Digamos sim com Maria para a vontade de Deus em nossas vidas, para que Cristo Deus, nasça na manjedoura de nossos corações, iluminando os animais que ali habitam e representam nossos instintos; iluminando São José, ancião protetor da jovem menina e que representa a fé, a honradez e nossas virtudes; recebendo a visita dos pastores que representam a humildade; recebendo a visita dos anjos e que representam a graça de Deus; e a visita dos Reis Magos, que representam a sabedoria, a inteligência, a riqueza e o poder que se curvam em adoração obediente perante o Menino Deus.
domingo, 23 de dezembro de 2012
O Mistério do Natal
Digamos sim com Maria para a vontade de Deus em nossas vidas, para que Cristo Deus, nasça na manjedoura de nossos corações, iluminando os animais que ali habitam e representam nossos instintos; iluminando São José, ancião protetor da jovem menina e que representa a fé, a honradez e nossas virtudes; recebendo a visita dos pastores que representam a humildade; recebendo a visita dos anjos e que representam a graça de Deus; e a visita dos Reis Magos, que representam a sabedoria, a inteligência, a riqueza e o poder que se curvam em adoração obediente perante o Menino Deus.
sábado, 13 de novembro de 2010
A Importância da Doutrina Correta
o texto abaixo é a tradução de um podcast realizado por um padre ortodoxo americano. Para os que não conhecem, podcasts são como programas de rádio só que transmitidos pela internet. Este padre realizou toda uma série de podcasts comparando a fé ortodoxa com as demais fés religiosas e este texto faz parte da introdução. Abaixo encontrarão também o link para a série original, sendo que ela é em inglês.
Espero que aproveitem!
Na maior parte das áreas de nossas vidas, nos preocupamos com a verdade. Um caixa tem que saber quanto de troco terá que dar. Uma enfermeira tem que aplicar a quantidade correta do medicamento no paciente. Um matemático checa e confere suas provas. Um júri escuta todos os fatos para encontrar a verdade em um julgamento. O professor de história tem que conhecer os nomes e datas corretos.O cientista publica seu trabalho para ser conferido por seus pares, de modo a garantir que todos estejam obtendo os mesmos resultados. Em todos estes casos e mais, o que importa não é a opinião, é a verdade.
Mesmo assim, parece que quando chegamos nas questões religiosas e espirituais, e nas questões morais que as acompanham, aí nos tornarmos relativistas. Ao invés de perguntarmos o que Deus realmente é, perguntamos, "O que é Deus para mim?" Ao invés de perguntarmos qual o significado de Deus ter se tornado homem, nós sugerimos que "tá bom se algumas pessoas acreditarem porque elas querem". Ao invés de perguntarmos se Deus espera algo de nós, nós jugamos as expectativas religiosas pelo que nós mesmos queremos. A busca da objetividade é atirada pela janela, e a subjetividade reina.
Este problema fundamental é piorado por causa da falta de familiaridade com as ferramentas do conhecimento espiritual; isto é, as pessoas não estão fazendo o que é necessário para ver a verdade. Se um astrônomo recusa-se a utilizar um telescópio, ou se um biólogo não quisesse utilizar um microscópio, nos diríamos que eles, na melhor das hipóteses, possuem um conhecimento incompleto de seus campos. De um ponto de vista cristão, o que está faltando é pureza de coração; como Jesus disse: "Bem-aventurados os puros de coração, porque eles verão a Deus".Também está faltando a orientação para alcançarmos esta pureza, que deveria vir daqueles que viram Deus e passam a experiência à frente para a próxima geração.
Platão definiu o mesmo problema quando escreveu A República e utilizou a famosa alegoria da caverna. Nesta alegoria, prisioneiros acorrentados em uma caverna por todas as suas vidas acreditam que toda a realidade é definida pelas sombras que vêem na parede. Se um dos prisioneiros escapasse, encontrasse a saída e visse o sol e toda a realidade como ela é, como ele poderia descrever a sua experiência para pessoas cuja realidade consiste de sombras? Quando ele retornasse à caverna, tentando reajustar-se à vida na escuridão, os que ali permaneceram provavelmente iriam ridicularizá-lo como tendo enlouquecido pela sua experiência ao invés de iluminado. Tal é o fardo de muitos fiéis hoje.
Eu sugiro que a grande batalha espiritual de nossa época não é entre crentes e ateístas; ao invés, é uma luta entre o orgulho e a humildade. Esperamos e exigimos humildade em quase todas as áreas da vida: o que importa é o que é objetivamente verdadeiro, não o que cada um de nós por acaso acha que é verdade. Não são nossos gostos que são importantes. Mas quando se trata das questões mais importantes, deixamos a humildade de lado e nos colocamos no centro do universo. Esta tentação do orgulho é comum, mesmo entre os crentes em Deus.
Uma das pressuposições básicas desta série de podcasts é que a verdade não é relativa, e que o Cristianismo Ortodoxo representa a plenitude da verdade - o locus da revelação de Deus em Cristo. Desta posição básica, analisaremos vários grupos religiosos e seus ensinamentos, vendo o que temos em comum e o que temos de diferente. Porque a verdade não é relativa, todos os seres humanos devem estar dispostos a colocar de lado o que preferiríamos que fosse verdade e aceitar o que realmente é verdadeiro, mudando a nós mesmos, nossas atitudes, e nossas crenças sempre que necessário.
Se tornou politicamente incorreto em nosso tempo falar-se como se uma crença em particular fosse verdade e outra falsa. E mesmo assim, eu consigo lembrar bem claramente em minha própria história de vida que vários grupos religiosos em nossa cultura costumavam achar que suas próprias crenças eram verdades e, então, concluir pela lógica que as outras deveriam ser falsas.
Hoje, porém, esta conclusão - e, acima de tudo, expressá-la publicamente, é vista como sendo não caridosa, não amorosa. De fato, em nosso tempo, discordâncias públicas sobre religião são entendidas como ofensivas. Porque vivemos em uma época do politicamente correto, recebemos alguns mandamentos de teologia cultural que dizem:
Todas as religiões são basicamente a mesma coisa;
O que importa é viver uma vida boa;
Todos adoramos o mesmo Deus;
Religião é uma questão privada;
Não imponha suas crenças sobre os outros;
Nenhuma religião está certa em tudo;
Nós vamos descobrir o todo da verdade quando chegarmos no Céu;
Pensamentos como os acima possuem uma idéia comum por trás deles: que as crenças sobre Deus e sobre a natureza da realidade não são muito importantes. Por isso é que não deveriam ser discutidas em público. Por isso é que os detalhes de cada uma delas não seriam tão importantes. Por isso é que não deveríamos tentar converter as pessoas para nossa fé. Não existe esse negócio de "verdade absoluta". Tudo é relativo - exceto, talvez, o fato de que tudo é relativo.
E mesmo assim, para quase tudo na vida - seja na política, na saúde, ou mesmo nas tabelas de pontos de nossos times de futebol - nós exigimos seriedade, detalhe, precisão. Distraída por estas coisas transientes, nossa cultura conseguiu ignorar um silogismo básico:
Se realmente existe um Deus, então quem Ele é e o que Ele pode querer de nós são mais importantes do que tudo no universo.
Como pessoas que acreditam em Deus, nosso negócio não é "ser agradável". Nosso negócio é a verdade. O propósito destes podcasts é examinar as diferenças entre a fé da Igreja Ortodoxa e as fés de outras comunhões cristãs e não-cristãs.
Evidentemente, como um padre ortodoxo, é minha crença que a fé cristã ortodoxa é a única verdadeira. Eu não seria ortodoxo se eu não acreditasse que a Igreja Ortodoxa é a verdade revelada por Deus em seu filho Jesus Cristo. Minha fé é tal que, se eu encontrar uma parte da fé ortodoxa que não faça sentido para mim ou me parecesse incorreta, então sou eu que preciso ser reformado, e não a Igreja.
De fato, esta é a visão de todas as religiões tradicionais, clássicas, ao contrário do estilo consumista moderno de compreensão da fé que é popular em nossa cultura - que cada pessoa é o árbitro final do que é verdadeiro ou falso, que ela pode ficar escolhendo que pedacinhos de cada espiritualidade ou crença ela quer para si, em um tipo de buffet religioso.
A natureza da verdade, entretanto, é ser verdade independente do que qualquer um pensa a respeito. Em face da verdade, não há opiniões. A maioria das pessoas acredita nisso, mas não costumam aplicar isso na questão que mais importa: quem é Deus, e o que Ele quer de mim?
Existe o bem e existe o mal. Existe a verdade e existe a falsidade. Estas pressuposições básicas, fundamentadas em nossa existência do dia-a-dia, deveriam ser a base de todos os nossos pensamentos e ações relacionadas à verdade suprema.
Se você já visitou o site Facebook (Nota do Tradutor: um site como o Orkut, mais utilizado por americanos), você provavelmente sabe que os usuários podem montar seus perfis detalhando com várias pequenas informações sobre quem são e o que fazem. Um dos detalhes que podem ser especificados é rotulado "Visão religiosa". É isso que a maioria das pessoas pensa quando tratam de religião, que é uma questão de "visão", que religião é uma opinião que você tem, algo que você acha. Repare que o Facebook nem mesmo usa o termo "crença".
Para as religiões mais tradicionais, entretanto, a fé não é meramente um conjunto de visões; ao contrário, a fé religiosa é todo um modo de vida, uma forma de viver com propósito que, no seu cerne, possui objetivos que fundamentam tudo no modo como vivemos.
