Eu fico um pouco triste por ver que nossa sociedade entende o arrependimento como uma forma de fraqueza.
"Eu não me arrependo de nada" é um slogan de uma sociedade que morre de medo da dor de compreender seus próprios erros, que se acovarda perante a necessidade de reconhece-los publicamente, e se atemoriza diante do esforço para corrigir o que puder ser corrigido.
Só que sem arrependimento, inclusive dos erros que nos foram prazerosos, dos erros que nos ensinaram algo, dos erros que no fim "trouxeram coisas boas", sem sentirmos a dor aguda dos desvios mesmos quando estes nos beneficiaram de alguma forma, nossos olhos jamais verão a verdade, nosso caráter, personalidade e atitude jamais serão autênticos, porque ao invés de lermos a narrativa da nossa vida tal como ela se apresenta, impomos-lhe um sentido que consideramos mais digno e honrado, ou de alguma forma mais desejável.
Antes da vinda de Jesus Cristo - o Caminho, a Verdade e a Vida - tínhamos João Batista que bradava "Arrependei-vos! Endireitai os vossos caminhos!" O arrependimento, o reconhecimento do desperdício de tempo e energia de vida no que era errado, o reconhecimento de que até o que foi "bom para mim" é ruim quando não é harmônico com os caminhos do Senhor, e sentir dor com isso, é condição incontornável para amarmos e sermos amados de verdade.
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