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O Ocidente perdeu sua fé. O Oriente até hoje preserva a fé Ortodoxa, mas eu pergunto o quanto nós ortodoxos vivemos essa fé? E se nossas vidas não correspondem a nossa fé, talvez sejamos piores do que eles que a perderam por ignorância.
Ao invés de gritar em tons ofensivos contra o Ocidente, talvez o objeto da nossa reprovação devesse ser nós mesmos? Verdadeiramente, qual o benefício de defender uma fé que não é confirmada em nossa vida?
De que adianta criticar duramente uma pessoa que nasceu e foi educada daquela forma, quando não há crítica igual por nossa inconsistência?
No fim das contas, o que talvez seja necessário nas relações inter-cristãs, não são as incessantes recriminações das "ilusões do Ocidente", nem também as exuberantes manifestações de amizades imaturas, mas antes uma confissão sem rodeios da fé ortodoxa e de nosso humide convite aos ocidentais. Talvez eles acabem por viver a fé mais consistentemente do que nós que a preservamos e entretanto não a realizamos em nossas vidas, nem o ethos e o ensino que eles ignoram enquanto possivelmente buscam pela verdade.
O que precisamos é unidade na humildade da parte de nós ortodoxos e a confissão de nosso amor pelo mundo e pelos heterodoxos.
O que devemos oferecer não é a recriminação dos outros pelos seus erros, mas acima de tudo nosso arrependimento pelo déficit do testemunho em nossa vida. Se eles não vêem a diferença em nossas vidas, como virão a reconhecer nossas doutrinas?
Se o Ocidente não confessar humildemente suas aberrações doutrinais e sua necessidade de retornar à "plenitude da verdade", e se por outro lado o oriente ortodoxo não viver a benção de sua riqueza teológica sob sua responsabilidade, e não discernir a necessidade de arrependimento pelo seu testemunho inconsistente, então os diálogos, orações prematuras e encontros inter-eclesiásticos terão apenas um caráter secular de comunicação enquanto essencialmente apenas aprofundam a confusão e distanciam todos nós da una verdade salvífica.
Irmãos, "Vigiai! Sede firmes na fé! Sede homens! Sede fortes! Tudo o que fazeis, fazei-o na caridade."
(1 Cor 16:13,14)
Com orações e muito amor no Senhor,
Bispo Nicholas de Mesogaia e Lavreotiki
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