quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Maria, Mãe da Vida

Natividade da Teotókos

Caríssimos,

no dia 08 de setembro a Igreja celebra o nascimento de Nossa Senhora, a Virgem Maria. O nascimento de Maria marca o "ano-novo" da Igreja, assim como sua Dormição marca o "fim-de-ano" da Igreja.

Quero convidá-los à reflexão sobre o significado desta extraordinária mulher em nossas vidas como cristãos.

A importância de Maria não foi negada nunca na história do Cristianismo, exceto nos últimos tempos. Desde o Evangelho de Lucas que compara a Teotókos com a Arca da Aliança (vejam a tabela no fim do artigo, passando pelos Pais da Igreja até os primeiros líderes do protestantismo, todos reconhecem o grande significado da Mãe de Deus.

E qual o significado dela em nossa relação com Deus? Será que ela foi simplesmente um meio que Deus utilizou para a Encarnação de Seu Filho, relegando-a em seguida a um papel secundário? Será a devoção de tantos cristãos a ela mero resquício do paganismo?

Para compreendermos isto, devemos compreender o quê e quem é o Deus da Igreja ortodoxa. Encontramo-lo primeiramente criando amorosamente e com grande empolgação o mundo. Em cada fase cumprida Ele contempla Sua obra, como uma criança que monta seu maior trabalho. Em seguida, vendo que aquela criação seria sempre apenas uma "coisa", puramente mecânica, Ele coloca algo de Si, Sua imagem e semelhança, nesta criação. Surgem as primeiras pessoas. Estas mesmas pessoas dão ouvidos não a Ele que amorosamente os criou, mas um terceiro elemento, o demônio em forma de serpente. Com a harmonia inicial quebrada, Deus não desiste de sua criação. Vemos que desde o início Ele andava em meio à Sua Criação. Desde o início, com Queda ou sem Queda, Ele almejava tornar aqueles bonecos de barro movidos por Seu sopro, algo *mais* do que isso.

Agora, porém, estes "bonecos" haviam tornado-se mortais, passíveis de ficarem doentes, e, de forma geral, cheios de pecados, vícios, maldades e mesquinharias. Matavam seus próprios irmãos e pais, assim como qualquer um que entendessem ser uma ameaça a seus planos e confortos. Deus porém não se detém. Mesmo sabendo que a partir de então, tornar-Se um de nós implicaria nascer como nós, sofrer como nós e morrer como nós, Ele passa a guiar a humanidade inteira, e um povo em especial, para que seja gerada uma mulher que precisaria ter características muito especiais, pois ela seria a porta através da qual Ele mesmo viria à terra.

E o que exemplos tínhamos da presença de Deus na terra antes de Jesus? Eram apenas as manifestações dEle: no monte, na sarça que ardia sem se queimar, na Arca da Aliança, no Templo. No monte, a glória de Deus o cobriu e Moisés saiu dele literalmente radiante. Na sarça, vemos que apesar do fogo existir, ele não consome a sarça. Na Arca, ela é santificada e apenas tocá-la podia matar um homem. No templo a porta era sempre fechada e entretanto a Presença de Deus podia entrar ali. A mulher que seria a porta para Deus entrar no mundo teria que ter características semelhantes: ser toda santa como o interior do templo. Ser pura e intocada como a Arca. E uma vez que a Glória de Deus estivesse sobre ela, sua própria face brilharia. Toda a história do povo judeu até aquele ponto tinha um só objetivo: gerar uma mulher como Maria: profunda e inteiramente piedosa e fiel a Deus. A passagem de Deus na vida dela, fisica e espiritualmente, não mudaria em nada o que ela era. Ela se manteria intacta. E quanto às impurezas da vida, o pecado, ela seria intocada por eles também. Seria imaculada, não porque houvesse nascido sem pecado, mas porque jamais os cometeria. O ser humano mais forte que já existiu e existirá, a maior de todas as almas criadas, aquela que consiguiu ser o máximo que um ser humano consegue ser ainda em vida. Esta é Maria, a Mãe de Deus, a escada pela qual Deus desceu dos céus, a sarça ardente de onde partiu Sua Palavra, o Santo dos Santos e a Arca, portando a presença de Deus, a nova Eva. Enquanto a primeira Eva foi abordada por um anjo caído, a segunda o foi pelo Arcanjo Gabriel. Enquanto a primeira recusou a ordem de Deus de não comer o fruto da árvore do conhecimento do Bem e do Mal, a segunda obedeceu o comando para receber o Fruto da Árvore da Vida.

