo questionado. Isso nos lembra recente pronunciamento do Patriarca Bartolomeu onde ele redefinia a unanimidade de forma a essencialmente negá-la, dizendo que se uma ou duas Igrejas não aceitassem um texto, isso seria registrado, mas o texto passaria.<br /><br />Embora a carta inteira seja valiosa e reveladora, esta é a parte que creio ser mais necessária.</span><br />
<div>
<span style="font-size: x-small;">Pe. Peter Heers</span><br />
<blockquote style="text-align: justify;">
2. Chegando à conclusão da Comissão Especial Inter-Ortodoxa [designada em 2014 e concluindo seus trabalhos no segundo trimestre de 2015, e tendo sido informado dos seus resultados pelos seus representantes, o Santo Sínodo da Igreja da Geórgia enviou uma carta, em nome do Patriarca Católico Elias para Sua Santidade, o Patriarca Ecumênico, na qual, entre outras coisas, expressou os seguintes pensamentos e observações concernentes aos textos, os quais haviam sido enviados para a 5a reunião do Comitê Pré-Sinodal [Oct. 2015] para revisão e confirmação:</blockquote>
<blockquote style="text-align: justify;">
a) "Os textos que estão sendo preparados para o Grande e Santo Concílio devem enfatizar claramente e sem ambiguidades que a Igreja ortodoxa é a única Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica na qual há Sucessão Apostólica, verdadeiro Batismo, Divina Eucaristia e os outros Santos Mistérios da Fé Cristã."</blockquote>
<blockquote style="text-align: justify;">
b) "Deve ser proclamado de forma clara, que de acordo com sua natureza ontológica é impossível para a única Igreja ser quebrada, que a Igreja tenha divisões. É sempre por essa razão que a Igreja Ortodoxa conduz diálogos com as várias confissões: com o objetivo de que retornem ao seio da Igreja."</blockquote>
<blockquote style="text-align: justify;">
c) " O texto ´Relações da Igreja Ortodoxa com o Resto do Mundo Cristão´ deve conter uma avaliação dos diálogos bi-laterais que tem acontecido entre as várias confissões cristãs, pois a responsabilidade de determinar o caminho que seguirão é da alçada específica do Grande e Santo Concílio.</blockquote>
<blockquote style="text-align: justify;">
d) "Consideramos inaceitável a inscrição dos textos, 'A Questão do Calendário Comum', e 'Impedimentos ao Casamento', na sua presente forma, para o Grande Concílio, pois eles estão em oposição à Tradição Canônica da Igreja Ortodoxa".</blockquote>
<blockquote style="text-align: justify;">
3. Com tal direcionamento de nossa Igreja e com a disposição de trabalhar para o fortalecimento da Igreja, nós, os representantes da Igreja Ortodoxa da Geórgia, fomos à 5a. Reunião Pré-Sinodal (em Outubro de 2015). Ainda assim, surpresas nos esperavam lá também. Quando o trabalho começou, Sua Eminência, o Presidente (Metropolita John Zizoulas), afirmou que, em sua opinião, a reunião não tinha autoridade de fazer mudanças aos textos das reuniões Pré-Sinodais de 1982 e 1986, mas apenas de fazer mudanças às mudanças que nós mesmos fizéramos enquanto Comitê Especial Inter-Ortodoxo!</blockquote>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<blockquote style="text-align: justify;">
Quando finalmente chegamos ao exame do texto "Relações da Igreja Ortodoxa com o Resto do Mundo Cristão", revogou-se os direitos dos Santíssimos representantes das Igrejas da Geórgia e de Antioquia de expressarem suas opiniões (garantidos pelos Estatutos Pan-Ortodoxos) com a desculpa de que não haviam sido feitas propostas por escrito com respeito às mudanças sugeridas nos textos.</blockquote>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<blockquote style="text-align: justify;">
Então, o direito de participação equânime dos representantes das Igrejas da Geórgia e de Antioquia foi colocado a voto por todo o corpo da Reunião. Sentimo-nos extremamente insultados. No fim, o direito de falar nos foi "dado", embora já não houvesse como aproveitá-lo para melhora de todo o texto.<br />
<div style="text-align: justify;">
</div>
</blockquote>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<blockquote>
<div style="text-align: justify;">
Se este nosso posicionamento pode ser chamado de 'comportamento escolástico e teimoso' [como o Arcipreste do P.E. George Tsetsi escreveu em seu artigo, ao qual esta carta responde], então como deveríamos caracterizar a atitude do Presidente do Comitê Especial [Met. John Zizoulas] que, por 7 horas (!) tentou "convencer" os representantes da Igreja a aceitar a mudança de um só parágrafo de acordo com sua preferência?"</div>
</blockquote>
</div>
Fabiohttp://www.blogger.com/profile/17721671471664791478noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5253273314794754427.post-50728484050006249292016-02-17T17:13:00.000-08:002016-02-17T17:30:20.592-08:00Teólogo Grego Faz Novas Críticas a Documentos Ecumenistas<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8mMPdWFQkmEQXJruqMS3mIlIN5svomjhW8hMjcOivkDjBxLFy0oWvBslUJNR_axraON-opSazxRMMD2Is9oOfTGrINVt9sXa9QmhL016uooyhRjxvaM-gJ0hJD4C6dBFMwFb7gVjfBdY/s1600/229017.x.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8mMPdWFQkmEQXJruqMS3mIlIN5svomjhW8hMjcOivkDjBxLFy0oWvBslUJNR_axraON-opSazxRMMD2Is9oOfTGrINVt9sXa9QmhL016uooyhRjxvaM-gJ0hJD4C6dBFMwFb7gVjfBdY/s320/229017.x.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Professor Dr. Demétrios Tselengides</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Uma Segunda Intervenção-Confissão de Fé por parte do Dr. Demétrios Tselengides, Professor da Escola de Teologia na Universidade Aristóteles de Tessalônica, em face do Grande Concílio.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Com uma nova carta endereçada aos Hierarcas da Igreja da Grécia, o Dr. Demétrios realça e enfatiza os trechos problemáticos do documento nomeado "Organização e Procedimento de Trabalho do Santo e Grande Concílio", assim como de outros documentos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
12 de fevereiro de 2016</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
--</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Vossa Beatitude, santo Presidente do Santo Sínodo,</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Vossas Eminências, santos Hierarcas,</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em vista da iminente convocação do Santo e Grande Sínodo, eu gostaria de mais uma vez respeitosamente apresentar alguns pensamentos de natureza teológica, que espero venham a ser úteis.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Na pesquisa em que realizei, fiquei negativamente surpreso ao descobrir que a Igreja da Grécia, desde 1961, ano em que começaram as Conferências Pré-Conciliares Pan-Ortodoxas para o Grande Sínodo, não havia tratado das decisões de tais conferências no nível do Sínodo Hierárquico. A consequência disso é termos chegado na situação eclesiástica desagradável em que estamos hoje.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Isto é, estamos prestes a tomar decisões eclesiásticas em questões críticas em um Sínodo Pan-Ortodoxo, mas para isso existe uma séria falta de tratamento sinodal no sínodo local de hierarcas, falta essa aliás, com a qual as Conferências Pré-Conciliares já contavam.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nesse momento nos encontramos eclesiasticamente no penúltimo estágio das decisões finais do Grande Sínodo Pan-Ortodoxo. Eu creio que o problema - a despeito de sua excepcional severidade - ainda são curáveis. Como é bem sabido, o sistema sinodical de nossa Igreja Ortodoxa compraz uma operação eclesiástica guiada pelo Espírito, não apenas quanto a questões administrativas e Sua vida, mas também quanto à expressão precisa de Seu ensino dogmático. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mais especificamente, creio que as falhas sinodicais dos últimos 55 anos com certeza podem ser corrijidas agora, garantindo que as decisões do vindouro Sínodo dos Hierarcas, em conexão com os agentes do vindouro Grande Sìnodo da Ortodoxia, estará em concordância com a auto-consciência da Igreja e com a experiência guiada pelo Espírito de Sua Sagrada Tradição.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Outra coisa também de interesse e excepcional severidade. Eu cuidadosamente li o recém-publicado, "Organização e Procedimentos de Trabalho do Santo e Grande Sínodo" e tenho que apresentar-lhes uma observação minha de caráter teológico-dogmático.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em particular, o Artigo 12, no tópico "Votação e Aprovação dos Textos", faz a importante seguinte nota: </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
"O voto nos resultados de uma discussão ou revisão de um texto do Concílio sobre um item da agenda:</blockquote>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
1. será dado por cada Igreja Ortodoxa autocefálica, e não por cada membro particular das delegações representadas no Concílio, de acordo com a decisão unânime do Encontro dos Primazes das Igrejas Ortodoxas;</blockquote>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
2. a votação de uma Igreja no Concílio, não um membro de uma delegação, não exclui a possibilidade de que um ou alguns hierarcas na delegação de uma Igreja autocefálica particular possa tomar um posicionamento negativo em relação a emendas ou a um texto no geral. O fato da discordância será registrado nas Atas do Concílio;</blockquote>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
3. a avaliação de tal discordância é um problema interno daquela Igreja a qual pertence o hierarca. A Igreja pode votar desde o princípio de maioria interna expressa por seu primaz e por essa razão deve acordar o local e o tempo necessário para considerar a questão com a delegação"</blockquote>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Vemos nesse artigo que o consenso do Grande Sínodo está limitado a um voto para cada Igreja Autocéfala Local. Desentendimentos individuais, se for o caso de constituirem uma minoria dentro das Igrejas Locais, são deixadas à parte como "problema interno daquela Igreja", algo que é eclesiologicamente inaceitável em particular no Sínodo Pan-Ortodoxo, quando, de fato o desentendimento for sobre um assunto de natureza doutrinal. E é bem provável que isso ocorra. Por exemplo, o assunto de auto-consciência e identidade da Igreja que é tratado no documento "Relações da Igreja Ortodoxa com o Resto do Mundo Cristão", é matéria eclesiológica; em outras palavras, eminentemente teológica. Consequentemente, não é teologicamente permissível para um documento recomendado para adoção que, por um lado, essencialmente recomende a "teoria de ramos" protestante, legitimando pela aceitação ali da existência de muitas igrejas com muitas diferentes doutrinas - enquanto por outro lado, as "Regras de Organização e Operação do Sínodo", na prática ignora a inevitável minoria dos hierarcas das Igrejas Locais Individuais e não leva em consideração as preocupações de suas consciências episcopais.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E aqui surge uma bem apropriada questão dogmático-teológica: como irá a fé una da Igreja, "com uma só boca e um só coração" ser confessada nesse caso? Como os Pais do Sìnodo serão capazes de dizer, "pareceu bom ao Espírito Santo e a nós"? Como irão demonstrar que possuem a "mente de Cristo", como fizeram os Pais portadores-de-Deus dos Concílios Ecumênicos da Igreja?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Vossa Beatitude,</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quando chegamos na matéria de dogma, como é bem sabido, a verdade não se encontra no voto da maioria dos Hierarcas do Sínodo. A verdade é em si mesma uma maioria, pois na Igreja a verdade é uma realidade hipostática. Por essa razão, quem quer que não concorde com ela, é separado da Igreja e é deposto e excomungado conforme o caso. O Santo e Grande Sínodo não tem permissão de deixar para corpos sinodais menores um assunto de tão excepcional gravidade como a inevitável discordância do voto minoritário dos bispos sobre matéria de dogmas. Como o mais alto corpo sinodal, ele tem que tratar desse assunto diretamente, ou de outra forma existe um perigo real de cisma na Igreja, precisamente no momento quando esse Grande Sìnodo aspira reafirmar a unidade visível da nossa Igreja.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Com o mais profundo respeito,</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Beijando sua mão direita,</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Demétrios Tselengides</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Professor da Escola de Teologia da Universidade Aristóteles de Tessalônica</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Veja o original em: <a href="http://aktines.blogspot.gr/2016/02/blog-post_15.html">http://aktines.blogspot.gr/2016/02/blog-post_15.html</a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Traduzido para o inglês por Pe. Kristian Akselberg</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Traduzido para o português por Fabio L. Leite</div>
Fabiohttp://www.blogger.com/profile/17721671471664791478noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5253273314794754427.post-75537501273954953692016-02-12T21:29:00.001-08:002016-02-12T21:33:44.070-08:00Metropolita de Limassol Critica Documento de Teor Ecumenista<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPgjlAA1-iHfgT2NZiDCjWvG8vaYghM8ksf7CbdSP1Nqv12sfj3yAmWJuuxjkzI9Tz3lp3OxgUB_RvCukYG7t0-jK-eMbD0Mdzo3964xQ8K2rKU5HGbeqEn_tHajfmXSDM-596AT9KXwo/s1600/athanasios.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="252" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPgjlAA1-iHfgT2NZiDCjWvG8vaYghM8ksf7CbdSP1Nqv12sfj3yAmWJuuxjkzI9Tz3lp3OxgUB_RvCukYG7t0-jK-eMbD0Mdzo3964xQ8K2rKU5HGbeqEn_tHajfmXSDM-596AT9KXwo/s320/athanasios.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Metropolita Atanásios de Limassol</td></tr>
</tbody></table>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<br />
Metropolita de Limassol: “De que tipo de unidade estamos falando? Os que deixaram a Igreja são hereges e cismáticos”<br />
<br />
Fonte: <a href="http://www.romfea.gr/epikairotita-xronika/6446-lemesou-gia-poia-enotita-milame-osoi-efugan-apo-tin-ekklisia-einai-sxismatikoi-kai-airetikoi" target="_blank">Romfea</a><br />
<br />
11 de fevereiro de 2016<br />
<br />
Existem sérias lacunas nas discussões teológicas e canônicas do vindouro encontro do Sínodo Pan-Ortodoxo, assinala o Metropolita Atanásio de Limassol.<br />
<br />
Em uma carta, da qual alguns trechos foram publicados pela agência de notícias religiosas Romfea.gr, o eminente hierarca não considera que haja qualquer problema quanto a restauração da unidade dos cristãos, já que tal unidade, em sua opinião, jamais foi perdida. Ao invés, certos cristãos escolheram caminhos diferentes ao que seguimos, o da verdade ortodoxa original.<br />
<br />
Não existem igrejas ou confissões. Ao invés, foram eles que se desligaram da Igreja e devem ser considerados hereges e cismáticos, ressalta Sua Eminência, dizendo-se confuso por não saber porque algo tão importante foi deixado de fora.<br />
<br />
"A afirmação de Sua Eminência, que invoca o direito de cada hierarca de expressar sua opinião sobre assunto tão importante, certamente irá causar discussões e debates dentro da Ortodoxia.</div>
<div style="text-align: justify;">
“Já que, em concordância com as regulamentações que nos foram enviadas a respeito da organização e realização do Santo e Grande Sínodo da Igreja Ortodoxa, e em particular o artigo 12, parágrafos 2 e 3, indica que temos o direito de expressar nossos pontos de vista nos Sínodos locais, eu, tendo examinado minha consciência, humildemente submeto ao Santo e Sagrado Sínodo de nossa Santa Igreja, meus posicionamentos e opiniões sobre as matérias seguintes,” sublinhou o Reverendíssimo Metropolita Atanásio em sua carta.<br />
<br />
Nessa carta, a qual o Romfea.gr teve acesso exclusivo, Sua Eminência Atanásios fala sobre o texto da 5a. Conferência Pré-Conciliar que ocorreu em Chambesy em outubro e intitulada “Decisão – Relações da Igreja Ortodoxa com o resto do mundo Cristão”, onde ele afirma o seguinte:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
“Estou em total concordância com os três primeiros artigos do texto. Entretanto, do artigo 4 em diante, tenho as seguintes observações: “A Igreja Ortodoxa sempre orou “pela união de todos” - e acredito que isto signifique o retorno para e união com Ela de todos aqueles que se desligaram e se distanciaram dela, dos hereges e cismáticos, que uma vez que tenham renunciado sua heresia e cisma e afastem-se de tais coisas com arrependimento e integrem-se – unam-se – com a Igreja Ortodoxa de acordo com os ensinamentos dos cânones sagrados,” ressalta Sua Eminência Atanásios. <br />
<br />
Sua Eminência continua: “A Igreja Ortodoxa de Cristo nunca perdeu a “unidade da fé e da comunhão do Espírito Santo” e não aceita a teoria de restauração da unidade daqueles que “acreditam em Cristo”, porque acredita que a unidade daqueles que crêem em Cristo já existe na unidade de todos os que são filhos da Igreja pelo batismo, entre eles mesmos e com Cristo, na fé correta da Igreja, unidade onde não estão presentes os hereges ou os cismáticos, e por quem a Igreja ora por seu retorno arrependido à Ortodoxia.<br />
<br />
Sua Eminência completa sua carta, da qual Romfea.gr publicou alguns trechos, dizendo: “Creio que o que é afirmado no artigo 5 sobre a 'unidade perdida dos cristãos' é incorreto, porque a Igreja como povo de Deus, unidos entre si e com a Cabeça da Igreja que é Cristo, nunca perdeu sua unidade e portanto não tem necessidade de redescobri-la ou buscá-la, porque ela sempre existiu, existe e existirá assim como a Igreja de Cristo nunca deixou ou deixará de existir.”<br />
<br />
Sua Eminência Atanásios acrescenta que, “o que aconteceu foi que grupos, povos ou indivíduos deixaram o corpo da Igreja e a Igreja ora, como é necessário tentar por sua missão, que arrependidos retornem para a Igreja Ortodoxa pela via canônica. Em outras palavras, não existem outras Igrejas, apenas heresias e cismas, se quisermos ser mais precisos em nossas definições.”<br />
<br />
“A expressão 'na direção da restauração da unidade cristã' é incorreta porque a unidade dos cristãos – os membros da Igreja de Cristo – nunca foi quebrada, enquanto eles permaneceram unidos à Igreja. Separação da Igreja e abandono da Igreja de fato infelizmente ocorreram inúmeras vezes devido a heresias e cismas, mas nunca houve uma perda da unidade interna da Igreja”, sua Eminência continua na sua carta.<br />
<br />
Em outro ponto, Sua Eminência Atanásios declara: “Questiono porque o texto contém múltiplas referências à 'Igrejas' e 'Confissões'? Que diferenças e que elementos permitem-nos chamar alguns de igrejas e outros de confissões? Qual é uma Igreja e qual é uma heresia e qual um grupo cismático ou confissão? Nós confessamos uma Igreja e que todas as outras são cismas e heresias. Eu sustento que dar o título de 'Igreja' a comunidades heréticas ou cismáticas é inteiramente incorreto de uma perspectiva teológica, dogmática e canônica porque a Igreja de Cristo é uma, como também afirmado no Artigo 1, e não podemos nos referir a uma comunidade ou grupo heréticos ou cismáticos fora da Igreja Ortodoxa como 'Igrejas' “.<br />
<br />
“Em nenhum ponto esse texto afirma que o único caminho que leva à união com a Igreja é apena o retorno contrito dos heréticos e cismáticos à Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica de Cristo, a qual, de acordo com o Artigo 1, é nossa Igreja Ortodoxa. A referência ao “entendimento da tradição da antiga Igreja' dá a impressão de que existe uma diferença ontológica entre a antiga Igreja dos Sete Concílios Ecumênicos e a genuína continuação da mesma até o dia presente, ou seja, nossa Igreja Ortodoxa. Acreditamos que não existe absolutamente nenhuma diferença entre a Igreja do século 21 e a Igreja do 1o século, porque um dos atributos da Igreja é o fato de que nós também confessamos no Símbolo da Fé, especificamente que é Apostólico”, enfatizou o Metropolita de Limassol.<br />
<br />
O Bispo subsequentemente sublinha que no Artigo 12, é dada a impressão de os ortodoxos estão buscando restaurar a fé correta e a unidade, o que gera um posicionamento inaceitável.<br />
<br />
“O artigo 12 afirma que o propósito comum dos diálogos teológicos é “a restauração final da unidade na fé correta e no amor'. Isso dá a impressão de que nós ortodoxos estamos buscando nossa restauração para corrigirmos a fé e a unidade do amor, como se tivéssemos perdido a fé correta e estivéssemos buscando descobri-la através dos diálogos ecumênicos com os heterodoxos. Eu sustento que essa teoria é teologicamente inaceitável para todos nós”, sublinha o Metropolita Atanásios.<br />
<br />
Em outro lugar, Sua Eminência expressa objeções ao texto, enfatizando que “a referência do texto ao 'Conselho Mundial de Igrejas' me dá oportunidade de fazer uma reclamação contra ocasionais eventos sincretísticos que aconteceram ali, mas também contra seu nome, já que considera a Igreja Ortodoxa como 'uma das Igrejas' ou um ramo da Igreja Una que busca sua realização no Conselho Mundial de Igrejas. Para nós, entretanto, a Igreja de Cristo é uma e única, como confessamos no Símbolo da Fé, e não várias.”<br />
<br />
Sua Eminência declara ainda: “O ponto de vista de que a preservação da genuína fé ortodoxa é garantida apenas através do sistema sinodal como a “única e final autoridade em questões de fé” é exagerada e ignora a verdade de que muitos sínodos ao longo da história da Igreja ensinaram e esposaram doutrinas heréticas e incorretas, e que foi o povo fiel quem rejeitou-os e preservou a fé ortodoxa e defendeu a confissão ortodoxa. Nem um sínodo sem um povo fiel, a plenitude da Igreja, nem o povo sem um sínodo de bispos são capazes de considerar-se como o Corpo de Cristo e a Igreja de Cristo e corretamente expressarem a experiência e doutrina da Igreja”.<br />
<br />
“Dirigindo-se ao Arcebispo de Chipre e aos membros do Santo Sínodo, o Metropolita de Limassol enfatiza: “O uso de linguajar duro ou insultuoso não pode ser feito em encíclicas eclesiásticas desse tipo, nem acho que alguém deseje usar essa forma de expressão. Entretanto, a verdade deve ser expressa com precisão e clareza, embora naturalmente com discernimento pastoral e genuíno amor para com todos. Devemos aos nossos irmãos que se encontram na heresia e no cisma que sejamos inteiramente honestos com eles, e com amor e dor que oremos e façamos todo o possível para fazer com que voltem para a Igreja de Cristo.<br />
<br />
“Eu humildemente sustento que textos de tal importância e prestígio como os que serão utilizados no Santo e Grande Sínodo da Igreja Ortodoxa devem ser cuidadosamente formulados com precisão teológica e canônica para que tais ambiguidades e termos teológicos não testados não dêem margem a expressões incorretas que poderiam levar a mal-entendidos e distorções da atitude correta da Igreja Ortodoxa. Além disso, para que um Sínodo seja válido e canônico, não deve afastar-se de modo algum do espírito e ensinamento dos Santos Sínodos que o precederam, o ensino dos Santos Padres e das Santas Escrituras, e deve estar livre de quaisquer ambiguidades na expressão precisa da fé correta,” acrescenta Sua Eminência Atanásios.<br />
