terça-feira, 21 de outubro de 2008
Estudo quebra estereótipos sobre cristãos ortodoxos
A maioria dos americanos sabe muito pouco a respeito do Cristianismo Ortodoxo. Para os que estão familiarizados com esta fé histórica, a associação comum é com as culturas russa ou grega.
Ter, 21 de Outubro Postado: 17:48 EDT
http://www.christianpost.com/article/20081021/study-breaks-stereotypes-of-orthodox-christians.htm
A maioria dos americanos sabe muito pouco a respeito do Cristianismo Ortodoxo. Para os que estão familiarizados com esta fé histórica, a associação comum é com as culturas russa ou grega.
Um novo estudo, entretanto, está quebrando estereótipos e trazendo novos insights sobre estes que estão entre os menos conhecidos cristãos do país.
Com um número estimado de mais de 1.2 milhões de aderentes nos EUA, as igrejas ortodoxas estão crescendo em número de membros e alcançando a visibilidade perante os americanos.
Embora as igrejas tenham sido historicamente comunidades étnicas e tenham se mantido distantes da cultura americana oficial, o primeiro estudo baseado em uma pesquisa nacional dos paroquianos ortodoxos mostra que eles são sim uma parte importante dos Estados Unidos.
Muitos paroquianos não estão buscando preservar sua herança étnica, de acordo com a pesquisa "Igreja Ortodoxa Hoje", recentemente lançado pelo Instituto Ortodoxo Patriarca Atenágoras - um membro associado da União Teológica de Graduação que existe para educar, comunicar e promover as tradições e culturas do Cristianismo Ortodoxo.
Entre os membros da segunda maior igreja ortodoxa dos EUA - a O.C.A. (Orthodox Church in America - Igreja Ortodoxa na América) - apenas 22% dos paroquianos disseram que sua paróquia possuía uma forte herança étnica que eles estariam tentando preservar; 37% disse que tal afirmação era "mais ou menos verdadeira", enquanto 41% disseram que "não é verdadeira".
Membros da Arquidiocese Ortodoxa Grega da America ( em inglês "Greek Archdiocese of America" - GOA) - a maior igreja ortodoxa no país - permanecem alinhados com sua herança com 59% dizendo que estão tentando preservar sua forte herança étnica e 10% indicando que não estão.
Ainda assim, o estudo destaca que nove em cada dez dos paroquianos das duas maiores igrejas ortodoxas no país são americanos nativos.
Os cristãos ortodoxos que são americanos nativos não se compõe apenas das gerações mais jovens cujos avós ou bisavós imigraram, mas uma porção significativa dos que participam das estatísticas são convertidos de outras fés cristãs. De acordo com o estudo, mais da metade do clero e dos leigos da OCA converteram-se de igrejas protestantes ou católico-romana. Nas igrejas ortodoxas gregas, 29% dos leigos são convertidos, assim como 12% do clero.
Alexei Krindatch, diretor de pesquisas do Instituto, acredita que muitos evangélicos estão passando para igrejas ortodoxas porque buscam por uma igreja não apenas com fortes crenças mas também com profundas raízes históricas. E uma das maiores razões para a conversão dos católico-romanos é seu descontentamento com as modernizações que a igreja tem feito para atingir os mais jovens, Krindatch destacou.
Além da quebra do estereótipo da igreja étnica, o estudo também descobriu que nem todos os cristãos ortodoxos são igualmente "ortodoxos", pois 41% dos membros da igreja descreveram sua posição teológica como "tradicional" enquanto facções consideráveis se indentificaram como "conservadores" (28%) ou "moderado-liberal" (31%).
Também encontram-se divididos sobre evolução e criacionismo no que se refere à educação pública, já que 33% apóiam o ensino do criacionismo ao invés da evolução nas escolas públicas americanas, 35% rejeitam essa idéia e 32% não têm posicionamento sobre a questão. Porém, 41% concordam que "a teoria da evolução é compatível com a idéia de Deus como Criador" enquanto 38% discordam.
Além da diversidade teológica e aumento dos fiéis americanos, Krindatch reforçou que os cristãos ortodoxos não comprometeram suas crenças e tradições.
"Eles não se ajustam à sociedade padrão", ele comentou.
Um indicador da convicção dos ortodoxos, destacou Krindatch, é sua visão consistente contra a ordenação de mulheres. O estudo mostra que apenas três em cada dez paroquianos apoiariam mulheres como acólitas ou diaconisas, e apenas um em cada dez acham que mulheres deve ser elegíveis ao clero ortodoxo. O estudo também mostrou que homens e mulheres expressaram a mesma opinião sobre a ordenação de mulheres.
Além disso, mais que dois-terços dos paroquianos dizem que preferem uma paróquia que exija uniformidade de crença e prática. Apenas um em cada quatro preferem paróquias que toleram a diversidade de crenças e práticas, nas quais as pessoas possuem visões diferentes e discutem abertamente seus desacordos.
A maioria, tanto na Igreja Ortodoxa Grega, quanto na Igreja Ortodoxa na América estão satisfeitos com onde estão agora, com quase a metade dizendo que estão "mantendo fielmente" suas tradições e que devem continuar a fazê-lo.
Ao mesmo tempo, 17% dos membros da Igreja Ortodoxa Grega e 25% dos membros da Igreja Ortodoxa na América sentem que estão "excessivamente apegados" ao seu passado e precisam repensar onde estão agora e decidir sobre novas direções.
Lilian Kwon
Repórter do Christian Post
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