quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Punks Ortodoxos


Um grupo de punks da Califórnia convertidos à Igreja Ortodoxa "ressuscitou" um zine que era editado por monges ortodoxos do Mosteiro de São Germano do Alasca, o "Death to the World", "Morte para o Mundo". Hoje, com a assistência espiritual dos monges realizam um trabalho junto aos jovens de tribos semelhantes abordando temas como suicídio, drogas, sexo e quanto mais os jovens se interessarem, tudo sob perspectiva ortodoxa. Seu trabalho também inclui a divulgação das vidas dos santos para que os jovens tenham bons exemplos e referências.

"Morte para o mundo" tem um significado técnico específico na ascese cristã. O "mundo" é o "reino dos sentidos e dos impulsos". Hoje em dia as paixões são idolatradas como uma forma de auto-afirmação. Siga o que diz seu coração, faça o que der vontade, é o lema. Porém, paixão, tem a mesma origem de passividade, tanto que a pessoa de paixões intensas é muito "passional". Ser passional é ser passivo embora isto não esteja claro nos dias modernos. A pessoa que se deixa levar por impulsos egoístas, glutões, luxuriosos, acidiosos é fundamentalmente um joguete seja do ambiente que a cerca, dos amigos, família, inimigos, estranhos e mesmo demônios. A paixão é a reação passiva que temos ao que quer que se imponha a nós, desde um prato fumegante até a oferta de dinheiro ilícito; da mentira da droga como experiência até a soberba intelectual; desde o desejo da satisfação sexual imediata até os "sofisticados" fascínios da vaidade (lembram-se do "Advogado do Diabo"? :) ) Não é à toa que a sociedade hoje é feita de "pessoas-massa" acéfalas. São todas pessoas cheias de paixões.

Não podemos nos deixar enganar pelo fato de a palavra paixão, em português, significar também amor intenso. Não é disso que os santos e os amigos punks aí de cima estão falando, e tampouco é "amor intenso" o que nos guia no dia a dia - algo que percebemos apenas se tivermos um mínimo de humildade. Ou será que alguém vai dizer que é amor intenso que o faz querer ficar com várias pessoas, aceitar "um por fora" para fazer algo "levemente" ilegal, ou tirar onda (leia-se humilhar) com pessoas que não tem algo que temos?

O "mundo" são todas estas paixões que impedem que experimentemos a verdadeira Paixão, aquela que é tão nobre que denomina a própria ação de Deus no Seu caminho de nossa Salvação: A Paixão de Cristo. Esta sim é a suprema "passividade" no sentido de aceitar "passivamente" até a tortura e a morte por muito amar. Como Ele disse em S. João 15:

13 Ninguém tem maior amor do que este: dar a sua vida pelos seus amigos.

Isto é Paixão, com P maiúsculo. O resto é conversa fiada.

O site dos caras:
Death to the World!

E uma entrevista com eles:
http://audio.ancientfaith.com/illuminedheart/IH26-JohnandMarina_081207.mp3

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