Assim, o Facebook representa uma filosofia secularista, a qual não é tanto uma negação das verdades espirituais, mas divide em compartamentos isolados os elementos da vida, em categorias elegantes nas quais uma nada tem a ver com a outra. Nesta caixa eu guardo minhas visões econômicas. Nesta outra estão minhas opiniões sobre a televisão à cabo. Nesta aqui estão minhas preferências de leituras, e nesta eu mantenho minha religião. Até a palavra religião - que eu não gosto de utilizar em relação à Igreja Ortodoxa - significa algo bem diferente. A palavra latina "religio" significa reconexão. Construir e reconstruir relações.
Aquilo com o qual você está tentando se relacionar varia de uma religião para outra, mas o ponto comum é que existe algo acontecendo de fato. Não é simplesmente algo que você acha ou concorda e não é apenas sobre você: existe um Outro.
Isso é verdade para tudo na vida. Meu irmão é um engenheiro químico. Minha irmã é bióloga. Dá para tentar imaginar o que foi que deu em mim de virar padre. Mas eles sabem que é assim, que não é sobre opinião. Se não acredita neles, pergunte a um médico, um físico ou psicólogo. Pergunte a um pedreiro, a um faxineiro. Eles vão te dizer que o que você acredita e o que você faz fazem diferença. Se você crê ou faz algo diferente, vai obter resultados diferentes.
O que me preocupa é que normalmente não aplicamos este princípio básico ao que mais importa na vida humana. No contexto religioso, esta verdade fundamental significa que religiões diferentes - porque crêem e praticam coisas diferentes - vão chegar a resultados diferentes.
Às vezes, estes resultados diferentes são todos jogados sob o mesmo rótulo de salvação. Mas o que significa ser salvo? Para o hindu que pratica yoga, a salvação significa ser liberado do corpo físico e ser absorvido no esquecimento do universo; para o Budista é a aniquilação da personalidade individual no Nirvana. Eu te garanto que não é isso que a salvação significa para um batista. Mas o que um batista quer dizer com salvação e o que um ortodoxo quer dizer, também não são a mesma coisa. Assim, os membros das diferentes fés possuem diferentes métodos de chegar aonde eles querem chegar.
Além disso, porque existem a verdade e a falsidade, e porque a maioria das religiões tradicionalmente alegam que suas fés são verdadeiras e as outras são pelo menos de alguma forma falsas, isso significa que alguns crentes religiosos estão fundamentalmente errados sobre suas crenças e práticas. Isto significa que eles não irão obter os resultados que pensam que terão.
Na fé cristã ortodoxa, nosso único propósito na vida é nos tornarmos mais como Jesus Cristo. Se vamos para o céu depois de morrermos é apenas um elemento de um quadro muito maior. Este quadro maior é, em útima instância, a Santa Trindade.
A vida do cristão ortodoxo tem um objetivo: união com a Santíssima Trindade - o Pai, o Filho e o Espírito Santo - o Deus Uno que criou todas as coisas. O caminho para esta união é Jesus Cristo, o Deus-Homem, a segunda Pessoa da Santa Trindade. A Salvação é a obtenção da vida eterna.
Em João 17, em sua oração ao Pai antes de Sua crucificação, Jesus define o que isso significa. Ele disse: "E isto é a vida eterna: que eles Te conheçam, o único verdadeiro Deus, e Jesus Cristo, o qual Tu enviastes." Conhecer Deus - isso é o que a vida eterna significa, e não simplesmente viver para sempre.
Ele ora assim depois: "E a glória que Tu me entregastes, Eu entreguei a eles. Para que sejam um, como Nós somos um; Eu neles, e Tu em Mim, para que eles sejam feitos perfeitos em Um, e que o mundo possa saber que Tu Me enviastes, que Tu os amastes como amastes a Mim."
Assim, na fé cristã ortodoxa, ser salvo - ter a vida eterna - significa amar a Deus em Jesus Cristo. Também significa receber de Jesus a glória que Ele recebeu de Seu Pai. Na realidade, a salvação é muito, muito mais do que escapar do inferno quando morrermos. É um conhecimento profundo e íntimo de Deus: Pai, Filho e Espírito Santo.
Neste conhecimento profundo - o qual é experiência mais do que acumulação de fatos - aqueles que estão sendo salvos recebem a própria glória de Deus. Ir para o céu ou para o inferno no momento da morte significa simplesmente que nossa experiência de Deus durante esta vida continua na próxima, embora muito amplificado. Se amamos a Deus e o conhecemos profundamente, nossa experiência será de infinita e intensa felicidade. Se rejeitamos a Deus nesta vida - ou simplesmente O ignoramos - nossa experiência deste amor nos será completamente estranha e sentida como sofrimento. Ele derrama o mesmo amor sobre todos. Alguns querem, outros não.
É por isso que a doutrina correta importa. É por isso que heresias são tão perigosas. Toda a nossa doutrina está orientada para termos um conhecimento íntimo de Deus, porque o tipo do conhecimento que tivermos dele vai determinar nosso destino eterno, nossa existência perpétua na vida que há de vir. Este conhecimento depende da nossa vontade de vivenciar a doutrina correta em nossas vidas diárias.
Vamos supor que espalhassem por aí que sou um homossexua praticante. Não é verdade, mas porque algumas pessoas acreditariam, isso afetaria suas relações comigo. Porque sou um padre, poderia afetar até as relações entre os membros da paróquia. Muitas relações como muitas pessoas seriam quebradas. Algumas pessoas certamente aceitariam e tentariam se aproximar, mas também estas relações seriam baseadas em uma realidade distorcida. Algumas pessoas de fora da paróquia poderiam ouvir esta fofoca e nunca nos visitarem ou considerarem a conversão. Aqueles mais próximos de mim - minha esposa e família - teriam suas vidas grandemente perturbadas se acreditassem nesta mentira. Destruíria a minha vida familiar, o que iria reverberar por nossos parentes, amigos, a unidade da paróquia e assim por diante - tudo por causa de uma crença errada a respeito de quem sou.
Talvez a fofoca não fosse tão séria. Suponhamos que dissessem que eu tenho um problema com bebidas. Os efeitos provavelmente seriam tão sérios quanto, embora não tão escandalosos. De toda forma, todas as relações seriam afetadas, não de acordo com a moral de cada um, isto é, não dependeria de se eles praticaram o bem ou o mal, mas dependeria daquilo que eles acreditavam sobre mim e como reagiram a essa crença.
Agora aumente muito este efeito aplicado à adoração e conhecimento do próprio Deus do universo. Algumas doutrinas falsas sobre Ele, podem causar uma destruição espiritual inimaginável. Outras podem até ter um efeito menor. Mas todas elas, em um grau ou outro, nos afastam da verdade, do puro conhecimento do único e verdadeiro Deus. Isto irá afetar como e se receberemos a glória de Deus, e como iremos experienciá-lO na próxima vida.
Viver uma vida moral de acordo com a lei Deus é realmente fundamental para a nossa vida em Cristo, mas não é suficiente. A religião não é apenas a ética. Devemos conhecer Deus conforme Ele realmente é. É por isso que a doutrina correta importa.
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
O Julgamento Moral

"Como poderíamos alcançar o que quer que fosse sem julgamento moral? Ele nasce do nous, e constitui o meio-termo entre a esperteza - isto é, a astúcia excessiva - e a inconsequência. A esperteza puxa o julgamento moral na direção do engodo e da trapaça, e fere a alma de quem a possui e de tantos quantos puder.
A falta de pensamento, por outro lado, torna a pessoa obtusa e trivial, e não permite que o nous se concentre nos assuntos divinos ou no que quer que seja de proveito para a alma da pessoa ou de outros. A primeira é como uma montanha, a segunda como uma ravina.
O homem de julgamento moral, então, é aquele que viaja pela planície que existe entre estes dois. Mas aquele que se desvia de tal trilha ou cai na ravina ou tenta escalar as alturas e, não encontro modo de fazê-lo, projeta-se de cabeça na ravina e não é capaz de sair dela, pois recusa-se a renunciar ao pico da montanha e através do arrependimento retornar a trilha do julgamento moral. Mas a pessoa que caiu na ravina clama com humildade por Aquele que pode guiá-lo de volta para a estrada real da virtude.O homem de julgamento moral, entretanto, nem se eleva arrogantemente com o fim de prejudicar os outros, nem se rebaixa tolamente apenas para ser prejudicado por alguém. Escolhendo o caminho do meio, se apega a ele com a ajuda de Cristo, Nosso Senhor; a quem seja dada toda Glória e domínio por todas as eras. Amém."
quarta-feira, 29 de julho de 2009
A fascinação pela perversão

O homem possui poderes tais que pode transmitir o bem ou o mal para o seu ambiente. Tais questões são muito delicadas. É necessário grande cuidado. Precisamos ver tudo sob uma perspectiva positiva. Não devemos pensar qualquer coisa de má sobre os outros. Mesmo um simples olhar ou suspiro influenciam os que estão a nossa volta. E mesmo a mais leve raiva ou indignação ferem. Precisamos ter bondade e amor em nossa alma e transmitir estas coisas.
Precisamos ter cuidado para não guardar ressentimento contra os que nos feriram, mas, ao invés, orar por eles com amor. O que quer que nossos companheiros façam, nunca devemos pensar mal deles. Precisamos sempre ter pensamentos de amor e sempre pensar bem dos outros. Veja St. Estevão, o primeiro mártir. Ele orou, "Senhor, não guarde este pecado contra eles" (At. 7:60).