<br />
Em outra parte, mencionando os Santos Pais, Sua Eminência Atanásios declarou: “Nunca os Santo Pais, nem mesmo nos santos cânones ou ordenamentos dos sagrados Sínodos Ecumênicos ou locais, referem-se aos grupos heréticos ou cismáticos como igrejas. Se os hereges são de fato igrejas, onde está de fato a Igreja Una de Cristo e dos Apóstolos?”<br />
<br />
O Metropolita de Limassol também expressou sua forte oposição, enfatizando que aqueles que não têm direito de votar e participar no Sínodo são meramente ornamentais.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
“Eu humildemente expresso minha discordância com o fato de que a prática de todos os Santos Sínodos até agora de permitir que cada bispo vote seja abolida. Nunca antes houve um sistema de 'uma Igreja, um voto', o que torna os membros do Santo e Grande Sínodo, com exceção dos primazes, meros itens decorativos, repelindo seus direitos de votos,” Sua Eminência afirmou em sua carta.<br />
<br />
Em conclusão, o Hierarca da Igreja de Chipre afirma que: “Eu não quero perturbar ninguém com o que escrevi, nem quero ser visto como estar ensinando a meus irmãos e pais em Cristo como exercer julgamento. Eu simplesmente quero expressar o que minha consciência exige de mim.”<br />
<br />
Para ler a carta completa do Metropolita, veja <a href="http://www.churchofcyprus.org.cy/article.php?articleID=53" target="_blank">o site da Sé Metropolitana de Limassol.</a><br />
<br />
Traduzido para o inglês por Pe. Kristian Akselberg<br />
Traduzido para o português por Lr. Fabio L. Leite<br />
<a href="http://www.romfea.gr/epikairotita-xronika/6446-lemesou-gia-poia-enotita-milame-osoi-efugan-apo-tin-ekklisia-einai-sxismatikoi-kai-airetikoi" target="_blank">Romfea</a></div>
<br />Fabiohttp://www.blogger.com/profile/17721671471664791478noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5253273314794754427.post-48057717681657797302016-02-10T07:01:00.000-08:002016-02-10T07:01:26.207-08:00Teólogo Grego Critica Documento de Teor Ecumenista<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjx8zhUTotLEVSt7S8w__K_Gf1pmxmnPrQYKb4mU4pMqQ0ZZKZntNuez6NMVFa0s5Xq0VqB2YxxDziyaXpPoZUBynTKMqLl8U6C4XR5_Da60mb1JDng2A5-1JkKEfaeMJzZwaPau9j6B4/s1600/%25CF%2584%25CF%2583%25CE%25B5%25CE%25BB%25CE%25B5%25CE%25B3%25CE%25B3%25CE%25B9%25CE%25B4%25CE%25B7%25CF%2582%252520%25CE%25B8%25CE%25B5%25CE%25BF%25CE%25BB%25CE%25BF%25CE%25B3%25CE%25B9%25CE%25BA%25CE%25B7%252520%25CE%25B7%25CE%25BC%25CE%25B5%25CF%2581%25CE%25B9%25CE%25B4%25CE%25B1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="296" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjx8zhUTotLEVSt7S8w__K_Gf1pmxmnPrQYKb4mU4pMqQ0ZZKZntNuez6NMVFa0s5Xq0VqB2YxxDziyaXpPoZUBynTKMqLl8U6C4XR5_Da60mb1JDng2A5-1JkKEfaeMJzZwaPau9j6B4/s320/%25CF%2584%25CF%2583%25CE%25B5%25CE%25BB%25CE%25B5%25CE%25B3%25CE%25B3%25CE%25B9%25CE%25B4%25CE%25B7%25CF%2582%252520%25CE%25B8%25CE%25B5%25CE%25BF%25CE%25BB%25CE%25BF%25CE%25B3%25CE%25B9%25CE%25BA%25CE%25B7%252520%25CE%25B7%25CE%25BC%25CE%25B5%25CF%2581%25CE%25B9%25CE%25B4%25CE%25B1.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b>Dr. Dimitrios Tselengidis</b></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<br />Professor da Escola Teológica da Universidade Aristóteles de Tessalônica, o Dr. Dimitrios Tselengidis enviou suas primeiras observações teológicas aos hierarcas ortodoxos de diversas Igrejas Ortodoxas Locais (incluindo, as da Grécia, Rússia, Sérvia, Geórgia, Bulgária, Alexandria, e Antioquia) a respeito do documento: "Relações da Igreja Ortodoxa com o Resto do Mundo Cristão".<br /><br />Tessalônica, 03 de fevereiro de 2016<br /><br />O texto demonstra recorrentes inconsistências e contradições teológicas. Assim, no primeiro artigo ele proclama a identidade eclesiástica da Igreja Ortodoxa, considerando-a, muito corretamente, como a "Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica". No artigo seis, porém, existe uma contradição com respeito à formulação no artigo acima (1). Ele registra caracteristicamente que "a Igreja Ortodoxa reconhece historicamente a existência de outras igrejas cristãs e confissões que não estão em comunhão com Ela".<br /><br />Aqui surge uma razoável questão teológica: Se a Igreja é "Una", de acordo como nosso Credo e a auto-identidade da Igreja Ortodoxa (art. 1), então como pode haver menções de outras igrejas cristãs? É claro que tais igrejas são heterodoxas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
"Igrejas" heterodoxas, porém, não podem de modo algum serem chamadas de "Igrejas" pela Ortodoxia. Considerando-se as coisas por uma perspectiva dogmática, não é possível falar-se de uma pluralidade de "Igrejas" com diferentes dogmas, os quais até mesmo dizendo respeito a diferentes questões teológicas. Consequentemente, enquanto essas "Igrejas" permanecerem firmes nas crenças errôneas de suas fés, não existe justificativa teológica para conceder-lhes reconhecimento eclesiológico - e estão oficialmente - fora da "Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica".<br /><br />No mesmo artigo (6), existe uma outra contradição teológica. No início do artigo o seguinte foi escrito: "De acordo com a natureza ontológica da Igreja, é impossível que Sua unidade seja quebrada". No fim desse mesmo artigo, entretanto, está escrito que, pela Sua participação no Movimento Ecumênico, a Igreja Ortodoxa tem como "sua meta objetiva a pavimentação do caminho que leva à unidade".<br /><br />Fica assim posta a questão: dado que a unidade da Igreja é um fato reconhecido, que tipo de unidade das Igrejas está sendo buscado no contexto do movimento ecumênico? Será por acaso o retorno dos cristãos ocidentais para a Igreja UNA e única? Tal significado, entretanto, não surge na carta, ou no espírito de todo o texto. Ao contrário, de fato, a impressão dada é que existe uma divisão longamente estabelecida na igreja e que os prospectos dos diálogos (ecumênicos) focam na unidade perdida da Igreja.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />Também provoca-se confusão teológica na ambiguidade do artigo 20, que diz: "os prospectos dos diálogos teológicos da Igreja Ortodoxa com outras igrejas e confissões cristãs será sempre determinado com base nos critérios canônicos Dela, de acordo com tradições eclesiásticas já estabelecidas (o cânone sete do Segundo Concílio Ecumênico e o cânone 95 do Concílio Quinissexto)."<br /><br />Mas o cânone sete do Segundo Concílio Ecumênico e o Cânone 95 do Quinissexto tratam da recepção de hereges específicos que haviam demonstrado seu desejo de reunirem-se à Igreja Ortodoxa. Entretanto, é aparente na letra e no espírito do texto, quando analisado sob uma perspectiva teológica, que não há nenhuma discussão sobre retorno de heterodoxos à Igreja Ortodox, a única Igreja. Ao invés, no texto, o batismo dos heterodoxos é considerado como um fato aceito do inicio - e isso sem uma decisão Pan-Ortodoxa. Em outras palavras, o texto endossa a "Teologia Batismal". Simultaneamente, o texto deliberadamente ignora o fato histórico de que os heterodoxos contemporâneos do Ocidente (Romanos e Protestantes) não possuem apenas um, porém muitos dogmas que diferem da Igreja Ortodoxa (além do Filioque, graça criada nos sacramentos, o primado do Papa, infalibilidade papal, rejeição dos ícones, e rejeição de concílios ecumênicos, etc.<br /><br />O artigo 21também levanta questões apropriadas, quando nota que "a Igreja Ortodoxa ... tem um ponto de vista favorável dos documentos adotados pela Comissão (referindo-se ao Comitê pela "Fé e Ordem")... para a reaproximação das Igrejas.' Aqui devemos observar que esses documentos (do Comitê) nunca foram avaliados pelos Hierarcas das Igrejas Ortodoxas locais.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />Finalmente, no artigo 22, é passada a impressão de que o vindouro Santo e Grande Concílio está prejulgando a infalibilidade de suas decisões, já que considera que, "a preservação da autêntica fé ortodoxa é garantida apenas através do sistema sinodal, o qual foi sempre retestado na Igreja e o qual constitui-se o juiz final e apropriado de todas as questões da fé". Nesse artigo, é ignorado o fato histórico de que na Igreja Ortodoxa, o critério final é sempre a consciência dogmática viva da plenitude da Igreja, a qual no passado confirmou até Concílios Ecumênicos e outros como concílios "ladrões". O sistema sinodal por si só não garante mecanicamente a correção da fé ortodoxa. Isso só acontece quando o Sínodo dos Bispos têm o Espírito santo e o Caminho Hipostático, Cristo, trabalhando dentro de si, e portanto são na prática um "sy" - "odikoi", um caminhar juntos no caminho.<br /><br /><br /><b><u>Avaliação Geral do Texto</u></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Com tudo que está escrito e o que está claramente implicado no texto acima, é claro que seus iniciadores e autores estão tentando uma ratificação institucional e oficial do Sincretismo-Ecumenismo Cristão através do Sínodo Pan-Ortodoxo. Isso, porém, seria catastrófico para a Igreja Ortodoxa. Por essa razão, proponho humildemente sua completa retirada.<br />--<br />Para concluir, uma observação teológica sobre o texto, "O Sacramento do Casamento e Seus Impedimentos" (ver: https://mospat.ru/en/2016/28/news127389 ). No artigo 5.i, ele anota: "O casamento de uma pessoa ortodoxa com uma heterodoxa não é permitido de acordo com a akrivia (regra) canônica (cânone 72 do Concílio Quinissexto de Trullo). Entretanto, é possível receber a benção através da condescendência e amor pelo homem sob a condição expressa de que a criança desse casamento seja batizada e criada na Igreja Ortodoxa."<br /><br />Aqui, a condição expressa de que, "a criança desse casamento será batizada e criada na Igreja Ortodoxa" conflita com a garantia teológica do casamento como um sacramento da Igreja Ortodoxa. A razão para isso é que a criação dos filhos é levada a, junto com o batismo deles na Igreja Ortodoxa, a legitimar o ofício do casamento misto, algo claramente proibido pelo cânone de concílios ecumênicos (cânones 72 do Quinissexto). Em outras palavras, um sínodo que não é Ecumênico, como o vindouro Santo e Grande Concílio, explicitamente transforma uma decisão de um Concílio Ecumênico em algo relativo. Isso é inaceitável.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />E finalmente isto: Se o casamento abençoado não gerar crianças, esse casamento será teologicamente legítimo simplesmente por conta da intenção do esposo heterodoxo de colocar qualquer possível na Igreja Ortodoxa?<br /><br />Por questão de consistência teológica, o artigo 5.i precisa ser removido.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Tradução para o inglês do Rev. Pe. Matthew Penney, 7 de fevereiro de 2016, com ajuda do Pe. C.A. e editado pelo Pe. Peter Heers. Tradução para o português pelo Lr. Fabio L. Leite </i><br />Para o original grego, veja: <a href="http://epomeni-tois-agiois-patrasi.blogspot.gr/2016/02/blog-post_88.html">http://epomeni-tois-agiois-patrasi.blogspot.gr/2016/02/blog-post_88.html</a> </div>
Fabiohttp://www.blogger.com/profile/17721671471664791478noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5253273314794754427.post-91446336567969759612016-01-13T14:24:00.000-08:002016-01-13T14:25:57.205-08:00O Que a Igreja Ortodoxa Não É - 06/11<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpem_OMex_YGUledUlp4whcHYC_ypYoeQWlciNCz0oI2dsCZpoTeTU6dSTDNYmbhpqRjfwaR-OZXQpLAJmCxw-MvIFkxPeCVK-D-jL6d0cORKSHgjCt46ZGLZw8TKNVQvEn1bdbW5imcU/s1600/AS_Khomyakov.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><b><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpem_OMex_YGUledUlp4whcHYC_ypYoeQWlciNCz0oI2dsCZpoTeTU6dSTDNYmbhpqRjfwaR-OZXQpLAJmCxw-MvIFkxPeCVK-D-jL6d0cORKSHgjCt46ZGLZw8TKNVQvEn1bdbW5imcU/s320/AS_Khomyakov.jpg" width="272" /></b></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b>Alexei Khomiakov</b></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
por Sua Eminência Jeremias (Foundas) de Gortyna e Megalópolis (Grécia)</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: -webkit-auto;">
<span style="font-size: x-small;">Fonte: <a href="http://oodegr.co/english/istorika/romi/Patristic_theology_vs_Latin_tradition.htm#*">http://oodegr.co/english/istorika/romi/Patristic_theology_vs_Latin_tradition.htm</a><br />Tradução: Lr. Fabio L. Leite</span></div>
<div style="text-align: -webkit-auto;">
<b><br /></b></div>
<div style="text-align: -webkit-auto;">
<b style="text-align: justify;"><span style="text-align: center;">Não ao Misticismo Russo e ao Anti-Hesicasmo Grego</span></b>
</div>
<div style="text-align: -webkit-auto;">
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: x-small;"><b>Anterior: <a href="http://vidaortodoxa.blogspot.com/2016/01/o-que-igreja-ortodoxa-nao-e-0511.html" target="_blank">Não à Teologia Escolástica</a></b>
</span></div>
</div>
<div style="text-align: -webkit-auto;">
<div style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: x-small;">Próximo: Não à Tese da Influência dos Filósofos Gregos sobre os Pais Gregos</span></b></div>
<br />
<br />
Durante a metade do século 19, alguns intelectuais russos ficaram muito impressionados pelo hesicasmo ortodoxo da Montanha Santa (Monte Athos), que havia chegado na Rússia. Entretanto, eles não apreenderam sua profundidade, pois a incorporaram nas suas teorias de superioridade eslava. Isto é, eles diziam que o hesicasmo do tipo “gerondico” era uma característica sua e que era uma característica da tradição e mentalidades russas, e não pertenciam ao Cristianismo Latino ou ao Grego, como o chamavam. (15) <br />
<br />
Dessa forma, os russos acreditavam que haviam superado os “gregos” e seu escolaticismo; haviam superado com seu hesicasmo russo. Graças à intensa propaganda russa no Ocidente, essa ideia de uma superioridade do escolaticismo e hesicasmo russos tornou-se parte da consciência heterodoxa, mas também em nossa terra, Grécia. Como resultado, temos a ignorância e mesmo deboche, mesmo na Grécia, por parte de algumas pessoas contra a teologia patrística e o hesicasmo ortodoxo. E chegamos na situação na qual até teólogos gregos buscam os estrangeiros para ter orientação porque eles, supostamente devido à sua identidade natural e idiossincrasias, entenderiam de teologia e hesicasmo melhor do que nós. Era exatamente isso que os eslavófilos proponentes de Alexis Khomiakov propagandeavam em altos brados: que eles, eslavos, devido a idiossincrasias e mentalidade naturais, tinham entedido o Cristianismo melhor do que os “Latinos” e os “Gregos”! <br />
<br />
Errado! Os Pais Aguioritas (provindos do Monte Athos) entraram na Rússia através da Moldávia e levaram o hesicasmo para eles. Esses missionários eram Romanos de língua grega e não eslavos. Além disso, a Graça de Deus, que nos santifica e glorifica (teósis), não tem nenhuma relação com chauvinismos nacionalistas, mas ao invés, visita e fortalece todo homem que busca Deus, qualquer que seja sua nação, para que ele viva o Mistério de nossa fé e alcance a santidade. O que o professor Pe. John Romanides escreve sobre isso é muito bonito: <br />
<br />
<blockquote class="tr_bq">
“O alicerce do hesicasmo é a teósis (deificação/glorificação), que triunfa sobre a natureza e torna os homens divinos pela graça. Tal é a fonte da mais alta compreensão possível da teologia, que transcende a natureza do logos (fala, razão) e do nous do homem . Ela não tem nada a ver com chauvinismos nacionalistas. O fato de que a maioria dos glorificados (os que atingiram a teósis) durante o curso histórico da Ecclesia terem sido Pais e Santos romanos de língua grega não significa que os fiéis de outras línguas e nacionalidades não podem igualmente tornarem-se portadores de Deus; mas também não significa que eles podem tornarem-se maiores teologicamente e espiritualmente. Certamente encontramos estágios mais avançados de Teósis tais como Ellamcis (iluminação), Thea (Visão), e Synechis Thea (Visão Continua); mas eles nada têm a ver com idiossincrasias étnicas. Os Apóstolos no Monte Tabor e durante o Pentecostes receberam a teósis no mais alto grau possível nesta vida, enquanto Moisés contemplou (teoria) a glória de Cristo no Monte Sinai por quarenta dias e noites. Não eram gregos, nem latinos, mas também não eram eslavos” (16). </blockquote>
<br />
O mesmo se aplica a Plevris (um conhecido politico nacionalista grego que renega o Velho Testamento porque é um “trabalho de judeus”), no que se refere às coisas blasfemas e não históricas que ele diz e escreve. Mas iremos lidar com tais blasfêmias não históricas em um estudo especial nosso. <br />
<br />
Claro, teólogos gregos modernos não aceitaram o hesicasmo russo de forma absoluta, o assim chamado “misticismo russo”, e reagiram contra ele. Entretanto, ao invés de se voltarem para o verdadeiro e real hesicasmo de nossa Ecclesia, eles voltaram-se maravilhados, como uma contra-reação ao misticismo russo, para uma tradição que imaginavam ser não-hesicasta, e supostamente não ascética de grandes Pais que viveram antes de Fócios, e que imaginavam terem sido homens de ação e de contemplação filosófica (estocasmo) e não de misticismo. E esses lamentáveis gregos modernos acreditavam que pensando e agindo dessa forma estavam lutando contra o, de fato, equivocado misticismo russo; e que por outro lado estavam voltando para os Pais, os quais, porém, eles blasfemavam já que, por um lado davam por encerrada a era patrística com Fócio, o Grande, e por outro, já que tais gregos modernos não tinham experiência do hesicasmo, apresentavam os Pais como não-hesicastas, como homens sociais, homens de ação com estocasmo filosófico, mas certamente não como... monges inativos! <br />
<br />
E o grande teólogo de nosso século, Pe. John Romanides, lamenta tal situação dizendo: <br />
<br />
<blockquote class="tr_bq">
“Como resultado dos eventos acima completamente destrutivos para a Ortodoxia, temos que a teologia moderna dos russos e dos gregos modernos não apenas não contribui para integrar os jovens no monasticismo hesicasta tradicional, mas ao invés contribuiu para que alguns gregos modernos seguissem os russos no seu desprezo pelo monasticismo tradicional e na admiração pelas ordens monásticas francas. Dessa forma, as irmandades religiosas surgiram (na Grécia) com fortes sentimentos de inferioridade em relação ao Cristianismo Ocidental, cujos trabalhos eles traduziam e espalhavam entre a população ortodoxa helênica. A coisa estranha é que as irmandades religiosas reagiam instintivamente contra a teologia acadêmica dos gregos modernos, amava os Pais, mas ao mesmo tempo continuavam vítimas da percepção modernista dos Pais como apresentados acima, e imitavam uma imagem que tinham criado em suas mentes sobre eles, imagem que divergia do monasticismo hesicasta dominante durante a Turcocracia de uma maneira essencial. E isso acontecia porque eles aceitavam a questão da distinção entre os grandes Pais e os santos ascéticos de depois de Fócio, o grande, que supostamente não eram Pais.”(17) </blockquote>
<br />
<br />
15 Para entender melhor a importância da distinção feita por europeus e russos entre os cristianismos "latino" e "grego", veja o estudo do Pe. John Romanides "Romanity, Romania, Rumeli" Thessalonica 1975, Capítulo I.</div>
<div style="text-align: -webkit-auto;">
<br /></div>
<div style="text-align: -webkit-auto;">
16 Ibid p. 83 <br />
<br />
17 Ibid. p. 87, 88</div>
</div>
Fabiohttp://www.blogger.com/profile/17721671471664791478noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5253273314794754427.post-80262929277845218422016-01-13T10:20:00.000-08:002016-01-13T10:27:32.485-08:00Melancolia, Tristeza e Ansiedade - Terapia Espiritual Ortodoxa<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpPEr9fA9aoL7WDLr8OU_Eje03fmFwcNhp6cPAK6dWcOCUatT2xmn0kt9BEbDr8iso2xsXmgegKYkZq6R6up_TUykgvtO56uuC4FgSG26aTSanY7p7lTK1psKGQrKYfsw5LvJPXpGloAM/s1600/2103-1212-st-porphyrios.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpPEr9fA9aoL7WDLr8OU_Eje03fmFwcNhp6cPAK6dWcOCUatT2xmn0kt9BEbDr8iso2xsXmgegKYkZq6R6up_TUykgvtO56uuC4FgSG26aTSanY7p7lTK1psKGQrKYfsw5LvJPXpGloAM/s400/2103-1212-st-porphyrios.jpg" width="311" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: navy; font-family: Verdana, sans-serif;">Dia de São Porfírio - 2 de dezembro</span>
</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span lang="EN-US" style="color: navy; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: EN-US; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><br /></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span lang="EN-US" style="color: navy; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: EN-US; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Autor: São Porfírio (1906-1991)<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="color: navy; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
O ponto crucial é entrarmos para a Igreja – nos unirmos aos nossos irmãos, às alegrias e tristezas de todos, sentir suas circunstâncias como se fossem as nossas, orar por todos, nos doermos pela salvação deles, esquecermos de nós mesmos, fazermos tudo pelos outros, como Cristo fez por nós. Na Igreja nos tornamos um com cada pessoa triste, com cada sofredor, com cada pecador. Ninguém pode planejar salvar-se sozinho, sem a salvação dos outros. É errado rezarmos pedindo para nos salvarmos. Devemos amar os outros e orar para que ninguém se perca, para que todos entrem para a Igreja. É isso que importa. E é com tal desejo que se deve sair do mundo para ir para um mosteiro ou para o deserto. </div>
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<br /></div>
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Na igreja, que possui os mistérios (sacramentos) que salvam, não há desespero. Podemos até ser extremamente pecadores, mas confessamos, o padre lê a oração sobre nós e assim somos perdoados e caminhamos para a imortalidade, sem ansiedade, sem medo. </div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quem vive em Cristo, torna-se um com Ele, com Sua Igreja. É uma coisa louca! É uma vida diferente da vida humana. É alegria, luz, escuridão, é um impulso. Isso é que é a vida da Igreja, a vida do Evangelho, do Reino de Deus. “O Reino de Deus está dentro de vós” (S. Lucas 17:21). Cristo veio em nós e nós estamos nEle. E somos assim como um pedaço de ferro que se coloca no fogo se tona fogo e luz; e fora do fogo, novamente torna-se ferro negro, escuridão. </div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Os que culpam a Igreja pelos erros de seus representantes, buscando supostamente ajudar em sua correção, estão grandemente enganados. Não amam a Igreja, e nem a Cristo, com certeza. Nós amamos a Igreja, quando em oração, abraçamos todas as suas partes, assim como Cristo faz. Nos sacrificamos, ficamos alertas, fazemos tudo exatamente como ele, Aquele “que, quando insultado não insultava de volta, quando sofria, não respondia com ameaças” (1 Pedro 2:23). </div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Temos que prestar atenção também ao que é básico. Temos que viver os mistérios, especialmente o mistério da Santa Comunhão. É neles que a Ortodoxia é encontrada. Cristo é ofertado à Igreja através dos mistérios e primariamente através da Santa Comunhão. </div>