Em nossa vida com Deus, contemplar Maria, é lembrar que *Deus* não achou que ela era "apenas" uma "mulher de fé" como as outras. Ela foi considerada o ser humano ideal para ser a porta de Deus para o mundo, a Arca da Nova Aliança, a nova Sarça Ardente no topo do monte da espiritualidade humana, a nova Eva de uma nova humanidade, dizendo "sim" onde a primeira dissera "não". E que portanto, Deus não considera nenhum aspecto da humanidade indigno dEle mesmo. Ela devia ter por volta de 14 ou 15 anos quando foi visitada pelo anjo - uma menina ainda. Nos dias de hoje, não seriam poucos os que tentariam convecê-la a abortar por ser tão nova. De certo, porém, aquela jovenzinha que era a Mãe da Vida, da Verdade, do Caminho, os rechaçaria imediatamente. Em nossa vida, Maria é uma referência, uma mãe e uma intercessora, sempre orando por nós para seu Filho, verdadeiramente merecedora do título que a Igreja lhe dá: Nossa Toda Santa, Imaculada, Mais Abençoada e Glorificada Senhora, a Teotókos e Sempre-Virgem Maria.(Τῆς Παναγίας, ἀχράντου, ὑπερευλογημένης, ἐνδόξου, δεσποίνης ἡμῶν Θεοτόκου καὶ ἀειπαρθένου Μαρίας).


Paralelos e prefigurações a respeito da Virgem Maria



Antigo Testamento
Novo Testamento
E levantou-se Davi, e partiu, com todo o povo que tinha consigo, para Baalim de Judá, para levarem dali para cima a arca de Deus, sobre a qual se invoca o nome, o nome do SENHOR dos Exércitos, que se assenta entre os querubins.
 I Samuel 6:2
E, naqueles dias, levantando-se Maria, foi apressada às montanhas, a uma cidade de Judá.
S. Lucas 1:39
E sucedeu que, quando os que levavam a arca do SENHOR tinham dado seis passos, sacrificava bois e carneiros cevados.
E Davi saltava com todas as suas forças diante do SENHOR
I Samuel 6:13-14
E aconteceu que, ao ouvir Isabel a saudação de Maria, a criancinha saltou no seu ventre; e Isabel foi cheia do Espírito Santo
S. Lucas 1:41
E temeu Davi ao SENHOR naquele dia; e disse: Como virá a mim a arca do SENHOR?
I Samuel 6:9
(Exclamou Isabel) E de onde me provém isto a mim, que venha visitar-me a mãe do meu Senhor?
S. Lucas 6:43
E ficou a arca do SENHOR em casa de Obede-Edom, o giteu, três meses
I Samuel 6:11
E Maria ficou com ela quase três meses, e depois voltou para sua casa.
S. Lucas 1:56
A filha do rei é toda ilustre lá dentro;  Farei lembrado o teu nome de geração em geração; por isso os povos te louvarão eternamente.
Salmo 45:13,17
Porque atentou na baixeza de sua serva; Pois eis que desde agora todas as gerações me chamarão bem-aventurada,
S. Lucas 1:48
E a glória do SENHOR repousou sobre o monte Sinai, e a nuvem o cobriu por seis dias;
Êxodo 24:16
E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; 
S. Lucas 1:35

































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Hinos da Véspera da Festa

Tropário (Tom 4)
Hoje, do tronco de Jessé e das entranhas de Davi,
A serva do Senhor, Maria, está nascendo para nós.
Portanto toda a criação se renova e se alegra!
O Céu e a Terra alegram-se juntos!
Elogiem-na, famílias das nações,
pois Joaquim se alegra e Ana celebra dizendo:
"A estéril deu à luz a Teotókos, qu nutre nossa vida!"

Kontákio (Tom 3)
Hoje a Virgem Teotókos Maria,
O quarto nupcial do Noivo Celestial,
pela vontade de Deus, nasceu de uma mulher estéril,
Sendo preparada como a carruagem da Palavra de Deus.
Tudo foi pré-ordenado para isto, já que ela é o portão divino e a verdadeira mãe da Vida.

Leitura das Matinas da Festa:

E, naqueles dias, levantando-se Maria, foi apressada às montanhas, a uma cidade de Judá,
E entrou em casa de Zacarias, e saudou a Isabel.
E aconteceu que, ao ouvir Isabel a saudação de Maria, a criancinha saltou no seu ventre; e Isabel foi cheia do Espírito Santo.
E exclamou com grande voz, e disse: Bendita és tu entre as mulheres, e bendito o fruto do teu ventre.
E de onde me provém isto a mim, que venha visitar-me a mãe do meu Senhor?
Pois eis que, ao chegar aos meus ouvidos a voz da tua saudação, a criancinha saltou de alegria no meu ventre.
Bem-aventurada a que creu, pois hão de cumprir-se as coisas que da parte do SENHOR lhe foram ditas.
Disse então Maria: A minha alma engrandece ao Senhor,
E o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador;
Porque atentou na baixeza de sua serva; Pois eis que desde agora todas as gerações me chamarão bem-aventurada,
Porque me fez grandes coisas o Poderoso; E santo é seu nome.
Com o seu braço agiu valorosamente; Dissipou os soberbos no pensamento de seus corações.
Depôs dos tronos os poderosos, E elevou os humildes.
Encheu de bens os famintos, E despediu vazios os ricos.
Auxiliou a Israel seu servo, Recordando-se da sua misericórdia;
Como falou a nossos pais, Para com Abraão e a sua posteridade, para sempre.
E Maria ficou com ela quase três meses, e depois voltou para sua casa.
S. Lucas 1:39-56

Hinos do dia da Festa

Tropário (Tom 4)
Teu nascimento, Ó Virgem,
proclamou alegria para todo o universo!
O Sol da Justiça, Cristo nosso Deus,
Brilhou de ti, Ó Teotókos!
Destruindo a maldição,
Ele concedeu uma benção.
Destruindo a morte,
Ele nos concedeu a Vida eterna.