Precisamos fazer o mesmo.
Lutamos com muito mais energia para não pecar (sem muito sucesso) do que lutamos para fazer o bem (o que seria bem mais fácil). Simples atos de bondade, generosidade, perdão, paciência, misericórdia e semelhantes possuem um poder transformador tanto para quem os pratica, como para quem os recebe.
sexta-feira, 16 de janeiro de 2009
Um Debate entre um Cristão e três Muçulmanos no século XII
Um Debate entre um Cristão e três Muçulmanos no século XII
Traduzido para o inglês por Karim Hakkoum e Pe. Dale A. Johnson em 1989
Traduzido do inglês para o português por Fabio Lins em 2006
Tradução inglesa copiada com permissão de
http://www.teleport.com/~hamarabi/posts.html, dalej@colubs.com
Tradução em português feita a partir da inglesa que se encontra em:
http://www.fordham.edu/halsall/source/christ-muslim-debate.html
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Este documento notável é parte de um gênero mais amplo de literatura cristã. Embora datado de 1165, o documento está nas mãos da família do falecido Karim Hakkoum de Portland, Oregon, foi obtido e aparentemente copiado por seu pai em 1914 em Aleppo, Síria.
Publicamos a primeira das três seções deste registro de um debate entre o abade cristão Jorge e os clérigos muçulmanos sob a proteção de Saladino.
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Introdução
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, um só Deus, amém. Com o auxílio de Deus, começamos a registrar o debate que ocorreu entre o monge Jorge e três teólogos muçulmanos, na presença do príncipe Al-Khana, Al-Mushar Abul-Mulk, Gazi Al-Zaher Usef Ibn Ayub Al-Salah, o rei muçulmano de Alepo e Síria, e durante o reinado de Leão, o Armeno, filho de Etienne, Rei da Tribo Armênia, em outubro de 6615 do nosso Pai Adão e 1165 do ano do Senhor. Que Deus nos ajude! A história conta que o abade do convento de "S. Simão Pescador" fez uma visita ao rei de Alepo em sua moradia. O abade estava acompanhado de alguns monges. O rei lhes deu boas-vindas e ordenou que se lhes providenciassem todas as necessidades e permitiu que ficassem na tenda de seu pai. Entre os seguidores do abade estava um velho monge muito versado em conhecimento. Falava bem também. Todos gostavam dele. Entrara para o
convento na infância e aproveitara os livros de lá, adqüirindo as virtudes e boas maneiras dos monges. Tinha sido o abade por muitos anos até ficar velho e chamava-se monge Jorge. Quando encontrou com o príncipe, invocou Deus sobre ele.
O príncipe ficou agradecido e pediu-lhe que sentasse. Quando o abade foi convocado pelo rei para realizar suas ordens, o príncipe pediu ao monge Jorge para ficar e continuou a conversar com ele, perguntando sobre o convento e o modo de vida dos monges. Vamos relatar agora as perguntas do príncipe:
Debate sobre a natureza da vida monástica
O príncipe – Ó monge, vocês não comem carne nunca?
O monge – Não. Não comemos nenhuma carne.
O príncipe – Vocês não se casam?
O monge – Não, príncipe; ao contrário, evitamos as mulheres.
O príncipe – Por que? Isso é de Deus? Mas ele criou a humanidade como homem e mulher. Ele disse também: "....tenham carne para comer". Você pode comer a carne.
O monge – Não proibimos a carne. Mas tencionamos ter uma vida leve, não material, com objetivo de estarmos próximos de Deus deixando nossos corpos mais leves. O ferro é purificado de suas impurezas ficando perto do fogo. E assim como a água se torna mais clara, a água
permite que os raios do sol a penetrem – Não percebe que os raios permitem que a luz atravesse desde que seja leve e transparente? A razão, Ó príncipe, que está dentro de nós é de Deus, e torna-se escura com uma vida de luxos, e nos mantém distantes de Deus na proporção de
sua escuridão. E com a distância de Deus, nos apegamos às coisas materiais e à vida presente. Não evitamos apenas carne e mulheres, mas todo tipo de deleite corporal e todas as seduções dos cinco sentidos.
Esperamos, pelo uso de tais privações, obter a Graça de Deus em Seu reino eterno. Ele disse "você não obterá a alegria no mundo eterno, se não suportar as tristezas e dificuldades do mundo perecível."
O príncipe – Ó monge, você está bem certo. Mas, Deus nos concedeu este e aqueles.
O monge – Nosso Deus permitiu-te que faças como quiserdes e deu-te a liberdade de desfrutar as felicidades corporais quando Ele disse: "Irei dar-te no Céu um rio de leite, um rio de mel e mulheres bonitas".
O príncipe e o monge assim falavam quando três teólogos vieram ao príncipe e o saudaram. Ele ordenou que se sentassem. E quando viram o monge, eles falaram com o príncipe em turco, dizendo "De onde é este monge? Com que propósito está em vossa presença?"
O príncipe: Este monge é do convento de São Simão e veio até nós com outros monges para resolver alguns problemas com o Sultão. O que acham da aparência dele?
Um deles, chamado Abu-Zaher, de Bagdá, disse: "Que eu seja vosso resgate, Ó príncipe, pois ele possui uma boca sorridente e um belo rosto. Que lástima que seja cristão."
O príncipe: Vocês gostariam de ter um debate com ele sobre religião?
Eles responderam que sim.
Debate sobre a natureza salvífica de Deus
Então, eles se entreolharam. Um deles, chamado Abu-Salamah Ibn Saad, de Mossul disse:
Abu-Salamah --"Ó monge, reverenciamos e honramos vosso Cristo e O colocamos acima de todos os profetas exceto Maomé, profeta e apóstolo de Deus. Mas vós, cristãos, o menosprezam e não o honram, enquanto Deus o honrou e inspirou com o Corão, como uma luz e misericórdia. Não concordais que ele é o Profeta de Deus; por isso ele os irá confrontar na Ressurreição.
O monge – Abu-Salamah, toda pergunta tem resposta. Mas não viemos à vossa casa para ter um debate religioso convosco, mas como pedintes. Não precisamos conversar convosco senão sobre o que vos agrada; porque sabemos que a fúria é vossa e que contais vantagem sobre tal fato. Um
homem sábio disse: "Seja cuidadoso com eles enquanto viver na casa deles".
O muçulmano – Temei a Deus, ó monge, por causa do que falastes. Somos um povo de lei e justiça; e ninguém aqui deseja discutir contigo com má-fé.
Então, o príncipe olhou para o monge e disse: "Ó monge, sou nascido de uma mulher grega (N.T. significando cristã). Então, respondas como quiser, sem medo.
Então ele tirou seu próprio selo do dedo e o pôs no dedo do monge.
O monge – Abu-Salamah, não queremos falar mentiras ao invés da verdade. Mas tememos que tragas mentiras seguindo a grosseria da tua natureza. Não disseste tu que nós não everenciamos Maomé, nem confessamos que ele é Apóstolo de Deus? Pois bem, pois iremos dar-te
provas de Deus claras disto.
O muçulmano – Tu jamais terias sucesso algum nisto, mesmo que tentasses tais tarefas impossíveis.
O monge – A verdade irá aparecer. Abu-Salamah, não confessas que Deus criou todas as criaturas?
O muçulmano – Sim todas as que existem no céu e na terra, tudo que é visível e invisível foi criado por Deus, por Sua vontade.
O monge – Há algum povo criado por Deus e algum povo criado por outro Deus?
O muçulmano – Não! O criador os criou, Ele é o Único Deus que adoro e não há outro Deus!
O monge – Pensas que Deus deseja a salvação de todo o mundo ou que Ele quer salvar apenas um povo específico entre as Suas criaturas e destruir o resto? Não confessas que Deus é rico, generoso e magnânimo? Se não, então atribuis avareza a Deus; como o homem que preparasse
comida para cem pessoas mas quando elas chegassem, ele as expulsasse dizendo: "Vão embora, não tenho comida para vós!", deste modo demonstrando sua avareza.
O muçulmano – Confesso que Deus é rico, generoso, magnânimo e o Criador de todas as criaturas e que Ele deseja a salvação de todas.
O monge – Se Deus quer a salvação de todo o mundo, Seus mensageiros devem ser enviados ao mundo todo, também. E qualquer um que pretenda ser um mensageiro de Deus precisa corroborar esta asserção; ele precisa de um poder de Deus para confirmar sua mensagem.
O muçulmano – Qual é este poder e sinal?
O monge – Aqueles que possuíam os Apóstolos de Cristo
O muçulmano – Qual é esse poder?
O monge – São três: fazer milagres, falar várias línguas e evitar as coisas mundanas. Vós porém possuís as três características opostas.
O muçulmano – Como o quê?
O monge – A ameaça com a espada, os tributos e a culpabilidade. Estes traços podem ser vistos em Maomé. A evidência da autoridade de Deus está nos Apóstolos.
Então, o monge virou-se para o príncipe e disse: "Por Deus, Ó príncipe, se alguém viesse a ti agora fingindo ser um mensageiro do Rei perante ti com tal e tal propósito, e não encontrasses nele nem carta nem selo do Rei, acreditarias que ele é o mensageiro do Rei?"
O príncipe – Por Deus, não! Ao contrário, eu o consideraria como um mentiroso e um traidor.
O muçulmano – Quais são os sinais e provas dos Apóstolos de Cristo atestando sua aquisição do poder de fazer milagres, de falar várias línguas e de pregar para o mundo inteiro?