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<br /></div>
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Entretanto, para muitos, nossa religião é um sofrimento, agonia e ansiedade. Por essa razão muitas pessoas “religiosas” são consideradas infelizes, pois os outros vêem o seu mal estar. De fato, se a pessoa não consegue ver a profundidade da religião e não a vive, a religião acaba sendo uma doença e das mais terríveis. Tão terrível, que a pessoa perde o controle de suas ações, torna-se de vontade fraca e impotente, fica em agonia e estressada, e comporta-se sob a influência de um espírito do mal (significando uma energia demoníaca). Ele prostra-se, chora, berra, é supostamente humilde e toda essa humildade é um teatro satânico. Para algumas dessas pessoas a religião é um tipo de inferno. Na Igreja prostram-se, fazem o sinal da cruz, dizem “somos pecadores indignos” e assim que saem, começam a blasfemar contra o que é santo assim que algo os perturba minimamente que seja. É claro que tem um demônio no meio dessa história. </div>
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<br /></div>
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Na realidade, o Cristianismo transforma a pessoa e a cura. O pré-requisito mais importante, porém, para termos percepção e discernirmos a verdade é a humildade. O egoísmo escurece a mente, a confunde, a leva a enganos, a heresias. É muito importante que sejamos capazes de compreender a verdade. </div>
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<br /></div>
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Todos os confusos estão indo para grupos heréticos – crianças confusas de pais confusos. </div>
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<br /></div>
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Normalmente, nem obras, nem arrependimento, nem o sinal da cruz atraem a graça. O mais importante é evitar formas e ir direto à substância. Tudo que acontece deve acontecer com amor. </div>
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<br /></div>
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Quando você não vive com Cristo, vive com a melancolia, a tristeza, o estresse, a aflição. Você não vive corretamente. Então muitas anomalias aparecem no seu corpo. O corpo é afetado, as glândulas endócrinas, o fígado, o baço, o pâncreas, o estômago. E te dizem: “Para ficar saudável, você deve tomar leite de manhã, um ovo, manteiga e pães torrados.” E porém, se você vive corretamente, se você ama Cristo, você fica bem com uma maçã e uma laranja. O maior de todos os remédios é oferecer toda sua vida em devoção a Cristo. Tudo é curado. Tudo funciona adequadamente. O amor de Deus transforma tudo; Ele altera, santifica, corrige, ele transforma, modifica; Ele muda tudo. </div>
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<br /></div>
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Nada é comparável ao amor de Cristo. Ele não acaba, e mais é sempre melhor. Ele transmite vida, dá força, dá saúde, sempre doando tudo. Enquanto o amo humano pode desgastar uma pessoa ou enlouquece-la, quanto mais Ele se doa, mais queremos amá-Lo. Quando amamos Cristo, todos os outros amores retrocedem. Os outros amores têm um ponto de saturação. O amor de Cristo não. O amor carnal tem um ponto de saturação. Pode causar ciúme, reclamações e até assassinato. Pode transformar-se em ódio. Já o amor a Cristo não se deteriora. O amor mundano pode ser preservado por um tempo, mas então aos poucos se apaga, enquanto o amor divino continua crescendo e se aprofundando. Todos os outros amores podem levar a pessoa ao desespero. Mas o amor divino, nos eleva ao domínio de Deus, nos dá serenidade, alegria, completude. Outros prazeres nos cansam enquanto esse nunca é demais. É um prazer insaciável, do qual ninguém nunca se cansa. É o maior dos bens. </div>
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<br /></div>
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Quando você ama Cristo apesar de suas fraquezas e até de ter consciência de todas elas, você tem a certeza de ter superado a morte, porque você reside na comunhão do amor de Cristo. </div>
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<br /></div>
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Temos que sentir Cristo como nosso amigo. Ele é nosso amigo. Ele mesmo o confirma quando disse: “Vocês são meus amigos...” (S. João 15:14). Temos que olhar para Ele, e nos aproximarmos dEle como um amigo. Caímos? Pecamos? Devemos correr para Ele com um sentiment de familiaridade, com amor e confiança; não com medo de punições mas com a coragem que só um sentimento de amizade dá. E temos que dizer para Ele: “Senhor, eu fiz de novo, eu caí, me perdoe”. Mas ao mesmo tempo temos que sentir que Ele nos ama, que é com ternura e amor que Ele nos aceita de volta e nos perdoa. Não temos que ficar separados de Cristo por causa do pecado. Quando acreditamos que Ele nos ama e nós O amamos, não nos sentiremos isolados e divididos, mesmo quando pecamos. Temos segurança do amor dele, e não importa como nos comportemos, Ele nos ama. </div>
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<br /></div>
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O Evangelho com certeza afirma simbolicamente que o injusto se encontrará onde há “choro e ranger de dentes”; é assim que é estar longe de Deus. E os pais népticos(*) da nossa Igreja podem falar de medo da morte e do inferno. Eles dizem “mantenha a morte na sua lembrança”. Se examinarmos essas palavras de perto, elas criam um medo do inferno. Quando o homem tenta evitar o pecado, ele traz esses pensamentos à mente para que sua alma se detenha por medo da morte, do inferno e do demônio. </div>
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<br /></div>
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Todos têm seu significado, hora e ocasião. O medo, enquanto conceito, é bom durante os estágios iniciais. É para os iniciantes, para aqueles nos quais seu velho eu ainda vive. O iniciante, não tendo sido refinado ainda é contido do mal pelo medo. E o medo é necessário enquanto nós somos ainda materiais e decaídos. Mas é um estágio, um grau baixo de relacionamento com o divino. O tomamos como uma troca, de modo que possamos ganhar o paraíso e escapar do inferno. Quando o homem avança e entra no amor de Deus, que necessidade há do medo? Tudo que ele faz, ele faz em amor, e isso é de muito mais valor. Tornar-se bom por medo de Deus e não por amor é de pouco valor. </div>
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<br /></div>
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Quem quer tornar-se um Cristão deve primeiro tornar-se um poeta. Se a alma é esmagada e torna-se indigna do amor de Deus, Cristo deixa de Se relacionar, porque Ele não quer almas grosseiras perto de Si. </div>
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<br /></div>
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Deixe que ninguém te dê atenção, ninguém entenda seus gestos de devoção para com o divino. Faça tudo em particular, em segredo, como os ascetas. Lembra-se do que eu falei sobre o rouxinol? Ele gorjeia no bosque sem que ninguém ouça. E daí que ninguém esteja ouvindo, elogiando? Que belo chilrear no mato! Reparou como sua laringe se infla? É isso que acontece com aquele que ama o Cristo. Se amam, “sua garganta se enche, eles são tomados, sua língua não sabe parar”. Eles vão para uma caverna, um vale e vivem Deus em segredo, em “suspiros silenciosos”. </div>
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Desprezem suas paixões, não se preocupem com o demônio. Voltem-se para Cristo. </div>
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<br /></div>
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A graça divina nos ensina nosso dever. Para atraí-la, precisamos de amor, desejo ardoroso. A graça de Deus precisa de amor divino. O amor é suficiente, para nos deixar “em forma” para a oração. Cristo irá se derramar sobre nosso coração, desde que Ele possa encontrar as coisas que O agradam: boa intenção, humildade e amor. Sem essas coisas, não temos como dizer, “Senhor Jesus Cristo, tem piedade de mim”. </div>
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<br /></div>
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Até o menor resmungo contra seu próximo afeta negativamente sua alma e o deixa incapaz de orar. Quando o Espírito Santo encontra a alma nesse estado, Ele não ousa se aproximar. </div>
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<br /></div>
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Temos que pedir que se faça a vontade de Deus. Isso é o mais benéfico, o mais seguro para nós e para aqueles por quem rezamos. Cristo irá conceder-nos tudo abundantemente. Quando existe até uma pequena gota de egoísmo, nada acontece. </div>
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<br /></div>
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Quando Deus não nos dá aquilo que pedimos persistentemente, Ele tem seus motivos. Deus tem Seus segredos também. </div>
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<br /></div>
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Se você não é obediente (ao seu pai espiritual) e não tem humildade, a oração (isto é, “Senhor Jesus Cristo, tem piedade de mim” não terá efeito e há que se temer ilusões. </div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não deixe a oração “Senhor Jesus Cristo, tem piedade de mim” tornar-se um trabalho tedioso. Pressão demais pode trazer uma reação interna e causar dano. Muitas pessoas adoeceram com oração porque se pressionaram demais. Certamente você pode fazê-lo, quando se torna algo tedioso, mas não é saudável. </div>
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<br /></div>
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Não é necessário concentrar-se de modo especial para dizer a oração. Você não tem que por esforço nisso quando tem amor divino. Onde quer que esteja, em um banquinho, numa cadeira, num carro, em qualquer lugar, na rua, na escola, no escritório, no trabalho, você pode dizer a oração “Senhor Jesus Cristo, tem piedade de mim”, suavemente, sem pressão, sem forçar. </div>
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<br /></div>
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O que é importante na oração não é a duração, mas a intensidade. Ore mesmo que por cinco minutos, mas dê a Deus todo seu amor e seu desejo. Uns podem orar toda a noite, e no entanto esses cinco minutos serem superiores. É um mistério, mas é assim que é. </div>
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<br /></div>
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Uma pessoa de Cristo transforma tudo em oração. Ela transforma a dificuldade e a tristeza em oração. Tudo que lhe acontece, ela imediatamente diz: “Senhor Jesus Cristo, tem piedade de mim”. A oração beneficia tudo, até as menores coisas. Por exemplo, se você sofre de insônia, não pense no sono. Se levante, vá lá fora, volte para seu quarto, deite-se novamente como se fosse pela primeira vez, sem preocupar-se se vai dormir ou não. Concentre-se, diga a doxologia e então três vezes “Senhor Jesus Cristo, tem piedade de mim” e conseguirá dormir. </div>
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<br /></div>
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Tudo dentro de nós, instintos e tudo mais, clamam por realizar-se. Se não os realizamos, eles se vingam de nós, a menos que os redirecionemos para outro lugar, para o mais alto, para Deus. </div>
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<br /></div>
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Você não se torna santo caçando o mal. Esqueça o mal. Olhe para Cristo e Ele irá salvá-lo. Ao invés de ficar do lado de fora da porta para expulsar o inimigo, ignore-o. O mal está vindo nessa direção? Gentilmente vá na outra. Quer dizer, se o mal vem ataca-lo, dedique sua força interna para o bem, para Cristo. Implore “Senhor Jesus Cristo, tem piedade de mim”. Ele sabe como ter piedade de você, de que modo. E quando você estiver cheio com o bem, você não mais se voltará para o mal. Você se tornará bom por si mesmo, pela Graça de Deus. Como o mal encontraria terreno? Ele desaparece. </div>
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<br /></div>
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Alguma fobia ou decepção tomam conta de você. Volte-se para Cristo. Ame-O com simplicidade, com humildade, sem exigências e Ele irá libertá-lo. </div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não escolha modos negativos de se corrigirem. Vocês não tem que ter medo do diabo, do inferno, de nada. Isso só cria reflexos. Eu também tenho alguma experiência nessas coisas. O ponto é não sentarmos, nos batendo ou forçando a nós mesmos a melhorar. O ponto é viver, estudar, orar, avançar no amor, no amor de Cristo, no amor da igreja. </div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Abandone toda sua fraqueza para que o espírito inimigo (o diabo) não se dê conta dela e o mergulhe nela e o mantenha na aflição. Não faça nenhum esforço para se libertar delas. Empenhe-se com gentileza e simplicidade, sem forçar e sem ansiedade. Não diga para si mesmo: “Agora eu vou me forçar, eu vou orar e vou obter amor, vou conseguir me tornar bom, etc”. Não é bom forçar-se e se bater para se tornar bom. Dessa forma você só vai ter mais reações. Tudo deve acontecer de uma forma suave, livremente, sem pressa. Também não diga: “Deus me libertou”, por exemplo da raiva, ou da tristeza. Não é bom pensar e/ou orar sobre uma paixão em particular. Algo acontece na sua alma e ela se enrola mais ainda. Atire-se a superar uma paixão e verá que ela te envolverá, te agarrará e você não conseguirá fazer nada. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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A liberdade não pode ser conquistada, se não nos libertamos internamente da confusão de nossas paixões. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É isso que nossa Igreja é, nossa alegria, isso é tudo para nós. E é isso que o homem busca hoje em dia. E ele toma venenos e drogas para entrar em mundos felizes, mas é uma alegria falsa. Ele sente algo naquele momento em particular, mas no dia seguinte está arrasado. Uma coisa o fere, o devora, o esmaga e o queima. Enquanto a outra, que é doar-se para Cristo, o vivifica, o alegra, faz com que aproveite a vida, sinta-se forte e magnífico. </div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A habilidade de santificar a alma é uma grande arte. Podemos nos tornar santos em qualquer lugar. Até na Omonia (a mais importante praça pública de Atenas) podemos nos santificar, se quisermos. Vocês podem se tornar santos no trabalho, não importa qual seja – com serenidade, paciência e amor. Cada dia deve ser um novo começo, um novo clima, com entusiasmo e amor, oração e silêncio – mas não com estresse e um coração pesado. </div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Trabalhe atentamente, com simplicidade, gentileza, sem ansiedade, com alegria e leveza, com bom ânimo. Então a graça divina vem. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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Todas as coisas desagradáveis que ficam na sua alma e te estressam, podem se tornar mais um motivo para adorar a Deus e assim pararem de te machucar. Confie em Deus. </div>
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<br /></div>
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Não existe motivo para ficar tentando forte demais e se forçar. Todo seu esforço deve estar focado em olhar para a luz, alcançar a luz. Dessa forma, ao invés de se voltar para a aflição que não é um espírito de Deus, você deve se voltar para o louvor a Deus. </div>
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<br /></div>
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A aflição mostra que não confiamos nossa vida à Deus. </div>
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<br /></div>
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Quando a comunicação com Cristo acontece de forma simples, suave, sem pressão, ela faz com o que o demônio fuja. Satanás não foge da pressão, do estresse. Ele se distancia da serenidade e da oração. Ele retrocede quando vê que a alma o ignora e se volta para Cristo com amor. Ele não consegue aceitar a indiferença porque é arrogante. Mas o espírito do mal entende quando vocês se forçam, e consegue dar combate. Não ligue para o diabo, nem mesmo fique pedindo que ele se vá. Quanto mais você pede, mais ele te enreda. Ignore o diabo. Não lute diretamente com ele. Quando você, por cabeça-dura, luta com o demônio, ele ataca de volta como um tigre, um gato selvagem. Quando dá tiros nele, ele joga de volta uma granada. Quando você joga uma bomba, ele atira de volta um míssil. Não olhe para o mal. Olhe para os braços de Deus, se deixe cair em Seus braços e siga em frente. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Uma pessoa humilde está consciente do seu estado interior, e não importa o quão feio ele seja, ela não perde sua personalidade, nem seu equilíbrio. O contrário acontece com o egoísta, com quem tem sentimentos de inferioridade. No início, ele parece uma pessoa humilde. Mas se for tentando só um pouco, ele já perde sua paz, se irrita e fica com raiva. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quando a pessoa vive sem Deus, sem paz, sem confiança, em ansiedade, depressão, falta de esperança, acaba desenvolvendo doenças físicas e psicológicas. Doenças psicológicas, neurológicas, são estados demoníacos. Também é demoníaco falar buscando demonstrar humildade. É um tipo de sentimento de inferioridade. A humildade verdadeira não busca se mostrar, não se dá ares de humildade, mas pensa “sou pecador, indigno, o menor de todos”. Uma pessoa humilde tem medo de cair na vanglória, pois Deus não se aproxima de tais coisas. Em contraste, a graça de Deus pode ser encontrada onde há verdadeira humildade, perfeita confiança em Deus, e dependência dEle. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A pessoa que se vangloria aliena sua ama da vida eterna. Em última análise, o egoísmo é uma tolice completa! A vanglória nos deixa ocos. Quando nos submetemos a ficar aparecendo, acabamos completamente vazios. Temos que fazer o que for necessário para agradar a Deus; altruisticamente, sem vanglória, sem orgulho, sem ego, sem, sem... </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nossa alma não deve se rebelar e dizer: “por que Deus fez isso, por que Deus fez aquilo daquele jeito, Ele não poderia ter feito diferente?” Tudo isso indica pequenez de coração e resistência. Mostra que temos nossa opinião em alta conta, assim como nosso orgulho e nosso grande ego. Esses “por ques” torturam a pessoa, criam o que é chamado de “complexos”. Por exemplo, “por que tenho que ser tão alto?” ou o contrário “por que tão baixinho?”. Isso fica guardado dentro de nós. E podemos até rezar e fazer vigílias, e ainda assim só conseguir o efeito contrário. E vamos sofrer e nos desesperar de forma sem sentido. Enquanto com Cristo, com a graça, tudo isso desaparece. Continua essa “alguma coisa” lá no fundo, perguntando “por que”, mas a graça de Deus cobre o homem e enquanto a raiz pode ser complexa, uma roseira cresce sobre ela com belas rosas, e quanto mais for regada através da fé, amor, paciência e humildade, mas o mal perde seu poder e deixa de existir; quer dizer, ele não desaparece, mas diminui. Quanto menos regamos a roseira, mais ela murcha, sexa, desaparece e os espinhos crescem. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nós tentamos Deus quando pedimos algo para Ele, mas nossa vida está longe dEle. Nós O tentamos quando pedimos algo, mas nossa vida não está de acordo com Sua vontade, isso é, pedimos por coisas contra Deus: estresse e ansiedade por um lado, mas por outro ficamos suplicando coisas. </div>
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<br /></div>
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Seu pai spiritual pode te dizer: “Como eu queria estar em um lugar mais calmo, livre de preocupações e escutar sobre a sua vida desde o início, de quando você começou a perceber a própria existência, todas as coisas que você se lembra e o modo como você lidou com elas, não só as desagradáveis mas também as agradáveis, não apenas os pecados, mas também as coisas boas, os sucessos e os fracassos. Tudo, tudo que é parte da sua vida”. </div>
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<br /></div>
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Eu apliquei esse tipo de confissão gera muitas vezes e tenho vistos milagres acontecerem. Enquanto você fala com o confessor, a graça divina vem para te aliviar de toda provação, de todos os ferimentos e traumas psicológicos, e de toda culpa; porque, enquanto você fala, seu confessor ora com sinceridade pela sua libertação. </div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não fiquemos repetindo os pecados que confessamos. A lembrança dos pecados fere. Não pedimos por perdão? Está acabado. Deus perdôou tudo através da confissão. Eu também acredito que peco. Não estou no caminho certo. Mas se algo me incomoda, logo rezo sobre isso; não deixo ficar dentro de mim. Eu vou conversar com meu pai espiritual. Eu confesso, e acabou! Não vamos andar para trás e ficar falando do que não fizemos. O que é importante é o que faremos agora, desse momento em diante. </div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Desespero e decepção são o que há de mais terrível. São armadilhas de Satanás, para fazer a pessoa perder seu interesse por coisas espirituais e leva-la à desesperança. </div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quase todas as doenças são por causa de falta de confiança em Deus e isso causa estresse. O estresse é causado pela ausência de sentimentos religiosos. Se você não sente amor por Cristo, se você não se ocupa com as coisas santas, com certeza vai acabar se ocupando com a melancolia e com o mal. </div>
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<br /></div>
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Something that can also help the depressed is an occupation, interest for life. The garden, plants, flowers, trees, the country, a walk outdoors, a hike, all this can bring a person out of idleness and create other interests for him. They act like medicine. Occupying oneself with art, music, etc is very beneficial. But I attach the greatest value to the Church, to studying the Holy Scripture, to the services. By studying God's word, one is healed without being aware of it. </div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