Kontákio  (Tom 4)
Pelo teu nascimento, Ó Mais Pura Virgem,
Joaquim e Ana se libertaram da esterilidade;
Adão e Eva, da corrupção da morte.
E nós, teu povo, libertos da culpa do pecado, celebramos e acenamos para ti;
A mulher estéril deu à luz a Teotókos, que nutre nossa vida!

Leituras do Dia da Festa

Partiu, pois, Jacó de Berseba, e foi a Harã;
E chegou a um lugar onde passou a noite, porque já o sol era posto; e tomou uma das pedras daquele lugar, e a pôs por seu travesseiro, e deitou-se naquele lugar.
E sonhou: e eis uma escada posta na terra, cujo topo tocava nos céus; e eis que os anjos de Deus subiam e desciam por ela;
E eis que o SENHOR estava em cima dela, e disse: Eu sou o SENHOR Deus de Abraão teu pai, e o Deus de Isaque; esta terra, em que estás deitado, darei a ti e à tua descendência;
E a tua descendência será como o pó da terra, e estender-se-á ao ocidente, e ao oriente, e ao norte, e ao sul, e em ti e na tua descendência serão benditas todas as famílias da terra;
E eis que estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te farei tornar a esta terra; porque não te deixarei, até que haja cumprido o que te tenho falado.
Acordando, pois, Jacó do seu sono, disse: Na verdade o SENHOR está neste lugar; e eu não o sabia.
E temeu, e disse: Quão terrível é este lugar! Este não é outro lugar senão a casa de Deus; e esta é a porta dos céus.
Gen. 28:10-17

E, cumprindo eles estes dias, será que, ao oitavo dia, e dali em diante, os sacerdotes oferecerão sobre o altar os vossos holocaustos e as vossas ofertas pacíficas; e eu me deleitarei em vós, diz o Senhor DEUS.
Então me fez voltar para o caminho da porta exterior do santuário, que olha para o oriente, a qual estava fechada.
E disse-me o SENHOR: Esta porta permanecerá fechada, não se abrirá; ninguém entrará por ela, porque o SENHOR, o Deus de Israel entrou por ela; por isso permanecerá fechada.
Quanto ao príncipe, por ser príncipe, se assentará nela para sempre, para comer o pão diante do SENHOR; pelo caminho do vestíbulo da porta entrará e por esse mesmo caminho sairá.
Depois me levou pelo caminho da porta do norte, diante da casa; e olhei, e eis que a glória do SENHOR encheu a casa do SENHOR; então caí sobre o meu rosto.
Ezequiel 43:27-44:4

A sabedoria já edificou a sua casa, já lavrou as suas sete colunas.
Provérbios 9:1

De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus,
Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus,
Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens;
E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.
Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome;
Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra,
E toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.
Filipenses 2:5-11

E aconteceu que, indo eles de caminho, entrou Jesus numa aldeia; e certa mulher, por nome Marta, o recebeu em sua casa;
E tinha esta uma irmã chamada Maria, a qual, assentando-se também aos pés de Jesus, ouvia a sua palavra.
Marta, porém andava distraída em muitos serviços; e, aproximando-se, disse: Senhor, não se te dá de que minha irmã me deixe servir só? Dize-lhe que me ajude.
E respondendo Jesus, disse-lhe: Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas coisas, mas uma só é necessária;
E Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada.
S. Lucas 10:38-42


E aconteceu que, dizendo ele estas coisas, uma mulher dentre a multidão, levantando a voz, lhe disse: Bem-aventurado o ventre que te trouxe e os peitos em que mamaste.
Mas ele disse: Antes bem-aventurados os que ouvem a palavra de Deus e a guardam.
S. Lucas 11:27-28

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Mensagens de Santos e Anciões Ortodoxos



"O homem possui um poder tal que transmite o bem ou o mal para o seu 
ambiente. Estas coisas são muito sutis. Nós precisamos ver tudo por um 
ângulo positivo. Não podemos pensar o mal sobre os outros. Mesmo um 
pequeno olhar, um suspiro, influenciam aqueles a nossa volta. E mesmo 
a menor raiva ou indignação ferem. Nós precisamos ter bondade e amor 
em nossa alma e transmitir estas coisas." 