O monge – O sinal está perante vós e a prova é evidente: em qualquer direção em que olhardes, leste, oeste, sul ou norte, encontrarás a devoção ao Cristo nas regiões mais longínquas do mundo. Nenhuma região está sem tal devoção. Isto é uma prova evidente de que os Apóstolos de
Cristo viajaram através do mundo inteiro e falavam todas as línguas.
Não podeis encontrar um povo, uma língua ou boca sem o conhecimento de Cristo. O profeta Davi predisse isto quando disse "Eles foram por todo o mundo e suas falas cresceram nas regiões do mundo". Isto também é uma prova evidente de que os Apóstolos falavam todas as línguas.
Tendes vós, Abu-Salamah, alguma dúvida sobre estas duas coisas?
Abu-Salamah – Isto é evidente, sem dúvida. O sermão do Poder e do Sinal.
O monge – Provarei, agora, que faziam milagres, não pela força de suas palavras, mas pelo poder dO que os enviou, a partir da submissão dos povos bárbaros a eles. A pregação deles não era dependente da tolerância, nem da ameaça, nem da espada. Eles não tomavam dinheiro.
Eram, na maioria, pescadores analfabetos e fazedores de tendas. Mas os poderes recebidos de Cristo os ajudaram a governar este mundo. Quando o Cristo os enviou para pregar ao mundo, Ele entrou na sala onde se encontravam após Sua Ressurreição, enquanto as portas estavam
fechadas.Ele lhes deu a paz, primeiro porque estavam temendo os judeus. Então ele assoprou neles e disse, "recebam o Espírito Santo.
Este Espírito será a sua voz. Por esta voz, irão levantar os mortos, curar os doentes e derrotar reis. Se remirdes os pecados do povo, eles serão perdoados, mas se os renegarem, eles o serão. Dêem de graça o que de graça recebestes". Ele lhes disse também "Não levem cajado, nem
sacola, nem comida, nem tenham duas roupas ou dois sapatos. Não levem cobre em sua bolsa" Agora, digam-me o que é mais forte do que tais sinais? Se me disserdes que as ordens deles foram suaves demais, responderei que não foram deles, mas de Cristo, seu Mestre e aqui
estão: "Quando lhe baterem na face direita, oferecei também a esquerda" e "se alguém quiser sua roupa, dê o casaco também"; e " se alguém vos fizer andar uma milha, vá com ele duas milhas. Amem vossos inimigos. Abençoem os que os perseguem. Façam o bem aos que vos
afligem". Diga-me, quem poderia escutar tais ordens e aceitá-las, se milagres não assombrassem o mundo inteiro? Então, eles acreditaram nos Apóstolos e confiaram na sua pregação. Vede, Ó Muçulmanos, na pregação dos Apóstolos, como pregavam para os oradores, sábios e reis dizendo:
"acreditem em Deus. Ele nasceu de uma mulher; Ele comia comida e bebia água; foi surrado e chicoteado; as pessoas debochavam Dele e cuspiam na face Dele; eles O esbofetearam e colocaram em Sua cabeça uma coroa de espinhos; Ele foi crucificado e enterrado; mas levantou-se dos mortos". Ninguém acreditava neles. As pessoas debochavam deles,
negavam o que diziam, batiam neles e os expulsavam. O Apóstolo disse: "Povo, se negais nossa pregação, iremos provar a verdade. De fato, levem-nos aos aleijados, cegos e leprosos, e também aos loucos, perturbados e mortos". Eles diziam. "Em nome de Jesus Cristo de Nazaré, levanta-te, ó falecido!" E a pessoa levantava dos mortos. Assim como outras doenças, que também eram curadas. Então, o povo acreditava neles e adoravam ao Deus deles, pois seus atos testemunhavam por eles. Alguns fechavam os olhos e os ouvidos, como a cobra que fecha a audição para evitar escutar a voz do mágico. Mas os que adoravam a Satã, através do adultério, da voluptuosidade, do vício, da avidez e cujo objetivo era satisfazerem os desejos de seus
corpos, todos estes tornaram-se como fumaça e suas adorações idólatras se acabaram. Os céus, a terra, Deus e seus anjos testemunham que os Apóstolos eram os mensageiros de Cristo e que a religião deles é a correta. E vosso profeta, Maomé também testemunhou por eles, dizendo
no Corão: "Nós inspiramos o Corão como uma luz e uma orientação e confirmando o que está nas mãos deles (cristãos) da Bíblia e do Evangelho". Então, se vosso profeta e vosso livro confirmam o Evangelho, vós também deveis fazer o mesmo, ou estarão tratando vosso profeta e vosso livro como mentirosos.
Debate sobre a integridade dos Evangelhos
O Muçulmano – Eu confio no Evangelho e no seu conteúdo, mas vós o alteraram de conformidade com vossos interesses.
O monge – Não digam algo que não podem provar, porque, no fim, ficarão envergonhados, como aquele que prefere cobrir a luz do sol. Diga-me, Abu-Salamah, quantos anos se passaram de Cristo até Maomé?
O muçulmano – Não sei.
O monge – Eu respondo: de Cristo até Maomé, seiscentos e alguns anos se passaram.
O príncipe – Estás certo monge. É o que encontramos na história.
O monge – Haviam, então, Cristãos em todo o mundo?
O muçulmano – Sim, haviam.
O monge – Assim como hoje?
O muçulmano – Sim e mais do que hoje.
O monge – Poderíeis vós contar o número de Evangelhos que existiam naquela época no mundo nas várias línguas?
O muçulmano – Não poderíamos.
O monge – Vamos supor que algumas pessoas no Ocidente tenham alterado seus Evangelhos. Então, como eles poderiam comunicar-se com os que estavam no fim do mundo no Oriente? O mesmo serve para os que estavam no Norte em relação ao Sul. É impossível. Se tal fosse possível, estaríeis defrontando-vos com os Evangelhos apócrifos de parte dos cristãos. Porém, se fizerdes uma viagem ao redor do mundo, encontrarás os Evangelhos em vários lugares análogos aos que foram recebidos dos Apóstolos de Nosso Senhor Jesus Cristo. Sem diferença nenhuma entre eles, nem mesmo em uma letra, a não ser pelas particularidades de cada língua. Presto-vos, então, um exemplo que permitirá que acrediteis em mim: Se alguém vos mostrasse um Corão diferente do que conheceis, e dissesse, "este é o Corão inspirado pelo Profeta", sem sê-lo, vós o aceitarias?
O príncipe – Não, ao contrário, nós o mataríamos e queimaríamos o seu livro.
O monge – Como podeis comparar o Mestre e o servo, o Criador e a criatura ou Deus e o homem?
Debate sobre a integridade de Maomé
O muçulmano – Não sabeis, monge, que Maomé governou os árabes e que é o Profeta e Mensageiro de Deus, porque guiou os descendentes de Ismael e os converteu da idolatria à adoração do Deus Vivo, como fez o Cristo e seus Apóstolos?
O monge – Eu sei que Maomé governou os árabes e os passou da idolatria tendo-os feito ouvir falar de Deus, mas não ao verdadeiro conhecimento, porque seu objetivo era governa-los para possuí-los sob sua jurisdição, muito mais do que lhes dar informações sobre o Criador. Se puderdes ser um pouco pacientes e acalmar-vos, dar-vos-ei um testemunho em meu nome e de todos os cristãos a respeito do seu profeta Maomé, para deixar-vos sabe porque não o honramos, nem o chamamos de Profeta ou Mensageiro.
O muçulmano – Já que o príncipe permitiu que falásseis como quiserdes e vos deu proteção e permissão para falardes do Islã, podeis dizer o que quiserdes.
O príncipe – Abu-Salamah, o monge falou em acordo com a verdade e como aceitável pela razão.
Abu-Salamah – Diga-nos o que tendes sobre Maomé.
O monge – Deveis saber, Abu-Salamah, que Maomé era da tribo dos Coraixitas e descedente de Ismael, filho de Hagar, a egípcia, escrava de Sara e esposa de Abraão. Ele era um árabe nômade e mercador de camelos. Em suas viagens, veio a Jerusalém onde foi bem recebido por um cristão nestoriano chamado Buheira. Quando perguntou a Maomé sobre sua religião, descobriu que ele era um pagão. Estes eram os filhos de Ismael. Eles idolatravam um ídolo chamado Al-Akbar (o maior). Costumavam por em volta dele poemas de desejo e amor escritos em tabuinhas que suspendiam em volta do ídolo. Eles serviam de preces e foram chamados de os sete "usudallakat" (suspensos). Quando Buheira descobriu que Maomé era daquela tribo, teve simpatia por ele, devido a similaridade das línguas, a amizade e o desejo de conhecimento. Então leu para ele alguns capítulos do Evangelho, da Bíblia e dos Salmos. Quando voltou para casa, ele disse para os amigos: " Ai de vós! Estais em grande erro e vossa adoração é nada e sem objetivo". Eles lhe
disseram: "Qual seu problema, Maomé?" Ele respondeu: "Encontrei o verdadeiro Deus". Eles perguntaram: "Qual o nome dele?" Ele respondeu "Seu nome é Allah(A Divindade). Ele criou o céu e a terra e todas as criaturas entre eles. Ele me enviou a vós como uma luz e sinal de compaixão". Eles disseram: "Poderias mostra-lo a nós para sabermos onde Ele está?" Ele disse"Ele mora no céu e vê tudo, mas é invisível".
