domingo, 30 de agosto de 2009

Maria no Antigo Testamento



10 Ouve, filha, e olha, e inclina os teus ouvidos; esquece-te do teu povo e da casa do teu pai.
11 Então o rei se afeiçoará da tua formosura, pois ele é teu Senhor; adora-o.
12 E a filha de Tiro estará ali com presentes; os ricos do povo suplicarão o teu favor.
13 A filha do rei é toda ilustre lá dentro; o seu vestido é entretecido de ouro.
14 Levá-la-ão ao rei com vestidos bordados; as virgens que a acompanham a trarão a ti.
15 Com alegria e regozijo as trarão; elas entrarão no palácio do rei.
16 Em lugar de teus pais estarão teus filhos; deles farás príncipes sobre toda a terra.
17 Farei lembrado o teu nome de geração em geração; por isso os povos te louvarão eternamente.

Salmo 45

46 A minha alma engrandece ao Senhor,
47 E o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador;
48 Porque atentou na baixeza de sua serva; Pois eis que desde agora todas as gerações me chamarão bem-aventurada,
49 Porque me fez grandes coisas o Poderoso; E santo é seu nome.
50 E a sua misericórdia é de geração em geração Sobre os que o temem.
51 Com o seu braço agiu valorosamente; Dissipou os soberbos no pensamento de seus corações.
52 Depôs dos tronos os poderosos, E elevou os humildes.
53 Encheu de bens os famintos, E despediu vazios os ricos.
54 Auxiliou a Israel seu servo, Recordando-se da sua misericórdia;
55 Como falou a nossos pais, Para com Abraão e a sua posteridade, para sempre.

S. Lucas 1

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Protestante Alemão Converte-se à Igreja ortodoxa no Monte Athos


No último sábado, 8/8/2009, no Santo Monastério de Dohiariou, na Santa Montanha, em uma atmosfera de devoção, o alemão Dominik Weiel, 40 anos, geólogo, renunciou ao Protestantismo e abraçou a Ortodoxia, recebendo o nome batismal de Michael (Miguel).

Miguel conheceu o Monte Athos e a Ortodoxia por via wireless através da rádio-comunicação com um irmão rádio-amador, o Pe. Apollo SV2ASP/A, iniciada em 1991. O experiente rádio-amador alemão DL5EBE, ainda universitário, quando escutou pela primeira vez o ainda inexperiente monge agiorita chamando por um sinal fraco, comunicou-se com ele e lhe ofereceu ajuda. Esta foi sua primeira oportunidade de ir até Athos, encontrar o monge e montar a rádio. A visita se tornou um marco em sua vida. Ele encontrou com o Ancião Gregório, abade do monastério, e os irmãos, os quais ele amou e continuou a visitar, e sempre participando do programa completo do local.

Quando completou seus estudos superiores, ele foi empregado por uma empresa de petróleo alemã com atividades por todo o mundo. Por muitos anos ele tem trabalhado em Moscou, e por causa disto, muitos anos se passaram desde sua última visita a Athos. Entretanto, a despeito disto, ele não deixou de se comunicar. Durante todo este tempo, ele lutou consigo mesmo a respeito da conversão e finalmente decidiu ser batizado, se dirigindo, por isso a Athos.

Durante este período ele estava cheio de trabalho e os dias se passavam com grande ansiedade para ser batizado. Finalmente, na Sexta, o ancião perguntou-lhe "você deseja ser batizado?" "Seria um enorme prazer", ele respondeu e seu rosto ficou iluminado. Então, nós convidamos o Sr. Stavro Pomaki, Oficial da Aeronáutica, rádio-amador e filho espiritual do monastério, o qual, apesar de longe de casa, alegremente concordou em se tornar padrinho de Michael.

Pouco tempo depois tudo estava pronto e na manhã de sábado após a Divina Liturgia, ele recebeu o santo batismo no porto de nosso monastério, na presença de toda a irmandade e de peregrinos e finalmente, com grande felicidade, retornou para seu trabalho.


Vamos orar para que o Arcanjo Miguel, o protetor de nosso Monastério, cujo nome foi dado por nosso Ancião, apóie o novo irmão na difícil jornada de sua vida e suas lutas cotidianas.

História original no site Impantokratoros:

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

O Julgamento Moral

por São Pedro de Damasco


S. Pedro de Damasco descreve o Julgamento Moral no IV volume da Filokalia, p. 256:



"Como poderíamos alcançar o que quer que fosse sem julgamento moral? Ele nasce do nous, e constitui o meio-termo entre a esperteza - isto é, a astúcia excessiva - e a inconsequência. A esperteza puxa o julgamento moral na direção do engodo e da trapaça, e fere a alma de quem a possui e de tantos quantos puder.

