Carlos Magno, Criador do Sacro Império Franco-Germânico |
por Sua Eminência Jeremias (Foundas) de Gortyna e Megalópolis (Grécia)
Fonte: http://oodegr.co/english/istorika/romi/Patristic_theology_vs_Latin_tradition.htm
Tradução: Lr. Fabio L. Leite
Tradução: Lr. Fabio L. Leite
Não Para a Terminologia dos Franco-Latinos
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Para começar, sinto que é necessário escrever umas poucas palavras sobre os franco-latinos, cuja teologia é completamente oposta à nossa; e esse é precisamente nosso tópico aqui (3). O Império Romano Cristão unificado costumava ser conhecido na sua integridade sob o nome de "Romania" (=Terra dos Romanos), e estava organizado em setores ocidentais e orientais. Roma, a capital do Império, pertencia ao setor ocidental embora fosse melhor que estivesse no oriental. Por essa razão mesmo, Constantino, o Grande, transferiu a capital para a cidade de Bizâncio e renomeou-a Nova Roma. Porém, ela acabou sendo chamada pelo nome dele ficou conhecida como "Constantinopla" (= Cidade do Constantino).
Tanto os setores ocidentais quanto orientais do Império Romano Cristão Unido (isto é, a România) tinham inimigos. Para o ocidental, que é de nosso interesse no momento, os principais inimigos eram os francos, povos bárbaros e incivilizados. Eventualmente, os francos conseguiram subjugar o setor ocidental do império e com o fim de passarem como os verdadeiros sucessores desse Império Romano, eles se renomearam romanos; equanto isso, os romanos, ou romíos(*), somos exclusivamente nós ortodoxos e assim deveríamos ser chamados. Por essa razão devemos garantir, com grande cuidado, que seja evitado chamarmos os francos de "romanos", ou pior, chamar sua confissão de "Igreja Católica Romana"!)
Com o objetivo de alijar completamente os romanos conquistados no setor ocidental de seus irmãos ortodoxos no setor oriental, os francos buscaram um nome calunioso com o qual ofender os romanos orientais. Eles os chamavam de "gregos", que, naquela época significava "impostor"(**). E mais tarde, os francos os chamaram de "bizantinos", enquanto os antigos e positivos nomes de "romano" e "romíos", que eram usados para se referir aos ortodoxos ocidentais e orientais respectivamente no império unido, foram usurpados pelos francos para eles mesmos e aqueles por eles subjugados. Mas depois de conquistarem o setor ocidental do império, se deram conta que para ter completa soberania sobre o ocidente teriam que de alguma forma subjugar a Igreja e fazer de sua própria teologia a norma no ocidente. Mas tinham os francos uma teologia própria para dar? No século 8, os francos já tinham recebido a teologia existente do Abençoado Agostinho, o qual, como o Pe. John Romanides nos informa, e iremos provar no presente estudo, "essencialmente ignorava a teologia patrística e suas pressuposições". Os francos conseguiram, no fim subjugar a Igreja dos cristãos ortodoxos ocidentais no século 11 (1014-1046 DC) e impor sobre eles sua própria teologia agostiniana, a qual, porém, não expressa a tradição patrística.
Chamaremos os hereges francos de francos: nem romanos, nem católicos, pois Católicos e Romanos somos nós, os Ortodoxos. Porque os francos receberam o latim como sua língua teológica e eclesiástica, eles desejavam ser conhecidos como "latinos"; por essa razão os chamaremos de "franco-latinos". Mas não devemos confundir por causa disso a tradição patrística escrita em latim, com a tradição franca. Não rejeitamos os Santos Pais que escreveram em Latim, nem faremos a distinção equivocada entre Pais Latinos e Gregos. Aceitamos os Pais Ortodoxos Romíos, alguns dos quais escreveram na língua grega e outros na língua latina.
Tendo clarificado tais coisas, podemos continuar.
(*) Da palavra helênica para "romano,a" que é"rhomaios" (m.) ou "rhomaia (f.), também pronunciada como "rhomios" (m.) e "rhomia" (f.), depois da queda do império em 1453, os termos "romios" e "romanos" era usados como sinônimos entre as populações do setor oriental do império caído.
(**) Junto com o termo "heleno", durante a Idade Média, "grego", significava também "pagão", sendo portanto uma forma de descaracterização de povos cristãos. (NT)
3. Para esse assunto cf. o livro do Metropolita de Nafpaktos, Sua Eminência Hierotheos "Born and Raised Romans"; o livro do professor Pe. John Romanides "Romanity and Romans or Roman Fathers of the Church" p. 57 ff, assim como os importantes trabalhos relacionados do Professor Pe. George Metallinos. Veja também nosso artigo sobre a expressão "Igreja Católica Romana" encontrado em nosso periódico "Catequese Ortodoxa" número 01.
4. Também "a distinção histórica correta do Cristianismo não é entre Latinos e Gregos, mas entre Francos e Romanos, ou entre a Francocacia e a Romanidade. Todos os Pais Romanos de língua helênica e latina (com exceção de Agostinho) pertencem à Romanidade, à tradição teológica romana, que é claramente distinta da tradição teológica franco-agostiniana" (Pe. John Romanides em seu livro "Romans or Roman Fathers of the Church" p. 58 e p. 67)
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