Ancião Porfírios (1906-1991), nascido na vila de S. João Karystia em 
Evoia, Grécia





"Deus não quer que aqueles que Ele salvará, que buscam Sua 
misericórdia, sejam ignorantes, efeminados, covardes ou que fiquem sem 
provas espirituais. É uma questão de herança divina guardada para os 
cristãos experientes. Então Ele coloca as tentações à nossa frente 
para que nossa obediência aos Seus mandamentos seja demonstrada. Sua 
iluminação está dentro de nós; o conhecimento de Sua vontade é 
ensinado pelas Escrituras; além disso, nossa consciência nos guia como 
a um compasso. Tudo que acaba de ser dito nos ilumina em face das 
tentações." 

Ancião Efraim de Filoteu (1927 - ) nascido em Volos, Grécia. 


"Se alguém guarda uma crença herética sobre a fé, afaste-se dessa 
pessoa e não tenha nada a ver com ela, e não apenas se for uma pessoa, 
porém mesmo se for um anjo do céu. Entretanto, não critique o estilo 
de vida de uma pessoa. "Não julgues para não serdes julgado" deve ser 
aplicado para todos os aspectos do estilo de vida e não apenas para as 
questões de fé." 


"Tenha cuidado para não corromper-se pelo amor dos hereges; por esta 
razão, não aceite nenhum dogma falso em nome do amor." 

São João Crisóstomo 


"É melhor uma guerra recomendável do que uma paz que nos afaste de 
Deus." 
São Gregório, o teólogo 



"A gentileza é, no geral, uma boa qualidade. Mas também ela precisa 
ser controlada pela luz da vontade Divina." 
Ancião Ioann Krestiankin (1910-2006) em Orlov, Rússia


sábado, 22 de maio de 2010

Primazia, Colegialidade e Unidade da Igreja - II

Saudação do Arquimandrita Atanásios Anastasiou,
Abade do Santo Monastério de Meteora,
à Conferência: "Primazia, Colegialidade e Unidade da Igreja"


Fonte:http://www.impantokratoros.gr/Greeting-abbot_meteora.en.aspx
Tradução: Fabio L. Leite

Pireus, 28 de abril de 2010

Vossa Eminência, reverendos Padres, ilustres Professores,
Cristo Ressuscitou.

É uma benção excepcional para nós termos recebido o convite de Sua Eminência Metropolita Serafim para comparecermos nesta conferência e realizarmos nosso humilde comentário monástico. Esta conferência, a qual ele organizou com particulares cuidado e atenção aos detalhes, mais uma vez demonstra a sinceridade de sua confissão, sua compreensão da luta e seu testemunho inspirado.

Nossa presença aqui esta noite é um testemunho consciencioso e importante contra o grande problema do ecumenismo, o qual apresenta um sério perigo para nossa Igreja e para o progresso espiritual dos fiéis, além de ter profundas ramificações soteriológicas e espirituais.

É um testemunho de apoio e participação na saudável preocupação e desconforto de todos os presentes - os organizadores, palestrantes e ouvintes - mas também de tantos outros fiéis em nossa Igrea, que estão feridos e indignados com os avanços ecumênicos de hoje em dia, e que expressam seu extremo desgosto e aflição.

É nosso compartilhado testemunho, resoluto e inquebrantável, que nos recusamos a aceitar estes "eventos inevitáveis", que são os frutos que a Nova Era e a Nova Ordem Mundial criam e buscam impor na esfera dos diálogos ecumênicos e da união com os heterodoxos; e isto, em face dos tempos difíceis para nossa terra-natal (N.T.: Grécia) e povo, os quais agora vivem tragicamente as consequências destes mesmos frutos em uma tempestade de escárnio universal, falta de confiança, decadência, subjugação e submissão.

Exatamente as mesmas coisas estão sendo realizadas na esfera da fé através no insalubre e grotesco ambiente do ecumenismo, onde ocorrem ruinosas e inadmissíveis concessões, relativismos, falsificações, alterações, modificações e contemporizações que ocorrem sob a máscara do pacifismo, coexistência, troca de experiências, fraternidade e em um clima de um discurso verborrágico, insípido e melífluo.

Entretanto, a verdade de nossa fé é e sempre será a mesma, genuína e sem inovações. Nossa fé Ortodoxa é sempre será inegociável. Não existe a menor necessidade de mecanismos de apoio, pactos de estabilidade, contratos de supervisão, tutelagem internacional. Ela não pode ser limitada, debilitada, zombada; ela não tem medo dos especuladores, pois não pode ir a falência!

Esta nossa santa fé Ortodoxa, que nos foi transmitida pelos Apóstolos, a fé viva e salvífica de nossos Santos Pais - pela Graça de nosso Senhor Ressuscitado, de nossa Panagia e de nossos Santos, salvará nossa amada pátria e nos guiará a nossa pátria futura nas alturas, isso a despeito dos ataques ferozes e das maquinações que ela suporta da parte de pessoas dentro e fora de seus muros, dos combatentes visíveis e invisíveis.