A falta de pensamento, por outro lado, torna a pessoa obtusa e trivial, e não permite que o nous se concentre nos assuntos divinos ou no que quer que seja de proveito para a alma da pessoa ou de outros. A primeira é como uma montanha, a segunda como uma ravina.

O homem de julgamento moral, então, é aquele que viaja pela planície que existe entre estes dois. Mas aquele que se desvia de tal trilha ou cai na ravina ou tenta escalar as alturas e, não encontro modo de fazê-lo, projeta-se de cabeça na ravina e não é capaz de sair dela, pois recusa-se a renunciar ao pico da montanha e através do arrependimento retornar a trilha do julgamento moral. Mas a pessoa que caiu na ravina clama com humildade por Aquele que pode guiá-lo de volta para a estrada real da virtude.


O homem de julgamento moral, entretanto, nem se eleva arrogantemente com o fim de prejudicar os outros, nem se rebaixa tolamente apenas para ser prejudicado por alguém. Escolhendo o caminho do meio, se apega a ele com a ajuda de Cristo, Nosso Senhor; a quem seja dada toda Glória e domínio por todas as eras. Amém."


Ou seja, o julgamento moral cristão *tem* algo de esperteza e astúcia. O que S. Pedro explana de forma mais longa é apenas que devemos ter tanto "a mansidão da pomba" quanto a "malícia da serpente".

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Teologias Ortodoxa e Escolástica

Diálogo entre um teólogo escolástico e um teólogo ortodoxo
via MYSTAGOGY de John Sanidopoulos em 02/08/09

Uma refutação ortodoxa do Fundamento da Teologia Ocidental conforme Exposta por Tomás de Aquino.

Versão Simplificada (O = Ortodoxo; E = Escolástico)



O. - Deus é imutável?

E. – É.

O. – Deus é pura simplicidade (actus purus)?

E. – Sim.

O. - A pura simplicidade de Deus serve para proteger a imutabilidade de Deus?

E. – Serve.

O -- Se Deus é pura simplicidade sem nenhuma complexidade, então você diria que não há potencialidade em Deus?

E. – Com certeza.

O. – Se não há potencialidade em Deus, então as divinas essência, existência e energia são idênticas?

E. – São.

O. – Se as divinas essência, existência e energia são idênticas, então Deu está apenas em um permanente estado de atividade (energia)?

E. – Está.

O. – Então você concordaria que se Deus está em estado de plena atividade, isso se dá por necessidade?

E. – Sim.

O. – E não há distinção entre a ação e poder de Deus de Sua essência?

E. – Não, Deus é pura energia.

O. – Você distingue as energias de Deus dos atos de Deus?

E. – Não, eles são ambos o mesmo trabalho criado de Deus.



No seu próprio núcleo, a teologia Ortodoxa difere da teologia Escolástica. Os Pais Gregos claramente ensinam que Deus não é actus purus, mas possui muitas energias e poderes (potencialidades) os quais estão intrissicamente unidos, nem separados nem confundindo-se uns com os outros dentro da incorruptível, inconcebível e intrissicamente simples essência da una divindade trina. A imutabilidade de Deus não tem necessidade de ser protegida pelo actus purus. Não há necessidade de actus purus. Ao contrário, ela é protegida pela incompreensível e incomunicável essência de Deus.


Aquino mistura a energia divina na essência divina como se fosse uma necessidade. A Igreja ortodoxa consideraria uma blasfêmia que Deus tivesse que agir por imposição de uma necessidade, pois Deus permanece em Sua essência e ali as três hipóstases. Deus não é Ser regulado por Sua energia, mas Ele mesmo regula Sua energia. Deus não é pura energia, mas o energizador.


Os Pais da Igreja ensinam que Deus é o energizador, e energia é a atividade incriada de Deus, e o trabalho realizado (ou criatura) é o ato de Deus. O Ocidente, entretanto, não distingue a energia de Deus dos atos (trabalhos) de Deus. A energia de Deus é melhor traduzida como atividade do que como ato. O ato terminado, realmente, é criado, mas a atividade em si é incriada. A atividade é também conhecida como graça, e se é incriada então é divina.


Inferir graça criada (energia) em Deus é uma heresia o que logicamente leva ao completo ateísmo e/ou mitologia grega. De acordo com os Pais da Igreja, a energia criada sempre indica uma natureza criada; uma energia incriada indica uma essência incriada.