São percamos a esperança, ou nos apressemos, nem julguemos de acordo com coisas externas e superficiais. Se, por exemplo, você vê uma mulher nua ou vestida de forma provocante, não se fixe na imagem externa, mas pense na sua alma. Ela pode ser uma alma muito boa que tem questões existenciais, as quais ela manifesta através dessa aparência extrema. Ela tem uma força interior, a força da projeção, ela quer que as pessoas olhem para ela. Entretanto, em sua ignorância, ela distorceu as coisas. Imagine se ela encontrasse Cristo. Ela iria crer, e direcionar todo esse ardor para Cristo. Ela faria de tudo para agradar a Deus. Ela se tornaria uma santa. </div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Normalmente, por causa de nossas ansiedades e medos, de nosso estado espiritual ruim, sem sabermos ou querermos, ferimos outras pessoas, mesmo as que amamos muito, mesmo uma mãe em relação ao filho. A mãe pode transmitir ao filho todo seu estresse sobre a vida, a saúde, o progresso dele, mesmo sem nunca falar sobre essas coisas com ele diretamente ou sem expressar o que sente. Esse amor, esse amor natural pode feri-lo alguma hora. Isso não acontece, porém, com o amor de Cristo, que está ligado à oração e a santidade da vida de cada um. Esse amor santifica a pessoa, a pacifica, porque Deus é amor. </div>
<br />
Fonte (em grego): Life and Words, pub. Holy Monastery of Chrisopigi of Chania <br />
2003, Ancião Porphyrios <br />
<br />
<i>Traduzido para o inglês por: Holy Monastery of Pantokrator (
<a href="http://www.impantokratoros.gr/melancholy-sadness-anxiety.en.aspx" style="text-align: center;"><span lang="EN-US">http://www.impantokratoros.gr/melancholy-sadness-anxiety.en.aspx</span></a> )<br /><br />Traduzido para o português por: Lr.Fabio L. Leite</i><br />
<i><br /></i>
<i><span style="font-family: inherit;">(*) Pais Népticos, aqueles que possuem Nepsis: <span style="background-color: white; color: #252525; line-height: 22px;">(do grego</span><span style="background-color: white; color: #252525; line-height: 22px;"> </span><span lang="el" style="background-color: white; color: #252525; line-height: 22px;" xml:lang="el">νῆψις</span><span style="background-color: white; color: #252525; line-height: 22px;">). Nepsis é um estado de perpétua atenção e consciência, de perfeita sobriedade e discernimento que é típico dos santos após longo período de purificação.</span></span></i>Fabiohttp://www.blogger.com/profile/17721671471664791478noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5253273314794754427.post-17121515460638657472016-01-08T13:26:00.005-08:002016-01-13T12:08:28.999-08:00O Que a Igreja Ortodoxa Não É - 05/11<div align="JUSTIFY">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVOocxs7ER87-KosDIQyIaBBfqhDLpG0ihrSgCrrYgMkUeiMrrvnXsF8Vubbw29FalbaI13bwXVMjYe1PMIumYArGV2j5CMzb1tnf1BtMNheKE03qwFS8ZfERTAPLFKW86T34zp_LEMjM/s1600/3west.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="285" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVOocxs7ER87-KosDIQyIaBBfqhDLpG0ihrSgCrrYgMkUeiMrrvnXsF8Vubbw29FalbaI13bwXVMjYe1PMIumYArGV2j5CMzb1tnf1BtMNheKE03qwFS8ZfERTAPLFKW86T34zp_LEMjM/s400/3west.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">"O Triunfo de São Tomás Aquinas"</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<br />
por Sua Eminência Jeremias (Foundas) de Gortyna e Megalópolis (Grécia)<br />
<div>
<div style="text-align: -webkit-auto;">
<span style="font-size: x-small;">Fonte: <a href="http://oodegr.co/english/istorika/romi/Patristic_theology_vs_Latin_tradition.htm#*">http://oodegr.co/english/istorika/romi/Patristic_theology_vs_Latin_tradition.htm</a><br />Tradução: Lr. Fabio L. Leite</span></div>
</div>
<strong><br /></strong>
<div style="text-align: center;">
<strong>Não à Teologia Escolástica</strong><br />
<strong>Anterior: </strong><b style="font-size: small;"><a href="http://vidaortodoxa.blogspot.com/2015/12/o-que-igreja-ortodoxa-nao-e-parte-0411.html" target="_blank">Não para o Fim da Era Patrística</a> </b><br />
<strong>Próximo: Não ao Misticismo Russo e ao Anti-Hesicasmo Grego</strong></div>
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
Mas, se de acordo com os francos a era patrística terminou com São João Damasceno ou com Fócio, o Grande, o que viria em seguida? Os francos nos oferecem sua teologia escolástica e chegando a alegar que ela superou a encerrada teologia patrística! Aqueles dentre os nossos ortodoxos que aceitam o fim da tradição patrística sugerem como seu substituto estudos catequéticos-dogmáticos mal escritos, imitados dos francos, assim como outros trabalhos teológicos escolásticos. Entretanto, como já dissemos antes, a Ecclesia sempre teve seus Pais, mesmo duranto o período difícil da Turcocracia.</div>
<br />
A crença de que os francos escolásticos superaram os Santos Pais tem sua principal fonte a opinião do Abençoado Agostinho de que o ensino do Filioque constitui uma solução para um problema teológico que (alegadamente) não teria sido resolvido pelos Pais do Segundo Sínodo Ecumênico. <br />
<br />
Em uma de suas falas em 393 diante do Santo Sínodo da África a respeito do Símbolo do Segundo Sínodo Ecumênico, Agostinho relatou aos bispos a seguinte estranha e equivocada informação: que a propriedade hipostática do Espírito Santo é, diferentemente do Pai e do Filho, um problema para a Eclesia, um problema que permanecia irresolvido no Segundo Sínodo Ecumênico. Sem ter aprendido grego, como ele mesmo nos informa em outros momentos, nem tendo estudado os trabalhos latinos de seu tempo sobre a Santíssima Trindade, ele não sabia que a questão não era um problema, muito menos algo não-resolvido. Ainda assim, vivendo em isolamento teológico, sem o auxílio dos trabalhos patrísticos relevantes ao assunto, ele dedicou todos os seus esforços por 35 anos buscando uma resposta. E a encontrou através de contemplação baseada em filosofia neo-platônica (estocasmo): o filioque!<br />
<br />
Tal "solução" do Abençoado Agostinho foi redescoberta pelos francos no século 8 e acrescentada ao Símbolo da Fé. E junto com o filioque, os francos adotaram a também equivocada opinião de Agostinho de que a Eclesia, com o passar do tempo, é levada com a ajuda de "pensadores" ("estocastas") a uma melhor compreensão dos dogmas, dado que ele supostamente encontrara a solução que a Eclesia buscara a respeito da propriedade hipostática do Espírito Santo, uma solução que os Pais do Segundo Concílio Ecumênico não teriam tido condições de encontrar.<br />
<br />
Quando os russos, como os francos antes deles, adotaram o método teológico escolástico e a língua latina como a língua teológica oficial (no século 18), eles também adotaram a crença de que haviam superado os romanos (ortodoxos) do Império Otomano. O que é estranho é que alguns teólogos neo-helênicos, gregos modernos,que, influenciados pelos francos e pelos russos, ficaram desculpando-se por vários anos aos francos e à Rússia "francizada" por não terem recebido uma teologia escolástica e sistemática do tipo encontrado na Europa ocidental. Eles prometiam, entretanto, que iriam se esforçar para também criar uma tal teologia, de modo que pudessem logo alcançar as alturas intelectuais da Europa ocidental. Hoje, porém, quando a teologia ocidental foi quase inteiramente desmembrada, muitos teólogos europeus retornam á tradição patrística. E assim também muitos gregos modernos fazem o mesmo caminho em imitação deles. Mas o Pe. John Romanides repara:<br />
</div>
<blockquote class="tr_bq">
<div style="text-align: justify;">
"Infelizmente, ao invés de tentarem teologizar dentro da tradição hermenêutica dos Pais, eles utilizam a chave hermenêutica de seus professores ocidentais. Em outras palavras, eles interpretam os Pais baseados nas pressuposições da teologia ocidental e seu método de solucionar problemas, e portanto, não compreendem nem a teologia nem a espiritualidade dos Pais. A razão disto é que a teologia e a espiritualidade patrística, como aparecem nos escritos dos Pais, é percebida somente por aqueles que tiveraam a mesma experiência espiritual deles.(13) Essa teologia é um mistério oculto, exatamente como a teologia da Samta Escritura é um mistério. É inacessível para métodos acadêmicos. Apenas aqueles que possuem a Graça compreendem a Graça, a qual eles recebem através de jejum e oração sob a orientação de um pai espiritual que tenha a Graça da teoria (contemplação divina) (14)</div>
</blockquote>
<br />
<br />
13. Cf.o grande estudo do Professor Stylianos Papadopoulos "Concept, Importance and Authority of the Father and Teacher in his Patrology" livro I, p. 17-19.<br />
<br />
14. Ibid. p. 81<span style="font-family: Calibri; font-size: small;"><br /></span>Fabiohttp://www.blogger.com/profile/17721671471664791478noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5253273314794754427.post-20651516747516462962016-01-06T11:53:00.001-08:002016-01-08T07:07:53.776-08:00 Desvarios Progressistas e a Mentalidade Teórica<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkDlWdtWfWvFdI3h3bU6dYBuQpLx9r49gry97cXlZy1Isl5HBO7Xp338x8EE1IH7gy3Pbrd8f2nlWs1dLblAnoJh9TCDKi3AmssJ6IBUdYD4sEHWzNOS_FcPPhYDbbmevhbJbg6anlggQ/s1600/st-theophan-the-recluse.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkDlWdtWfWvFdI3h3bU6dYBuQpLx9r49gry97cXlZy1Isl5HBO7Xp338x8EE1IH7gy3Pbrd8f2nlWs1dLblAnoJh9TCDKi3AmssJ6IBUdYD4sEHWzNOS_FcPPhYDbbmevhbJbg6anlggQ/s400/st-theophan-the-recluse.jpg" width="313" /></a></div>
<br />
<br />
Autor: S. Teófano, o Recluso: (10 de Janeiro de 1815 – 06 de Janeiro de 1894) <br />
<br />
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
Quanto mais amo a humanidade em geral, menos amo cada homem em particular. Quanto mais odeio os homens individualmente, mais amo a humanidade - Fyodor Dostoyevsky, Os Irmãos Karamazov</blockquote>
<br />
Fonte: <a href="http://www.aoiusa.org/st-theophan-the-recluse-progressive-ravings-and-the-theoretical-mindset/">http://www.aoiusa.org/st-theophan-the-recluse-progressive-ravings-and-the-theoretical-mindset/</a><br />
<br /><br />
<br />
do livro "The Spiritual Life" Capítulos 16 e 17<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<br /><br />
O que aconteceu com você? Que tipo de perguntas é esse? "Não sei o que fazer com a minha vida. Deveria estar fazendo algo em particular? Tenho que definir um propósito específico para mim mesmo?" Eu li isso e fiquei chocado. De onde poderiam vir tais pensamentos? De fato, você já definiu tudo isso quando expressou seu desejo de manter-se no nível da dignidade humana.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu diria que você deve ter entre seus amigos alguns que são pensadores progressistas, ou que entrou em sociedade com tais pessoas, e que elas desintegraram o seu bom senso. Tais pessoas é que costumam falar essas barbaridades.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Parece-me que tudo isso é muito claro e simples e não existe razão para você ficar se torturando com problemas difíceis. Você tem que tirar da sua mente quaisquer planos sobre atividades "abrangentes, de múltiplos benefícios, em comum para toda a humanidade", das quais tanto tagarelam os progressistas.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Frases como "o bem da humanidade" e "o bem do povo" estão sempre nas línguas deles... os progressistas sempre têm em mente toda a humanidade ou pelo menos todo o povo ajuntado. Você, provavelmente, depois de escutar tantos ideias "profundas", se deixou cativar por elas e quando voltou os olhos para a realidade, percebeu com ressentimento que tinha parasitado o seu círculo familiar sem benefício ou propósito. Ah, se pelo menos alguém tivesse aberto seus olhos!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O fato é que a "humanidade" ou "o povo" não existem como uma pessoa por quem você pode fazer algo agora mesmo. Eles consistem de pessoas individuais e ao fazer algo por uma pessoa, o fazemos já dentro da massa geral da humanidade.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Se cada um de nós fizéssemos o que dá para fazer por quem quer que esteja na frente de nossos olhos, ao invés de fixar nossa visão ao longe na comunidade dos seres humanos, ou em todo o povo, estaríamos em cada momento fazendo o que é necessitado pelos que têm necessidade, e satisfazendo suas necessidades, estabeleceríamos o bem-estar de toda a humanidade, que afinal se constitui dos que têm e dos que não têm, dos fracos e dos fortes. Mas os que mantêm seus pensamentos no bem-estar de toda a humanidade, distraidamente por causa disso, deixam passar o que está na frente de seus olhos. Porque eles não têm a oportunidade de realizar o trabalho geral, deixam passar a oportunidade de realizar o trabalho particular, e assim, não realizam nada do seu propósito na vida.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu ouvi falar de algo assim em São Petersburgo. Havia um tipo de encontro de jovens que eram defensores do bem-estar universal - esse era o ápice de seus delírios progressistas. Um cavalheiro fazia um discurso apaixonado sobre o amor pela humanidade e pelo povo. Todos estavam encantados.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas quando ele voltou para casa, seu mordomo não abriu a porta rápido o suficiente, pois não tinha visto o chefe chegar. Também não soube entregar-lhe a lâmpada tão rápido quanto esperado e algo acontecera com o cachimbo que sumira, além de estar frio demais naquele cômodo. Nosso filantropo não pôde aguentar tais coisas e repreendeu com aspereza seu empregado. E ali estava, aquele sujeito bacana, cheio de amor pela humanidade, mas que não conseguia se portar adequadamente nem mesmo com uma só pessoa em sua casa.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Também no ponto alto dos desvarios progressistas, tinham algumas moças bonitas entregando-se ao trabalho de confecção de livros, as quais tinham deixado suas mães sem uma migalha de pão. Também elas, imaginavam que estavam de alguma forma avançando e ajudando a estabelecer a felicidade da humanidade.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Todos os problemas vêm de uma atitude mental que é abrangente demais. É melhor olharmos humildemente para nossos próprios pés, e vermos que passo vamos dar ali. Esse é o caminho mais verdadeiro.</div>
Fabiohttp://www.blogger.com/profile/17721671471664791478noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5253273314794754427.post-56892568493288597222015-12-24T06:26:00.001-08:002016-01-08T07:09:39.849-08:00O Diálogo Ecumênico do Século 21: Uma Pista de Obstáculos? <div style="text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhw1PZB1wrn57o6t29N3HVXEUAs_28dWeKKszroG5QIiG4K9p9ah9knmJHfyDV6gGc2tVFTB2iriHHfHCt58q7cJWEteNHbqYq7GGsI3ykxPeqcvi4ZGOm6coGmzqiitEccbbK_CFL3l0/s1600/tsetsis.jpg"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhw1PZB1wrn57o6t29N3HVXEUAs_28dWeKKszroG5QIiG4K9p9ah9knmJHfyDV6gGc2tVFTB2iriHHfHCt58q7cJWEteNHbqYq7GGsI3ykxPeqcvi4ZGOm6coGmzqiitEccbbK_CFL3l0/s400/tsetsis.jpg" /></a></div>
<div>
<br /></div>
<i></i><br />
<div style="text-align: justify;">
<i><i>Caríssimos,</i></i></div>
<i>
</i><br />
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>É comum ouvirmos no Brasil que já foram feitos certos documentos e acordos de união entre as igrejas católicas Ortodoxa e Romana, que existiriam documentos permitindo ortodoxos frequentarem e mesmo comungarem na Igreja Romana, em suma, que seriam basicamente a mesma igreja e que a união seria um fato quase consumado.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Tais informações são rigorosamente falsas.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Confirmaremos isso na exposição do Protopresbítero Pe. Georgio Tsetsis, representante do Patriarcado Ecumênico no Conselho Mundial de Igrejas e veterano de diálogos ecumênicos.</i></div>
<i></i><br />
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<i>
</i><div style="text-align: justify;">
<i><i>Sobre todos acordos, documentos e declarações conjuntas já realizados, afirma o Protopresbítero:</i></i><br />
<em><br /></em></div>
<i>
</i><br /></div>
<div>
<br /></div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
A agenda das conversas bilaterais é muito cheia. Ela cobre uma gama de questões teológicas, eclesiológicas e pastorais, relacionadas, por exemplo, com fé e dogma, as fontes da revelação divina, tradição apostólica, cristologia, a natureza da missão da Igreja, a unidade da Igreja, os sacramentos, a autoridade da Igreja, a vocação de São Pedro, o testemunho do Cristianismo no mundo moderno e até questões pastorais sobre casamentos inter-religiosos.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nessa altura, dada a confusão que reina <b>sobre os objetivos dos diálogos e a natureza dos "Documentos Conjuntos" </b>que são escritos nesses encontros, pode ser útil sublinhar uma coisa: que <b>esses diálogos não são "concílios de unidade",</b> e que<b> os textos que publicam não possuem natureza de "acordos", muito menos de "uma confissão comum de fé", como muitos acreditam e persistentemente repetem. </b><br />
<strong><br /></strong></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Como o Pe. Theodoros Zisis muito competentemente afirmou na 3a. Conferência Pré-Conciliar, quando ainda era um professor leigo, </div>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
"qualquer um que estude as atas dos Sínodos Ecumênicos perceberá que antes de os pais do sínodo chegarem no ponto de formularem os termos, houve um longo período durante o qual os problemas foram esmiuçados e analisados , posicionamentos e estudos foram investigados e então, com base em tal preparo, o sínodo define a formulação dos termos." </blockquote>
<div style="text-align: justify;">
(...)</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Devemos enfatizar quantas vezes forem necessárias que <b>esses encontros são de natureza exploratória e que os textos preparados neles não são mais que "textos de trabalho" enviados por aqueles que os escreveram para as Igrejas que representam para avaliação e comentário.</b> E naturalmente em <i>ad referendum</i> para o Grande e Santo Sínodo. <b>São meramente textos de apoio</b> na estrada para a unidade cristã, <b>textos que as igrejas têm a liberdade de rejeitar, como já foi demonstrado na prática.</b></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
(...)</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>A questão óbvia que surge quanto a esse ponto é se, e</b> <b>até que ponto, os bispos, padres, professores e teólogos que tomam parte nesses diálogos realmente representam a "linha" oficial de suas respectivas igrejas e até onde o que expressam é meramente suas próprias ideias teológicas pessoais</b>, e com as quais será impossível que as igrejas que os escolheram como representantes se identifiquem. A solução desse problema ajudará muito na prevenção de mal-entendidos quanto a natureza das conversas e do papel que os delegados das igrejas têm nelas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
(...)</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O que nossas contrapartes devem cuidadosamente evitar em conversas entre eles, é expressar pontos de vista diametralmente opostos aos que formulam quando conversam com os Ortodoxos. O diálogo ecumênico deve, acima de tudo, ser um "diálogo em verdade". Pelo menos, esse é o sentido que foi entendido pelos Ortodoxos quando, cerca de 35 anos atrás, através de uma decisão Pan-Ortodoxa, inauguramos conversas com várias igrejas heterodoxas, tendo como objetivo uma estrada comum de cristãos em direção a união.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas <b>quando nessas conversas, posições contraditórias são expressas por questões de "cortesia ecumênica" ou meramente para que em dado momento haja alguma empatia com a tradição teológica do interlocutor, então não apenas a verdade não foi manifestada, mas também não há promoção da jornada comum pela unidade cristã,</b> que é precisamente o principal objetivo das conversas em primeiro lugar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /><br />
Fontes:</div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="http://pemptousia.com/2013/02/the-ecumenical-dialogue-of-the-21st-century-an-obstacle-course-2/">http://pemptousia.com/2013/02/the-ecumenical-dialogue-of-the-21st-century-an-obstacle-course-2/</a>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="http://pemptousia.com/2013/02/the-ecumenical-dialogue-of-the-21st-century-an-obstacle-course-3/">http://pemptousia.com/2013/02/the-ecumenical-dialogue-of-the-21st-century-an-obstacle-course-3/</a>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Fabiohttp://www.blogger.com/profile/17721671471664791478noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5253273314794754427.post-15380258500248180002015-12-23T05:14:00.001-08:002016-01-08T07:25:06.539-08:00A Vida do Justo São José, o Noivo, Primeiro Devoto de Maria<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3kYqy-UwqzkGNQ4xe-liTh4zZ8q9JXpyjomWamuUQ3Fx3p2_zHiy2d1VA3ey0hsWQ9hy2eKjF52Qv95tE6dMfMjTM2uzZaAtO4drxaDE0I9sqGTqC2FOeVoGP_3DN0-Aj7c8xBs0P9dw/s1600/flighttoegypt.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3kYqy-UwqzkGNQ4xe-liTh4zZ8q9JXpyjomWamuUQ3Fx3p2_zHiy2d1VA3ey0hsWQ9hy2eKjF52Qv95tE6dMfMjTM2uzZaAtO4drxaDE0I9sqGTqC2FOeVoGP_3DN0-Aj7c8xBs0P9dw/s400/flighttoegypt.png" width="391" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /><br />
Os grandes santos anulam seu ego, sua identidade, sua imagem decaída para exaltar o Cristo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /><br />
É o que vemos em S. João Batista quando este diz: “É necessário que Ele (Jesus) cresça e eu diminua” (João 3:29,30) e também S. Paulo declarando seu processo de teosis/santificação, isto é, resgate da imagem e semelhança plena de Deus: “Não sou mais eu que vivo, mas é o Cristo que vive em mim” (GI 2,20).</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /><br />
São Paulo e São João Batista estabelecem, portanto, o plano completo de nossa salvação com estas suas palavras. S. João Batista nos mostra o meio da salvação (que a imagem do “eu” diminua para que Cristo tome a alma e resgate nela sua própria imagem) e S. Paulo nos mostra o efeito final e conclusão do processo; depois de diminuído a imagem decaída, esta morre e Jesus Cristo é que vive em nós e não nossas falsas concepções a respeito de nós mesmos e do mundo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /><br />
Esta breve introdução a respeito da humildade santa – que como visto é muito diferente da humildade “social” – é necessária para que compreendamos em sua total amplitude a figura do Venerando e Justo São José, o Noivo. De forma geral sabemos apenas que ele foi carpinteiro, que aceitou após um período de dúvidas ser o pai adotivo de Nosso Senhor Jesus Cristo e que em algum ponto entre os 12 e 30 anos de idade do seu filho ele deve ter falecido. Entretanto, esse santo que parece manter-se propositadamente à sombra de Maria e de Jesus Cristo guarda muitos ensinamentos para todos nós.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A Igreja Ortodoxa, sendo a Igreja criada por Jesus Cristo e transmitida pelos Apóstolos, preserva em seus registros escritos (dentre os quais, além das escrituras, o testemunho de historiadores cristãos primitivos que moravam ou iam nos locais santos buscar informações adicionais), culturais e pictóricos uma série de outras informações úteis a respeito dele e todas estas informações estão resumidas no título Justo São José, o Noivo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /><br />