Nossa mensagem é clara e simples: não há espaço para reduções e contemporizações em questões de fé. Em questões de fé, não há governados e governantes, superiores e subordinados, ditadores e seguidores. Não obedecemos por conta de intimidações e ameaças. Não aceitamos ultimatos e argumentos de fato consumado. Recusamo-nos a abandonar a fé salvífica e a santa tradição de nossa Igreja Ortodoxa para sermos guiados por trilhas de falsas uniões e adesões uniatas, que ficam de fora da Igreja.

Vossa Eminência,

gostaríamos de agradecer e congratulá-lo por seu testemunho confessional na questão do ecumenismo. Sua presença como um líder, em face da falta de liderança episcopal nesta questão em particular, nos dá conforto e forças. Também queremos agradecê-lo e parabenizá-lo pela coordenação da conferência desta noite sobre o bem-escolhido e pertinente tema: "Primazia, Colegialidade e Unidade da Igreja", sobre o qual os mais notáveis palestrantes falarão.

Primazia, Colegialidade e Unidade da Igreja


Conclusões da conferência da Santa Metrópole de Pireu
Tema: "Primazia, Colegialidade e Unidade da Igreja"
Realizado no S.E.F. (Estádio Paz & Amizade), Pireu, Grécia, em 28 de abril de 2010



Tradução: Ricardo Williams
Fonte:

“A ‘primazia’ papal não possui fundamento teológico, carece de bases eclesiológicas sólidas e não é legitimada pelo Espírito Santo. É uma posição claramente baseada em uma compreensão mundana do conceito de autoridade”. Este foi o destaque da conclusão da conferência teológica organizada pela Santa Metrópole de Pireu no Estádio Paz & Amizade, Salão Melina Mercouri, em 28 de abril de 2010, e que contou com a participação de um grande número de leigos e clérigos.

A abertura da conferência ficou a cargo de Sua Beatitude Jerônimo, Arcebispo de Atenas e toda a Grécia, que enobreceu o evento com sua presença. Também estavam presentes Sua Eminência Serafim, Metropolita de Citera; Sua Eminência Paulo, Arcebispo de Glifáda; e Sua Eminência Melitão, bispo de Maratona.

O tema “Primazia, Colegialidade e Unidade da Igreja” foi discutido em duas sessões, que contaram com a presença de sete palestrantes: Sua Eminência Serafim, Metropolita de Pireu; Hieromonge Lucas Gregoriatis; Professor Aristides Papadakis da Universidade de Maryland, EUA; Protopresbítero George Metallinos; Protopresbítero Theodore Zisis; Protopresbítero Anastasios Gotsopoulos; e Professor Dimitrios Tselengidis.

Através das apresentações e discussões subseqüentes, conclui-se que: a unidade é parte intrínseca da natureza da Igreja, que é tanto o Corpo de Cristo como a Comunhão com Cristo. Existe apenas uma única Igreja verdadeira. A unidade da Igreja em todas as suas interpretações – estrutural ou carismática (isto é, plena de graça) – está claramente fundamentada no Espírito Santo. Ela possui caráter místico mas é mantida e cultivada principalmente por meio da Santa Comunhão.

De acordo com a “Confissão de Fé” do Sínodo de Constantinopla de 1727: “Assim sendo, a Igreja não reconhece a existência de qualquer outra cabeça, seja quem for, além de Nosso Senhor Jesus Cristo, enviado pelo Pai e pedra fundamental da Igreja”. Segundo a eclesiologia Ortodoxa, não existe por via de regra uma “primazia” indefinida e à parte de um sínodo local.

O conceito de posição de honra (termo utilizado na tradição eclesiástica Ortodoxa, ao invés do termo tardio “primazia” utilizado pelos papistas) expressa e assegura a unidade e a colegialidade da Igreja Católica Ortodoxa. A Igreja deu forma ao conceito de posição de honra durante o primeiro milênio através da hierarquia dos tronos patriarcais.

A autoridade do “primaz” deriva de sua posição de honra e é fruto da colegialidade da Igreja; por outro lado, a autoridade que os papas clamam para si desde o fim do primeiro milênio é resultado da abolição da organização sinodal da Igreja.

Durante o primeiro milênio da Igreja, os conceitos de primazia papal “por direito divino” de jurisdição ou de autoridade universal sobre a Igreja eram inexistentes. Pelo contrário, a Igreja detinha o direito de deliberar sobre suas questões administrativas sem a anuência do bispo de Roma, e estas decisões sempre foram universalmente válidas.

Após o cisma de 1054, as pretensões cada vez maiores dos papas em afirmar sua primazia sobre toda a Igreja subverteram completamente a estrutura do corpo místico da Igreja inspirada pelo Espírito Santo. Desse modo, a colegialidade – como uma função do Corpo de Cristo inspirada pelo Espírito Santo – torna-se um conceito fortuito, que é posteriormente abolido e substituído por uma mentalidade mundana. A primazia papal anula a igualdade dos bispos, distorce a autoridade administrativa plena da Igreja e despreza a essência do Teântropos (Deus-homem) ao fazer de um homem a cabeça visível da Igreja, repetindo, assim, o pecado ancestral dentro desta instituição.