Eles lhe responderam: "Temos uma divindade que adoramos e honramos. Herdamos esse culto de nossos ancestrais que nos deram a liberdade de satisfazer nossos desejos com tudo que possuímos". Então Maomé lhes disse: "O que me enviou a vós disse-me que concede-vos o que é melhor e maior do que o que dizes". Eles perguntaram: "O que é?" Ele disse "É um paraíso para onde Ele vos leva após a morte. Lá há comida, bebida e mulheres". Eles perguntaram: "Qual é a forma dessa bebida, comida e mulheres?" Ele respondeu: "Rios de mel, leite e vinho, com lindas
mulheres; lá não sentireis sede nem tereis lágrimas". Eles disseram "Sois o Mensageiro de Deus?" Ele respondeu "Sou." Eles disseram "Tememos nosso deus Al-Akbar" Ele disse "Adorem a Deus e honrem Al-Akbar". Alguns deles disseram: "Acreditamos em Deus, dissestes a
verdade." Então ele passou para outro grupo de coraixitas, a tribo de Maomé. Ele, mais tarde encontrou outro grupo. Tais pessoas deixavam que seus homens casassem com as filhas. Tais eram seus costumes, antes de conhecer a Deus. Maomé escreveu a Buheira tudo que lhe tinha
ocorido. Buheira proibiu aqueles costumes e, com grandes esforços, teve sucesso em leva-los às primas. Quando obteve aderentes suficientes dos árabes e de sua aristocracia, alguns continuaram reticentes. Ele então desejou a monarquia para si e formou um destacamento armado para lutar com quem o contradizia e disse : "Os que entrarem no Islã estarão seguros" e disse "Os habitantes do céu e da terra entrarão no Islã por vontade própria e alguns pela força."
Então, atacou um grupo, convenceu o outro com palavras adornadas e argumentos. Seu objetivo era governá-los e apressá-los a alcançar as mulheres, pois ele era muito ávido delas. Ele as desejava intensamente. Confirmando isto, ele não se sentia satisfeito com suas numerosas mulheres, mas desejou a esposa de Zeid quando a viu e a tomou dele pela força, fingindo que Deus a deu a ele por esposa e não a Zeid. Ele falou a seus seguidores sobre isto assim " Depois que Zeid atingiu seus desejos com ela, Nós (Deus) a demos a ti como esposa, Maomé". Ele fingiu que Deus o inspirou a fazê-lo. Mas seus seguidores disseram: "Mensageiro de Deus, o que Deus vos concedeu não é permitido a mais ninguém".
O muçulmano – Maldição sobre tu, incircunciso! Zeid pedira a ele que a tomasse e jurou que ela seria desleal por ele.
O monge – Ele fora obrigado, ou teria o mesmo destino que outros.
O muçulmano – O que ocorreu então?
O monge – Não ouvistes sobre o beduíno assassinado por seu profeta, na cama, enquanto Deus proíbe até que matemos os pássaros em seus ninhos? E quando perguntado por seus seguidores "Quem matou o escravo?" respondeu "Minha espada".
O muçulmano – Se encontras alguns defeitos na vida de Maomé para acusá-lo, então deveis confessar que ele teve a maior e mais importante honra e o maior crédito perante Deus pelo que fez aos descendentes de Ismael.
O monge – Ele os guiou seguindo sua vontade própria, não como Deus gostaria. E Maomé não ignorava que ele e vós estão longe da verdade e do caminho correto, dizendo "Eu não sei o que é de mim ou de vós. Estamos na claridade ou na escuridão?" Ele disse também: "Temam Deus o
mais que puderdes, talvez alcançareis sucesso". E ele determinou que em cada oração vós peçais que sejam guiados ao caminho correto, "Guia-nos, Ó Deus, ao caminho correto". Então, se estais corretos, não precisais pedirdes pela correção. Mas ele pede a Deus por ajuda. Mas desconsideremos o que foi dito. Vejam este exemplo. Suponha, Ó príncipe, que eu deixasse vossa presença em busca de sem sair do caminho para a pátria-mãe. Não precisarei de orientação mas de ajuda para chegar na Pátria-Mãe.
O príncipe – Certamente.
O monge – Se Maomé sabia que vós estáveis caminhando no caminho correto, não vos ordenaria pedir a Deus orientação e maturidade. Além disto, sabendo que sua oração não era aceita por Deus, ele ordenou a vós que orásseis por ele, e vos disse, "Vós, crentes, orai por ele, e lhe garantam a salvação".
O muçulmano – Não sabeis vós que Deus e Seus anjos oram por Maomé? Não teríamos nós que orar por ele também?
O monge – Deveríeis preferencialmente orar por vós mesmos e pedirdes perdão para vós mesmos para não serdes como o que tem fome e pede comida para outros; ou como o que sofre um ferimento e pede medicina para outra pessoa. Então, se vós, com Deus e Seus anjos, oram por
Maomé, quem irá aceitar vossas orações? Se tal é vossa opinião, igualais Deus e os anjos com a humanidade.
O muçulmano – A oração de Deus é uma graça concedida aos seus adoradores.
O monge – Quem se beneficiou da graça de Deus e de seus anjos não precisa de orações. Fazeis melhor em orar por vós mesmos.
O muçulmano –Não oram vós, Cristãos, pelo vosso Cristo?
O monge – Absolutamente não! –Ao contrário, oramos para Ele, porque ele é nosso Deus e Criador, e Ele aceita nossas orações como Seus servos se eles as fazem, e perdoa nossas faltas.
O muçulmano – Mas que blasfêmia mais evidente e péssima idéia! Vós adorais a um homem criado, nascido de mulher, que sofreu ignomínia. Tal é o que vós confessais, e tu, monge, não o negas. Debochais com insolência de nosso Profeta Maomé, o Escolhido.
O monge – Sobre minha vida, não falei de nada de mim mesmo, mas de vosso Livro e vosso Corão. Não confessais que Maomé era beduíno e coraxaíta?
O muçulmano – Sim.
O monge – Não sabeis que ele possuía muitas mulheres, algumas contra e algumas concubinas? Não concordais que ele era desejoso de mulheres e que usava a espada para matar os que o desobedeciam, e que tomou a esposa de Zeid?
O muçulmano – Sim, era a ordem de Deus, pois Deus o inspirara a fazê-lo.
O monge – Não confessais que ele morreu e que foi enterrado com trinta membros com ele sob o solo? Mencionamos apenas alguns dos atributos do vosso Profeta, os quais admitis. Por que contestais então?
O muçulmano – Maldito sejas! Contestamos que fazeis de Deus uma criança, e que Cristo é filho de Deus e que ele seja o Deus Eterno e Criador das criaturas enquanto ele é humano e nascido de uma mulher e Deus o considera como Adão a quem disse: "Seja!" e ele foi.
O monge – Então, Abu-Salamah, acreditais em tudo que vosso Profeta mencionou em vosso livro e que foi inspirado por Deus?
O muçulmano – Sim, tudo escrito no Corão foi inspirado a Maomé.
O monge – O Corão não menciona que Cristo é o Espírito de Deus e Sua Palavra dada por Deus à Maria?
O muçulmano – Mas não palavra eterna e sim criada.
O monge – Já foi Deus, em algum tempo, mudo, surdo ou vazio de qualquer palavra ou espírito?
O muçulmano – Deus me livre! Deus, sua Palavra e Espírito sempre foram presentes.
O monge – É a palavra de Deus Criadora ou criada?
O muçulmano – Criadora.
O monge – Vós adorais a Deus junto com seu Espírito e Palavra, não é?
O muçulmano – Eu adoro Deus, Sua Palavra e Seu Espírito.
O monge – Diga agora, então, "Eu acredito em Deus, em Seu Espírito e
em Sua Palavra".
O muçulmano – Eu acredito em Deus e em Seu Espírito e em Sua Palavra. Mas eu não faço deles três, mas um Deus.
O monge – Tal é minha opinião também; e minha crença e aquela de todos os cristãos de fé Ortodoxa. Eu gostaria agora de explicar os significados da Santa Eternidade: o Pai é Deus; o Filho é Sua Palavra; e o terceiro é o Santo Espírito.
O príncipe estava deitado. Então levantou-se, olhou o muçulmano, deu uma gargalhada e disse: "Abu-Salamah, o monge o cristianizou e o introduziu na religião cristã; és então um cristão!"
Abu-Salamah estava furioso. Então, um jurisprudente chamado Abul-Fadl Al-Halabi, disse a seus amigos: Se tivésseis me permitido desde o início, eu teria dialogado com o monge e vos mostrado sua derrota.
Então, ele olhou para o príncipe e disse: "Estejais informado, Ó príncipe, que os não-crentes estão no fogo do inferno e que quem quer que se lhes aproxime queima a si mesmo e Satã, que é o espírito da tirania, fala pelas bocas deles".
O monge – Por que nos insultais? Por que atribuís a nós o que vos é próprio e ao vosso profeta? Não falamos e provamos que Cristo é o Espírito de Deus e Sua Palavra a partir de vosso Corão e vosso Profeta? Se tendes certeza que o que mencionamos é satânico, é de vosso Profeta e Livro que falamos.
O príncipe – Que vergonha, Abul-Fadl! Teu silêncio era melhor e mais produtivo que tua fala. Desejara eu que Deus o provesse de mudez e silêncio; então estaríamos mais à vontade.
Então Abdul-Fadl, envergonhado, partiu.
