terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Divina Liturgia: Como Aproveitar Melhor



Traduzido e adaptado do original do Pe. Dimitri Cozby





Todo padre recebe perguntas sobre como aproveitar melhor a Divina Liturgia, o que deve ser feito para mostrar o devido respeito no templo do Senhor e o que pode ser feito para termos uma participação mais significativa nos ofícios. Este artigo buscará tratar de algumas das perguntas mais comuns, fundamentando-se em fontes diversas. Não deve ser tratado como leis que exigem obediência, mas como auxílios para alcançarmos uma postura espiritual, uma certa mentalidade que fará a adoração em nossa igreja mais significativa para cada um de nós.



Sempre que entramos ou saímos do templo, devemos fazê-lo da forma mais serena possível, para não perturbarmos as orações de nossos irmãos e irmãs, assim como gostaríamos de fazermos nossas orações sem interrupções ou distrações.



Também ao entrarmos ou sairmos do templo, devemos ficar de frente para o altar e fazer o sinal da cruz. Antes de irmos para nosso lugar, veneramos o ícone do santo padroeiro ou da festa que comemoramos e que estará no centro do templo, e veneramos os ícones de nosso Senhor e da Teotókos - tudo isso depois de comprarmos e acendermos velas se assim quisermos.



É melhor evitar ficar entrando e saindo da igreja durante os ofícios. Especialmente não entre enquanto a igreja estiver senso incensada, durante as procissões do Evangelho e do pão e vinho que serão consagrados, nem durante o sermão; são momentos que exigem concentração e movimentações provocam distração. Chegar atrasado na Liturgia é uma falta comum entre ortodoxos de todas as origens, mas não é algo de que devemos nos orgulhar. Sair mais cedo sem uma razão muito boa é tão ruim quanto.



Dentro do templo, devemos buscar manter uma atitude de oração e um espírito de humildade, como o do coletor de impostos do Evangelho (S. Lucas 18:10-14). Nosso propósito ao irmos a igreja é nos aproximarmos de nosso Senhor e Rei na companhia de nossos irmãos e irmãs; nos juntamos para constituir a Igreja de Deus. Esses fatos devem governar todas as nossas atitudes e comportamentos.

É melhor evitar conversas na igreja mesmo se o ofício não começou ainda. Devemos aproveitar o tempo antes dos ofícios nos preparando para a adoração; conversas necessárias devem ser conduzidas serenamente para não perturbar a meditação dos outros.



Aproveitamos melhor o que a Liturgia oferece se orarmos ao invés de meramente estarmos presentes. Deixe que os hinos entrem no seu coração, e faça com que as palavras ditas sejam as suas próprias como se você as dissesse de sua própria boca com toda sinceridade. Lembre-se que a Liturgia não é o momento das orações particulares, que podem ser feitas em casa em nosso canto de ícones, mas ela é o momento da oração comum da Igreja.



Para ajudar na oração do coração, ore com o seu corpo além da sua mente. A piedade ortodoxa é rica em ações que permitem que tudo em você glorifique a Deus, inclusive seus gestos e postura corporal. Devemos fazer o sinal da cruz nas horas adequadas: sempre que se fala na Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, e em qualquer oração ou petição que te afete pessoalmente. Quando o padre incensa ou abençoa o povo, o correto é fazer uma curvatura de reverência. Nesse momento não é necessário fazer o sinal da cruz, mas também não é errado fazê-lo. Durante a Quaresma, existem momentos quando nos ajoelhamos ou fazemos prostrações; siga o padre e os auxiliares do altar nessas questões. Se ajoelhar aos domingos não é adequado, pois todo domingo é uma festa da Ressurreição, uma Páscoa semanal e a posição do corpo que melhor expressa nossa alegria e salvação é estarmos de pé, especialmente após a Comunhão. A participação penitencial, de joelhos, pode ser feita nos outros dias. Os leitores e cantores podem não fazer vários desses gestos para não perturbarem a harmonia do ofício.



Lembremos sempre e acima de tudo que o templo deve estar cheio de uma atitude de amor mútuo e respeito. Estamos reunidos para compartilharmos na adoração da Igreja, para nos unirmos uns aos outros e com nosso Deus, para sentir já um pouco da alegria que teremos quando reunidos no Seu Reino. Nossas atitudes uns para com os outros devem ser reflexo da atitude do Senhor, que ama a todos nós e só deseja o nosso crescimento espiritual e nossa salvação.

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