Só pode haver união verdadeira quando há unidade de fé, culto e administração. Este é o modelo de união existente na Igreja antiga e que a Igreja Ortodoxa mantém inalterado até hoje. O uniatismo apresenta uma falsa união baseada em uma eclesiologia herética, pois permite a divergência de fé e culto, sujeita a unidade da Igreja ao reconhecimento da primazia papal – instituída pela justiça humana – e solapa a estrutura administrativa sinodal da Igreja – instituída pela justiça divina. A diversidade só é aceitável em questões secundárias de tradições e costumes locais.

Após o Concílio Vaticano I (1870) e, especialmente, o Concílio Vaticano II (1962-1964) a primazia papal deixou de ser uma simples asserção administrativa para se tornar um dogma de fé absolutamente necessário para a salvação dos fiéis. Negá-la resulta em excomunhão, conforme as resoluções do Concílio Vaticano I, cuja validade foi reafirmada no Concílio Vaticano II.

Como anfitrião da conferência, o Metropolita Serafim de Pireu enfatizou em sua apresentação que: “devido à doutrina blasfema e herética da primazia papal, incluindo aí suas ramificações espirituais – tais como a ‘infalibilidade’ do papa e seu despotismo monárquico e autocrático sobre a comunidade religiosa que está sob sua autoridade – o Papismo tornou-se um sistema monárquico-autocrático de ideologia mística e uma distorção do legítimo significado da Igreja. Ele é nada além de etnicismo franco-romano (paganismus) moderno disfarçado de espiritualidade, responsável por roubar a liberdade mística em Cristo dos membros da Igreja, por ser a causa inevitável e fatídica da apostasia e divisão da Igreja una, santa, católica e apostólica no Ocidente em uma miríade de heresias divergentes, e que hoje se apresenta como um obstáculo insuperável para seu possível retorno à Ortodoxia”.

Além disso, nos atuais diálogos teológicos entre Ortodoxos e católicos romanos, os participantes Ortodoxos devem buscar, em sua tentativa de restabelecer a comunhão eclesiástica, não somente a eliminação de doutrinas heréticas romanas (Filioque, graça criada, infalibilidade, purgatório, etc.), mas também a eliminação definitiva da primazia papal – e não apenas buscar uma interpretação aceitável por ambas as partes.

E, finalmente, consideramos que o modelo sincrético de “unidade na diversidade” é inaceitável e não será aceito jamais como “um modelo para a restauração da comunhão plena”