O título de “Noivo” é dado pela relação que ele tinha com a Virgem Maria, que era expressão da relação que tinha com Deus. Para compreender a relação que ele tinha com a Virgem, devemos estudar quem era José pouco antes de conhece-la e onde ela estava quando foi entregue a ele.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Maria vivia de alguma forma dedicada ao Templo, provavelmente prestando serviços de tecelagem como outras jovens faziam. Tornando-se moça por volta dos 14 anos, pelos costumes da época, tinha que ser entregue em casamento para alguém.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinwIJZBqt3yLK8lXRV0KMmISakd3dFl1ybFTdu0RXOSj7yI_1eJxzxiRpM4D-LD0WrluLqxdpgme1-goiJ9EUg85M5qelS2VMLcVfx5NpQk9m-UCIr6u4OIzw33cFO4RZOxAkH46A8AaI/s1600/08.09.12.3424.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinwIJZBqt3yLK8lXRV0KMmISakd3dFl1ybFTdu0RXOSj7yI_1eJxzxiRpM4D-LD0WrluLqxdpgme1-goiJ9EUg85M5qelS2VMLcVfx5NpQk9m-UCIr6u4OIzw33cFO4RZOxAkH46A8AaI/s320/08.09.12.3424.JPG" width="250" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Santíssima Virgem Maria,<br />
modelo de vida consagrada</td></tr>
</tbody></table>
<br /><br />
Dizem os primeiros historiadores da Igreja que Maria fizera um voto de permanecer virgem a vida toda, o que gerava um problema pois, tendo atingido a adolescência, tinha que ser desposada. Ao mesmo tempo, os sacerdotes do Templo se admiravam com a devoção sincera da mocinha e não queriam passar por cima do seu voto, o que seria inevitável se ela se casasse. Naquele tempo ainda não existia a instituição das freiras, que era a clara inclinação da jovem Maria.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A solução encontrada pela sua santa família foi precisamente entregá-la em noivado sem consumação do matrimônio a um viúvo idoso, igualmente religioso e que compreendesse a situação, que se comprometeria a cuidar dela pelo pouco que restasse de sua vida, de modo que ela pudesse ser fiel a seu voto e ao mesmo tempo atendesse às prerrogativas sociais de uma época sem mosteiros e que exigiam que ela se casasse.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Segundo os registros, José era um homem de idade extremamente avançada, ao contrário do jovem que filmes e certas imagens sugerem. De fato, a tradição de mostrar José como um idoso nas imagens era comum ao Ocidente e o Oriente até o século 17, quando na Espanha começam a aparecer imagens de um José mais jovem. Até ali, em toda a Cristandade, a Sagrada Família era a família de Nossa Senhora, constituída por Santa Ana, São Joaquim e sua santa filha, a Virgem Maria. Eles eram o exemplo de família devota e piedosa, cuja educação correta conduz os filhos à santidade. Já Santa Maria era vista à luz de sua condição especial de Virgindade Devota e Miraculosa Mãe, e São José como devotado a Maria e a Deus.<br />
<br /><br />
<br />
De toda forma, segundo a tradição da Igreja, José teria 80 anos ao ter conhecido Maria e teria falecido por volta dos 110 anos, ou seja, logo antes de Jesus iniciar seu ministério aos 30 anos. Essas idades são extraordinárias mas possíveis e ainda que sejam números imprecisos (seu valor simbólico sugerem que sejam), o fato estabelecido é que com certeza já passara da terceira idade. Era viúvo de um casamento de aproximadamente 40 anos, com uma mulher chamada Salomé, que era prima de João Batista apesar da diferença de idades, e que dera a José sete filhos: Tiago, Judá, Simão e José eram os filhos e Salomé, Ester e uma terceira cujo nome é incerto, eram as filhas. Tiago é o que seria mais tarde chamado Irmão do Senhor e seria o primeiro bispo de Jerusalém e autor da Liturgia de S. Tiago. Esta Salomé, filha de José, seria mais tarde a mãe de um outro Tiago, nomeado provavelmente em homenagem ao tio, e que era irmão de São João Teólogo, autor do quarto evangelho e portanto sobrinho de Jesus.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
São José foi então sorteado entre os viúvos piedosos da cidade para ser noivo da jovem Maria. No Judaísmo da época não existia propriamente um noivado, mas um contrato de comprometimento, no qual as partes, através de seus pais, ou como no caso de José, por sua assinatura mesmo, se comprometiam a morar juntos durante algum tempo e a relação sexual após a cerimônia do casamento representaria a consumação do casamento. Como a jovem estava noivando com um idoso com o fim de manter seu desejo de devoção total a Deus, a ideia era provavelmente desde o início que o casamento jamais fosse consumado, mas a sociedade fosse apaziguada pelo contrato de noivado.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Tem-se registrado que S. José teria hesitado em receber a jovem devido à diferença de idades e mesmo teria dito que seria ridículo já que ele tinha filhos mais velhos do que ela (Maria deve ter-lhe sido entregue tendo por volta de 14 anos). Mas vendo a piedade da moça e compreendendo que esse noivado iria protegê-la, ele resolve aceitar e recebê-la como sua protegida.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Tendo aceitado-a, teria deixado a jovem em sua casa em Nazaré, acompanhada de 5 outras virgens para auxiliá-la, enquanto ia preparar uma casa definitiva longe dali. Essa mudança é outro sinal de que o contrato de noivado servia mais para proteger a vocacionada Maria de uma sociedade que não tinha ainda freiras ou mosteiros. Ao retornar, José encontrou-a grávida e raciocinou segundo os padrões normais, supondo que ela teria se deitado com algum homem.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKQa71CsrWN4i3KJY0AyB5N7Y7UGEuXsdj37PWYWLwB2RFp6KqpLNY94cvOAuhxOKJx3Tc1ueTTl4UIQYHCCxsmSuuN0p6SsJZRUTh7boOYWiznNH4De0Rih62kOCMe7fub1G0hCK88is/s1600/s_joseph2large.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKQa71CsrWN4i3KJY0AyB5N7Y7UGEuXsdj37PWYWLwB2RFp6KqpLNY94cvOAuhxOKJx3Tc1ueTTl4UIQYHCCxsmSuuN0p6SsJZRUTh7boOYWiznNH4De0Rih62kOCMe7fub1G0hCK88is/s320/s_joseph2large.jpg" width="266" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">S. José, o primeiro devoto de Maria</td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O interessante é que os registros deixam claro que mesmo em suas lamentações ele não fala como um homem traído e sim como um “protetor” que falhou em sua missão. De fato, tudo parece indicar que José tinha o entendimento de que a jovem virgem lhe havia sido entregue mais como alguém a ser protegida do que como esposa de fato. É apenas com a visitação do Arcanjo Gabriel em sonhos que o Justo José começa a compreender o que se passara. Que o seu comprometimento, vai muito além de cuidar de uma jovem devota, mas de proteger o próprio Filho de Deus que virá através dela.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
S. José então relê as Escrituras judaicas e confirma que tudo está ocorrendo de acordo com as profecias. A partir daí, resolve assumir a jovem como noiva, ainda que não tencione consumar o matrimônio, já que esse não era o objetivo inicial e ele compreende que a Virgem Maria é a própria Arca da Nova Aliança, o Santíssimo, inexpugnável e no qual quem tocar morre; todos estes atributos eram relegados ao local onde Deus habitava no Antigo Testamento. De fato, era proibido tocar na Arca da Aliança e José, compreendendo que a Virgem Maria era a Nova Arca pois o Incontenível estava contido em seu útero jamais a tocaria.<br />
<br /></div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Após nascido o Salvador, somos informados que Herodes manda matar os bebês com menos de dois anos e a São José recebe aviso para fugir para o Egito. O ícone que embeleza o início deste artigo representa tal fuga. Nele podemos ver São José, a Santíssima Maria, o Menino Jesus e São Tiago, já citado filho mais velho de São José com sua primeira esposa, Salomé.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em sua terceira idade, este homem devoto toma a si o encargo de guiar sua jovem noiva, e o Filho de Deus através de uma viagem que seria longa e cansativa mesmo para um jovem. Viverão em um país estrangeiro onde terá que sustentá-los com seu ofício desgastante de carpinteiro. Retornam para Israel três anos mais tarde e então veremos José pela última vez nos Evangelhos no evento do Templo, quando o jovem Jesus, com 12 anos, dá lições aos sacerdotes. Neste meio tempo, José cumpriu perante Ele, perante a sociedade e perante Maria todas as obrigações e sacrifícios de pai e noivo, de forma total e completa. Por isso ele é chamado de S. José, o Noivo, não apenas porque nunca consumou o casamento com Maria, mas porque a virtude principal de um noivo é a fidelidade ao compromisso. São José era comprometido com Maria, e com a missão que Deus lhe outorgou e a cumpriu integralmente.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Vale citar ainda, o outro título de José: que ele era Justo. Este título, na religião judaica era mais que um adjetivo sinônimo de “honesto” ou de alguém com um senso de “justiça humana” aguda. Ser um Justo era o objetivo final da vida místico-religiosa judaica assim como ser santo o é do Cristianismo. O Justo (<i>Tsadi</i>c) judeu é alguém que alcançou o Amor absoluto à Deus, o nível de <i>ahava beta'anugim</i> - "deleite amoroso".<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Outros dois homens bíblicos que são chamados Justos são Noé e o José do Velho Testamento. Segundo o site Beit Chabad:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<blockquote class="tr_bq">
<div style="text-align: justify;">
Um tsadic (o justo consumado) é alguém tão completamente devotado a D'us que nunca se considera como uma entidade separada ou individual. Sim, sua observância da Torá e dos mandamentos está repleta da intenção de aderir e tornar-se unido a D'us, cumprindo Sua vontade, e vivencia a Divindade com amor e temor. Mesmo assim, atribui tudo à infinita graça e providência de D'us. Como dizem nossos Sábios (Ética dos Pais 3:7): "Dê (i.e., atribua) a Ele tudo que Lhe pertence, pois você e tudo que é seu pertencem a Ele. (...)O serviço do tsadic a D'us é sem nenhum interesse. Seu desejo incondicional de servir e tornar-se um com Ele obstrui qualquer preocupação com o recebimento de uma recompensa, mesmo aquela do Mundo Vindouro."</div>
</blockquote>
<div style="text-align: justify;">
E ainda outra fonte judaica sobre o que é ser um "Justo":</div>
<blockquote class="tr_bq">
<blockquote class="tr_bq">
<div style="text-align: justify;">
O Tsadic (O Justo)</div>
</blockquote>
</blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
<blockquote class="tr_bq">
<div style="text-align: justify;">
Segundo a opinião do Tanya, uma pessoa que passou por testes de força moral e de caráter, e não sucumbiu ao pecado em pensamento, palavra e ação não é exatamente o significado do termo tsadic. Este também não descreve a essência de um tsadic. Ao contrário, o título tsadic refere-se a uma pessoa que triunfou sobre sua alma animalesca. Esta vitória significa que ele expulsou, ou transformou em bem, o mal inerente a seu coração desde o momento em que nasceu.</div>
</blockquote>
</blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
<blockquote class="tr_bq">
<div style="text-align: justify;">
No capítulo dez do Tanya, Rabi Shneur Zalman explica que há duas categorias gerais de tsadic.</div>
</blockquote>
</blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
<blockquote class="tr_bq">
<div style="text-align: justify;">
Um tsadic imperfeito ou incompleto é alguém que conseguiu banir ou eliminar o mal dentro de si por meio de seu serviço Divino, como alude o versículo: "E erradicarás o mal de dentro de ti." Um tsadic perfeito ou consumado é alguém que não somente baniu qualquer traço de mal dentro de si, como também conseguiu transformar o mal em bem.</div>
</blockquote>
</blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
<blockquote class="tr_bq">
<div style="text-align: justify;">
Conforme já destacamos, na sabedoria chassídica há uma distinção entre a faculdade do desejo da alma animalesca, e as "vestes imundas" nas quais a alma animalesca se veste. O poder do desejo não é necessariamente mau. Ele tem em si o potencial de ser atraído na direção do bem ou do mal. As "vestes imundas" nas quais a alma se veste são o produto da indulgência nos deleites físicos deste mundo. Assim como uma pessoa pode mudar de roupas à vontade, assim também pode tirar as vestes imundas que cobrem sua alma.</div>
</blockquote>
</blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
<blockquote class="tr_bq">
<div style="text-align: justify;">
Banir e eliminar o mal</div>
</blockquote>
</blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
<blockquote class="tr_bq">
<div style="text-align: justify;">
Deveria ser enfatizado que a transformação do poder do desejo da alma animalesca em amor a D’us caminha de mãos dadas com mudar completamente as vestes imundas. Devido a isto, o tsadic imperfeito, que não conseguiu transformar o mal em bem, também não conseguiu eliminar o mal dentro de si próprio. É por este motivo que o tsadic incompleto é também chamado "um tsadic que conhece o mal", ou "um tsadic no qual existe o mal", pois algum minúsculo vestígio do mal ainda permanece dentro dele, no lado esquerdo de seu coração. No entanto, em seu favor, devemos dizer que o vestígio do mal nunca é expresso em pensamento, palavra ou ação, pois "em razão de sua pequenez, é subjugado e anulado para o bem."</div>
</blockquote>
</blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
<blockquote class="tr_bq">
<div style="text-align: justify;">
Rabi Shneur Zalman enfatiza que o nível de "um tsadic que conhece o mal" na verdade abrange miríades de níveis, que são classificados segundo a quantidade e a potência do mal que permanece dentro dele. Em um tsadic imperfeito, um vestígio do mal originário do elemento Ar permanece. Em outro, um traço do mal do elemento Terra sobrevive, e assim por diante. Em um tsadic incompleto, o mal é anulado pelo bem na proporção de um para sessenta. Em outro tsadic imperfeito, o mal é anulado na proporção de um para mil, ou dez mil, etc. Estas várias subdivisões na categoria do tsadic imperfeito são os níveis dos numerosos tsadikim encontrados em todas as gerações. Segundo o Tanya, este é o significado da declaração de Nossos Sábios, que "dezoito mil tsadikim ficam de pé perante o Eterno, bendito seja."</div>
</blockquote>
</blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
<blockquote class="tr_bq">
<div style="text-align: justify;">
O mal não é sentido</div>
</blockquote>
</blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
<blockquote class="tr_bq">
<div style="text-align: justify;">
O rei David declarou sobre si mesmo: "Meu coração está vazio (chalal) dentro de mim." Isso sugere que seu coração estava vazio da consciência da má inclinação. E a razão para isso está declarada no Talmud Yerushalmi: "pois ele o tinha matado através do jejum." A palavra chalal significa também um cadáver, implicando assim que depois que o Rei David tinha jejuado a tal ponto que destruiu sua má inclinação, tudo de que tinha consciência era o "cadáver" do yetser hará (yetser hará=inclinação para o mal) dentro dele. Este status é atingido por todo "tsadic que conhece o mal" na guerra contra a alma animalesca.</div>
</blockquote>
</blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
<blockquote class="tr_bq">
<div style="text-align: justify;">
O tsadic imperfeito destruiu seu yetser hará, e cumpriu o versículo "erradicarás o mal de seu meio", embora às vezes o vestígio do mal que permanece dentro dele (o "cadáver" de seu yetser hará) demonstre sua presença. Mesmo assim, não tem efeito sobre ele (permanece um corpo sem vida, por assim dizer) e não pode perturbá-lo em seu serviço Divino ou impedi-lo de apegar-se a D’us.</div>
</blockquote>
</blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
<blockquote class="tr_bq">
<div style="text-align: justify;">
Em contraste, o yetser hará do benoni (o sujeito que não é mais um pecador inveterado, mas não é um tsadic ainda) é passível de incomodá-lo ao máximo. Mesmo quando o benoni está ocupado com seu serviço Divino, e em meio a seu apego por D’us, maus pensamentos podem perturbá-lo. Para superar estes maus impulsos ele deve ir à guerra. No tsadic incompleto, porém, a aparência do mal é apenas transitória, e pode imediatamente ser ordenado a fugir sem qualquer luta. </div>
</blockquote>
</blockquote>
<a href="http://www.chabad.org.br/tora/cabalaterapia/cab125.html">http://www.chabad.org.br/tora/cabalaterapia/cab125.html</a><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /><br />
Vemos, portanto que José é um homem que recebe três títulos honrosos: ele é Santo que é um reconhecimento de avançado estágio de aproximação de Deus segundo os critérios Cristãos, garantindo que ele fora salvo por seu Filho, algo que está acima de ser Justo. Mas ele também é um Justo, o que, como vimos, é também o nome de uma forma de santidade no judaísmo em reconhecimento do pleno cumprimento da Vontade de Deus por parte de José. Este octogenário conseguiu nada mais, nada menos do que cumprir tanto o que Deus exigia no Velho Testamento quanto o que exigia no Novo. É Santo e Justo.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Finalmente, é chamado também "o Noivo" porque ele obteve tais virtudes pelo comprometimento com Deus que realizou através do noivado com sua Santíssima Mãe Maria, superando a vergonha do escárnio da sociedade por ser visto como "traído" por uma moça mais nova. Com profunda fé em Deus e fidelidade a missão recebida, São José foi o primeiro devoto consagrado a Maria, o primeiro homem que entregou sua vida integralmente a Deus através do serviço constante à Sua Santíssima Mãe, relacionando-se com ela com a reverencial piedade de um devoto e não como marido - lembramos mais uma vez que tradicionalmente a figura exemplo da Sagrada Família, de santidade no casamento e na criação dos filhos é a família de Nossa Senhora e seus pais, Santa Ana e São Joaquim, com muitos e luminosos exemplos de fé, paciência, e alegria, gerando uma filha santa.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /><br />
Portanto, São José é um homem de estatura espiritual singular e magnífica e que ainda assim manteve suficiente silêncio humilde a respeito de si mesmo para que não se destacasse diante daqueles a quem devia servir, entre os quais o próprio Deus. Diminui-se para que Deus fosse glorificado, entregou até o último suspiro de suas forças ao Plano de Deus, servindo assim de exemplo para todos nós e merecendo ser chamado o Justo São José, o Noivo. </div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEic6GlDbYwOqSHgayWOgdmWnMzWbG83ynjffinPgcrKlQ_YaN1RqBfbvjyED2SGgQi39Zl5dDb6rsSR1-UFBrhcTcgZxSu5E4HEpV4lTEMDib1p3dvhYsi3y6BCcYrXDsgrIP2lD9i2YT4/s1600/5dd94bea0b0a78246db6d7192263de24.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="272" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEic6GlDbYwOqSHgayWOgdmWnMzWbG83ynjffinPgcrKlQ_YaN1RqBfbvjyED2SGgQi39Zl5dDb6rsSR1-UFBrhcTcgZxSu5E4HEpV4lTEMDib1p3dvhYsi3y6BCcYrXDsgrIP2lD9i2YT4/s400/5dd94bea0b0a78246db6d7192263de24.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A Sagrada Família Tradicional:<br />
São Joaquim, exemplo de pai, Santa Ana, exemplo de mãe,<br />
e a Virgem Maria, exemplo de filha, símbolos do casamento e da família cristã</td></tr>
</tbody></table>
<br />Fabiohttp://www.blogger.com/profile/17721671471664791478noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5253273314794754427.post-59708240068936665132015-12-22T09:22:00.001-08:002016-01-08T07:26:16.573-08:00Divina Liturgia: Como Aproveitar Melhor<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWu1GuTvgVRxIjBfJ9k1sAXhQFQh2Q3piQpG-8Zoc_3-GwHZ1HDu4_zyrored5IK2H3SJ7cYMKu299Ad_o7dDhgI5utEJXxQ2gUJhW1BcMVnJCIrnIvwk9X4CW9GdUYp5iUsq46iktoPo/s1600/%25CE%25A7%25CF%2589%25CF%2581%25CE%25AF%25CF%2582+%25CF%2584%25CE%25AF%25CF%2584%25CE%25BB%25CE%25BF%25CE%25B1%25CF%2583.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWu1GuTvgVRxIjBfJ9k1sAXhQFQh2Q3piQpG-8Zoc_3-GwHZ1HDu4_zyrored5IK2H3SJ7cYMKu299Ad_o7dDhgI5utEJXxQ2gUJhW1BcMVnJCIrnIvwk9X4CW9GdUYp5iUsq46iktoPo/s400/%25CE%25A7%25CF%2589%25CF%2581%25CE%25AF%25CF%2582+%25CF%2584%25CE%25AF%25CF%2584%25CE%25BB%25CE%25BF%25CE%25B1%25CF%2583.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Traduzido e adaptado do original do Pe. Dimitri Cozby</i><br />
<em><br /></em></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Original: <a href="http://pemptousia.com/2015/12/how-to-worship/">http://pemptousia.com/2015/12/how-to-worship/</a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /><br />
Todo padre recebe perguntas sobre como aproveitar melhor a Divina Liturgia, o que deve ser feito para mostrar o devido respeito no templo do Senhor e o que pode ser feito para termos uma participação mais significativa nos ofícios. Este artigo buscará tratar de algumas das perguntas mais comuns, fundamentando-se em fontes diversas. Não deve ser tratado como leis que exigem obediência, mas como auxílios para alcançarmos uma postura espiritual, uma certa mentalidade que fará a adoração em nossa igreja mais significativa para cada um de nós.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /><br />
Sempre que entramos ou saímos do templo, devemos fazê-lo da forma mais serena possível, para não perturbarmos as orações de nossos irmãos e irmãs, assim como gostaríamos de fazermos nossas orações sem interrupções ou distrações.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /><br />
Também ao entrarmos ou sairmos do templo, devemos ficar de frente para o altar e fazer o sinal da cruz. Antes de irmos para nosso lugar, veneramos o ícone do santo padroeiro ou da festa que comemoramos e que estará no centro do templo, e veneramos os ícones de nosso Senhor e da Teotókos - tudo isso depois de comprarmos e acendermos velas se assim quisermos.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /><br />
É melhor evitar ficar entrando e saindo da igreja durante os ofícios. Especialmente não entre enquanto a igreja estiver senso incensada, durante as procissões do Evangelho e do pão e vinho que serão consagrados, nem durante o sermão; são momentos que exigem concentração e movimentações provocam distração. Chegar atrasado na Liturgia é uma falta comum entre ortodoxos de todas as origens, mas não é algo de que devemos nos orgulhar. Sair mais cedo sem uma razão muito boa é tão ruim quanto.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /><br />
Dentro do templo, devemos buscar manter uma atitude de oração e um espírito de humildade, como o do coletor de impostos do Evangelho (S. Lucas 18:10-14). Nosso propósito ao irmos a igreja é nos aproximarmos de nosso Senhor e Rei na companhia de nossos irmãos e irmãs; nos juntamos para constituir a Igreja de Deus. Esses fatos devem governar todas as nossas atitudes e comportamentos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É melhor evitar conversas na igreja mesmo se o ofício não começou ainda. Devemos aproveitar o tempo antes dos ofícios nos preparando para a adoração; conversas necessárias devem ser conduzidas serenamente para não perturbar a meditação dos outros.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /><br />