Medieval Sourcebook
Paul Halsall November 1996
halsall@murray.fordham.edu
domingo, 11 de janeiro de 2009
O Que é a Igreja Ortodoxa

Amigos,
realizamos um estudo no dia 10 de janeiro de 2009 sobre o que é a Igreja Ortodoxa e gostaria de compartilhar aqui com vocês.
O estudo foi fundamentado na definição que o Evangelho e Credo dão da Santa Igreja e foi também baseado no livro "A Mentalidade da Igreja Ortodoxa" do Bispo Hieorotheos de Nafptakos, cujos primeiros capítulos estão traduzidos e resumidos aqui.
Segundo o Novo Testamento, a Igreja é o Corpo de Cristo. Não como metáfora, mas literalmente. Isto foi a revelação de Nosso Senhor Jesus a São Paulo.
Quando ainda se chamava Saulo e era fariseu, o futuro apóstolo perseguia os cristãos onde quer que estivessem, levando-os a julgamento e mesmo a morte. Quando estava a caminho de Damasco, Jesus Cristo aparece para ele e diz: "Saulo, Saulo. Por que me persegues?"(ênfase minha).
O significado disto é que a Igreja é o Corpo de Cristo, persegui-la é perseguir o próprio Jesus Cristo, agredir um cristão é, literalmente, repetir o que os soldados romanos fizeram durante Sua Paixão.
Não por outro motivo, São Paulo repete inúmeras vezes em suas epístolas que os cristãos ortodoxos somos os membros do Corpo de Cristo e o Espírito Santo habita a Igreja, ou seja todos os cristãos ortodoxos e essa é natureza da Comunhão, como nosso próprio espírito habita em nosso corpo.
O modo dessa participação corporal na natureza de Cristo está plenamente revelada ao longo de todo o Novo Testamento e mais discretamente no Antigo. Mais evidentemente na Segunda Epístola de Pedro, capítulo 1, versículos 3 e 4:
3 Visto como o seu divino poder nos deu tudo o que diz respeito à vida e piedade, pelo conhecimento daquele que nos chamou pela sua glória e virtude;
4 Pelas quais ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas, para que por elas fiqueis participantes da natureza divina, havendo escapado da corrupção, que pela concupiscência há no mundo.
mas também da boca do próprio Jesus Cristo quando ele diz em São João 8:12
Falou-lhes, pois, Jesus outra vez, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida.
e, ao mesmo tempo, em São Mateus 5:14
Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte;
Ou seja, ele é a Luz do mundo, como dizemos no Credo "Luz de Luz". E ao mesmo tempo, o cristão é "luz do mundo" também. Ou seja, o Cristão Ortodoxo, quando realmente participa do Corpo de Cristo, isto é, da Igreja, é participante da natureza deste corpo, da natureza de Cristo. A Luz que é o Cristo, brilha através de nós.
Nós participamos da energia de Deus assim como a lâmpada da nossa casa participa da energia da usina hidroelétrica que a produz.
A energia não é da lâmpada, ela não teria como produzi-la, mas é a *mesma* energia que está lá na usina.
Assim é com as energias de Deus (o Amor, a Graça, a Glória, a Misericórdia, a Justiça, a Luz, a Presença, etc., etc.). Ele é a "usina" sendo que de energias infinitas, e nós somos as lâmpadas. Não há realmente, literalmente, virtude em nós, pois apenas o Pai é Bom. Se abrimos a visão espiritual (chamada na Igreja Ortodoxa de 'nous') essas energias de Deus nos inundam o coração e todo nosso ser e, como uma esponja no mar, ficamos cheios delas. E esse é nosso estado natural, "cheios de Graça", que Jesus Cristo veio resgatar. E isso é "participar da natureza Divina", ser Corpo de Cristo, assim como as lâmpadas são corpo da usina estando ligadas a ela, e a esponja é corpo da água que está nela, sem que a lâmpada seja a usina ou a esponja seja o mar.
(ou "O trecho que você pode pular se não gosta de detalhes" :) )
Como nota adicional, vale lembrar que o Novo Testamento afirma inúmera vezes que somos "energizados" por Deus, que uma "energia" sai dEle, que devemos viver a Energia dEle, mas isso não fica transparente nas traduções ocidentais. As palavras gregas "dynamis", "energon", "energematon" podiam significar tanto a energia do trabalho, quanto o trabalho em si mesmo, ou o resultado do trabalho.
Vejamos dois exemplos, o primeiro com a palavra energon e o segundo com dynamis.
I Coríntios 12:06
Original
καὶ διαιρέσεις ἐνεργημάτων εἰσίν, ὁ δὲ αὐτὸς θεός, ὁ ἐνεργῶν τὰ πάντα ἐν πᾶσιν.
Transliteração
ki diaresis energemáton issín, o de avtos Teós, o energon ta pánta en pãssin.
Tradução Vulgata Latina tradicional:
6 et divisiones operationum sunt idem vero Deus qui operatur omnia in omnibus
Tradução Modernas
Protestante Almeida Corrigida e Revisada Fiel:
6 E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos.
Católica Ave Maria
6 Há também diversas operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos.
Vale lembrar que "operações", palavra derivada de "operationum", provavelmente no Latim original tinha a mesma ambiguidade de "energemáton", significando tanto a energia do trabalho, quanto o trabalho em si mesmo.
Tradução moderna correta:
6. E há diversidade de energias, mas é o mesmo Deus que energiza tudo em todos.
E o segundo exemplo, com a palavra dynamis.
São Lucas 08:46
Original:
ὁ δὲ Ἰησοῦς εἶπεν, Ηψατό μού τις, ἐγὼ γὰρ ἔγνων δύναμιν ἐξεληλυθυῖαν ἀπ' ἐμοῦ.
Transliteração
o de Iesus ipen, Epsató mi tis, ego gar egnon dynamin ekselelythyan ap' emi.
Tradução Vulgata Latina tradicional
46.et dixit Jesus tetigit me aliquis nam ego novi virtutem de me exisse
Nota: "virtude" no Latim, era mais do que simples um elemento do bom caráter moral. Era literalmente uma "força".
Traduções modernas:
Protestante Almeida Corrigida e Revisada Fiel:
46 E disse Jesus: Alguém me tocou, porque bem conheci que de mim saiu virtude.
Católica Ave Maria:
46. Jesus replicou: Alguém me tocou, porque percebi sair de mim uma força.
Como vemos a protestante preservou a versão latina na qual "virtude" significa "força". Já a versão católica, mais atenta ao fato de que a palavra "virtude" hoje já não é entendida como "força", porém como uma "característica moral boa", resgatou o sentindo, realizando uma tradução correta.
Ou seja, em diversos trechos do Novo Testamento em que vemos "virtude", "obra", "operação", a melhor tradução seria "força", "energia" e as palavras delas derivadas, especialmente nos contextos em que se dá a relação Deus-Homem.
Entendendo que a Igreja Ortodoxa é o Corpo de Cristo através da participação na natureza divina pela participação do Cristão Ortodoxo nas energias de Deus, tornada possível pela Encarnação de Nosso Senhor Jesus Cristo, unindo a natureza humana e a natureza divina em Sua Pessoa, fica mais fácil compreender as quatro características da Igreja que encontramos no Credo. São as quatro características do Corpo de Cristo.
O Corpo de Cristo é Uno
Jesus Cristo verdadeiramente encarnou-se e teve um corpo de carne como o nosso. Esse corpo teve as mesmas características que qualquer corpo.
A única diferença é que foi o primeiro corpo a ser restaurado, pela Ressurreição, à forma original pretendida pelo Pai.
O Corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo após a Ressurreição é chamado "glorioso" porque não é um corpo como o que temos, que fica doente, se fere e morre. É um corpo que não se corrompe.
Ao mesmo tempo que é como o corpo de Adão antes da Queda, o Corpo de Nosso Senhor após a Ressurreição é ainda "melhorado" porque é um corpo humano, restaurado, mas também "pós-Encarnação". É Adão restaurado e plenificado.
É neste Corpo que participamos. Todos seremos ressuscitados, mas o que ressuscitarem como Corpo de Cristo, estarão com Ele que é a Vida, a Verdade, o Verbo, o Caminho. Os que não... não. Estarão fora do Corpo da Vida, da Verdade, do Verbo, fora do Caminho. Tal estado é o inferno.
O Corpo de Cristo, como vimos, é um corpo de carne em tudo menos na corruptibilidade. É a carne original, santa, gloriosa, imaculada e glorificada.
Sendo um Corpo de Carne ele só pode ser um. Não existe uma pessoa com vários corpos, a não ser em filmes de ficção científica e gibis. Se a Igreja é o Corpo de Cristo e o Corpo de Cristo é um Corpo, então só há uma Igreja.
Sendo um Corpo de Carne ele é visível e delimitado. Não pode haver "igreja invisível" ou "impossível de definir qual é a verdadeira", porque é impossível tanto existir um corpo invisível quanto é impossível imaginar que não dá para dizer onde o "Zé" começa e acaba. Quando não conseguimos ver os limites de um corpo, vendo tudo borrado, não é porque o corpo é borrado. É porque nossos olhos estão doentes.
Sendo um Corpo de Carne e não podendo ser invisível, também não pode ser apenas parcialmente invisível. Não pode haver no corpo uma cabeça invisível de Cristo e uma segunda cabeça visível. Não existem corpos com duas cabeças, nem com cabeças invisíveis. A cabeça visível do Corpo de Cristo é aquela "barbuda e de cabelos longos" que vemos no ícone e está, muito adequadamente, ainda presa e visivelmente ao pescoço dEle. A administração da Igreja não precisa recorrer a distorções teológica para simplesmente escolher um moderador ou presidente da assembléia de bispos, seja este homem um bispo ou um rei.