domingo, 16 de maio de 2010

O Que Sobrou da Religião



OLAVO DE CARVALHO | 16 MAIO 2010 
ARTIGOS - CULTURA

É tudo uma profecia auto-realizável: se a evidência avassaladora da percepção extracorporal é negada, não é só porque as pessoas não acreditam nela - é porque se tornaram realmente incapazes de vivenciá-la de maneira consciente.
Se há neste mundo um fato bem comprovado, é a percepção extra-sensorial durante o estado de morte clínica. Um corpo inerte, sem batimentos cardíacos ou qualquer atividade cerebral, desperta de repente e descreve, com riqueza de detalhes, o que se passava durante o seu transe, não só no quarto onde jazia, mas nos outros aposentos da casa ou do hospital, que de onde estava ele não poderia ver nem se estivesse acordado, bem de saúde e com os olhos abertos.
Isso já se repetiu tantas vezes, e foi atestado por tantas autoridades científicas idôneas, que só um completo ignorante na matéria pode teimar em permanecer incrédulo. Mas mesmo alguns daqueles que reconhecem a impossibilidade de negar o fato relutam em tirar a conclusão que ele impõe necessariamente: os limites da consciência humana estendem-se para além do horizonte da atividade corporal, inclusive a do cérebro.
A relutância em aceitar isso mostra que o "homem moderno" - o produto da cultura que herdamos do iluminismo - se identificou com o seu corpo ao ponto de sentir-se amedrontado e ofendido ante a mera sugestão de que sua pessoa é algo mais. É evidente que aí não se trata só de uma convicção, de uma idéia, mas de um transe auto-hipnótico incapacitante, de um bloqueio efetivo da percepção.
Esse estado é implantado nas almas pela tremenda pressão anônima da coletividade, que as mantém em estado de atrofia espiritual mediante a ameaça do escárnio e o temor - imaginário, mas nem por isso menos eficiente - da exclusão. Infinitamente multiplicado e potencializado pelo sistema educacional e pela a mídia , o que um dia foi mera idéia filosófica, ou pseudofilosófica, incorpora-se nas personalidades individuais como reflexo de autodefesa e, na mesma medida, restringe a autopercepção de cada qual ao mínimo necessário para o desempenho nas tarefas imediatas da vida socio-econômica. É tudo uma profecia auto-realizável: se a evidência avassaladora da percepção extracorporal é negada, não é só porque as pessoas não acreditam nela - é porque se tornaram realmente incapazes de vivenciá-la de maneira consciente. Vivem alienadas da sua experiência psíquica mais profunda e constante, encerradas num círculo de banalidades no qual o triunfalismo "cultural" e "científico" da mídia popular infunde uma ilusão de riqueza e variedade.
O "mundo real" no qual essas pessoas acreditam viver é o dualismo galilaico-cartesiano, já totalmente desmoralizado pela física de Einstein e Planck, mas que a mídia e o sistema escolar continuam impondo à alma das multidões como verdade definitiva: tudo o que existe nesse mundo são as "coisas físicas" e, em cima delas, o "pensamento humano", as "criações culturais". De um lado, a realidade dura da matéria regida por leis supostamente inflexíveis, nas quais se fundamenta a autoridade universal e inquestionável da "ciência"; de outro, a pasta mole e dúctil do "subjetivo", do arbitrário, onde toda opinião vale o mesmo. Dessa esfera "subjetiva" faz parte a "religião", que é o direito de crer no que bem se entenda, com a condição de não proclamá-lo jamais verdade objetiva ou valor universal.
Nessas condições, o próprio exercício da religião torna-se uma caricatura grotesca. Tanto quanto o ateu, o homem religioso de hoje em dia acredita piamente na existência de uma esfera material autônoma, regida por leis próprias que a ciência enuncia, só de vez em quando rompidas pela interferência do "milagre", do "inexplicável", do "divino". Por mais que a filosofia esculhambe com o "Deus dos hiatos" (aquele que só age por entre as brechas do conhecimento científico), ele é o único que restou no altar das multidões de crentes. Oficializada pelo establishmentgovernamental, universitário e midiático, a rígida separação kantiana de "conhecimento" e "fé" tornou-se verdade de evangelho para a maioria das almas religiosas, embora ela seja, em si, perfeitamente herética à luz da doutrina católica, interpondo um abismo infranqueável entre dimensões cuja interpenetração, ao contrário, é a própria essência da concepção cristã do cosmos. É novamente a profecia auto-realizável em ação: à percepção mutilada do eu individual corresponde uma religião mutilada, e vice-versa.
Quando digo percepção mutilada, estou afirmando, taxativamente, que a imagem do eu como algo que reside no corpo ou se identifica com ele é fantástica, ilusória, doente. Ela impõe à consciência limitações que não são de maneira alguma naturais, muito menos necessárias. Todas as tradições espirituais do mundo, todas as disciplinas sapienciais começam pela constatação óbvia de que o eu não é o corpo, não "está" no corpo mas de certo modo o abrange como o supra-espacial transcende e abrange o espacial (este é balizado por certas relações matemáticas que, em si, não estão em parte alguma do espaço). Mas uma coisa é compreender isso por pura lógica, outra bem melhor é poder constatá-lo no fato vivo da percepção extra-sensorial em casos de morte clínica. Bastaria, a rigor, um único episódio desse tipo para dar por terra com a balela de que o cérebro, isto é, o corpo, "cria" a cognição, o pensamento, a consciência. Mas os episódios são milhares, e o desinteresse dos crentes por esse tipo de fenômenos (mais estudados por ateus, adeptos da New Age e budistas do que por católicos, protestantes, ou mesmo judeus crentes) denota que a mente religiosa já se conformou com um estado de existência diminuída, em que a alma supracorporal, condição fundamental do acesso a Deus, só passará a existir no outro mundo, por alguma transmutação mágica da psique corporal, em vez de constituir já nesta vida a nossa realidade pessoal mais concreta, mais substantiva e mais verdadeira, presente e atuante nos nossos atos mais mínimos como nas nossas vivências mais elevadas e sublimes.
Durante milênios cada ser humano, ao pronunciar a palavra "eu", referia-se de maneira imediata e automática à sua alma imortal, a única que podia orar e responder por seus próprios atos ante o altar da divindade. Dessa alma, a psique corporal era uma parte e função menor, voltada ao meio material e social tão-somente, alheia a todo senso do eterno e, a rigor, incapaz de pecado ou santidade, apenas de delitos e virtudes socialmente reconhecidos. A partir do momento em que a psique corporal foi assumida como realidade autônoma, cada indivíduo só se enxerga a si mesmo como membro de uma espécie animal e como "cidadão", amputado daquela dimensão que fundamenta o senso último de responsabilidade e cultivando, em lugar dele, o mero instinto da adequação social, adornado ou não de "moral religiosa". Imaginem a diferença que isso faz, por exemplo, na compreensão que você tem da Bíblia: se você não a lê com sua alma imortal, talvez fosse melhor não lê-la de maneira alguma, porque a lê com a carne e não com o espírito.