Aproveitamos melhor o que a Liturgia oferece se orarmos ao invés de meramente estarmos presentes. Deixe que os hinos entrem no seu coração, e faça com que as palavras ditas sejam as suas próprias como se você as dissesse de sua própria boca com toda sinceridade. Lembre-se que a Liturgia não é o momento das orações particulares, que podem ser feitas em casa em nosso canto de ícones, mas ela é o momento da oração comum da Igreja.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /><br />
Para ajudar na oração do coração, ore com o seu corpo além da sua mente. A piedade ortodoxa é rica em ações que permitem que tudo em você glorifique a Deus, inclusive seus gestos e postura corporal. Devemos fazer o sinal da cruz nas horas adequadas: sempre que se fala na Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, e em qualquer oração ou petição que te afete pessoalmente. Quando o padre incensa ou abençoa o povo, o correto é fazer uma curvatura de reverência. Nesse momento não é necessário fazer o sinal da cruz, mas também não é errado fazê-lo. Durante a Quaresma, existem momentos quando nos ajoelhamos ou fazemos prostrações; siga o padre e os auxiliares do altar nessas questões. Se ajoelhar aos domingos não é adequado, pois todo domingo é uma festa da Ressurreição, uma Páscoa semanal e a posição do corpo que melhor expressa nossa alegria e salvação é estarmos de pé, especialmente após a Comunhão. A participação penitencial, de joelhos, pode ser feita nos outros dias. Os leitores e cantores podem não fazer vários desses gestos para não perturbarem a harmonia do ofício.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /><br />
Lembremos sempre e acima de tudo que o templo deve estar cheio de uma atitude de amor mútuo e respeito. Estamos reunidos para compartilharmos na adoração da Igreja, para nos unirmos uns aos outros e com nosso Deus, para sentir já um pouco da alegria que teremos quando reunidos no Seu Reino. Nossas atitudes uns para com os outros devem ser reflexo da atitude do Senhor, que ama a todos nós e só deseja o nosso crescimento espiritual e nossa salvação.</div>
Fabiohttp://www.blogger.com/profile/17721671471664791478noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5253273314794754427.post-20515121534244026032015-12-20T12:12:00.001-08:002015-12-23T08:03:17.139-08:00Como surgiu a festa do Natal (e não tem nada a ver com festas pagãs)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVD9i9J_15wrv8G6gfLMsyOhPlqzeDs1Cexc-Y2yLlALefrm4CkDIpOTuf7jMQ0DmTnv5cyyJATcsgJFatmWjU6Qw8a4mZGYGDLXoSImi5OIOcbN4A5rygGYY_EsD5w9yQTnCW7MKHhLM/s1600/horus.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="205" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVD9i9J_15wrv8G6gfLMsyOhPlqzeDs1Cexc-Y2yLlALefrm4CkDIpOTuf7jMQ0DmTnv5cyyJATcsgJFatmWjU6Qw8a4mZGYGDLXoSImi5OIOcbN4A5rygGYY_EsD5w9yQTnCW7MKHhLM/s400/horus.jpg" width="400" /></a></div>
<strong><br /></strong>
<strong><br /></strong>
<strong>William J. Tighe, sobre a história do 25 de dezembro</strong><br />
<strong><br /></strong>
<strong>Tradução de Ricardo Williams</strong><br />
<br />
<strong>Ensaio publicado originalmente no site Touchstone – A Jornal of Mere Christianity <a href="http://www.touchstonemag.com/index.html" rel="nofollow" target="_blank">http://www.touchstonemag.com/index.html</a></strong><br />
<br />
Muitos cristãos pensam que celebramos o nascimento de Cristo em 25 de dezembro porque os Pais da Igreja se apropriaram da data de um festival pagão. Praticamente ninguém se importa com isso, exceto por alguns grupos extremistas de evangélicos norte-americanos, que crêem que isto faz do Natal uma festa pagã. Mas é importante saber que a escolha do 25 de dezembro é resultado de várias tentativas dos primeiros cristãos de descobrir a data do nascimento de Jesus, baseadas em cálculos que não tinham relação com festividades pagãs.<br />
<br />
Pelo contrário, ao instituir o festival pagão do "Nascimento do Sol Invicto" em 25 de dezembro de 274, o imperador romano Aureliano certamente tentou criar uma festividade pagã para competir com uma data que já possuía certa importância para os cristãos romanos. Portanto, o mito das "origens pagãs do Natal" é totalmente desprovido de bases históricas.<br />
<br />
<strong>Um erro</strong><br />
Devemos a idéia de que a data foi apropriada dos pagãos a dois estudiosos do final do século XVII e início do século XVIII: Paul Ernst Jablonsky, um Protestante alemão que desejava mostrar que a celebração do nascimento de Cristo em 25 de dezembro era apenas uma das inúmeras "influências" pagãs adotadas pela igreja a partir do século IV e que transformara o cristianismo apostólico puro no catolicismo romano; e Dom Jean Hardoiun, um monge beneditino que tentou mostrar que a Igreja Católica Romana adotara festivais pagãos para cristianizá-los sem, no entanto, corromper o evangelho com influências pagãs.<br />
<br />
No calendário juliano, criado em 45 a.C. pelo imperador Júlio César, o solstício de inverno caía em 25 de dezembro, e portanto, parecia óbvio a Jablonsky e Hardoiun que a data fora importante para os pagãos. Mas, na verdade, tal data não possuía importância religiosa no calendário de festividades pagãs romanas antes da época de Aureliano, tampouco o culto ao sol fora importante em Roma antes de seu governo.<br />
<br />
Havia dois templos solares em Roma: um deles, mantido pelo clã ao qual Aureliano pertencera, e que celebrava seu festival em 9 de agosto; e outro que celebrava seu festival em 28 de agosto. Mas ambos os cultos caíram em decadência por volta do século II, quando cultos solares orientais, como o mitraísmo, tornaram-se populares em Roma. De qualquer modo, nenhum destes cultos, novos ou antigos, celebravam festivais relacionados a solstícios ou equinócios.<br />
<br />
O que realmente ocorreu é que Aureliano, que governou de 270 até seu assassinato em 275, era hostil ao cristianismo, e aparentemente promoveu e estabeleceu o festival do "Nascimento do Sol Invicto" como um meio de unificar diversos cultos pagãos do Império Romano através do "renascimento" anual do sol. Durante seu governo o império parecia desmoronar devido a desordem interna, rebeliões nas províncias, decadência econômica e ataques contínuos das tribos germânicas ao norte, e dos persas à leste.<br />
<br />
Com a criação da nova festividade o imperador pretendia que o 25 de dezembro – que iniciava o período do ano em que os dias eram mais longos e as noites mais curtas – se tornasse um símbolo do esperado "renascimento" ou renovação perpétua do Império Romano, resultado da retomada do culto a deuses que, no passado, haviam levado Roma à grandeza – segundo criam os romanos. Se a data coincidisse com uma festa cristã, melhor ainda.<br />
<br />
<strong>Uma conseqüência</strong><br />
É certo que a primeira evidência que temos da celebração da festa cristã do Natal do Senhor na data de 25 de dezembro data de 336 d.C., anos após o fim do governo de Aureliano. Mas há evidências de que, já nos século II e III, tanto no oriente grego quanto no ocidente latino, os cristãos tentavam descobrir a data do nascimento de Cristo antes mesmo dela tornar-se uma celebração litúrgica. Evidências indicam que, na verdade, a escolha da data de 25 de dezembro foi uma conseqüência de tentativas de se determinar a celebração da Páscoa.<br />
<br />
Como isso ocorreu? Há uma contradição aparente entre a data da morte do Senhor segundo os Evangelhos sinópticos e o Evangelho de São João. Os sinópticos marcam sua morte na Festa da Passagem, após o Senhor celebrar da Ceia na noite anterior. João marca sua morte na véspera da Festa da Passagem, quando os cordeiros eram sacrificados no templo de Jerusalém para a festa que teria início após o sol se pôr naquele dia.<br />
<br />
Para solucionarmos esse problema devemos responder se a Última Ceia do Senhor foi uma ceia celebrada na Festa da Passagem, ou uma refeição ocorrida na véspera. A questão é muita longa para abordamos aqui, mas basta dizer que a Igreja primitiva seguia a data de São João, e portanto cria que a morte de Cristo ocorrera em 14 de Nissan, segundo o calendário lunar judaico.<br />
<br />
Aliás, muitos estudiosos contemporâneos postulam que a morte de Cristo só poderia ter ocorrido em 30 ou 33 d.C., já que somente nestes dois anos a véspera da Festa da Passagem caíra em uma sexta-feira, sendo os possíveis dias de sua morte 7 de abril do ano 30, ou 3 de abril do ano 33.<br />
<br />
Porém, com sua forçosa separação do judaísmo, a Igreja passou a adotar calendários distintos, e teve de obter meios próprios para determinar a celebração da Paixão de Cristo de modo independente dos cálculos feitos pelos rabinos judeus que determinavam a data da Festa da Passagem. Além disso, como o calendário judaico era um calendário lunar composto de doze meses de trinta dias, de tempos em tempos o Sinédrio decretava a adição de um 13o mês para que o calendário acompanhasse os equinócios e solstícios, e as estações do ano caíssem na época apropriada do calendário.<br />
<br />
Além da dificuldade que os cristãos teriam em seguir, ou mesmo saber com precisão, a data da Festa da Passagem a cada ano, seguir um calendário lunar próprio lhes causaria problemas com os judeus e pagãos, e muito provavelmente causaria disputas internas – como as disputas do século II sobre se a Páscoa deveria sempre ser celebrada em um domingo ou em qualquer dia da semana que caísse dois dias depois do dia 14 de Nissan. Seguir um calendário lunar pioraria ainda mais tal situação.<br />
<br />
Tais dificuldades foram solucionadas de modo diferente entre os cristãos gregos da porção oriental do império e os cristãos latinos da parte ocidental. Os gregos aparentemente desejavam encontrar uma data equivalente ao 14 de Nissan em seu calendário solar, e como o mês de Nissan coincidia com o equinócio de primavera, ele escolheram o 14o dia de Artemísion, mês do equinócio de primavera em seu próprio calendário. Por volta de 300 d.C., o calendário grego foi substituído pelo calendário romano, e como as datas de início e fim dos meses em ambos os calendários não coincidiam entre si, o 14 de Artemísion tornou-se 6 de abril.<br />
<br />
Por sua vez, os cristãos latinos de Roma e do norte da África do século II aparentemente desejavam estabelecer uma data histórica para a morte de Nosso Senhor. Na época de Tertuliano (c. +230), eles decidiram estabelecer que a data da sua morte fora em uma sexta-feira, 25 de março do ano 29 (é importante notar que esta data estava errada; 25 de março de 29 não era uma sexta-feira, e naquele ano a véspera da Festa da Passagem não caíra em uma sexta-feira, tampouco em 25 de março).<br />
<br />
<strong>Era de Integração</strong><br />
Portanto no oriente tínhamos o 6 de abril, e no ocidente o 25 de março. Aqui devemos explanar uma crença que era corrente no judaísmo na época de Cristo, mas que como não se encontra na Bíblia, é desconhecida dos cristãos: a idéia de uma "era de integração" dos grandes profetas judaicos, a idéia de que os profetas de Israel morreram na mesma data de sua concepção.<br />
<br />
Esse conceito é um fator chave para compreendermos como alguns cristãos primitivos vieram a crer que 25 de dezembro é a data do nascimento de Cristo – eles aplicaram esta idéia a Jesus, de modo que 6 de abril e 25 de março não eram apenas as supostas datas da morte de Cristo, mas também de sua concepção ou nascimento. Há evidência fugaz de que alguns cristãos dos séculos I e II criam que o nascimento de Cristo era 25 de março ou 6 de abril, mas a data de 25 de março logo ganhou aceitação entre os cristãos como a data da Concepção do Senhor.<br />
<br />
Ainda hoje esta data é comemorada pela maioria dos cristãos como a Festa da Anunciação, quando o Arcanjo Gabriel trouxe a Boa-nova do Salvador à Virgem Maria, que por seu consentimento possibilitou que o Eterno Verbo de Deus ("Nascido do Pai antes de todos os séculos: Luz de Luz, Deus Verdadeiro de Deus Verdadeiro") se encarnasse em seu ventre. E quanto tempo dura uma gravidez? Nove meses. Se contarmos nove meses a partir de 25 de março, chegamos a 25 de dezembro; fazendo o mesmo com o 6 de abril, temos 6 de janeiro. Em 25 de dezembro celebramos o Natal, e em 6 de janeiro, a Epifania.<br />
<br />
O Natal (25 de dezembro) é uma festa originária do ocidente cristão, que foi introduzida em Constantinopla por volta de 379 ou 380. Em um sermão de São João Crisóstomo, que na época era um renomado asceta e pregador em Antioquia, vemos que a festa foi celebrada pela primeira vez em sua cidade natal em 25 de dezembro de 386. A partir dos grandes centros urbanos, a festa se difundiu em todo o oriente cristão, sendo instituída em Alexandria no ano 432, e em Jerusalém por volta de um século depois. Somente a igreja da Armênia não adotou esta tradição, e até hoje celebra o Natal de Cristo, a adoração dos Reis Magos e o Batismo do Senhor em 6 de janeiro.<br />
<br />
As igrejas ocidentais, por sua vez, adotaram posteriormente a Festa da Epifania, celebrada no oriente em 6 de janeiro, entre os anos 366 e 394. Mas no ocidente a festa era celebrada geralmente como a visita dos Reis Magos ao menino Jesus, e como tal, era uma festa importante, mas não pertencia às grandes festas da Igreja – um visível contraste com o Oriente, onde a Epifania ainda é, depois da Páscoa, a festa mais importante do calendário litúrgico.<br />
<br />
No oriente cristão, a Festa da Epifania é mais popular que o Natal. O motivo é que esta festa celebra o Batismo de Cristo no Rio Jordão, quando a Voz do Pai e a descida do Espírito Santo manifestaram aos homens, pela primeira vez, a divindade do Cristo Encarnado e a Trindade Divina.<br />
<br />
<strong>Uma festa cristã</strong><br />
Portanto a escolha do 25 de dezembro como data do nascimento de Cristo não possui relação alguma com supostas influências pagãs que adentraram a Igreja durante ou após o reinado de Constantino. É altamente improvável que esta seja a verdadeira data do nascimento de Cristo, mas deve suas origens aos esforços dos cristãos latinos dos primeiros séculos em determinar a data precisa da morte de Cristo.<br />
<br />
E a festa pagã instituída pelo imperador Aureliano em 274 foi não somente uma tentativa de utilizar o solstício de inverno para fins políticos, mas também uma tentativa de dar um significado pagão a uma data que já era importante aos cristãos romanos. Estes, por sua vez, posteriormente fizeram uso da coincidência com a festa pagã do "Nascimento do Sol Invicto" para se referir ao nascimento de Cristo como o nascimento do "Sol da Salvação" ou "Sol da Justiça".<br />
<br />
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<br />
<strong>William J. Tighe, correspondente da Touchstone, é professor de História da Faculdade Muhlemberg. Ele indica aos leitores interessados o livro The Origins of the Liturgical Year, de Thomas J. Talley, publicado pela editora The Liturgical Press</strong><br />
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<b><br /></b></div>
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<b>Assista também sobre o mesmo tema, o desenho animado "<a href="https://www.youtube.com/watch?v=34Eh3gVC3Tk" target="_blank">Hórus Arruina o Natal"</a></b></div>
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<span style="font-size: x-small;"><b><a href="https://www.youtube.com/watch?v=34Eh3gVC3Tk">https://www.youtube.com/watch?v=34Eh3gVC3Tk</a></b></span></div>
<br />Fabiohttp://www.blogger.com/profile/17721671471664791478noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5253273314794754427.post-20970703221137955492015-12-16T11:46:00.000-08:002016-01-13T12:08:33.236-08:00O Que a Igreja Ortodoxa Não É - Parte 04/11<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFkbpIP4a1lSl2BuC5kWiA7AfQ_3LPyeGUmiWBHxoxPwVRNuyjTBU2LF2z9lP5iebRMzs6-cNXEqVtVD5GzGqurePdV37JiQW7a9ewHT7PkQdyM4sVyaPA5dCCmXoUw4RL6s2ywx-o3iY/s1600/Gregory+Palamas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFkbpIP4a1lSl2BuC5kWiA7AfQ_3LPyeGUmiWBHxoxPwVRNuyjTBU2LF2z9lP5iebRMzs6-cNXEqVtVD5GzGqurePdV37JiQW7a9ewHT7PkQdyM4sVyaPA5dCCmXoUw4RL6s2ywx-o3iY/s320/Gregory+Palamas.jpg" width="233" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">S. Gregório Palamas, Pai da Igreja</td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
por Sua Eminência Jeremias (Foundas) de Gortyna e Megalópolis (Grécia)<br />
<div>
<div style="text-align: -webkit-auto;">
<span style="font-size: x-small;">Fonte: <a href="http://oodegr.co/english/istorika/romi/Patristic_theology_vs_Latin_tradition.htm#*">http://oodegr.co/english/istorika/romi/Patristic_theology_vs_Latin_tradition.htm</a><br />Tradução: Lr. Fabio L. Leite</span></div>
</div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<b>Não para o Fim da Era Patrística</b><br />
<span style="font-size: x-small;"><b>Anterior: </b><b><a href="http://vidaortodoxa.blogspot.com/2015/11/o-que-igreja-ortodoxa-e-e-o-que-nao-e.html" target="_blank">Não Para a Divisão dos Pais em Campos</a></b></span><br />
<span style="font-size: x-small;"><b>Próximo: </b><strong><a href="http://vidaortodoxa.blogspot.com/2016/01/o-que-igreja-ortodoxa-nao-e-0511.html" target="_blank">Não à Teologia Escolástica</a></strong></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas também temos um outro tipo de plani (ilusão espiritual) dos Franco-Latinos sobre os Pais da Igreja; similar à que mencionamos no item anterior, mas pior: a ilusão de que a era da teologia patrística teria acabado depois de Fócio, o Grande. O pior é que essa ideia do fim da teologia patrística encontrou chão fértil mesmo em solo ortodoxo helênico. A questão é simples e é como segue: </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No início do século 9, os francos introduziram o filioque (a tese de que o Espírito Santo procede não apenas do Pai, mas também do Filho) no Símbolo de nossa Fé, o Credo (NT). Nessa época, todos os cinco patriarcados romanos (de Roma, Nova Roma, Alexandria, Antioquia e Jerusalém) condenaram formalmente tal ensino como herético no Oitavo Concílio Ecumênico (879). Como os francos não podiam reconhecer como Pais aqueles que lutaram contra o seu filioque, por essa razão viram-se forçados a alegar que a tradição teológica patrística terminara no século 8. Afinal de contas, os Francos já haviam condenado também o Sétimo Concílio Ecumênico (794); de modo que sequer aceitavam São João Damasceno como um Pai da Igreja. Mais tarde, porém, durante o século 12, sob a pressão de itálo-lombardos e dos romanos ocupados no sul da Itália, os francos foram forçados a finalmente aceitarem o Sétimo Concílio Ecumênico, incluindo assim São João Damasceno entre os seus Pais da Igreja. Até hoje, os ocidentais crêem que o último Pai “Grego” da Igreja foi São João Damasceno. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Esse ponto de vista, ou melhor, essa heresia, sobre o suposto fim da era patrística, também foi aceito pelos russos (10), com a diferença de que para eles o último pai teria sido Fócio, o Grande. Assim, os russos incluem entre os Pais da Igreja aquele que lutou contra o filioque. O problema é que essa heresia também foi aceita por alguns gregos modernos (11), que falam de um antigo “período patrístico” e que não existem mais Santos Pais em nossa época. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Os francos, russos e junto com eles os gregos modernos que pensam que a era patrística terminou foram excomungados por nossa Igreja, já que quando o Concílio de Constantinopla em 1368 proclamou Gregório Palamas não apenas um santo da nossa Igreja, mas também um Pai, excomungando ali todos os que não o aceitam como um Pai da mesma estatura dos Pais mais antigos da Igreja. Entretanto, São Gregório Palamas viveu durante o século 13, em outras palavras, muito depois de São João Damasceno ou de São Fócio, que são considerados pelos grupos acima como os últimos Pais da Igreja. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ou seja, através do reconhecimento conciliar de São Gregório Palamas como um Pai e da excomunhão de todos os que não o aceitam como de igual status com os Pais anteriores da Igreja, a própria heresia franco-latina do fim da era patrística foi condenada como tal e os franco-latinos foram excomungados. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A despeito dos sofistas tagarelas entre os francos e os russos, nós ortodoxos, até mesmo durante esse duro e tenebroso período da Turcocracia, geramos portadores viventes da genuína teologia e espiritualidade dos antigos Santos Pais, tais como: <a href="https://translate.google.com/translate?sl=en&tl=pt&js=y&prev=_t&hl=pt-BR&ie=UTF-8&u=http%3A%2F%2Forthodoxwiki.org%2FNicodemus_of_the_Holy_Mountain&edit-text=" target="_blank">Nicodemos, o Haguiorita</a>, <a href="https://translate.google.com/translate?hl=pt-BR&sl=en&tl=pt&u=http%3A%2F%2Forthodoxwiki.org%2FEugenios_Voulgaris" target="_blank">Eugênio Vulgaris</a>, <a href="https://translate.google.com/translate?hl=pt-BR&sl=en&tl=pt&u=http%3A%2F%2Forthodoxwiki.org%2FNikephoros_Theotokis&sandbox=1" target="_blank">Nicéforo Theotokis</a>, A<a href="https://translate.google.com/translate?hl=pt-BR&sl=en&tl=pt&u=http%3A%2F%2Forthodoxwiki.org%2FAthanasius_Parios&sandbox=1" target="_blank">tanásio de Paros</a>, <a href="https://translate.google.com/translate?hl=pt-BR&sl=en&tl=pt&u=http%3A%2F%2Forthodoxwiki.org%2FMacarius_Notaras_of_Corinth&sandbox=1" target="_blank">Macário Notaras</a>, <a href="https://translate.google.com/translate?hl=pt-BR&sl=en&tl=pt&u=http%3A%2F%2Forthodoxwiki.org%2FCosmas_of_Aetolia&sandbox=1" target="_blank">Cosme da Etólia</a>, <a href="https://translate.google.com/translate?hl=pt-BR&sl=en&tl=pt&u=http%3A%2F%2Forthodoxwiki.org%2FMaximus_the_Greek&sandbox=1" target="_blank">Máximo, o Grego</a>, Pacômio Russanus, <a href="https://translate.google.com/translate?hl=pt-BR&sl=en&tl=pt&u=http%3A%2F%2Forthodoxwiki.org%2FGennadius_Scholarius&sandbox=1" target="_blank">Genádio Scholarius</a>, Jacó Monachus, Máximo do Peloponeso, Agápio Lardus, além de muitos hierarcas e patriarcas que participaram de tantos concílios entre os séculos 17 e 19. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A plani (ilusão espiritual) de que a teologia patrística teria acabado foi combatida especificamente e no fim derrotada pelo profundo teólogo Pe. Florovsky; e dessa forma, nossa própria Ortodoxia, que fora influenciada pelos francos, foi resgata e aceitou a teologia patrística além de Fócio, o Grande. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
