sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Patriarca Bartolomeu em Lyon

Em 2009, Sua Santidade, o Patriarca Ecumênico Bartolomeu, na 13a. Conferência das Igrejas Européias, em Lyon, França, fez este belo pronunciamento:

Viemos a Lyon, de Constantinopla, do Fanarion, que é o domicílio paternal de todos nós – nosso lar! E trazemos o amor, as intenções e bênçãos da Igreja Mãe! Viemos para ver seus rostos alegres e rejubilarmo-nos em sua diligência. 

Temos certeza de que, sob o vigilante cuidado pastoral de seu bom pastor, amado irmão e nosso co-celebrante, Sua Eminência Metropolita da França, Emmanuel, assim como seus piedosos padres de tempos em tempos, têm lutado para preservar a menina de seus olhos, a herança de seus pais, isto é, a Fé Cristã Ortodoxa, graças, por um lado, aos santos mártires de Lyon que sacrificaram sua vida e sangue, junto com milhões de outros naturalmente, por todo mundo, desde a antiguidade até nossos tempos, e por outro graças à grande civilização, língua e tradição cultural helênica que, de uma forma ou outra, corporificam os fundamentos da civilização europeia contemporânea. 

A presença de representantes de outras Igrejas Ortodoxas na Divina Liturgia de hoje sublinha precisamente esta verdade: de que nós ortodoxos somos todos um só lar, uma só alma, um só coração, uma só voz – a despeito das descendências nacionais e linguísticas ou das diferenças culturais! Esse, infelizmente, não é o caso com todos os que confessam a fé em Cristo no geral. 

Como não possuímos um ensino dogmático e uma confissão em comum com eles, não podemos ter uma Eucaristia em comum, nem um Cálice em comum – o que nos entristece profundamente, mas Cristo entristece-se ainda mais – Ele que disse que deseja que todos sejam um, como Ele é um com o Pai e o Espírito Santo. 

Obedecemos a um dever de amor, conversando honestamente e responsavelmente com aqueles que não pertencem ao seio da Igreja Ortodoxa e portanto deixamos o Espírito Santo agir como Ele achar que deve. É nosso dever não nos isolarmos egoisticamente dentro de nossa autossuficiência, assim colocando a nós mesmos em risco junto com aqueles que “retêm a verdade na injustiça”, porque o tesouro da Verdade, que herdamos, potencialmente pertence a todos e quantos mais tornarem-se seus comunicantes, mais irá aumentar o Corpo de Cristo e maiores serão nossas recompensas no Senhor! 

Na crise multi-facetada de nossos dias, que é moral, social, ambiental, financeira e, principalmente, espiritual, nós cristãos não temos espaço para o desespero! Cristo, Seu Evangelho, Sua Igreja, são imaculados e são nossa esperança certa! E devemos abrir o peito para essa esperança: não apenas europeus, mas todos os povos da terra! Roguem, meus irmãos e filhos em Cristo, que o Espírito Santo possa guiar todas as pessoas para a luz dessa esperança!

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