Diário do Comércio, 12 de maio de 2010

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Veneráveis São Justino e São Simeão


COMUNICADO ESPECIAL DA SANTA ASSEMBLÉIA DE BISPOS DA IGREJA ORTODOXA SÉRVIA

Belgrado, Sérvia - Na seção desta tarde de 29 de abril de 2010, a Santa Assembléia de Bispos da Igreja Ortodoxa da Sérvia, adotou por unanimidade a proposta dos hierarcas diocesanos e incluiu nos Dípticos das santas igrejas ortodoxas os nomes do Arquimandrita Justino Popovic de abençoada memória, pai espiritual do Monastério de Celije perto de Valjevo (1894-1979), e chamado a partir de agora Venerável Justino de Celije; e o de Simeão Popovic, de abençoada memória, abade do Monastério de Dajbabe perto dePodgorica (1854-1941), a partir de agora chamado Venerável Simeão de Dajbaba.

A comemoração litúrgica do Venerável Justino ocorrerá no dia 01 de junho de acordo no calendário ortodoxo (14 de junho no calendário gregoriano), e a memória do Venerável Simeão será celebrada no dia 19 de março de acordo no calendário ortodoxo (01 de abril no calendário gregoriano).

A celebração formal dos recém-glorificados, escolhidos de Deus, será na Santa Liturgia Hierárquica do próximo domingo, 02 de maio, no templo de S. Sava, em Vracar, iniciando-se às 09 da manhã.

Nossos veneráveis e portadores de Deus Pais Justino e Simeão, orem a Deus por nós!

Bispo Irinej de Backa
Porta-Voz da Santa Assembléia de Bispos

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Assembléia Episcopal das Igrejas Ortodoxas da América do Sul







Os dias 16 a 18 de abril marcaram a história da Igreja Ortodoxa na América do Sul, pela realização da “Primeira Assembléia Episcopal das Igrejas Ortodoxas da América do Sul”, na sede do Arcebispado Antioqueno de São Paulo (Brasil), sendo anfitrião da mesma S.E.R. Monsenhor Damaskinos. Participaram da dita reunião os bispos de todas as Igrejas Ortodoxas (Patriarcado de Constantinopla, Patriarcado de Antioquia, Patriarcado de Moscou e Patriarcado da Romênia), contando com a presença de 10 hierarcas, faltando unicamente o bispo do Patriarcado da Sérbia, por sua participação na reunião do Santo Sínodo Sérvio. (*)

O objetivo da Assembléia foi implementar o resultado da 4ª Conferência Episcopal de Chambésy (Suíça) em 2009, das Igrejas Ortodoxas com vistas a criar em todo o mundo Assembléias de Bispos para um maior testemunho da Ortodoxia e para coordenar o trabalho em conjunto em diferentes áreas (educação, catequese, traduções de textos litúrgicos, relações com as autoridades públicas, etc.). Na reunião se tratou da adoção de uma versão em espanhol dos documentos aprovados em Chambésy, e se apresentou a situação de cada Igreja Ortodoxa na América do Sul. A Assembléia estabeleceu um Comitê Executivo, cujos integrantes são S.E.R. Monsenhores: Atenágoras do México (Presidente, Patriarcado de Constantinopla), Antônio do México (1º Vice-presidente, Patriarcado de Antioquia), Platão de Buenos Aires (2º Vice-Presidente, Patriarcado de Moscou), Siluan de Buenos Aires (Secretário, Patriarcado de Antioquia), e Tarásios de Buenos Aires (Membro, Patriarcado de Constantinopla). Ao finalizar as deliberações, a Assembléia elevou uma série de recomendações com o fim de serem tratadas a nível inter-ortodoxo.
Sem dúvidas, o ápice da reunião foi a celebração da Divina Liturgia dominical na Catedral Antioquena de São Paulo, que contou com a participação de todas as comunidades ortodoxas de São Paulo, e dignatários representando as várias autoridades, tanto públicas como religiosas e sociais.

A Assembléia saudou especialmente ao Presidente do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva, pela diligência e deferência que demonstrou ao expressar, através de um comunicado dirigido à Assembléia, palavras pelo êxito desta primeira reunião e desejos de bons frutos a favor das comunidades em toda a América do Sul. Também, a Assembléia agradeceu a S.E.R. Monsenhor Damaskinos, por sua fraternal acolhida, hospitalidade e diligência na organização e também a todas as entidades da coletividade sírio-libanesa de São Paulo pelo carinho e pela atenção para com os participantes da Assembléia.

Arquidiócesis de México, Venezuela, Centroamérica y el Caribe

(*) Não estiveram presentes também os bispos representantes da Igreja Ortodoxa da Polônia, que possui diocese no Brasil sediada no Rio de Janeiro, por falha de comunicação na organização da Assembléia.  A chancelaria da Arquidiocese Mexicana do Patriarcado de Constantinopla emitiu nota desculpando-se pela falha.