Sendo um Corpo de Carne, e pela promessa de Cristo que as forças do Inferno não prevaleceriam sobre o Seu Corpo, o Corpo de Cristo não pode ser um amontoado de pedaços separados uns dos outros, como se os pedaços esquartejados de um corpo pudessem continuar vivos e saltitantes por aí. Um corpo que fosse dividido em muitos "corpos" menores, simplesmente morreria, e todos os pedaços seriam apenas pedaços mortos de um corpo outrora vivo. Ser um, para um corpo, simplesmente significa que ele está vivo. Os que crêem que o Corpo de Cristo, a Igreja, está dividido, sem perceberem, defendem que Deus morreu na carne e que a promessa de Cristo de que as forças do Inferno não prevaleceriam, não se cumpriu. É assim que o demônio nos seduz com idéias elegantes a blasfemar contra Deus.
O Corpo de Cristo continua sendo Um, Indiviso no corpo e na cabeça, Visível no corpo e na cabeça, a Cabeça de Cristo continua sendo exclusivamente a que Ele possui sobre os ombros, o corpo ainda é Contínuo e Delimitado. Ou seja, continua estando Vivo e sendo um Corpo.
O Corpo de Cristo é Santo
A Santidade, propriamente, é exclusiva de Deus. Como vimos quando estudamos as energias de Deus qualquer santidade que vejamos em um ser humano, os chamados "santos", nada mais é que a própria Santidade de Deus apenas brilhando através deles por terem se aberto, através do amor, ao próprio Deus.
Tanto "sanctus" quanto "agyos", que significam "santo" respectivamente em latim e grego, passam a idéia de algo colocado a parte, separado, diferente.
Só Deus é realmente "separado" de toda a Criação. Sendo o Criador de tudo, inclusive das leis da Criação, não está submetido a elas e portanto em nada se assemelha a Criação como um todo. Tanto que na Criação, um indivíduo só pode ser uma pessoa. Deus, entretanto, é individual, só é um, mas é, ao mesmo tempo, três pessoas. Isso só é possível porque, sendo o criador da regra de que um só pode ser um, Deus não está submetido a ela, pois a regra não existia antes dEle.
Sendo assim, toda essa busca de "identidade", "originalidade", "individualidade" que vemos no mundo, e os seus meios: afirmação profissional, artística, "ser feliz" é completamente fútil, pois a única forma de atingir verdadeiramente o "ser diferente" não é participar de algum grupo com roupas e hábitos exclusivos ou exóticos. O único jeito de ser "diferente", "a parte" ou "santo" é participando na única verdadeira diferença, a única verdadeira santidade, que é a de Deus.
Nosso estado natural é participar da "diferença" de Deus, de Sua Santidade. Isso é possível porque, diferente do resto da Criação, seja natural ou sobrenatural, nós somos a parte da Criação que foi feita à imagem e semelhança dEle. Então podemos participar, pelos meios já explicados, das energias dEle, inclusive a Santidade, de forma subsidiária, limitada e absolutamente dependente e sem mistura.
Por isso é que Nosso Senhor Jesus Cristo diz que devemos ser perfeitos como o Pai é perfeito, e também pede que sejamos Santos. Isso não significa nem tornar-se Deus, nem é uma metáfora que seria, na literalidade, impossível.
Ser perfeito como o Pai é, deixando-se ensopar pelas energias de Deus, deixando-se imergir no reino, domínio de Deus, restaurar a semelhança de Deus. Isto é algo que seria impossível com nossas próprias forças, pois o finito em nada se assemelha ao infinito. Mas o infinito, por não conhecer limites, pode superar inclusive esta *nossa* limitação.
Ser santo, portanto, é participar na Santidade do Único que é Santo, pelo Espírito Santo, em Nosso Senhor Jesus Cristo, na Perfeição do Pai. É a única originalidade, individualidade e diferença possível. O resto não passa de "variações sobre o mesmo tema".
O Corpo de Cristo é Católico
Muitos pensam que "católico" é o nome de uma instituição. Entretanto, não é um nome, mas uma qualidade.
Alguns também pensam que "católico" significa "universal" o que não é verdade. O termo grego para o que é universal é "kosmico" que em português deu a palavra "cósmico" e "cosmos" é sinônimo de "universo".
Igualmente, a palavra grega que significa "universal" no sentido geográfico, de englobar o mundo inteiro habitado era "oikumenicos" que vem de "oike" que significa habitação.
Se na definição se quisesse dizer "universal" seria dito "kosmico" e se quisesse dizer "no mundo inteiro" diria "oikumenicos". Mas não é isso que está lá, e sim "kat' holicos".
A palavra "católico" vem do grego "kat' holikos" que significa "de acordo com o todo". "Holikos" vem de "holos" que deu a palavra "holístico" em português. Portanto "kat' holikos" também significa "o que é integral, pleno".
O Corpo de Cristo é integral, pleno. Não é dependente de nenhum povo, país, cidade, bispo, rei ou livro.
O fato de ser integral e pleno significa:
1) que não importa quantas pessoas, cidades, povos, bispos, reis, países ou livros se separem da Santa Igreja, ela continua inteira, plena, completa, sem necessidade balancear ou complementar-se em lugar algum; o Corpo de Cristo não depende de nada nem de ninguém;
2) que cada cristão ortodoxo que participa da Igreja, participa dela inteira, mesmo que nunca saia de sua paróquia;
3) que cada unidade de "bispo, padres, diácones, leigos e monges" é a Igreja inteira;
3.5) Nota: Arcebispos, Metropolitas, Patriarcas e Papas não são ordens superiores a Bispo. A ordem máxima é bispo. Aqueles títulos são apenas nomes diferentes para uma certa *função administrativa*. Por exemplo, é como em um time de futebol. O capitão (seja Arcebispo, Metropolita, Papa ou Patriarca) é um jogador como qualquer outro. Ele tem o privilégio de orientar os demais jogadores, por sua visão tática reconhecida, mas não pode nem deve jogar na posição dos outros. Se o capitão for "fominha" atrapalha o time como qualquer outro jogador faria, pois ser "capitão" não é algo acima de "jogador", é apenas uma função no time.
Vale lembrar também que o "capitão" pode ser qualquer jogador de qualquer posição. É um privilégio concedido pela visão tática. Igualmente, o primaz da Igreja poderia ser qualquer um dos bispos, é um privilégio que ele tem enquanto mantém a Ortodoxia. Assim como a visão tática confere o título de capitão, a Ortodoxia é que confere o título de Primaz. Nunca será o contrário, simplesmente alegar que por ter o título de "capitão" ou de "primaz" ele passa a ser a definição do que é taticamente correto ou do que é ortodoxo. A tática eficiente e a ortodoxia funcionam por si só e não dependem de títulos ou funções administrativas. Portanto, é preciso primeiro ser fiel à Ortodoxia para ser Primaz e se o Bispo que portar este título se afastar da Ortodoxia, deixa de ser, neste exato momento, cristão, quanto mais bispo e primaz.
4) Que a Igreja é plena em todos os lugares e todos os tempos. Se ela fosse se "desenvolvendo" ou se uma região do mundo possuísse parte da verdade e outra região uma outra parte, então o Corpo seria fragmentado. Onde o Corpo está, ele está inteiramente, hoje, ontem, amanhã e em todos os lugares. Por isso o estudo da vida dos santos e dos escritos dos pais da igreja e de outros santos são tão importantes. Deus não mudou e Seu Corpo não tem que se adaptar aos "dias de hoje". Ao contrário, os "dias de hoje" é que, se alterando para integrar o Corpo de Cristo são curados de seus males e se tornam plenos e holísticos.
5) que o Corpo de Cristo é a plenitudade da Vida, da Verdade e da Graça. É um fato observável que outros grupos religiosos possuem verdades parciais. Porém, quando falam de Deus, quando falam de Cristo, esforçam-se pelo intelecto, pela pesquisa, pelo debate, pela emoção, compreender a Verdade. O Corpo de Cristo é o Corpo da Verdade. Nós não temos uma idéia dEle, não O debatemos, não O sentimos nem pesquisamos. Nós participamos nEle. Somos membros da Verdade, como nossa mão é membro de nosso corpo. Não contemplamos com nossa filosofia o Espírito Santo. Ele habita em nós, porque o Espírito Santo de Deus habita o Corpo do Filho de Deus, de modo semelhante como nosso espírito habita nosso corpo. A Verdade Absoluta é algo que nenhum homem jamais terá dentro de seu intelecto ou emoção, mas é algo dentro do qual ele pode entrar, e participar como membro. Jesus Cristo não é um homem que falou a verdade. Ele *é* a Verdade assim como eu sou eu. Todos nós já vimos aquela figura da morte, com capuz e foice. Ninguém diz, ali está um ser que fala da morte, que traz a morte. Quando vemos a figura, sabemos que *é* a morte. Igualmente, Jesus *é* a Vida. Jesus *é* a Verdade. Por isso São Paulo diz que "nEle vivemos e nos movemos" e "já não sou eu quem vive, mas Cristo que vive em mim". Ele não "apreendeu a Verdade" mas, deixou-se apreender na Verdade, sendo que a Verdade em certo momento histórico tornou-se homem pela Virgem Maria e chamou-se Jesus, foi morto e ressuscitou ao terceiro dia.
