sexta-feira, 13 de março de 2015

Breve Catecismo da Igreja Católica Ortodoxa - A Salvação - 03/09




Cristo, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, através da santa vontade do Pai e a cooperação do Espírito Santo, encarnou-se, ou seja, tornou-se homem, assumindo a nossa natureza humana, para salvar a humanidade. Ele assumiu a natureza mortal para conquistar o poder sobre a morte.

Quem é Jesus Cristo

Jesus Cristo não é um filósofo, moralista, reformista social ou líder de uma religião: Ele é o Vencedor da morte. Chamamos Jesus Cristo de Deus-homem porque ele é Deus perfeito e homem perfeito. Ele tinha todas as características da natureza humana, exceto o pecado, mas, ao mesmo tempo, Ele era Deus. Esta união aconteceu pela primeira vez e, simultaneamente, na Pessoa de Jesus. E, desde que, por sua encarnação, Ele divinizou a natureza humana, adquirimos a possibilidade de sermos feitos divinos. É salutar para nós, esta união da natureza humana com a divina na Pessoa de Jesus Cristo porque, assim, podemos receber o seu santíssimo Corpo e o seu Sangue precioso. Sob esta luz reconhecemos que Jesus Cristo É o único Salvador do homem.

Ninguém pode libertar o ser humano da tirania da morte, do pecado e do demônio. Lembremo-nos da mulher samaritana que Jesus Cristo salvou dando a ela o que ninguém mais pôde lhe dar.

A Sagrada Escritura contém muitas imagens que mostram as obras de Jesus Cristo. Ele é o Pastor, porque assim como um pastor, cuida de suas ovelhas e se sacrifica por elas. Ele é o Médico porque cura as enfermidades do corpo e da alma. Ele é um Pai porque nos faz renascer para uma vida nova, e tem interesse pessoal por cada um de nós. Ele é um Irmão e um Amigo porque é muito intimo a nós.

A Vida Terrena de Cristo

Os Evangelhos descrevem os eventos da encarnação de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ele foi concebido no ventre da Mãe de Deus pela força do Espírito Santo, ou seja, sem a intervenção do homem. Ele nasceu da Virgem Maria numa gruta em Belém. Este evento é sobrenatural, mas é também histórico, porque aconteceu enquanto César Augusto reinava sobre o Império romano.

Os anjos cantaram louvores ao seu nascimento, os pastores foram informados do evento por um Anjo, os Magos do Oriente, guiados por uma estrela, vieram para venerá-Lo. Jesus cresceu no interior de sua família, ajudando José, o marido de sua Santíssima Mãe, e mostrando obediência a eles.

Quando tinha doze anos Ele foi levado ao Templo e despertou o interesse dos escribas e fariseus, impressionando-os com suas perguntas e respostas. De uma maneira geral Ele viveu as condições de nossa própria vida, uma vez que era homem completo e perfeito.

Após seu batismo no rio Jordão, teve início a sua obra: Ele ensinou às pessoas, revelando que Deus é Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo; ensinou o que é o homem e sua destinação, e como ele deve viver nesta terra. Nós podemos verificar estas verdades reveladas no Novo Testamento. As parábolas ditas por Jesus são maravilhosas. As palavras de Jesus são alívio e salvação para as nossas almas.

O Novo Testamento relata alguns dos milagres realizados por Jesus: Ele curou diversas enfermidades e deu vida nova às pessoas. Os milagres foram a confirmação de que Ele é Filho de Deus, o Messias esperado pelo povo Judeu, e por todos os homens e mulheres. Três anos depois de ter iniciado sua missão Ele foi preso pelos Judeus porque disse que era o Filho de Deus. Ele sofreu muito e foi finalmente crucificado no Gólgota.

A Ressurreição de Cristo

Sua Paixão e Crucificação nos são relatadas nos Evangelhos e nos Ofícios da Semana Santa, especialmente aqueles da Grande Quinta-Feira e Sexta Feira Santa. Ele foi crucificado por nossa causa, para nos dar nova vida e libertar-nos da prisão e tirania da morte.

No terceiro dia após sua morte Ele levantou-se dos mortos destruindo assim o poder da morte. Na Igreja Ortodoxa, o ícone da Ressurreição mostra Cristo descendo ao mundo dos mortos e salvando os homens justos do Velho Testamento. Cristo realmente desceu ao mundo dos mortos, aniquilando seu poder. Isto nos é mostrado com os seus portões sendo despedaçados e as suas fechaduras sendo quebradas. A Ressurreição é iconografada desta forma porque ninguém viu Cristo naquele momento em que saiu da tumba. Também há ícones que mostram-no aparecendo às mulheres miróforas e a seus discípulos. De qualquer forma o ícone de sua descida aos infernos indica sua vitória sobre a morte. Assim, desde então, a separação da alma de todos os homens de seus corpos tem sido chamada de adormecimento (sono).

Quarenta dias após a sua Ressurreição Jesus Cristo subiu aos céus, e elevou a natureza humana deificada ao trono de Deus, lá onde, como Deus, Ele sempre esteve. Quando subiu aos céus abençoou seus discípulos, e os anjos deram-lhes a certeza de que Ele voltaria à terra um dia em sua Segunda Vinda, para julgar os homens.

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