De toda forma, para que posssamos confronter com sucesso toda a questão do término da teologia patrística é necessário que estudemos bem o que a Igreja (ecclesia) é (12) e o significado da palavra “Pai”. Um argumento simples mas poderoso contra tal ideia é o seguinte: toda época tem problemas espirituais fundamentais e crises com que lidar, aos quais a Ecclesia, através dos Pais, provê soluções; em outras palavras, sempre precisamos de Pais. Mas sempre encontramos o Espírito Santo na Ecclesia, o Qual designa esses Pais. Se alegamos que o período patrístico encerrou-se, sabendo que sempre necessitamos da presença dos Pais, é como se estivéssemos blasfemando dizendo que o Espírito Santo não mais trabalha ou está presente na Ecclesia. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><b>(Nota do Tradutor)</b>: Historicamente a primeira vez que os ocidentais introduziram o filioque no Credo foi tardiamente no fim do século 6, no III Concílio de Toledo em 589, e que marcou a conversão dos Visigodos do Arianismo. Entretanto, o Concílio de Toledo foi um concílio local. A expectativa de aceitação universal do filioque por parte dos Ocidentais, fundamentada na crença errônea (ou propaganda secessionista de Carlos Magno para legitimar seu nascente império) de que o filioque faria parte do Credo original e os “gregos” teriam adulterado a declaração, só manifesta-se consistentemente, de fato, no século 9. </i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><b>10.</b> Ao que parece, através de Pedro Moghila (AD 1633-1646). </i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><b>11</b>. O Pe. John Romanides diz: “Com o estabelecimento do Primeiro Estado Helênico depois da revolução de 1821, as poderosas influências da Rússia e da Francocracia invadiram-na, especialmente através da Universidade de Atenas, com resultados desastrosos para a Romanidade, já que a hierarquia de Hellas e a liderança espiritual dos gregos modernos educaram-se sob o espírito da Francocracia (Europa Ocidental) e da Rússia (ibid. p. 75). </i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>O padre teólogo dá, entretanto, em outra seção de seu livro, boas notícias para “hoje”: “Hoje, quando a teologia ocidental está em confusão e decadente, a teologia patrística retornou às universidades helênicas, e assim seu espírito reina em Hellas, para grande benefício da Romanidade” (ibid. p. 80) </i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><b>12.</b> Cf. nosso periódico “Incense”, número 13</i></div>
Fabiohttp://www.blogger.com/profile/17721671471664791478noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5253273314794754427.post-65680503486311159752015-12-16T09:55:00.000-08:002015-12-22T09:03:22.781-08:00A Natividade de Cristo: Vivendo o Natal Ortodoxo <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8v4Cy-Zi8e53pxfS4c_bo2-7y730qRmwPeTlvqIeEFkadNIt5GctXzw1sCgWwgHg8AuY3X6DjveAQ_Q0q2cEEJO2gtdLuZe5nkmLJ_uKp3ECrmOBJKrHWslHtZi9qXSV4plTTPndhAp0/s1600/nativity.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8v4Cy-Zi8e53pxfS4c_bo2-7y730qRmwPeTlvqIeEFkadNIt5GctXzw1sCgWwgHg8AuY3X6DjveAQ_Q0q2cEEJO2gtdLuZe5nkmLJ_uKp3ECrmOBJKrHWslHtZi9qXSV4plTTPndhAp0/s400/nativity.jpg" width="385" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
15 de Dezembro de 2015 </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O Natal está à nossa frente. Como escolhemos celebrá-lo? E o quê, afinal de contas, estamos celebrando? </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Para os cristãos, o Natal é a Grande Festa da Natividade na carne de Nosso Senhor Deus e Salvador Jesus Cristo. Com eloquência inspiradora, São João, o Teólogo, escreve: “No início era o Logos, e Logos estava com Deus, e o Logos era Deus” (Jo. 1:1) </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O Logos, Jesus Cristo, é o eterno Filho de Deus, e a porta do mistério de Sua Encarnação é aberta com a belíssima hinologia da Igreja. S. José, o Hinógrafo, canta: “O Filho do Pai...surgiu para nós... para dar a luz aos que estavam nas trevas e reunir os dispersos. Portanto, louvamos a gloriosa Teotókos” (A Natividade do Senhor, manuscrito bizantino, século 14, Mosteiro de Cutlumus, Monte Athos).</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
S. João de Damasco escreveu o hino: “Um gloriosíssimo mistério ocorre hoje: a natureza renova-se, e Deus torna-se homem. O que Ele era, continua sendo; e o que não era, chamou a Si, sem mistura ou divisão”. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Utilizando a teologia ortodoxa como referência, podemos dar subsídios para que a celebração de Natal nos ajude a ter uma vida mais plena – uma vida no espírito (cf. Gal 5:25). </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Comecemos com o ponto fundamental que foi experienciado e transmitido pelos Pais da Igreja: que Deus tornou-se homem para que o homem se tornasse participante da natureza divina (cf 2Pedro 1:4) através da graça e adoção (cf. Efésios 1:5). A Encarnação de Cristo nos convida todos nós a sermos santos (cf 1Pedro 1:16); ser santo não é algo que Deus quer para um pequeno número de pessoas, um objetivo além da capacidade das pessoas normais – é para cada um de nós, em todos os lugares do planeta. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A Igreja Ortodoxa não é uma ideologia, uma filosofia ou um conjunto de regras rígidas e legalísticas. Igualmente, Deus não é uma ideia abstrata, uma Pessoa sem rosto com Quem não há possibilidade de comunicação. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A fé ortodoxa prega um Deus pessoal: Pai, Filho e Espírito Santo – Três Pessoas, uma Soberania. Deus Se revela para nós através de Jesus Cristo, o Homem-Deus (“Theantropos”, em grego). </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em um sermão de 1990 realizado pelo abade do Santo Mosteiro de São Gregório no Monte Athos, o falecido e abençoado Arquimandrita George ecoava os Pais da Igreja: “O Deus inalcançável torna-se alcançável. O Deus desconhecido torna-se conhecido. O Deus distante torna-se familiar e um amigo”. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No Natal, celebramos a destruição da barreira que separava o homem de Deus. E como sabemos que essa barreira foi realmente destruída? Por um lado, através dos santos da Igreja. Os santos provam que o homem pode comunicar-se pessoalmente com Deus e vê-Lo. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
“Santos”, de acordo com o renomado teólogo do século 20, Pe. John Romanides, “é o nome dado àqueles que, através da purificação e iluminação, alcançam a glorificação (teósis) e participam das glorificantes energias de Deus”. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Assim, a Ortodoxia é uma ciência positiva, a experiência da revelação, e não especulação. É a experiência de comunicar-se com Deus através da oração, especialmente da oração noética. É a experiência de nos comunicarmos com Deus pela vivência da Sua Vontade, no jejum, nas esmolas, sendo humildes e amando-nos uns aos outros. É a experiência de comunicarmo-nos com Deus adotando um vida centrada em Cristo na Igreja, e participando nos Santos Sacramentos, especialmente a confissão/arrependimento e a comunhão eucarística. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É a experiência de ter a verdadeira liberdade, não a pseudo-liberdade e as armadilhas que o mundo oferece. Ao contrário do que dizem muitos críticos, o Cristianismo autêntico não restringe o homem, mas ao contrário, devolve-lhe a liberdade de viver. Dá luz aos que estão nas trevas. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Esse é um desafio para toda a vida, uma escada que subimos degrau a degrau. E como sabemos se estamos realmente progredindo, se de fato estamos vivendo no espírito? Basta vermos se cultivamos os frutos do Espírito Santo: amor, alegria, paz, perseverança, caráter, bondade, fé, serenidade e autocontrole (cf Gal 5:22-23). </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Tudo isso só é possível por causa do Natal. Escolhamos celebrá-lo corretamente.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Fonte: <a href="http://pemptousia.com/2015/12/the-nativity-of-christ-living-orthodox-christmas/">http://pemptousia.com/2015/12/the-nativity-of-christ-living-orthodox-christmas/</a></div>
Fabiohttp://www.blogger.com/profile/17721671471664791478noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5253273314794754427.post-32715524921083737912015-12-11T13:05:00.000-08:002015-12-11T13:08:04.660-08:00Patriarca Bartolomeu em Lyon<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjNNGFBdQoYJxuqvdwGxHyxV-iE_gKjZSmWz2HlKGpbrJ4JNzmoGRJgne4qczPF2iCc5PC45MJ2tDhvy_SEb1urNQNVpD8rSIUOHYfMYlC45W-maOlM5LsH4xwYr0v5eWYXGYkM1qDyKc/s1600/patriarca.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjNNGFBdQoYJxuqvdwGxHyxV-iE_gKjZSmWz2HlKGpbrJ4JNzmoGRJgne4qczPF2iCc5PC45MJ2tDhvy_SEb1urNQNVpD8rSIUOHYfMYlC45W-maOlM5LsH4xwYr0v5eWYXGYkM1qDyKc/s400/patriarca.jpg" width="250" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Em 2009, Sua Santidade, o Patriarca Ecumênico Bartolomeu, na 13a. Conferência das Igrejas Européias, em Lyon, França, fez este belo pronunciamento:</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Viemos a Lyon, de Constantinopla, do Fanarion, que é o domicílio paternal de todos nós – nosso lar! E trazemos o amor, as intenções e bênçãos da Igreja Mãe! Viemos para ver seus rostos alegres e rejubilarmo-nos em sua diligência. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Temos certeza de que, sob o vigilante cuidado pastoral de seu bom pastor, amado irmão e nosso co-celebrante, Sua Eminência Metropolita da França, Emmanuel, assim como seus piedosos padres de tempos em tempos, têm lutado para preservar a menina de seus olhos, a herança de seus pais, isto é, a Fé Cristã Ortodoxa, graças, por um lado, aos santos mártires de Lyon que sacrificaram sua vida e sangue, junto com milhões de outros naturalmente, por todo mundo, desde a antiguidade até nossos tempos, e por outro graças à grande civilização, língua e tradição cultural helênica que, de uma forma ou outra, corporificam os fundamentos da civilização europeia contemporânea. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A presença de representantes de outras Igrejas Ortodoxas na Divina Liturgia de hoje sublinha precisamente esta verdade: de que nós ortodoxos somos todos um só lar, uma só alma, um só coração, uma só voz – a despeito das descendências nacionais e linguísticas ou das diferenças culturais! Esse, infelizmente, não é o caso com todos os que confessam a fé em Cristo no geral. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Como não possuímos um ensino dogmático e uma confissão em comum com eles, não podemos ter uma Eucaristia em comum, nem um Cálice em comum – o que nos entristece profundamente, mas Cristo entristece-se ainda mais – Ele que disse que deseja que todos sejam um, como Ele é um com o Pai e o Espírito Santo. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Obedecemos a um dever de amor, conversando honestamente e responsavelmente com aqueles que não pertencem ao seio da Igreja Ortodoxa e portanto deixamos o Espírito Santo agir como Ele achar que deve. É nosso dever não nos isolarmos egoisticamente dentro de nossa autossuficiência, assim colocando a nós mesmos em risco junto com aqueles que “retêm a verdade na injustiça”, porque o tesouro da Verdade, que herdamos, potencialmente pertence a todos e quantos mais tornarem-se seus comunicantes, mais irá aumentar o Corpo de Cristo e maiores serão nossas recompensas no Senhor! </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Na crise multi-facetada de nossos dias, que é moral, social, ambiental, financeira e, principalmente, espiritual, nós cristãos não temos espaço para o desespero! Cristo, Seu Evangelho, Sua Igreja, são imaculados e são nossa esperança certa! E devemos abrir o peito para essa esperança: não apenas europeus, mas todos os povos da terra! Roguem, meus irmãos e filhos em Cristo, que o Espírito Santo possa guiar todas as pessoas para a luz dessa esperança!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Fontes:</div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="http://oodegr.co/english/oikoumenismos/Bartholomew_Lyon.htm">http://oodegr.co/english/oikoumenismos/Bartholomew_Lyon.htm</a>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<strong style="background-color: white; text-align: -webkit-center;"><span style="color: red; font-family: "palatino linotype";"><a href="http://thriskeftika.blogspot.com/2009/07/blog-post_31.html">http://thriskeftika.blogspot.com/2009/07/blog-post_31.html</a></span></strong></div>
Fabiohttp://www.blogger.com/profile/17721671471664791478noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5253273314794754427.post-1662212667737299312015-12-01T05:53:00.000-08:002015-12-23T07:20:45.960-08:00O Papa Não Disse Que Não Há Mais Impendimentos à Intercomunhão<div style="text-align: center;">
<img src="http://i.huffpost.com/gen/1816355/images/o-POPE-FRANCIS-facebook.jpg" height="200" width="400" />
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Surgiu nas redes sociais mais uma distorção das palavras do Papa Francisco, afirmando que o Papa teria declarado que não há mais impendimento para a intercomunhão entre fiéis da Igreja Católica Ortodoxa e os fiéis da Igreja Romana.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Não foi isso que o Papa disse. Sobre o assunto ele declarou especificamente: </span></div>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">
</span>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">
</span>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">"não há mais nenhum impendimento à comunhão Eucarística <b>que</b> não possa ser superado através da oração, da purificação dos corações, do diálogo e da afirmação da verdade. "</span></blockquote>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O que o Papa disse, utilizando o pronome relativo "<b><i>que</i></b>" para qualificar o tipo de impendimento que seria predicado em seguida, é que os impedimentos, concretos e existentes, podem vir a ser superados no futuro mediante oração, purificação dos corações, diálogo e afirmação da verdade. Dizer que não existem impendimentos insuperáveis é muito diferente de dizer que não existem impedimentos ou que os impedimentos existentes foram já superados.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O Papa também afirmou sobre o mesmo assunto:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
"Embora nem todas as diferenças entre as Igrejas Católica e Ortodoxa tenham chegado ao fim, já existem agora as condições necessárias para uma jornada (...)" </blockquote>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ou seja, ele reconhece textualmente que há diferenças persistentes hoje em dia, embora haja condições para o início de uma jornada. Mas a intercomunhão é o *fim* da jornada, não o início. Para que essa jornada chegue ao fim é necessário, como disse o Papa, a afirmação da verdade.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sobre a questão da união em particular, ele concluiu dizendo:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
"O próprio diálogo teológico, mantido pela caridade mútua, deve continuar a examinar cuidadosamente as questões que nos dividem"</blockquote>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ou seja, existem questões que nos dividem, especificamente sobre qual é a verdade a respeito do papel do Primeiro-Entre-Iguais na Igreja e sobre a correção ou não do uso do filioque no Credo.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Essas "afirmações da verdade" precisam ser discutidas no diálogo teológico marcado, naturalmente, pela caridade mútua. Devemos manter em mente, porém que a esperança da Igreja Romana é que a Igreja Ortodoxa "reconheça" como verdadeiras as heresias da infalibilidade papal bem como sua jurisdição suprema, universal, ordinária e extraordinária. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ao mesmo tempo, a Igreja Ortodoxa anseia que Roma tenha a humildade de reconhecer que errou ao afirmar tais coisas e possa reunir-se à Igreja Mãe de Jerusalém e suas irmãs petrinas mais velhas, as sés de Antioquia e Alexandria.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Segue abaixo a tradução do texto completo da mensagem do Papa Francisco ao Patriarca Ecumênico Bartolomeu.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="http://en.radiovaticana.va/news/2015/11/30/pope_sends_message_to_patriarch_bartholomew_for_st_andrew/1190890">http://en.radiovaticana.va/news/2015/11/30/pope_sends_message_to_patriarch_bartholomew_for_st_andrew/1190890</a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><br /></b>
<b>Para Sua Santidade, Arcebispo de Constantinopla, Patriarca Ecumênico</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Sua Santidade, Amado Irmão em Cristo</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<br />
Um ano passou-se desde que celebramos juntos, na Igreja Patriarcal no Fanar, a festa de Santo André, o Apóstolo primeiro chamado e irmão de São Pedro. A ocasião foi um momento de graça que permitiu-me renovar e aprofundar, em orações compartilhadas e em um encontro pessoal, os laços de amizade com você e com Igreja que preside. Foi também com alegria que experienciei a vitalidade de uma Igreja que incessantemente professa, celebra e oferece testemunho da fé em Jesus Cristo, nosso único Senhor e Salvador. Estou feliz mais uma vez de enviar uma delegação da Santa Sé às celebrações Patronais como um sinal tangível de minha afeição fraternal e da proximidade espiritual da Igreja de Roma com Sua Santidade, assim como com os membros do Santo Sínodo, clero, monges e todos os fiéis do Patriarcado Ecumênico.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em nossa profunda comunhão de fé e caridade, e gratidão por tudo que Deus realizou por nós, eu relembro o quinquagésimo aniversário em 07 de dezembro de 2015 da Declaração Conjunta Católico-Ortodoxa do Papa Paulo VI e do Patriarca Ecumênico Atenágoras I, que expressaram a decisão de remover da memória e do meio da Igreja as excomunhões de 1054. A memória das sentençãs mútuas de excomunhão, junto com as palavras ofensivas, censuras infudadas e gestos repreensíveis de ambos os lados, que acompanharam os tristes eventos desse período, representaram por muitos séculos um obstáculo para a reaproximação em caridade entre Católicos e Ortodoxos. Atentos à vontade de Nosso Senhor Jesus Cristo, que orou ao Pai na véspera de sua Paixão que seus discípulos "sejam um" (Jo. 17:21), o Papa Paulo VI e o Patriarca Atenágoras I consignaram tais memórias dolorosas ao esquecimento. Desde então, a lógica do antagonismo, desconfiança e hostilidade que eram simbolizados pela excomunhão mútua foram substituídos pela lógica do amor e da amizade, representadas por nosso abraço fraternal.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Embora nem todas as diferenças entre as Igrejas Católica e Ortodoxa tenham chegado ao fim, já existem agora as condições necessárias para uma jornada em direção ao restabelecimento da "plena comunhão na fé, no acordo fraternal e na vida sacramental que existia entre elas nos primeiros mil anos de vida da Igreja" (Declaração Conjunta Católico-Ortodoxa, 07 de dezembro de 1965). Tendo restaurado a relação de amor e fraternidade, em espírito de confiança mútua, respeito e caridade, não há mais nenhum impendimento à comunhão Eucarística que não possa ser superado através da oração, da purificação dos corações, do diálogo e da afirmação da verdade. De fato, onde há amor na vida da Igreja, sua fonte e plena realização sempre estará no amor Eucarístico. Assim também o símbolo do abraço fraternal encontra a mais profunda verdade no abraço de paz realizado na celebração Eucarística.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Com o fim de progredir em nossa jornada na direção da plena comunhão pela qual ansiamos, devemos continuamente inspirar-nos naquele gesto de reconciliação e paz de nossos veneráveis predecessores Paulo VI e Atenágoras I. Em todos os níveis e em todos os contextos da vida da Igreja, as relações entre Católicos e Ortodoxos deve progressivamente refletir a lógica do amor que não deixa espaço para o espírito de rivalidade. O próprio diálogo teológico, mantido pela caridade mútua, deve continuar a examinar cuidadosamente as questões que nos dividem, buscando sempre um aprofundamento de nossa compreensão mútua da verdade revelada. Motivados pelo amore de Deus, devemos juntamente oferecer ao mundo um testemunho crível e efetivo da mensagem de Crsito de reconciliação e salvação.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O mundo hoje tem grande necessidade de reconciliação, particularmente à luz de tanto sangue que tem sido derramado em ataques terroristas recentes. Que possamos acompanhar as vítimas com nossas orações, e renovar nosso compromisso com uma paz duradoura promovendo o diálogo entre as tradições religiosas, pois "indiferença e ignorância mútua só podem levar à desconfiança e, infelizmente, até a conflitos" (Declaração Comum, Jerusalém 2014).<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quero expressar minha profunda apreciação pelo fervoroso compromisso de Sua Santidade com o assunto crítico do zelo pela criação, pois sua consciência e sensibilidade são um testemunho exemplar para os Católicos. Creio que é um sinal de esperança para Católicos e Ortodoxos que agora celebremos juntos anualmente um Dia de Oração pelo Zelo com a Criação em 01 de setembro, seguindo uma duradoura prática do Patriarcado Ecumênico. Quanto a tal assunto, garanto-lhe minhas orações pelo importante encontro internacional do meio-ambiente que ocorrerá em Paris e que você irá participar.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sua Santidade, é necessário que a humanidade redescubra o mistério da misericórdia, "a ponte que conecta Deus ao homem, abrindo corações à esperança de ser amado para sempre a despeito de nossos pecados" (Misericordiae Vultus, 2). Por essa razão, eu convoquei um Jubileu Extraordinário da Misericórdia, um tempo favorável para contemplarmos a misericórdia do Pai revelada plenamente em seu Filho, Jesus Cristo e para nos tornarmos nós mesmos um sinal efetivo do amor de Deus através de nosso perdão mútuo e trabalhos de misericórdia. É providencial que no aniversário da histórica Declaração Conjunta Católico-Ortodoxa sobre a remoção das excomunhões de 1054 ocorra na véspera do Ano da Misericórdia. Seguindo o Papa Paulo VI e o Patriarca Atenágoras I, Católicos e Ortodoxos hoje devem pedir perdão a Deus e uns aos outros pelas divisões que os Cristãos provocaram no Corpo de Cristo. Peço-vos e a todos os fieis do Patriarcado Ecumênico que orem para que esse Jubileu Extraordinário possa trazer os frutos espirituais que desejamos. Garanto-lhes voluntariamente minhas orações pelos eventos que sua Igreja irá celebrar no ano por vir, especialmente o Grande Sínodo Pan-Ortodoxo. Que essa importante ocasião para todas as Igrejas Ortodoxas possa ser uma fonte de abundantes bençãos para a vida da Igreja.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Com afeição fraternal no Senho, garanto-lhe de minha proximidade espiritual na alegre festa do Apóstolo André, e voluntariamente abraço Sua Santidade na paz do Senhor Jesus.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<br />
Do Vaticano, 30 de Novembro de 2015</div>
<div style="text-align: justify;">
Francisco PP.</div>
</span>Fabiohttp://www.blogger.com/profile/17721671471664791478noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5253273314794754427.post-10302669077479926212015-11-09T08:57:00.000-08:002016-01-13T12:08:34.713-08:00O Que A Igreja Ortodoxa Não É - Parte 03/11<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjfEXvluqEp597oSwbXtyXmTaL6kIM_t34QQ8RKnlCM79nw0qiGPTLYuMNoqSfy7TAMTxCAyojq3zzY8mVJ9Fn_BUU9HhPiwXrbk_d_2NoqB5QeV6ZjTrpflui-xbVPdb_77LkGZH1CucU/s1600/Jesu%25C3%25ADno_do_Monte_Carmelo_%2528atrib.%2529_-_Santo_Agostinho.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjfEXvluqEp597oSwbXtyXmTaL6kIM_t34QQ8RKnlCM79nw0qiGPTLYuMNoqSfy7TAMTxCAyojq3zzY8mVJ9Fn_BUU9HhPiwXrbk_d_2NoqB5QeV6ZjTrpflui-xbVPdb_77LkGZH1CucU/s320/Jesu%25C3%25ADno_do_Monte_Carmelo_%2528atrib.%2529_-_Santo_Agostinho.jpg" width="240" /></a></div>