6) Um detalhe pouco conhecido é que "católico" e "ortodoxo" eram praticamente sinônimos. Isto porque "ortodoxia" vem de "ortho" e "doxa". "Ortho" significa "correto". O "ortodentista" é quem coloca os dentes na posição correta. O "ortopedista" é quem coloca os pés na posiçã correta e assim por diante. "Doxia" significa tanto "opinião" quanto "louvor". Assim a "ortodoxia" consiste em ter a opinião ou louvor corretos. Comparando com o ortodentista, o dente "pleno", "integral", completo, perfeitamente saudável, é, evidentemente, o dente que está "correto". Um dente podre por dentro logo sairá da posição correta, caindo. Um dente na posição errada estará mais vulnerável às cáries e infecções. Então ser "pleno" e ser "correto" são conceitos semelhantes dentro do Corpo de Cristo. Apenas modernamente "ortodoxia" ficaria sendo o nome da Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica e "católico" o nome da comunidade de fé que cerca o "papa".
O Corpo de Cristo é Apostólico

"Apóstolo" significa "enviado". O primeiro motivo de o Corpo de Cristo ser chamado apostólico é porque Jesus Cristo é "apóstolo" do Pai:
Por isso, irmãos santos, participantes da vocação celestial, considerai a Jesus Cristo, apóstolo e sumo sacerdote da nossa confissão,Então, o Corpo do Sumo-Apóstolo evidentemente tem que ser apostólico, isto é, cumpridor da função de "ser enviado".
Hebreus 3:1
Mas enviado para o quê? Simplesmente ensinar a doutrina de Jesus? Simplesmente divulgar profecias?
Se Deus quisesse simplesmente anunciar uma idéia, uma informação ou mesmo uma atitude ou fazer profecias, não precisaria ter vindo pessoalmente para isso. Ele sempre pôde e de fato gerou profetas, pessoas justas, professores, sábios e filósofos que fizeram e ainda fazem tudo isso.
É evidente que Ele *também* fez isso, mas não foi *apenas* para isso que Ele veio. Deus veio para fazer algo que só Deus poderia fazer: unir a natureza humana à natureza divina na Pessoa de Jesus Cristo, restaurando nossa natureza à condição anterior a da Queda através da infusão do Espírito Santo. Não é por outro motivo que vemos em São João, capítulo 22:
22 E, havendo dito isto, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo.O que é isto senão o mesmo Deus do Gênese, agora já encarnado, morto e ressuscitado como homem, repetindo, ali, em todo os Apóstolos, aquilo que Ele mesmo já fizera antes tantos milênios antes, no início:

7 E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente.
Gênese 02
Quando Deus primeiramente dera a vida ao homem, soprou no barro e Adão viveu. Agora, o próprio Deus *repete* o ato para, não apenas restituir a vida do Paraíso, porém uma vida ainda mais plena na Glória do Espírito Santo que nem Adão conhecera.
Este ato registrado nas Santas Escrituras e realizado primeiramente por Nosso Senhor é o que repetimos no Mistério do Santo Crisma, no qual, como os Apóstolos e como Adão no Paraíso, o cristão batizado recebe o dom do Espírito Santo. Não como participar plenamente do Corpo de Cristo se não há o dom do Espírito Santo, como o próprio Cristo demonstrou.
O fato de o Pentecostes ter decido sobre os Apóstolos e de Cristo ter soprado sobre os Apóstolos demonstra também que o grupo dos Apóstolos como um todo é a fonte "mediadora" da Apostolicidade do próprio Cristo e do resto da Igreja. A Igreja é Apostólica. Não é "petrina". Não é "bíblica". Não é "papal", "episcopal", "presbiteriana", "metodista", "evangélica", "luterana", "calvinista", "universal", "pastoral", "carismática", "anglicana". O Corpo de Cristo é Apostólico. No que tange a parte doutrinária, é o ensino dos Apóstolos que constitui o ensino da Igreja e não o ensino de bispo, rei, colégio, ou exegetas. A validade de uma análise dos Evangelhos é sempre medida pela comparação com o ensino dos Apóstolos. Quem repete o mesmo ensino, sem desenvolver, nem cortar, faz parte da Igreja Apostólica. Quem não o repete, mas desenvolve ou suprime, não está sendo Apostólico e não está falando em nome do Corpo de Cristo.
Os Pais da Igreja, sejam gregos ou latinos, antigos ou modernos, o são porque souberam expressar bem, sem mudar, o ensino apostólico e não por "criatividade" ou "originalidade" filosófica. E isto só é possível por pessoas que repetiram a mesma experiência dos Apóstolos, isto é, realizaram a fé intensa, o amor, o sacrifício e a vida de Cristo.
O Ensino Apostólico não é fruto de filosofia ou educação, nem tampouco apenas da sucessão de bispos até os apóstolos, embora esta última seja importante porque o Corpo é físico e portanto a transmissão também é.
O Ensino Apostólico é fruto de participar daquilo que os Apóstolos participaram, ou seja, do Corpo de Cristo. O Teólogo não é uma pessoa que "estudou muito" (embora isso nem sempre seja obstáculo). O Teólogo é uma pessoa já "imersa em Cristo", participante da Graça, da Verdade, da Misericórdia e que viu a Luz Incriada de Deus. Quando oramos, somos um pouco teólogos, conforme São Máximo.
Outro aspecto da apostolicidade é o ser "enviado". É através das pessoas que já são Corpo de Cristo que os que estão fora passam a participar dEle. Por isso é que vemos em São João 20, que
após soprar sobre os Apóstolos, Jesus Cristo continua dizendo:
23 Aqueles a quem perdoardes os pecados lhes são perdoados; e àqueles a quem os retiverdes lhes são retidos.É através de quem participa de Si que Jesus Cristo chama para Si os que ainda não o foram. "Vós sois a luz do mundo", e "Vós sois o sal da terra", disse Jesus Cristo. Jesus Cristo ordena que "anunciemos a Boa Nova" para todos os povos da terra. Ser Cristão é ser missionário.
Isso não significa, porém, proselitismo, isto é, ficar tentando convencer as pessoas a "aceitar Jesus".
Significa, antes de mais nada viver realmente a vida Cristã. Se a Luz que é o Cristo não estiver em nós, não estará em nossas palavras. Como pediremos aos grandes pecadores que se contenham se não conseguimos nem conter nossos pequenos pecados?
Significa que vivendo uma vida cristã de oração, jejum, boas obras e amor ao próximo, a Luz de Cristo brilhará naturalmente através de nós. Estaremos sendo as "lâmpadas" da "energia" da "usina". Não adianta fingir que temos a "energia" com belas palavras. Cedo ou tarde seremos flagrados e mesmo que não o sejamos pelos homens, a Verdadeira Fonte sabe que não estamos ligados a Ela. Ser missionário é tornar-se radiante na luz de Cristo e assim nossos atos e palavras serão radiantes.
Ser apostólica, enviada, significa também que a Igreja coloca a nossa nacionalidade, nossa posição social, familiar e econômica, nosso "ego" em último plano, conforme vemos nos seguintes versículos:
Romanos 10:12 Porquanto não há diferença entre judeu e grego; porque um mesmo é o Senhor de todos, rico para com todos os que o invocam.Na época dos apóstolos havia um preconceito dos gregos contra os judeus, mesmo apesar de serem os judeus que aceitaram o Cristo. Este preconceito existia porque os gregos possuíam toda a cultura clássica da Grécia, enquanto os judeus lhes pareciam pessoas rudes e ignorantes. São Paulo, então, lembra da missão apostólica da Igreja, dizendo que uma vez pertecendo ao Corpo de Cristo, classes sociais, sexos, etnias, nível cultural, e todo tipo de coisa semelhante desaparece. Somos "um em Cristo Jesus", "Cristo é tudo em todos" e Ele é "o Senhor de todos".
Gálatas 3:28 Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus.
Colossenses 3:11 Onde não há grego, nem judeu, circuncisão, nem incircuncisão, bárbaro, cita, servo ou livre; mas Cristo é tudo em todos.
Graças a essa admoestação de S. Paulo e de seu esforço na missão apostólica aos gentios, hoje, gregos, árabes, eslavos, escandinavos, africanos, ocidentais e povos do Novo Mundo fazem parte do Corpo de Cristo. E continua sendo missão dos que estão dentro, auxiliar e pregar para os que estão fora.
Deus veio ao mundo para que todos sejam salvos através da participação no Corpo dEle e não para defender ou atacar culturas, ideologias, civilizações, doutrinas, filosofias, etnias, interesses políticos, comerciais ou de familiares.
E o Corpo de Cristo é a Igreja e esta, por ser Una, Santa, Católica e Apostólica, pode legitimamente ser chamada de Orto-doxa, compravado por ter preservado retamente o mais recorrente mandamento dos salmos: Louvai!
Doxa si, o Theos!
Salmos 119:7Louvar-te-ei com retidão de coração quando tiver aprendido os teus justos juízos.Salmo 1501 Louvai ao Senhor. Louvai a Deus no seu santuário; louvai-o no firmamento do seu poder.
2 Louvai-o pelos seus atos poderosos; louvai-o conforme a excelência da sua grandeza.
3 Louvai-o com o som de trombeta; louvai-o com o saltério e a harpa.
4 Louvai-o com o tamborim e a dança, louvai-o com instrumentos de cordas e com órgãos.
5 Louvai-o com os címbalos sonoros; louvai-o com címbalos altissonantes.
6 Tudo quanto tem fôlego louve ao Senhor. Louvai ao Senhor.