"Como poderíamos alcançar o que quer que fosse sem julgamento moral? Ele nasce do nous, e constitui o meio-termo entre a esperteza - isto é, a astúcia excessiva - e a inconsequência. A esperteza puxa o julgamento moral na direção do engodo e da trapaça, e fere a alma de quem a possui e de tantos quantos puder.
A falta de pensamento, por outro lado, torna a pessoa obtusa e trivial, e não permite que o nous se concentre nos assuntos divinos ou no que quer que seja de proveito para a alma da pessoa ou de outros. A primeira é como uma montanha, a segunda como uma ravina.
O homem de julgamento moral, então, é aquele que viaja pela planície que existe entre estes dois. Mas aquele que se desvia de tal trilha ou cai na ravina ou tenta escalar as alturas e, não encontro modo de fazê-lo, projeta-se de cabeça na ravina e não é capaz de sair dela, pois recusa-se a renunciar ao pico da montanha e através do arrependimento retornar a trilha do julgamento moral. Mas a pessoa que caiu na ravina clama com humildade por Aquele que pode guiá-lo de volta para a estrada real da virtude.O homem de julgamento moral, entretanto, nem se eleva arrogantemente com o fim de prejudicar os outros, nem se rebaixa tolamente apenas para ser prejudicado por alguém. Escolhendo o caminho do meio, se apega a ele com a ajuda de Cristo, Nosso Senhor; a quem seja dada toda Glória e domínio por todas as eras. Amém."
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
O Julgamento Moral
por São Pedro de Damasco
S. Pedro de Damasco descreve o Julgamento Moral no IV volume da Filokalia, p. 256:
Ou seja, o julgamento moral cristão *tem* algo de esperteza e astúcia. O que S. Pedro explana de forma mais longa é apenas que devemos ter tanto "a mansidão da pomba" quanto a "malícia da serpente".
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