<br />
<br />
por Sua Eminência Jeremias (Foundas) de Gortyna e Megalópolis (Grécia)<br />
<div>
<span style="font-size: x-small;">Fonte: <a href="http://oodegr.co/english/istorika/romi/Patristic_theology_vs_Latin_tradition.htm#*">http://oodegr.co/english/istorika/romi/Patristic_theology_vs_Latin_tradition.htm</a><br />Tradução: Lr. Fabio L. Leite</span><br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<b>Não Para a Divisão dos Pais em Campos </b><br />
<span style="font-size: x-small;"><b>Anterior: </b><b><a href="http://vidaortodoxa.blogspot.com/2015/11/o-que-igreja-ortodoxa-nao-e-parte-0211.html" target="_blank">Não Para a Terminologia dos Franco-Latinos</a></b></span><br />
<span style="font-size: x-small;"><b>Próximo: </b><b><a href="http://vidaortodoxa.blogspot.com/2015/12/o-que-igreja-ortodoxa-nao-e-parte-0411.html" target="_blank">Não para o Fim da Era Patrística</a> </b></span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
A mais errônea dentre as pressuposições usadas pelos francos para estudar os Santos Pais é a de que não aceitam a unidade dos Pais, postulando que existam campos entre eles. Eles acreditam que existem diferentes teologias patrísticas e portanto diferentes tipos de espiritualidade, enquanto nós ortodoxos acreditamos na unidade dos Santos Pais e rejeitamos a ideia de que os Pais possam se deixar levar por inovações. Se alguém faz uma inovação, automaticamente não é um dos Pais. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A crença de que existem várias tradições patrísticas ortodoxas e diferentes escolas teológicas parte da tradição franco-latina ou escolástica e não se encontra nos Pais. Infelizmente, também entre nossos teólogos ortodoxos há alguns que concordam com os franco-latinos e aceitam a existência de campos entre os Santos Pais, e até a visão de que alguns dos Pais inovaram em alguns pontos (5). Assim, eles dividem os pais em sociais, népticos ou mesmo dogmáticos e nos falam de S. Gregório Palamas, por exemplo, dizendo que ele inovou e chamam sua teologia de "Palamismo"; em outras palavras, como se fosse criação dele. Há aqueles, entre os franco-latinos e alguns de nós ortodoxos, que acreditando na presença de campos e na habilidade de inovar dos Pais, caracterizam a espiritualidade desse gigante entre nossos santos como superior a até então existente tradição patrística, enquanto outros, ao contrário, a consideram inferior. De toda forma, ambos acreditam que seja um novo ensino e vida. A verdade, porém, é que Gregório Palamás segue em tudo a tradição patrística uniforme e una, exatamente como todos os Santos Pais fazem. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Outra coisa é que os franco-latinos não vêem a unidade da Santa Bíblia com os pais, caracterizando a tradição bíblica como diferente da patrística. Igualmente, o ocidental vê uma diversidade de teologias bíblicas, exatamente como vê uma variedade de teologias patrísticas. Por essa razão, de acordo com os fanco-latinos, cada escritor do Velho e Novo Testamentos tinha sua própria teologia pessoal. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A razão pela qual nós ortodoxos vemos a unidade dos Santos Pais com a unidade da teologia patrística e bíblica é que é UNA a Graça Divina em que participam os Profetas, Apóstolos (que escreveram a Santa Bíblia) e os Santos Pais. </div>
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<br /></div>
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Citarei agora o seguinte belo trecho do Pe. John Romanides: </div>
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<br /></div>
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<blockquote class="tr_bq">
"Ao contrário dos franco-latinos, protestantes e outras percepções modernas da diversidade em teologia bíblica e patrística, a romanidade ortodoxa sempre encontra a unidade da teologia bíblica e patrística na identificação da teoria divina e teósis dos Profetas, Apóstolos e Santos. A teologia e espiritualidade das Santas Escrituras e dos Pais é coesa, pois também o é a Graça Divina na qual participaram os Portadores de Deus, Profetas, Apóstolos e Santos. Os carismas do Espírito Santo são numerosos e o tanto que cada um comunga de tais carismas varia; mas a múltipla e indivisível, incomunicável e comunicada Graça e Reino de Cristo é una, como foi percebido pelos Teúmens. Por essa mesma razão sua teologia é una, a despeito das variações linguísticas encontradas entre os Santos. </blockquote>
<blockquote class="tr_bq">
Exatamente porque o correto entendimento da Teoria Divina alcançada pelos Teúmens está ausente da teologia e hermeneutica da tradição franco-germânica agostiniana, seus herdeiros ocidentais não conseguem compreender a natureza e o caráter da identidade espiritual e teológica da Santa Bíblia e dos Pais da Igreja, assim como a unidade dos Pais entre si. Aqueles que se deixam influenciar pelo Ocidente têm um destino semelhante"; (6) </blockquote>
</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Então, para concluirmos esta seção, temos que dizer: </div>
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<br /></div>
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Aqueles que desejam realizar um estudo correto dos Santos Pais precisam esclarecer suas posições: Eles aceitam a unidade da Santa Bíblia com os Santos Pais e a unidade entre os Santos Pais? Caso afirmativo, então falam ortodoxamente. De acordo com o professor Pe. John Romanides, quem deseja estudar os Pais deve "idealmente, de um ponto de vista teológico e espiritual, buscar um autêntico pai espiritual com o fim de ser iniciado nos mistérios da tradição ortodoxa, e depois de se por nesse caminho de iniciação, estudar a Santa Bíblia intensivamente e ao mesmo tempo estudar sua hermnêutica patrística. Assim poderá determinar empiricamente se há diferenças 1) entre os Pais e a Santa Biblie), 2) entre os Pais e 3) entre Palamas e os Pais". (7) </div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O Abençoado Agostinho não é um dos Santos Pais porque ele inovou. Como geralmente se concorda, Agostinho alijou-se da Tradição patrística, sem que ele mesmo percebesse, como o Pe. Romanides nota. O problema do Abençoado Agostinho é que ele nunca estudou os Pais que escreveram em grego, pois ele não conhecia a língua. Ele estava teologicamente isolado. Ele teologizava baseado apenas nas Santas Escrituras e sua poderosa lógica, fundamentado no lema “Credo ut intelligam” (Creio para entender), que se tornou um slogan teológico dos francos, como veremos adiante. Entretanto, ele era humilde e queria concordar com os Pais (8); e se eles tivessem como admoestarem-no por seus escritos errôneos e forçado-o a se corrigir, “certamente”, nos diz Pe. Romanides, ele teria aceito essas correções, já que ele mesmo declarou o desejo de concordar em tudo com os Pais de língua grega, com os quais nunca esteve em posição de negociar.<br />
<br />
Fica claro, porém, que ele não estudara nem sequer Ambrósio. (9) Santo Ambrósio, que aparece como mentor do Abençoado Agostinho, segue os Pais romanos ortodoxos de língua grega do oriente com fidelidade em tudo. Ele não inova em nada. Entre Ambrósio e Agostinho, encontramos muitas diferenças. É suficiente para nós que notemos as vastas diferenças entre suas visões da teofania no Velho Testamento. Santo Ambrósio, seguindo a tradição uniforme e absoluta da Santa Bíblia e dos Pais, aceita que o Anjo de Deus que apareceu aos Profetas, o Anjo da Glória, o Anjo de Grande Conselho, ou o Senhor da Glória éo próprio Logos de Deus, Cristo. O Abençoado Agostinho, entretanto, chama de blasfemos todos que defendiam que o próprio Logos aparecera aos Profetas sem intermediários. Mas em nosso presente estudo, falaremos sobre outras inovações do Abençoado Agostinho.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<i>5. Essa ideia começou a aparecer depois da Turcocracia. </i><br />
<i><br /></i>
<i>6. Ibid. p. 55-56 </i><br />
<i><br /></i>
<i>7. Ibid. p. 54-55</i><br />
<i><br /></i>
<i>8. Nós ortodoxos dizemos que esse desejo de Agostinho de concordar com os Pais, apesar do fato de que devido à sua ignorância de seu ensino e devido a seu passado maniqueu, e de sua discordância deles, sua humildade, demonstrada na sua disposição de corrigir seus erros nas ocasiões em que isso ocorrou, e acima de tudo por seu arrependimento de sua prévia vida de pecado, sendo uma das coisas que o elevam a santo em nossa Igreja. Enfatizamos, porém, que sua teologia era errônea, a qual foi em tudo aceita pelos francos. O conflito entre a teologia patrística e a franca, ou a entre São Gregório Palamás e Barlaam são em essência o conflito entre os ensinos patrísticos e os agostinianos.</i><br />
<i><br /></i>
<i>9. Ibid. p. 59</i>Fabiohttp://www.blogger.com/profile/17721671471664791478noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5253273314794754427.post-71309786396327760272015-11-04T12:20:00.001-08:002016-01-13T12:08:36.529-08:00O Que A Igreja Ortodoxa Não É - Parte 02/11<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZ7KJzDTPkGj6gh3g4Ub0Lfg2E4TDxnzGRF47hip6zi-huxT5ANFJUy0qoZSH_D2bnn6sACgyuYBH18tuDpMFT2tZCEsGscBwHBQEfJyKia5GJlpW1P-FUxkqMyMvL8QtBn9_0SsDCOd8/s1600/Charlemagne.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZ7KJzDTPkGj6gh3g4Ub0Lfg2E4TDxnzGRF47hip6zi-huxT5ANFJUy0qoZSH_D2bnn6sACgyuYBH18tuDpMFT2tZCEsGscBwHBQEfJyKia5GJlpW1P-FUxkqMyMvL8QtBn9_0SsDCOd8/s400/Charlemagne.jpg" width="218" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Carlos Magno, Criador do Sacro Império Franco-Germânico</td></tr>
</tbody></table>
<br />
por Sua Eminência Jeremias (Foundas) de Gortyna e Megalópolis (Grécia)<br />
<div>
<span style="font-size: x-small;">Fonte: <a href="http://oodegr.co/english/istorika/romi/Patristic_theology_vs_Latin_tradition.htm#*">http://oodegr.co/english/istorika/romi/Patristic_theology_vs_Latin_tradition.htm</a><br />Tradução: Lr. Fabio L. Leite</span></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<b>Não Para a Terminologia dos Franco-Latinos</b><br />
<span style="font-size: x-small;"><b>Anterior: </b><b><a href="http://vidaortodoxa.blogspot.com/2015/11/o-que-igreja-ortodoxa-nao-e-parte-0111.html" target="_blank">O Estudo Correto dos Santos Pais Demonstra o Que a Igreja É</a></b></span><br />
<span style="font-size: x-small;"><b>Próximo:</b> <b><a href="http://vidaortodoxa.blogspot.com/2015/11/o-que-igreja-ortodoxa-e-e-o-que-nao-e.html" target="_blank">Não Para a Divisão dos Pais em Campos</a></b></span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Para começar, sinto que é necessário escrever umas poucas palavras sobre os franco-latinos, cuja teologia é completamente oposta à nossa; e esse é precisamente nosso tópico aqui (3). O Império Romano Cristão unificado costumava ser conhecido na sua integridade sob o nome de "Romania" (=Terra dos Romanos), e estava organizado em setores ocidentais e orientais. Roma, a capital do Império, pertencia ao setor ocidental embora fosse melhor que estivesse no oriental. Por essa razão mesmo, Constantino, o Grande, transferiu a capital para a cidade de Bizâncio e renomeou-a Nova Roma. Porém, ela acabou sendo chamada pelo nome dele ficou conhecida como "Constantinopla" (= Cidade do Constantino).</div>
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<br /></div>
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Tanto os setores ocidentais quanto orientais do Império Romano Cristão Unido (isto é, a România) tinham inimigos. Para o ocidental, que é de nosso interesse no momento, os principais inimigos eram os francos, povos bárbaros e incivilizados. Eventualmente, os francos conseguiram subjugar o setor ocidental do império e com o fim de passarem como os verdadeiros sucessores desse Império Romano, eles se renomearam romanos; equanto isso, os romanos, ou romíos(*), somos exclusivamente nós ortodoxos e assim deveríamos ser chamados. Por essa razão devemos garantir, com grande cuidado, que seja evitado chamarmos os francos de "romanos", ou pior, chamar sua confissão de "Igreja Católica Romana"!)</div>
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<br /></div>
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Com o objetivo de alijar completamente os romanos conquistados no setor ocidental de seus irmãos ortodoxos no setor oriental, os francos buscaram um nome calunioso com o qual ofender os romanos orientais. Eles os chamavam de "gregos", que, naquela época significava "impostor"(**). E mais tarde, os francos os chamaram de "bizantinos", enquanto os antigos e positivos nomes de "romano" e "romíos", que eram usados para se referir aos ortodoxos ocidentais e orientais respectivamente no império unido, foram usurpados pelos francos para eles mesmos e aqueles por eles subjugados. Mas depois de conquistarem o setor ocidental do império, se deram conta que para ter completa soberania sobre o ocidente teriam que de alguma forma subjugar a Igreja e fazer de sua própria teologia a norma no ocidente. Mas tinham os francos uma teologia própria para dar? No século 8, os francos já tinham recebido a teologia existente do Abençoado Agostinho, o qual, como o Pe. John Romanides nos informa, e iremos provar no presente estudo, "essencialmente ignorava a teologia patrística e suas pressuposições". Os francos conseguiram, no fim subjugar a Igreja dos cristãos ortodoxos ocidentais no século 11 (1014-1046 DC) e impor sobre eles sua própria teologia agostiniana, a qual, porém, não expressa a tradição patrística.</div>
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<br /></div>
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Chamaremos os hereges francos de francos: nem romanos, nem católicos, pois Católicos e Romanos somos nós, os Ortodoxos. Porque os francos receberam o latim como sua língua teológica e eclesiástica, eles desejavam ser conhecidos como "latinos"; por essa razão os chamaremos de "franco-latinos". Mas não devemos confundir por causa disso a tradição patrística escrita em latim, com a tradição franca. Não rejeitamos os Santos Pais que escreveram em Latim, nem faremos a distinção equivocada entre Pais Latinos e Gregos. Aceitamos os Pais Ortodoxos Romíos, alguns dos quais escreveram na língua grega e outros na língua latina. </div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Tendo clarificado tais coisas, podemos continuar.</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<i>(*) Da palavra helênica para "romano,a" que é"rhomaios" (m.) ou "rhomaia (f.), também pronunciada como "rhomios" (m.) e "rhomia" (f.), depois da queda do império em 1453, os termos "romios" e "romanos" era usados como sinônimos entre as populações do setor oriental do império caído.</i></div>
<i></i><br />
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<i><br /></i></div>
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</i>
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<i><i>(**) Junto com o termo "heleno", durante a Idade Média, "grego", significava também "pagão", sendo portanto uma forma de descaracterização de povos cristãos. (NT)</i></i></div>
<i>
</i>
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<i><br /></i></div>
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</i>
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<div style="text-align: justify;">
<i><i>3. Para esse assunto cf. o livro do Metropolita de Nafpaktos, Sua Eminência Hierotheos "Born and Raised Romans"; o livro do professor Pe. John Romanides "Romanity and Romans or Roman Fathers of the Church" p. 57 ff, assim como os importantes trabalhos relacionados do Professor Pe. George Metallinos. Veja também nosso artigo sobre a expressão "Igreja Católica Romana" encontrado em nosso periódico "Catequese Ortodoxa" número 01.</i></i></div>
<i>
</i>
<br />
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<i><br /></i></div>
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</i>
<br />
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<i><i>4. Também "a distinção histórica correta do Cristianismo não é entre Latinos e Gregos, mas entre Francos e Romanos, ou entre a Francocacia e a Romanidade. Todos os Pais Romanos de língua helênica e latina (com exceção de Agostinho) pertencem à Romanidade, à tradição teológica romana, que é claramente distinta da tradição teológica franco-agostiniana" (Pe. John Romanides em seu livro "Romans or Roman Fathers of the Church" p. 58 e p. 67)</i></i></div>
<i>
</i>Fabiohttp://www.blogger.com/profile/17721671471664791478noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5253273314794754427.post-41787419041359706072015-11-04T11:27:00.001-08:002016-01-13T12:08:38.746-08:00O Que A Igreja Ortodoxa Não É - Parte 01/11 <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQpSGi-ZNovQqrPT3EwPFbPDS_ttUAzxZthUhkXZN1kWjloHyu10PzF45z4ahJb78TRrl5bkbll8WO7mqClW-18ZVhvJRgV91XWgPAJc01rbHXQSFQOCk5jm_DDVvABF-nwOW1U2ch2SM/s1600/gortinos.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQpSGi-ZNovQqrPT3EwPFbPDS_ttUAzxZthUhkXZN1kWjloHyu10PzF45z4ahJb78TRrl5bkbll8WO7mqClW-18ZVhvJRgV91XWgPAJc01rbHXQSFQOCk5jm_DDVvABF-nwOW1U2ch2SM/s320/gortinos.jpg" width="258" /></a></div>
<br />
por Sua Eminência Jeremias (Foundas) de Gortyna e Megalópolis (Grécia)<br />
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<span style="font-size: x-small;">Fonte:
<a href="http://oodegr.co/english/istorika/romi/Patristic_theology_vs_Latin_tradition.htm#*">http://oodegr.co/english/istorika/romi/Patristic_theology_vs_Latin_tradition.htm</a><br />Tradução: Lr. Fabio L. Leite</span></div>
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<br />
<div style="text-align: center;">
<b>O Estudo Correto dos Santos Pais Demonstra o Que a Igreja É</b><br />
<span style="font-size: x-small;"><b>Próximo: </b><b><a href="http://vidaortodoxa.blogspot.com/2015/11/o-que-igreja-ortodoxa-nao-e-parte-0211.html" target="_blank">Não Para a Terminologia dos Franco-Latinos</a></b></span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Começarei minha fala com os Santos Pais primeiro. Nós, os ortodoxos, temos Pais, e glorificamos nosso Deus como "Deus de nossos Pais". Toda reunião (sinaxis) de adoração assim como nossas orações pessoais, todas terminam com "Pelas orações de nossos Santos Pais". Muitos anos se passaram desde que o slogan "retorno aos Pais" foi primeiramente criado; e muitos estudos e projetos patrísticos ocorreram desde então e continuam a acontecer. Entretanto, a compreensão profunda dos Pais só é alcançada por aqueles que seguem o método e modo de vida desses Santos Pais em suas vidas. E isso tem lógica: o santo compreende o Santo. Não é possível compreender as experiências e teologia dos Santos Pais através de métodos científicos, porque suas vidas portadoras de Deus (assim como as teóptias* dos Santos Pais e a teologia que emana deles), transcendem os potenciais da lógica e da ciência, e por esse motivo não pertencem ao campo do estudo científico. Nem podemos interpretar os Santos Pais com a ajuda da psicologia, pois a teósis, o estado existencial em que os Santos Pais viviam, não é nem física nem contra a natureza, para que a psicologia tenha relevância, mas é um estado sobrenatural do ser humano. Por isso, repetimos que um conhecimento profundo dos Pais só é alcançado por aqueles que vivem como os Santos Pais viveram e possui vivência das experiências daquele modo de vida. São muito belas as palavras do sempre memorável professor e grande teólogo de nosso século Pe. John Romanides:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
"Teósis (deificação ou glorificação) ou Teoria Divina (Contemplação Divina) é uma energia incriada de Deus, transcedendo todos os categoremas criados, na qual apenas os cheios de graça Profetas, Apóstolos e Santos tomam parte. Apenas aqueles que passam por essa experiência que analisamos é entendido por outro tendo a mesma experiência e nunca por qualquer outra pessoa, particularmente heterodoxos ou alguém que não possui um conhecimento interior da teologia bíblica-patrística da vida mística da Igreja em Cristo" (1)</blockquote>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mesmo assim, os heterodoxos também conduzem estudos patrísticos e de fato acreditam que podem compreender profundamente a tradição patrística e até melhor do que os que nela foram iniciados, ou seja, nós ortodoxos. Isso é causado pela percepção orgulhosa dos franco-latinos de que o intelectual pode, através de sua poderosa lógica e erudição, penetrar os meandros da tradição patrística e compreende-la totalmente, mesmo se ele for exterior a ela. O problema é que essa arrogância dos intelectuais ocidentais também persiste em alguns círculos ortodoxos, com o resultado de não mantermos entre nós uma correta compreensão dos Pais, por não mantermos as pressuposições espirituais corretas dentro de nós, isto é, realizarmos a batalha pela limpeza do coração de suas paixões e da chegada da Graça do Espírito Santo dentro dele. Em outras palavras, realizamos estudos teológicos sem primeiro termos realizado a pressuposição patrística de limparmos nossos corações de nossas paixões.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Os acadêmicos heterodoxos que estudam os Pais têm pressuposições gravemente errôneas em seus estudos; são pressuposições teológicas e filosóficas estranhas à teologia bíblica-patrística dos Sínodos Ecumênicos. Por essa razão, não são capazes de realizar uma apresentação correta de nossos Santos Pais. Não nos impressionemos nem um pouco por seus estudos patrísticos porque são, repetimos, errôneos, pois estudam os Pais segundo o modo de análise do Abençoado Agostinho. O Pe. Romanides nos diz:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
"Quando os francos finalmente adquiriram uma certa familiaridade com os textos patrísticos helenísticos, eles submeteram a teologia patrística aos categoremas da teologia agostiniana, exatamente como fizeram no século 13 com a filosofia aristotélica. Assim vemos os trabalhos dos Pais Romanos de língua helênica traduzidos para o latim sob o prisma de Agostinho" (2)</blockquote>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>(*) Significados de "teoptia":</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>(a) a teologia inerrante e mística daqueles que alcançaram teoptia (a "visão" de Deus), que falam de sua experiência pessoal e comunhão com Deus,</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>(b) a teologia amante da sabedoria daqueles que não têm nenhuma experiência pessoal da teoptia, mas que humildemente aceitam as experiências e as teoptias daqueles que a atingiram, e teologizam de acordo com eles, e</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>(c) a teologia moderna (recém-descoberta e inovadora) de teólogos insolentes que teologizam dialeticamente, na base de seus próprios princípios filosóficos e que rejeitam as experiências dos santos.</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>(1) Pe. John Romanides no seu livro "Romans or Roman Fathers of the Church", p.52</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>(2) Ibid., p. 55-56. p. 104</i></div>
</div>
Fabiohttp://www.blogger.com/profile/17721671471664791478noreply@blogger.com0